O CONTRA D´OIS ganhou nos últimos dois dias animação algo polémica, com a entrada em postagem de alguns excelentes comentadores. E ainda bem que concordam connosco, se calhar porque vêem em blog a verdade que não é dita em público.
Um dos objectivos deste blog é criar espaços de debate de ideias, depois da morte consumada do site da Arcor - no qual todos nos lembramos de debates bem truculentos (em que também participámos...) - e do facto de o Dois Por Três, que tão bem começou, ter entretanto enveredado por caminhos demasiadamente neutros.
Mas não queremos ser um espaço onde só de escreve por escrever, se fala por falar. Queremos que se fale de coisas objectivas. Não nos roubem o direito de ter opinião e capacidade crítica.
CONTENTORES DO LIXO
NO LARGO DO CRUZEIRO
Os contentores de lixo foram postos no largo do Centro Social há mais de um ano e são uma vergonha para a freguesia mas pelos vistos não são para a Junta de Freguesia. Como já não eram os vidrões.
Para além de estarem no pior local em que deveria estar, são todos os dias vandalizados por animais da vizinhança - alguns irracionais, outros nem tanto. Aparecem muitas vezes abertos e virados para o chão.
Então e não devemos dizer isso? Porque é que os correspondentes de Óis dos jornais não falam nisto? Até há pouco só haviam dois, agora até já há três, e as rádios. Mas nenhum dos srs. correspondentes fala deste caso de saúde pública. Estão todos feitos com o poder, está visto.
ESTAR CONTRA O D´OIS, O TRÊS OU O QUATRO, CONTRA OS QUE ESTÃO CONTRA E A FAVOR, CONTRA TUDO E TODOS E O QUE CALHAR, DESDE QUE NÃO NOS BATAM... * contradois@hotmail.com
30 abril 2006
29 abril 2006
* BRIGADA ANTI-CÃES VADIOS NA CIDADE DE ÓIS DA RIBEIRA
Ois da Ribeira está cheia de cães à solta. Cães mesmo a sério, dos que mordem e transmitem a raiva e são um perigo para a saúde e segurança pública.
Vai-se à pateira e são matilhas deles, abandonados e esfomeados, dias há em que são dezenas a escaranfuchar nos caixotes do lixo. E já morderam várias pessoas... Vai-se ao centro da freguesia, junto ao centro social da Arcor e da sede da Junta, e é o que se vê. E não se devia ver. Cães e cães à solta...
Ruas da freguesia fora, pois também é o que se vê. Isto já não é uma aldeia de pessoas civilizadas e seguras, é mais um canil. E ninguém vê isto.
O que andam a fazer as autoridades públicas? A Junta de Freguesia de Ois, a Câmara Municipal de Águeda, o Centro de Saúde ou lá quem é que mais ordena nestas coisas.
28 abril 2006
* COMBUSTÍVEIS E CUSTOS DO CONSUMO ENERGÉTICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O mesmo PS que iniciou o ciclo infernal dos défices orçamentais, mantendo os preços dos combustíveis à custa da receita fiscal, é o PS que agora conta com os impostos sobre os combustíveis para ajeitar as suas contas. Num curto prazo de três anos o partido do governo adopta medidas contraditórias nos domínios das políticas orçamentais e energéticas.
Se não restam dúvidas de que Sócrates tem uma política para as contas públicas, não restam também grandes dúvidas de que quanto à energia são muito poucas as ideias.
Ainda assim fui optimista e decidi visitar a página da Direcção-Geral da Energia, a página é tão pobre que mais valia substituir o que lá está pela fotografia da bilha. Encontrei rastos de um balanço energético mas nada mais.
Procurei no Programa do Governo e encontrei um ponto dedicado ao tema com princípios que poderiam indiciar uma política energética, ainda que seja evidente que o governo está mais preocupado com as estruturas empresariais do sector, do que em reflectir sobre a nossa dependência energética.
As medidas previstas não vão além do superficial ou mesmo infantil.
Passado um ano de governo teremos que concluir que, eólicas à parte, parece que a grande medida adoptada para o sector foi a nomeação de Fernando Gomes para a administração da GALP. As medidas no âmbito no âmbito das energias renováveis são tão importantes quanto evidentes, mas não resolvem a nossa dependência energética, e mesmo aceitando os mecanismos de mercado os governos não estão dispensados de reflectir sobre estratégias para o futuro. E não basta falar em energia eólica ou de bio-massa, seria de esperar que outras políticas, da industrial e tecnológica à tributação de veículos, e não só, tivessem como pressuposto uma estratégia no plano energético. Seriam de esperar medidas de poupança e eficácia, e o que se tem visto é muito pouco.
Não basta confiar no mercado, como se fossemos grandes produtores, e ficar a olhar para as cotações do crude, rezando para que não subam mais, ou desejando que o Irão faças as pazes com o Ocidente ao mesmo tempo que o ministro dos Negócios Estrangeiros adopta a pose de galo da Índia. Um pequeno exemplo, o que fez ou tenciona o governo para reduzir o consumo energético da Administração Pública? Setecentos mil funcionários e muitos milhares de edifícios sem qualquer gestão no domínio dos consumos de energia, significam demasiados desperdícios para que nada se faça.
Se não restam dúvidas de que Sócrates tem uma política para as contas públicas, não restam também grandes dúvidas de que quanto à energia são muito poucas as ideias.
Ainda assim fui optimista e decidi visitar a página da Direcção-Geral da Energia, a página é tão pobre que mais valia substituir o que lá está pela fotografia da bilha. Encontrei rastos de um balanço energético mas nada mais.
Procurei no Programa do Governo e encontrei um ponto dedicado ao tema com princípios que poderiam indiciar uma política energética, ainda que seja evidente que o governo está mais preocupado com as estruturas empresariais do sector, do que em reflectir sobre a nossa dependência energética.
As medidas previstas não vão além do superficial ou mesmo infantil.
Passado um ano de governo teremos que concluir que, eólicas à parte, parece que a grande medida adoptada para o sector foi a nomeação de Fernando Gomes para a administração da GALP. As medidas no âmbito no âmbito das energias renováveis são tão importantes quanto evidentes, mas não resolvem a nossa dependência energética, e mesmo aceitando os mecanismos de mercado os governos não estão dispensados de reflectir sobre estratégias para o futuro. E não basta falar em energia eólica ou de bio-massa, seria de esperar que outras políticas, da industrial e tecnológica à tributação de veículos, e não só, tivessem como pressuposto uma estratégia no plano energético. Seriam de esperar medidas de poupança e eficácia, e o que se tem visto é muito pouco.
Não basta confiar no mercado, como se fossemos grandes produtores, e ficar a olhar para as cotações do crude, rezando para que não subam mais, ou desejando que o Irão faças as pazes com o Ocidente ao mesmo tempo que o ministro dos Negócios Estrangeiros adopta a pose de galo da Índia. Um pequeno exemplo, o que fez ou tenciona o governo para reduzir o consumo energético da Administração Pública? Setecentos mil funcionários e muitos milhares de edifícios sem qualquer gestão no domínio dos consumos de energia, significam demasiados desperdícios para que nada se faça.
27 abril 2006
* MACACOS ME OLHEM...
E a macaca respondeu: - Meu filho, olha que devias dar graças a Deus por sermos assim. Devias ver a cara da pessoa que está a ler esta mensagem...
Um ribeirense perguntou a outro: Porque é que as nossas estradas estão cheia de buracos?
Respondeu o outro: Porque o presidente da Junta não fala pró George Americano e nós andamos todos para aqui a fazer figura de urso!
26 abril 2006
* ROMANCE POLÍTICO: D. CAMALEÃO DE ´OIS DA RIBEIRA - PARTE V (FIM)
Como consegue Don Camaleão manter o seu rebanho de afilhados fiéis, sempres votantes e de uma lealdade quase canina? É fácil, Dom Camaleão é um verdadeiro padrinho em todos os sentidos da palavra, cuida das suas carreiras, faz de coNta que os ajuda nas dificuldades, dá-lhes honrarias extras e elogios fáceis, diz que arranja empregos para os seus familiares e, para os mais importantes, passa a vida a engraxar-lhe as botas, semprehumilde e subserviente.
Don Camaleão assegura aos seus afilhados uma estabilidade que com os tempos que se vivem na vida pública e privada é um bem precioso.
Ser afilhado do Don Camaleão é ter o futuro assegurado, os favores quase certos, o crédito quase sempre facilitado (na vida e na morte), fantasias emocionais garantidas e naturalmente uma boas pançadas, no restaurante ou na casa de uns e de outros.
Por isso a lealdade dos afilhados em relação ao padrinho está acima de qualquer outro valor, pois Don Camaleão, diríamos que para eles é um verdadeiro santo - embora ele seja de poucas missas.
Quando vai à cidade reunir com a instituição acima dele, ainda antes de o fazer vai apresentar cumprimentos a toda a gente da corte, perguntar-lhe como vai a saúde, se os da família estão todos bem. A fidelidade igualmente e a manifestação dessa fidelidade incondicional estãopara ele acima de qualquer outro valor. Não há furacão que abale essa fidelidade.
Ele faz aos de cima o que exige que lhe façam a ele. Por isso anda todo a gente a lamber botas uns aos outros e a mentirem-se uns aos outros.
Fim
Don Camaleão assegura aos seus afilhados uma estabilidade que com os tempos que se vivem na vida pública e privada é um bem precioso.
Ser afilhado do Don Camaleão é ter o futuro assegurado, os favores quase certos, o crédito quase sempre facilitado (na vida e na morte), fantasias emocionais garantidas e naturalmente uma boas pançadas, no restaurante ou na casa de uns e de outros.
Por isso a lealdade dos afilhados em relação ao padrinho está acima de qualquer outro valor, pois Don Camaleão, diríamos que para eles é um verdadeiro santo - embora ele seja de poucas missas.
Quando vai à cidade reunir com a instituição acima dele, ainda antes de o fazer vai apresentar cumprimentos a toda a gente da corte, perguntar-lhe como vai a saúde, se os da família estão todos bem. A fidelidade igualmente e a manifestação dessa fidelidade incondicional estãopara ele acima de qualquer outro valor. Não há furacão que abale essa fidelidade.
Ele faz aos de cima o que exige que lhe façam a ele. Por isso anda todo a gente a lamber botas uns aos outros e a mentirem-se uns aos outros.
Fim
25 abril 2006
* ROMANCE POLÍTICO: D. CAMALEÃO DE OIS DA RIBEIRA - PARTE IV
Don Camaleão, como se disse no episódio anterior, não pode nomear ninguém quem mande alguma coisa mas julga ter o poder de os derrubar. E derrubar como, se ele é tão subserviente?
A melhor forma de derrubar um qualquer gajjo acima, ou que incomode, é recorrer à comunicação social, nenhum líder se mantém ao de cima se for queimado na comunicação social. A principal preocupação de D. Camaleão é, pois, dar-se bem com a comunicação social e aí ele é mestre, quanto mais não seja para aguentar a sua própria pele. E andar numas pançadas.
Don Camaleão tem vastas relações na comunicação social mas não recorre directamente aos seus favores, isso poderia prejudicar a imagem da instituição que o alberga e lhe serve de disfarce. A melhor forma de actuar junto da comunicação social é, pois, através de alguns dos seus afilhados.
Aliás, entre alguns jornalista e os afilhados do Don Camaleão - quando não ele mesmo... - há um pacto de colaboração, aqueles dão aos jornalistas informação regular que assegura o seu sucesso profissional e estes ajudam-nos a derrubar osopositores, sempre que estes começarem a incomodar. Uma boa parte das notícias podem ter duas leituras, a que o cidadão comum lê e o objectivo simulado da própria notícias.
(continua amanhã)
A melhor forma de derrubar um qualquer gajjo acima, ou que incomode, é recorrer à comunicação social, nenhum líder se mantém ao de cima se for queimado na comunicação social. A principal preocupação de D. Camaleão é, pois, dar-se bem com a comunicação social e aí ele é mestre, quanto mais não seja para aguentar a sua própria pele. E andar numas pançadas.
Don Camaleão tem vastas relações na comunicação social mas não recorre directamente aos seus favores, isso poderia prejudicar a imagem da instituição que o alberga e lhe serve de disfarce. A melhor forma de actuar junto da comunicação social é, pois, através de alguns dos seus afilhados.
Aliás, entre alguns jornalista e os afilhados do Don Camaleão - quando não ele mesmo... - há um pacto de colaboração, aqueles dão aos jornalistas informação regular que assegura o seu sucesso profissional e estes ajudam-nos a derrubar osopositores, sempre que estes começarem a incomodar. Uma boa parte das notícias podem ter duas leituras, a que o cidadão comum lê e o objectivo simulado da própria notícias.
(continua amanhã)
24 abril 2006
* ROMANCE POLÍTICO: D. CAMALEÃO DE ÓIS DA RIBEIRA - PARTE III
No segundo episódio explicámos como se tinha operado a metamorfose do Camaleão em D. Camaleão, neste vamos explicar como é que o D. Camaleão consegue sobreviver ao longo do tempo, pois com os sucessivos governos mudam os governantes e, em consequência, os dirigentes o que poderia pôr em risco a influência dos seus afilhados.
Aqui reside o sucesso de D. Corleone. O homem de várias caras.
Aqui reside o sucesso de D. Corleone. O homem de várias caras.
Antes de mais o nosso padrinho teve a arte de se manter resguardado de lutas partidários não perguntando o partido daqueles que lhe pedem favores, nem aparentemente distinguir os seus afilhados em função das suas opções partidária. O nosso D. Camaleão, como um bom padrinho que se preza, é supostamente apartidário embora dê a cara por um partido, é um verdadeiro exemplo para a nossa moderna gestão pública.
O nosso D. Camaleão não conta apenas com posições sólidas ao nível dos dirigentes do partido onde empreita as suas notáveis obras públicas, cuida também de um viveiro de futuros dirigentes e é ver o ver-se-avias de candidatos que ele muda de umas listas para as outras. Quem não lhe é fiel, paga caro.
O nosso D. Camaleão não conta apenas com posições sólidas ao nível dos dirigentes do partido onde empreita as suas notáveis obras públicas, cuida também de um viveiro de futuros dirigentes e é ver o ver-se-avias de candidatos que ele muda de umas listas para as outras. Quem não lhe é fiel, paga caro.
Quando um qualquer é substituído a probabilidade de ser substituído por outro afilhado é muito grande - pois D. Camaleão quer manter intocável a sua influência. É por isso que o seu poder se mantém e até se poderá ter reforçado ao longo de 20 anos.
Os únicos que o D. Camaleão não pode nomear são poucos, mas isso não é problema para o nosso padrinho. Mas se o D. Camaleão não pode nomear este ou aquele, pode derrubá-los, que é bem mais fácil. Quando o começam a incomodar, ou aos seus os afilhados, D. Camaleão activa-lhe logo a contagem decrescente.
Como consegue D. Camaleão isto tudo? Esse vai ser o tema do próximo episódio.
Os únicos que o D. Camaleão não pode nomear são poucos, mas isso não é problema para o nosso padrinho. Mas se o D. Camaleão não pode nomear este ou aquele, pode derrubá-los, que é bem mais fácil. Quando o começam a incomodar, ou aos seus os afilhados, D. Camaleão activa-lhe logo a contagem decrescente.
Como consegue D. Camaleão isto tudo? Esse vai ser o tema do próximo episódio.
(Continua amanhã)
Questão: Quem é D. Camaleão?
Resposta nos próximos capítulos
Questão: Quem é D. Camaleão?
Resposta nos próximos capítulos
23 abril 2006
* ROMANCE POLÍTICO: D. CAMALEÃO DE ÓIS DA RIBEIRA - PARTE II
Como foi dito no primeiro episódio, o D. Camaleão é pura ficção e as muitas coincidências que possam existir são isso mesmo, puras coincidências.
Ao retomar a história do D. Camaleão, vamos voltar um pouco atrás e traçar o seu perfil, explicar como se passa de figura desconhecida ao estatuto de padrinho. No caso do nossos D. Camaleão, a história começa há para aí vinte anos na figura de um jovem "assessor" todo-poderoso de um poderoso governante.
Nessa altura era conhecido só por Camaleão e era o braço direito do governante que nele queria delegar o imenso poder, o que lhe permitia já - a Camaleão - nomear ou influenciar algumas coisas. Isto é, ainda não era padrinho e já não lhe faltavam afilhados.
Embora conotado com o partido nunca lhe foram conhecidas grandes fidelidades partidárias, para isso contava com o apoio de um grupo de outros camaleões bem colocados no partido.
Ao fim de anos de trabalhar na governação o nosso Camaleão já tinha uma vasto número de afilhados, um verdadeiro viveiro de futuros dirigentes, dos quais haveriam de sair chefes de divisão, subdirectores-gerais, directores-gerais e mesmo directores-gerais.
Ao fim de anos de trabalhar na governação o nosso Camaleão já tinha uma vasto número de afilhados, um verdadeiro viveiro de futuros dirigentes, dos quais haveriam de sair chefes de divisão, subdirectores-gerais, directores-gerais e mesmo directores-gerais.
Apoiantes incondicionais do Camaleão seriam o seu futuro exército particular.
A ideia era, a do nosso Camaleão, era que quando abandonasse os gabinetes do poder ter ás suas ordens uma vasta rede de afilhados disponíveis para fazerem todos os favores que lhe fosse solicitados. E que ele mandasse. Portanto, com o nosso Camaleão, a regra do “rei morto, rei posto« não se aplicaria, quando abandonasse as lides governamentais, pois facilmente encontraria gente disposta a pôr-se de joelhos ao seu virtual poder e interessada nos serviços dos seus afilhados. Ele queria mesmo ser o Padrinho".
Estava concluída a metamorfose do Camaleão em D. Camaleão!!! A vida é assim...
(continua amanhã)
A ideia era, a do nosso Camaleão, era que quando abandonasse os gabinetes do poder ter ás suas ordens uma vasta rede de afilhados disponíveis para fazerem todos os favores que lhe fosse solicitados. E que ele mandasse. Portanto, com o nosso Camaleão, a regra do “rei morto, rei posto« não se aplicaria, quando abandonasse as lides governamentais, pois facilmente encontraria gente disposta a pôr-se de joelhos ao seu virtual poder e interessada nos serviços dos seus afilhados. Ele queria mesmo ser o Padrinho".
Estava concluída a metamorfose do Camaleão em D. Camaleão!!! A vida é assim...
(continua amanhã)
22 abril 2006
* ROMANCE POLÍTICO: DOM CAMALEÃO DE ÓIS DA RIBEIRA - PARTE I
Passado o festivo período da Páscoa, lembrei-me ficcionar um pouco, promovendo a ressurreição de Don Camaleão sob a forma de... Don Camaleão. Tratando-se de uma ficção, todas as personagens são fruto da imaginação e qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. Como o romance é longo, irá sendo apresentado sob a forma de episódios. Até quando calhar.
*
Don Camaleão mexe-se, ou faz por parecer que se mexe nos corredores do poder, e teceu as teias da sua virtual influência fabricando supostas cumplicidades - que faz passar como verdades. E não são, na maior parte das vezes. Ao longo do seu tempo de poder, soube sempre ter a arte de fazer crer que é pessoa de bem, influente e poderosa. É mentira.
Tem a singular esperteza de se insinuar próximo do poder e ter afinidades muito particulares com os holofotes da política. Como os políticos e muita gente faz, é capaz de vender a alma ao diabo, embora conviva com Cristo e os seus apóstolos de agora. A alma, tanto está à venda, como á troca, desde que convenha.
Don Camaleão preferiu perder o poder do dinheiro ao poder dos votos, embora saiba que é aquele que compra o segundo. É o dinheiro que compra e decide para quem são os votos.
O Don Camaleão é, por definição, o padrinho da família política e protege os interesses da família política, humilha-se aos padrinhos de outras famílias - embora faça crer o contrário. Don Camaleão teceu o seu insinuado poder ao longo de anos, mas é invisível e ineficaz.
Faz crer mas não é verdade que nada se faça sem que ele saiba, que ninguém é nomeado sem que ele acene com a cabeça. Os governantes de Lisboa não o conhecem mas ele diz que são seus amigos e estão ao alcance do seu telelé.
Os primeiros-ministros ignoram a boçal figura, os ministros são demitidos, os secretários de estado vão caindo, os directores-gerais são derrubados, os presidentes de Câmara mudam, mudam os governadores civis, mas o Don Camaleão, o padrinho, limita-se a esperar que partam, ou a ajudá-los na partida. Para que ele continue no seu "poder" .
Ninguém acusa Don Camaleão e por isso ele continua a conspirar e a mentir.
(continua)
*
Don Camaleão mexe-se, ou faz por parecer que se mexe nos corredores do poder, e teceu as teias da sua virtual influência fabricando supostas cumplicidades - que faz passar como verdades. E não são, na maior parte das vezes. Ao longo do seu tempo de poder, soube sempre ter a arte de fazer crer que é pessoa de bem, influente e poderosa. É mentira.
Tem a singular esperteza de se insinuar próximo do poder e ter afinidades muito particulares com os holofotes da política. Como os políticos e muita gente faz, é capaz de vender a alma ao diabo, embora conviva com Cristo e os seus apóstolos de agora. A alma, tanto está à venda, como á troca, desde que convenha.
Don Camaleão preferiu perder o poder do dinheiro ao poder dos votos, embora saiba que é aquele que compra o segundo. É o dinheiro que compra e decide para quem são os votos.
O Don Camaleão é, por definição, o padrinho da família política e protege os interesses da família política, humilha-se aos padrinhos de outras famílias - embora faça crer o contrário. Don Camaleão teceu o seu insinuado poder ao longo de anos, mas é invisível e ineficaz.
Faz crer mas não é verdade que nada se faça sem que ele saiba, que ninguém é nomeado sem que ele acene com a cabeça. Os governantes de Lisboa não o conhecem mas ele diz que são seus amigos e estão ao alcance do seu telelé.
Os primeiros-ministros ignoram a boçal figura, os ministros são demitidos, os secretários de estado vão caindo, os directores-gerais são derrubados, os presidentes de Câmara mudam, mudam os governadores civis, mas o Don Camaleão, o padrinho, limita-se a esperar que partam, ou a ajudá-los na partida. Para que ele continue no seu "poder" .
Ninguém acusa Don Camaleão e por isso ele continua a conspirar e a mentir.
(continua)
21 abril 2006
* MEMÓRIAS, MÁGOAS, TACHOS E COMPANHIA... EM ÓIS DA RIBEIRA
Lembrado de algumas coisas de uma vida que já é de anteontem, acorre-me à memória algumas coisas d´Ois da Ribeira. Memória através da qual me lembro de tachos e da palavra "celebração" que acompanha a perpetuação da memória das mágoas da humanidade.
Não me consigo habituar a frases como: "Celebra-se a passagem dos 500 anos sobre o massacre dos judeus em Lisboa". Ou então: "Celebram-se os 60 anos da Shoa". Ou ainda, num outro registo, "Celebram-se 250 anos do terramoto de Lisboa". Ou ainda outra: «O PSD, em Óis da Ribeira, está no poder desde 1988». Já agora mais esta: "A oposição em Óis da Ribeira deixou de existir, faleceu, liorizou-se, passou-se...».
Não me consigo habituar a frases como: "Celebra-se a passagem dos 500 anos sobre o massacre dos judeus em Lisboa". Ou então: "Celebram-se os 60 anos da Shoa". Ou ainda, num outro registo, "Celebram-se 250 anos do terramoto de Lisboa". Ou ainda outra: «O PSD, em Óis da Ribeira, está no poder desde 1988». Já agora mais esta: "A oposição em Óis da Ribeira deixou de existir, faleceu, liorizou-se, passou-se...».
Ensinaram-nos a contar histórias, contando a História. E assim ficamos a saber histórias muito curiosas, com personagens assaz interessantes. Que ficarão para a História. Histórias, cá por Óis da Ribeira, também há muitas: umas delas tem a ver com tachos. Não os de fazer a papinha boa e saborosa, bem codimentada. Mas aqueles que não indo ao lume da cozinha, cozinham alguns interesses mais ou menos preversos. Em Óis da Ribeira e, evidentemente, e em muitos lados. O que é uma dor. Uma mágoa. Uma tristeza.
CITAÇÃO: «Todas as mágoas são suportáveis quando fazemos delas uma história ou contamos uma história a seu respeito.» - Isak Dinesen.
20 abril 2006
* UM BLOGUE MUITO CATÓLICO... NA CRISTANDADE DE ÓIS DA RIBEIRA
O outro blogue da terra, o d´Ois Por Três, que parece que são já cinco ou seis, ou mais..., anda ultimamente muito católico, não sei se já repararam.
Ele é fotos do Padre Júlio, ele é fotos do Amentar das Almas, ele é fotos da Ladaínha, ele é fotos da Igreja, ele é fotos do domingo de ramos, ele é fotos do assalto à caixa de esmolas, ele é fotos da visita pascal...
Não sei se viram, mas o blogue sai cada vez mais à casa... Ou parece... Será que é?
* CONTRABANDO MUSICAL NA INTERNET E OS BURACOS DE ÓIS DA RIBEIRA
A Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) vai apresentar queixas-crime contra utilizadores da Internet que usem serviços ilegais de partilha de ficheiros de música. Raios partam esta porcaria!
Agora que temos um plano para arranjar dinheiro para tapar os buracos das ruas d´Óis da terra e terras vizinhas, com as massas a ganhar com este contrabando musical, logo nos querem lixar a vida, proibindo-nos de sacar filmes e músicas, e pior que tudo, ainda corremos o risco de pagar uma multa até 5000 €! O tanas, é o pagas!!!
E parece que o cerco vai apertar, uma vez "que a cópia ilegal de ficheiros é um crime público" ! Ora vejam lá...
Então, num país que se diz em crise, vender DVD's originais a 35€ e CD's a 20€ não é um crime público? E os bilhetes para o cinema a 5€ ? Tudo bem que se alegue a defesa dos artistas e das editoras... e quem é que defende o consumidor? Já existem páginas nas quais se podem efectuar downloads de músicas de forma legal por 1,5 euros.
Então e se o nosso computador avaria, quem nos devolve o dinheiro das ditas músicas que adquirimos legalmente?
E mais, se os downloads são ilegais, porque é que não fecham os servidores donde eles se efectuam, como fizeram com os servidores nacionais do eMule? É o mesmo que construirem as linhas para o TGV e depois proibirem as pessoas de andar de comboio..
Se até agora os preços dos DVD's e CD's originais não baixaram devido à "concorrência" dos downloads ilegais, agora a tendência ainda vai ser aumentar mais o preço!
Já nos estamos a ver na Worten a comprar o novo CD do James Blunt por 46,90 € (preço verde!) !
E os buracos das ruas?
O Estado, a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia não lhes faz downloads? Não os tapa, não acaba com eles, não os ilegaliza? Ora vão dar uma volta...
PS: Beijinhos á prima e, se beber, não conduza!
Agora que temos um plano para arranjar dinheiro para tapar os buracos das ruas d´Óis da terra e terras vizinhas, com as massas a ganhar com este contrabando musical, logo nos querem lixar a vida, proibindo-nos de sacar filmes e músicas, e pior que tudo, ainda corremos o risco de pagar uma multa até 5000 €! O tanas, é o pagas!!!
E parece que o cerco vai apertar, uma vez "que a cópia ilegal de ficheiros é um crime público" ! Ora vejam lá...
Então, num país que se diz em crise, vender DVD's originais a 35€ e CD's a 20€ não é um crime público? E os bilhetes para o cinema a 5€ ? Tudo bem que se alegue a defesa dos artistas e das editoras... e quem é que defende o consumidor? Já existem páginas nas quais se podem efectuar downloads de músicas de forma legal por 1,5 euros.
Então e se o nosso computador avaria, quem nos devolve o dinheiro das ditas músicas que adquirimos legalmente?
E mais, se os downloads são ilegais, porque é que não fecham os servidores donde eles se efectuam, como fizeram com os servidores nacionais do eMule? É o mesmo que construirem as linhas para o TGV e depois proibirem as pessoas de andar de comboio..
Se até agora os preços dos DVD's e CD's originais não baixaram devido à "concorrência" dos downloads ilegais, agora a tendência ainda vai ser aumentar mais o preço!
Já nos estamos a ver na Worten a comprar o novo CD do James Blunt por 46,90 € (preço verde!) !
E os buracos das ruas?
O Estado, a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia não lhes faz downloads? Não os tapa, não acaba com eles, não os ilegaliza? Ora vão dar uma volta...
PS: Beijinhos á prima e, se beber, não conduza!
19 abril 2006
* LUTAR, LUTAR, PARA ISTO MELHORAR...
Lutar, lutar, batalhar... Todos os dias.
É preciso ir falando das coisas, do saneamento, dos buracos, dos contentores do lixo no principal largo da terra, no deixa-andar em que se sentou o poder instituído. Óis não pode ficar no meio da viagem. É preciso lutar. Todos os dias. Para isto melhorar.
Lutar todo o dia. Mas as coisas não mudam. Não querem que mudem. Não as deixam mudar- E tudo não muda. E nada muda, nem eu. Porém.
É preciso (re)tomar a luta, as lutas... Retomar e avançar, sem dúvidas... Pode ser que amanhã… que amanhã as coisas mudem. Mudem para melhor. Já vai sendo tempo.
Desistir? Isso é que nunca.
Os deuses, os ídolos pés de barro... todos eles, vão ter que me aturar. Sem eu desistir. Isto por cá não anda lá grande coisa, pois não? E pode melhorar, não pode?
Onde anda a oposição e onde está opoder dos grandes senhores d´Óis.
PS: Onde é já ouvimos falar destas coisas?
É preciso ir falando das coisas, do saneamento, dos buracos, dos contentores do lixo no principal largo da terra, no deixa-andar em que se sentou o poder instituído. Óis não pode ficar no meio da viagem. É preciso lutar. Todos os dias. Para isto melhorar.
Lutar todo o dia. Mas as coisas não mudam. Não querem que mudem. Não as deixam mudar- E tudo não muda. E nada muda, nem eu. Porém.
É preciso (re)tomar a luta, as lutas... Retomar e avançar, sem dúvidas... Pode ser que amanhã… que amanhã as coisas mudem. Mudem para melhor. Já vai sendo tempo.
Desistir? Isso é que nunca.
Os deuses, os ídolos pés de barro... todos eles, vão ter que me aturar. Sem eu desistir. Isto por cá não anda lá grande coisa, pois não? E pode melhorar, não pode?
Onde anda a oposição e onde está opoder dos grandes senhores d´Óis.
PS: Onde é já ouvimos falar destas coisas?
* POLÍTICA À PORTUGUESA... MAS QUE NÃO CHEGA AOS NOSSOS LADOS
«Na cidade, todo o passo em frente encontrava uma barricada de caciques, interesses apadrinhados, grupinhos que faziam da política uma briga entre quadrilhas de trapaceiros. Convicções, sistemas - eram frioleiras para uso de ingénuos. Política era negócio, mando, vassalagem, favores como moeda de troca, aversão pelo homem livre ou pelo rival que fazia o mesmo jogo do outro lado da trincheira» .
in "Retalhos da Vida de um Médico - primeira série"
Pela minha parte, foi com alívio que soube que grande parte dos deputados faltou em quarta-feira santa aos trabalhos do plenário da AR. Pelo menos nessa véspera de fim-de-semana pascal, nós, os portugueses, corremos menos riscos. Pena é que a moda não pegue cá mais por perto.
in "Retalhos da Vida de um Médico - primeira série"
Pela minha parte, foi com alívio que soube que grande parte dos deputados faltou em quarta-feira santa aos trabalhos do plenário da AR. Pelo menos nessa véspera de fim-de-semana pascal, nós, os portugueses, corremos menos riscos. Pena é que a moda não pegue cá mais por perto.
18 abril 2006
* ATAQUE AMERICANO AO IRÃO NA DATA/HORA 01:02:03.04/05/06
Curiosidade
Quarta feira, dia 4 de Maio de 2006, aos 2 minutos e 3 segundos depois da 1:00 hora da manhã, o grupo data/hora desse momemto será assim:
01:02:03.04/05/06
Quarta feira, dia 4 de Maio de 2006, aos 2 minutos e 3 segundos depois da 1:00 hora da manhã, o grupo data/hora desse momemto será assim:
01:02:03.04/05/06
*
Será neste momento que o doido do Bush americano das bombas atacará o maluco do Ahmadinejad do Irão?
Estes dois gajos nunca se deram bem e desde que os iranianos mandaram embora o Xá, que andam sempre às marradas. O Ahmadinejad quer ter a bomba atómica, mas o Bush não deixa e atacará o Irão. A Condorcet já consultou os astros e o momento do ataque americano será este: 01:02::03.04/o5/06. Porque se conjugam uma série de vantagens astrais e os iranianos, naquela hora, também estão com o coiso virado para o ar, a rezar ao Alá.
E perguntarão os espertalhotes dos americanos: mas como é que um tipo de Óis consegue descobrir isto e os nossos serviços secretos não viram patavina? Pois, eles são americanos mas não são de Óis da Ribeira!
* PSEUDO-DEMOCRACIA E EXPLORAÇÃO DOS TRABALHADORES PORTUGUESES
Há vários mitos que os políticos, os mesmos que assinam o livro de ponto e se põem a andar...) lançam e logo são absorvidos pelo povinho português.
O chauvinismo bacoco de muito desse povinho acaba mesmo por compreender os baixos salários que neste país se praticam, dizendo que ganhamos mais que países americanos, africanos, asiáticos ou europeus fora da União Europeia.
Não se lembram é que os impostos e os preços em Portugal não são americanos, africanos nem asiáticos, nem sequer da Europa periférica. Por isso, as únicas comparações válidas são as feitas com os países da União Europeia (UE). Obviamente. E aí ficamos sempre a perder.
Quanto a salários, temos o salário mínimo mais baixo da UE, o único abaixo dos 400 euros. Não tendo por onde pegar nisto dos salários, o governo fala em falta de produtividade, falta de vontade de trabalhar, em demasiados feriados e noutras palermices em que quase toda a gente acredita (estúpidos que nem uma porta!).
Primeiro, todos sabemos (ou devíamos saber) que muitas vezes a culpa da baixa produtividade é das próprias empresas, que nunca investiram na formação nem em condições adequadas para os trabalhadores. Em segundo lugar, temos de novo o problema dos baixos salários. Sabendo um trabalhador, por exemplo o António, que o seu primo Zé trabalha no Luxemburgo a fazer a mesma coisa e ganha quatro ou cinco vezes mais, é óbvio que não vai pensar na porcaria da produtividade, pois primeiro tem que pensar é em fazer o dinheiro esticar para alimentar os filhos. E que eu saiba, nunca o governo luxemburguês - nem qualquer outro governo do mundo - se queixou da baixa produtividade dos portugueses que, quando se vêem recompensados monetariamente, se esfolam a trabalhar.
Quanto ao outro mito já institucional: em Portugal trabalha-se pouco e há muitos feriados. Olhando para um estudo de 2003 sobre as condições de emprego na Europa, espanhol, que português desconfio sempre, vejo que Portugal é um dos países europeus com mais feriados, isso é verdade. Mas também vejo o resto. Porque é que quem invoca os feriados não diz também que em muitos países europeus os trabalhadores têm mais dias de férias? E que se trabalha menos horas por semana? Porque raio é que temos que andar toda a vida a ouvir governo e patrões a queixarem-se do excesso de feriados, culpando-os de todos os males?
Feitas as contas, vemos que (para não variar) é precisamente nos países do centro e norte da Europa que se trabalha menos horas. No entanto, é nesses países que se ganha mais e ninguém se queixa da baixa produtividade, nem sequer no Luxemburgo, onde quase 20% da população é portuguesa.
Se os políticos e empresários portugueses tivessem um pingo de vergonha na cara, não arranjavam desculpas em que o bode expiatório é sempre o mesmo: o trabalhador.
Se um governo só é capaz de endireitar a economia à custa da penalização dos trabalhadores, então Salazar foi o melhor governante que Portugal já teve, pois ninguém o fez tão bem como ele. E não sou eu quem quer Salazar de volta. São todos aqueles que aprovam as medidas de Sócrates, todas a penalizar quem trabalha. Isto, repito, já Salazar fazia, não foi nenhum governo pseudo-democrático que o inventou. E com vantagem: como não precisava de campanhas eleitorais para ser eleito, também não precisava de mentir. Ao contrário do camarada 1º. Ministro Sócrates.
O chauvinismo bacoco de muito desse povinho acaba mesmo por compreender os baixos salários que neste país se praticam, dizendo que ganhamos mais que países americanos, africanos, asiáticos ou europeus fora da União Europeia.
Não se lembram é que os impostos e os preços em Portugal não são americanos, africanos nem asiáticos, nem sequer da Europa periférica. Por isso, as únicas comparações válidas são as feitas com os países da União Europeia (UE). Obviamente. E aí ficamos sempre a perder.
Quanto a salários, temos o salário mínimo mais baixo da UE, o único abaixo dos 400 euros. Não tendo por onde pegar nisto dos salários, o governo fala em falta de produtividade, falta de vontade de trabalhar, em demasiados feriados e noutras palermices em que quase toda a gente acredita (estúpidos que nem uma porta!).
Primeiro, todos sabemos (ou devíamos saber) que muitas vezes a culpa da baixa produtividade é das próprias empresas, que nunca investiram na formação nem em condições adequadas para os trabalhadores. Em segundo lugar, temos de novo o problema dos baixos salários. Sabendo um trabalhador, por exemplo o António, que o seu primo Zé trabalha no Luxemburgo a fazer a mesma coisa e ganha quatro ou cinco vezes mais, é óbvio que não vai pensar na porcaria da produtividade, pois primeiro tem que pensar é em fazer o dinheiro esticar para alimentar os filhos. E que eu saiba, nunca o governo luxemburguês - nem qualquer outro governo do mundo - se queixou da baixa produtividade dos portugueses que, quando se vêem recompensados monetariamente, se esfolam a trabalhar.
Quanto ao outro mito já institucional: em Portugal trabalha-se pouco e há muitos feriados. Olhando para um estudo de 2003 sobre as condições de emprego na Europa, espanhol, que português desconfio sempre, vejo que Portugal é um dos países europeus com mais feriados, isso é verdade. Mas também vejo o resto. Porque é que quem invoca os feriados não diz também que em muitos países europeus os trabalhadores têm mais dias de férias? E que se trabalha menos horas por semana? Porque raio é que temos que andar toda a vida a ouvir governo e patrões a queixarem-se do excesso de feriados, culpando-os de todos os males?
Feitas as contas, vemos que (para não variar) é precisamente nos países do centro e norte da Europa que se trabalha menos horas. No entanto, é nesses países que se ganha mais e ninguém se queixa da baixa produtividade, nem sequer no Luxemburgo, onde quase 20% da população é portuguesa.
Se os políticos e empresários portugueses tivessem um pingo de vergonha na cara, não arranjavam desculpas em que o bode expiatório é sempre o mesmo: o trabalhador.
Se um governo só é capaz de endireitar a economia à custa da penalização dos trabalhadores, então Salazar foi o melhor governante que Portugal já teve, pois ninguém o fez tão bem como ele. E não sou eu quem quer Salazar de volta. São todos aqueles que aprovam as medidas de Sócrates, todas a penalizar quem trabalha. Isto, repito, já Salazar fazia, não foi nenhum governo pseudo-democrático que o inventou. E com vantagem: como não precisava de campanhas eleitorais para ser eleito, também não precisava de mentir. Ao contrário do camarada 1º. Ministro Sócrates.
17 abril 2006
* OUTROS E NOVOS TEMPOS POLÍTICOS LOCAIS DE ÓIS DA RIBEIRA
Lendo na 5ª. feira santa uma carta de amigo meu, que posso considerar uma pequena dissertação sobre a actualidade política de Óis da Ribeira (dos anos 80...), dei-me de frente a um dilema da busca incessante e cruel da (in)felicidade sob o paradigma de três alicerces: há política, há políticos, ou não há uma coisa e outra?
De imediato, após a leitura da carta, me advieram à memória as longas e deliciosas discussões que tive com um grupo de queridos amigos nessas rodas enológicas - que juntava malta nova d´Ois. Ao tempo, pese o teor alcoólico já impregnado nas correntes sanguíneas, a discussão sempre findava em bom termo e sempre achávamos mais conveniente abrirmos mais uma garrafa, para a degustar.
Ao tempo, com as devidas palavras e muitos àpartes pelos mais afoitos, cada um dava opinião e não se ofendia. A enxurrada de críticas e ponderações, se as havia, eram feitas em tom civilizado, ainda que determinado.
Agora, ao que sei, ofende-se mais que se discute e dizem-me ao ouvido que até ameaças veladas se fazem aos "inimigos" políticos. Tornando-se todos uns infelizes. Ora, sem felicidade não há paz, melhoria da qualidade de vida, certeza de escolhas afectivas e a realização de trabalho público de forma mais honesta possível.
Este fim de semana, fim de semana pascal, troquei conversa com o mesmo velho - que por Óis sempre esteve. Sentimo-nos ambos incomodados. E tristes. Ouvi, ouvi... e depois de algumas perguntas, entre mim e o meu amigo houve um silêncio geral, cortado apenas pelo excepcional baixista Charles Mingus ( 1922-1979 ), que se ouvia no seu aparelho de som.
Degustámos um bom vinho e um pedaço de folar com queijo e sentimo-nos felizes, como antigamente. Partilho esta alegria convosco, com o prazer dos bons vinhos, da boa comida e da boa música. Mas não com a política e os políticos de Óis da Ribeira.
De imediato, após a leitura da carta, me advieram à memória as longas e deliciosas discussões que tive com um grupo de queridos amigos nessas rodas enológicas - que juntava malta nova d´Ois. Ao tempo, pese o teor alcoólico já impregnado nas correntes sanguíneas, a discussão sempre findava em bom termo e sempre achávamos mais conveniente abrirmos mais uma garrafa, para a degustar.
Ao tempo, com as devidas palavras e muitos àpartes pelos mais afoitos, cada um dava opinião e não se ofendia. A enxurrada de críticas e ponderações, se as havia, eram feitas em tom civilizado, ainda que determinado.
Agora, ao que sei, ofende-se mais que se discute e dizem-me ao ouvido que até ameaças veladas se fazem aos "inimigos" políticos. Tornando-se todos uns infelizes. Ora, sem felicidade não há paz, melhoria da qualidade de vida, certeza de escolhas afectivas e a realização de trabalho público de forma mais honesta possível.
Este fim de semana, fim de semana pascal, troquei conversa com o mesmo velho - que por Óis sempre esteve. Sentimo-nos ambos incomodados. E tristes. Ouvi, ouvi... e depois de algumas perguntas, entre mim e o meu amigo houve um silêncio geral, cortado apenas pelo excepcional baixista Charles Mingus ( 1922-1979 ), que se ouvia no seu aparelho de som.
Degustámos um bom vinho e um pedaço de folar com queijo e sentimo-nos felizes, como antigamente. Partilho esta alegria convosco, com o prazer dos bons vinhos, da boa comida e da boa música. Mas não com a política e os políticos de Óis da Ribeira.
16 abril 2006
* DEPUTADOS FALTOSOS E AUTARCAS LOCAIS MAL PAGOS
A ladainha é recorrente.
De cada vez que os políticos têm atitudes irresponsáveis semelhantes às que os deputados protagonizaram há dias, com a "fuga" antecipada para férias, logo aparece alguém - desta vez um tal de Rui Silva, ex-deputado do extinto PRD - a desresponsabilizá-los e a dizer que "não são os melhores mas os disponíveis".
Rui Silva veio recordar que um estudo prova que os políticos portugueses são os mais mal pagos da Europa, justificando a razão de ser da sua falta. Não tenho a certeza de que os políticos portugueses sejam os mais mal pagos - penso que os espanhóis ganham menos... -, mas o que é para mim mais importante é a constatação de que estes senhores, a cada momento, fazem comparações não com os restantes trabalhadores de Portugal mas com os políticos de países em que o salário mínimo atinge valores que, comparados com os nossos, nos fazem corar de vergonha e inveja. No Luxemburgo, por exemplo, o ordenado mínimo anda à volta de 1300 (mil e trezentos) euros.
Não considero como válido o argumento que desresponsabiliza os políticos com base nos seus hipotéticos maus vencimentos, que, de resto, considero exorbitantes - cerca de 4000 euros mensais (800 contos...), sem contar com outras regalias, é o que vencem os deputados - comparados com o ordenado médio dos portugueses. Até porque, se formos por esse campo, estarão criadas as condições para a desresponsabilização também de muitas outras classes profissionais, essas, sim, bastante mal pagas.
Mal comparado, era a mesma coisa que dizer que os autarcas locais não fazem nada porque... ganham pouco. Ou não ganham nada.
De cada vez que os políticos têm atitudes irresponsáveis semelhantes às que os deputados protagonizaram há dias, com a "fuga" antecipada para férias, logo aparece alguém - desta vez um tal de Rui Silva, ex-deputado do extinto PRD - a desresponsabilizá-los e a dizer que "não são os melhores mas os disponíveis".
Rui Silva veio recordar que um estudo prova que os políticos portugueses são os mais mal pagos da Europa, justificando a razão de ser da sua falta. Não tenho a certeza de que os políticos portugueses sejam os mais mal pagos - penso que os espanhóis ganham menos... -, mas o que é para mim mais importante é a constatação de que estes senhores, a cada momento, fazem comparações não com os restantes trabalhadores de Portugal mas com os políticos de países em que o salário mínimo atinge valores que, comparados com os nossos, nos fazem corar de vergonha e inveja. No Luxemburgo, por exemplo, o ordenado mínimo anda à volta de 1300 (mil e trezentos) euros.
Não considero como válido o argumento que desresponsabiliza os políticos com base nos seus hipotéticos maus vencimentos, que, de resto, considero exorbitantes - cerca de 4000 euros mensais (800 contos...), sem contar com outras regalias, é o que vencem os deputados - comparados com o ordenado médio dos portugueses. Até porque, se formos por esse campo, estarão criadas as condições para a desresponsabilização também de muitas outras classes profissionais, essas, sim, bastante mal pagas.
Mal comparado, era a mesma coisa que dizer que os autarcas locais não fazem nada porque... ganham pouco. Ou não ganham nada.
15 abril 2006
* AS POLITICAS AUTÁRQUICAS LOCAIS E AS MORTES ELEITORAIS
A política de Óis da Ribeira tem sido dominada por dois clãs: o do PS e o do PSD, desde o tempo em que Abril fez eleições livres.
Livres? Bom, já há muito quem por aí diga que não são nada disso, que são controladas pelos novos salazares, marcelos e otelos cá da terra.
Partido prometedor, foi o CDS - emergido da raízes pré-25A, solidário mas, porém, pouco interventivo e ainda menos votado. Teve, ao todo, umas três/quatro candidaturas com algumas possibilidades eleitorais. Depois, morreu... gradualmente engolido pelo PSD do Pires.
O mesmo está a acontecer ao PS, vencedor das três primeiras eleições locais - duas vezes elegendo Isauro Carvalho, outra Agostinho Tavares. Depois, foi o desastre que se sabe, perdendo sempre, elegendo apenas um candidato (umas vezes), edescapitalizando-se crescentemente com demissões não explicadas e a tomada de posições oposicionistas pouco ortodoxas. Até ao tempo de nem sequer apresentar lista.
Morreu o CDS e está a finar-se o PS, em cujas fileiras o PSD vai achando mais militantes e candidatos. Finórios, estes psd´s. Isto é: uns andam de olhos abertos e pé ligeiro. Outros, mais sabidos, são "comidos" pela sua própria conversa.
Livres? Bom, já há muito quem por aí diga que não são nada disso, que são controladas pelos novos salazares, marcelos e otelos cá da terra.
Partido prometedor, foi o CDS - emergido da raízes pré-25A, solidário mas, porém, pouco interventivo e ainda menos votado. Teve, ao todo, umas três/quatro candidaturas com algumas possibilidades eleitorais. Depois, morreu... gradualmente engolido pelo PSD do Pires.
O mesmo está a acontecer ao PS, vencedor das três primeiras eleições locais - duas vezes elegendo Isauro Carvalho, outra Agostinho Tavares. Depois, foi o desastre que se sabe, perdendo sempre, elegendo apenas um candidato (umas vezes), edescapitalizando-se crescentemente com demissões não explicadas e a tomada de posições oposicionistas pouco ortodoxas. Até ao tempo de nem sequer apresentar lista.
Morreu o CDS e está a finar-se o PS, em cujas fileiras o PSD vai achando mais militantes e candidatos. Finórios, estes psd´s. Isto é: uns andam de olhos abertos e pé ligeiro. Outros, mais sabidos, são "comidos" pela sua própria conversa.
14 abril 2006
* OS POLÍTICOS TODOS AO CENTRO E OUTROS A FUGIR COM O RABO Á SERINGA
O PS nacional mudou-se para o "centro", onde tradicionalmente habita(va) o PSD, ocupando um mesmo espaço político. Foi por isso, e com muita demagogia, que ganhou as eleições ao Santana Lopes e, depois, a Câmara Municipal de Águeda?
E aqui em Óis da Ribeira, como é?
O PS ganhou as três primeiras Juntas de Freguesia, perdeu a quarta e nunca mais deu ar de si. Pôs-se nas covas!!!... Fugiu com o rabo á seringa e já nem se candidata. Também o PS daqui fugiu da esquerda para o centro?
Ou PS e PSD já são a mesma e única coisa?
Como poderão os socialistas de Óis fazer oposição a uma Junta instalada no poder desde 1989 e que parece eternizar-se? Não podem. Fugiram, foram-se embora...
Como podem fazer combate político se nem um militante/candidato apresentaram a eleições? Istio, há depois da barracada que foi apresentar, em 2001, aquele rapaz que em 2005 foi pró Bloco de Esquerda.
Assim, não é possível, ou é muito difícil, formar uma oposição que distinga valores e marque as diferenças, se as há, entre PSD do PS.
Cá para mim, quisesse o PS de Óis e todos os dias se perceberiam claras e distintas diferenças, onde há diferenças entre os dois partidos. O problema, também tão claro e distinto, está no "quisesse". E o PS de Óis não quis.
Isto é o que o doisportres nunca quis dizer, porque os autores, se não me engano, andam todos os dias em pançadas os tipos. E depois Óis dá nisto. No que é... Um império... O reino do Pires.
E aqui em Óis da Ribeira, como é?
O PS ganhou as três primeiras Juntas de Freguesia, perdeu a quarta e nunca mais deu ar de si. Pôs-se nas covas!!!... Fugiu com o rabo á seringa e já nem se candidata. Também o PS daqui fugiu da esquerda para o centro?
Ou PS e PSD já são a mesma e única coisa?
Como poderão os socialistas de Óis fazer oposição a uma Junta instalada no poder desde 1989 e que parece eternizar-se? Não podem. Fugiram, foram-se embora...
Como podem fazer combate político se nem um militante/candidato apresentaram a eleições? Istio, há depois da barracada que foi apresentar, em 2001, aquele rapaz que em 2005 foi pró Bloco de Esquerda.
Assim, não é possível, ou é muito difícil, formar uma oposição que distinga valores e marque as diferenças, se as há, entre PSD do PS.
Cá para mim, quisesse o PS de Óis e todos os dias se perceberiam claras e distintas diferenças, onde há diferenças entre os dois partidos. O problema, também tão claro e distinto, está no "quisesse". E o PS de Óis não quis.
Isto é o que o doisportres nunca quis dizer, porque os autores, se não me engano, andam todos os dias em pançadas os tipos. E depois Óis dá nisto. No que é... Um império... O reino do Pires.
* DIA UM DO BLOGUE CONTRA D´OIS
Olá!!!
Nascemos hoje, em tarde santa, de uma sexta-feira, 14 de Abril - por pouco o dia do azar, dia 13!!! Que foi mesmo ontem... Olha do que nos livrámos.
Nascemos para dizer o que os outros blogues e sites de Óis não dizem e precisa de ser dito. Vamos falar do que for preciso. De cá, dali e de onde calhar.Vamos dizer aqui coisas que podem (não) ser verdade mas podiam (não) ter sido. Ou o contrário. Sempre, sempre do contra (contra qualquer coisa...). O que até pode ser a favor de alguma, ou algo. Mas nunca contra ninguém. Isso é que nunca! Não é do nosso feitio.
Vamos ver-nos por aqui!
Nascemos hoje, em tarde santa, de uma sexta-feira, 14 de Abril - por pouco o dia do azar, dia 13!!! Que foi mesmo ontem... Olha do que nos livrámos.
Nascemos para dizer o que os outros blogues e sites de Óis não dizem e precisa de ser dito. Vamos falar do que for preciso. De cá, dali e de onde calhar.Vamos dizer aqui coisas que podem (não) ser verdade mas podiam (não) ter sido. Ou o contrário. Sempre, sempre do contra (contra qualquer coisa...). O que até pode ser a favor de alguma, ou algo. Mas nunca contra ninguém. Isso é que nunca! Não é do nosso feitio.
Vamos ver-nos por aqui!
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