04 fevereiro 2010

||| UMA BOA DESCULPA...


Qualquer um de nós passa uma boa parte do tempo da vida a criar e a apresentar desculpas. E as energias que não gastamos a arranjá-las, a inventá-las, a prepará-las, a ensaiá-las, a burilá-las e a dá-las. Isto quando não temos de as improvisar num enrascanço e nos vemos gregos para as encontrar.
Há alturas em que pensamos nelas, que as justificamos, e que até achamos que são bem boas. «Uma boa desculpa... », sorriem-se para nós, de gozo e ironizando o verbo.
O pior é quando somos nós os recepcionistas das desculpas e perdemos a paciência quando as recebemos esfarrapadas e à pressa. «Ó pá, vai espetar essa a outra...», reagimos mais ou menso assim, ou fazemos de conta que a engolimos.
As melhores desculpas deixam-nos tranquilos, principalmente se são bem justificadas. Mas irritamo-nos quando são as desculpas chamadas de mau pagador. Quando são como as escamas e aparecem mal  amanhadas. Hoje, venho aqui com uma desculpa: vou ter uma intervenção no meu pé de estimação, não vou poder estar aqui por alguns dias. Não é desculpa. E se fosse, seria boa! Nem a parceria funciona, até depois da páscoa!

03 fevereiro 2010

||| CASAMENTOS, DIVÓRCIOS E O RECEIO DE DIZER COISAS EM VOZ ALTA


Ainda estou na ressaca da seca tribunalícia de ontem e, para azar meu, uma pessoa amiga telefonou-me hoje com grande pressa de me falar pessoalmente. Imaginem: quer que eu vá ser testemunha dela, num processo de divórcio. Faltava-me esta!
Aqui frente ao pc, acabando de falar com ela na cozinha e com a criançada a fazer um barulho dos diabos, só porque o Benfica marcou um golo, deixo-me a pensar na vida, nas comunhões e nos divórcios que se matromoniam. E escrevo aqui e agora porque tenho receio de dizer algumas coisas em voz alta. Sou contra os divórcios, como sou contra os casamentos sem amor, os de conveniência. É o caso desta minha amiga, a quem tantas vezes «avisei» dos perigos que corria com o mulherengo do namorado/marido. Mas ninguém quer ouvir nada, quando arde a paixão e o interesse.

02 fevereiro 2010

||| O TEMPO QUE SE DEMORA NO TRIBUNAL PARA SE ABONAR ALGUÉM...



Hoje estreei-me no tribunal, para servir de testemunha, num processo de difamação e para abonar o arguido. Éramos mais de dez envolvidos e gramámos à espera as horas que o diabo não quis.
A hora marcada começou atrasada meia hora, com uma chamada meio patética das partes - uns de um lado, outros de outro. Aquilo, dentro do tribunal, era um corropio e a gente à espera, à espera... sem um banco ao menos para nos sentarmos. Quase uma hora depois da chamada, foi chamada a primeira testemunha e já passava das 11,30 quando nos disseram que passávanos para a tarde. Resultado, às 14,30 lá estávamos nós para, por volta das 15,15, nos dizeram que estávamos dispensados, marcando-nos nova data para voltar, lá para Maio.
Com esta história toda, eu e mais uma dezena de pessoas não fizemos ponta de um chavelho durante o dia e já ficamos a contar que o mesmo irá  acontecer em Maio - o mês em que pariu a poupa.
Reparámos que noutros Juízos foram vários os julgamentos adiados, ora por erros processuais ora por falta de qualquer coisa mais, ora não sei porquê. É assim vai a justiça portuguesa, lenta e a prejudicar muita gente.
Ouvi lá dizer que é normal acontecer este tipo de coisas. Porra, pá... então isto é que é o simplex? A minha estreia não me agradou.

01 fevereiro 2010

||| ANDAR NA ESTRADA COM ABRÓTEAS E JAVARDOS ASSASSINOS...


Quem, como eu, todos os dias anda na estrada já reparou, concerteza, nos nomes que sem mais nem ontem se chamam a quem conduz. Qualquer condutor(a) que ande mais devagar, é um(a) abrótea? Aquele(a) que andar mais rápido é um(a) javardo(a) assassino(a)! Chamamos os nomes e até sentimos alívio.

No meio de tanto(a)s abróteas e javardos, é caso para dizer que é quase um milagre chegarmos ilesos a qualquer lado. É que ninguém conduz à mesma velocidade que eu. Devagar, devagarinho... e sempre com medo de cortar a esquerda.
Eu sou o que se diz, uma avécola: se olho para o espelho e vejo um tipo a tentar ultrapassar-me, reduzo. Deixo a alminha passar... Gosto de conhecer o estilo de condução de quem anda à minha volta. Aliás, há vezes em que nos sinais vermelhos lhes pergunto há quanto tempo é que têm carta. Nunca é demais sermos cuidadosos. E antes que me perguntem a mim.
É, atenção, eu nunca bati e ando há mais de 10 anos na estrada.