31 julho 2008

||| CORRUPÇÃO À PORTUGUESA!!!...


Estar de férias - e lá estão elas quase a acabar... dá para andar mais atento ao que se passa no país. E logo agora que nunca como agora se falou e se atingiram tão altos níveis de corrupção, na alta finança, nas negociatas imobiliárias, mas principalmente no Estado e nas Empresas Públicas. Vale a pena explicar que essa corrupção traduz-se nos prejuízos repetidos e anuais do sector estatal. No último ano, a factura foi de aproximadamente 900 milhões de euros de prejuízo, com a RTP, CP e TAP nos lugares de topo.
A RTP é um caso de estudo. Consome anualmente várias centenas de milhões de euros em injecções de capital. Mesmo assim dá prejuízo e não presta melhor serviço que a SIC ou a TVI. É a terceira no share e a sua privatização, cá para mim, há muito que deveria ter sido feita. Os governos (o de Sócrates é nisso o mais descarado....) usam a RTP como arma para a propaganda política e para manipular eleições.
Por outro lado e talvez para recompensar a incompetência dos gestores públicos responsáveis por este descalabro, o governo distribui benesses e mordomias: 27 milhões de euros custaram só os gestores ao erário público.
A discurso cheio de intenção, onde o governo jura preocupar-se em reduzir a despesa pública, é uma mentira descarada. Mais não serve para justificar o apertar do cinto da classe média-baixa, de modo a poder manter o forrobodó em que a oligarquia governante vive.
O desvendar de números escandalosos, no roubo que as classes dirigentes se habituaram a fazer, são timidamente desmentidos por alguns secretários de estado implicados na trama. O sector estatal tem tudo para fomentar uma corrupção em grande escala. Não presta contas a uma justiça inexistente; conhece todos os artifícios das derrapagens orçamentais, dos familiares e amigos metidos nas empresas a quem são entregues as "obras";
escolhem as casas, os carros, os subsídios e os vencimentos a que se acham com direito; manipulam toda a estrutura que lhes dá suporte distribuindo mãos largas de benefícios.
Se se aponta os carros de alta gama logo alguem comenta que "não é por aí que a casa vai abaixo...". Se se descobre que o estado pagou um valor excessivo por um bem, logo aparece alguém a afirmar ter sido tudo "feito segundo a lei".

Ganda país!...

30 julho 2008

||| MASSAGENS NA PRAIA!


Começo por fazer uma confissão de interesses: não sou pessoa muito adepta de praia. O que não me limita a opinião sobre as praias de Portugal e os seus usos e costumes.
Deixem-me começar por dizer que Portugal, como todos sabemos, é um país de funcionários públicos cabotinos e embriagados com os pequenos poderes que lhes são dados para puderem justificar o seu peso injustificável no PIB nacional. Cada vez mais se torna claro para mim por que é que os portugueses elegeram o Salazar como o maior português de todos os tempos - em cada português, e principalmente em cada protozoário do Serviço Público, há um Salazar a querer sair. Basta darem-lhes oportunidade. É o caso do director nacional da ASAE que, numa vertigem alucinada de poder bacoco, desata a proibir tudo o que mexa.
E é o recente caso do Comando Marítimo do Sul que decidiu proibir as massagens nas praias algarvias alegando que «toda a gente sabe como começa uma massagem, mas não como acaba».
Que raio quererá o Comando Marítimo do Sul dizer com esta afirmação encriptada? Eu prescruto dois significados possíveis: ou os responsáveis pelo Comando Marítimo do Sul passam muito tempo na Tailândia para achar que todas as massagens acabam em caídas à cama, ou estão mesmo preocupados com a competência fisioterapêutica dos massagistas, coisa que honestamente duvido.
Olho para este país e estas coisas e o que apetece dizer é que enquanto isso caminhamos para uma ditadurazeca encapotada, às mãos de alguns labregos rebarbados, com erecções despropositadas no meio de uma massagem shiatsu. Disse eu!... E se disse!

29 julho 2008

||| O JORNAL QUE TORCIDO FAZ ESCORRER SANGUE...


Esta tarde, ao finzinho, fui ali, num instante, ao café da esquina, comer um torrada ao cair das 6. Em vez de me alhear da espuma dos dias e pensar, não: pus-me a ler o jornal do vizinho.
Ora vejam:
- 1ª. página: Fulano matou a namorada à paulada. Taxista abatido a tiro. Agente baleado. Piloto morre em pleno voo.
- 6ª. página: inteirinha a a escarafunchar o cadáver do motorista assassinado e a examinar as lágrimas da família.
- 7ª. página: Anúncio.
- 8ª. página: Todinha, de cima a baixo a revolver o corpo do agente baleado da 1ª. página.
- 9ª. página: Metade para nos mostrar uma mulher morta há cinco dias, em casa e outra metade para nos vender qualquer coisa num anúncio.
- 10ª. página: Todinha, meu! só para assaltos e roubos.
- 11ª. página: Metade para "INEM deve", um quarto para helicóptero incendiado e o resto para anúncio.
- 13ª página: Três quartos para espancar a namorada até à morte e o resto para roubos, morte na estrada e "toxidependente aponta seringa".
Com a torrada a chegar ao fim folheei o resto do jornal "à vol d' oiseau". Ainda deu para ver 4 páginas recheadas de futebol, duas de mulheres em biquini e a última página com cus de mulher, piloto que morre, um assalto e um cadáver na água.
O jornal era o Correio da Manhã, que, segundo a propaganda, se não é o jornal mais lido pelos portugueses é o segundo. Lido ou soletrado. Com certeza que é isto que vende mais anúncios, mas tanto crime, pelo amor de Deus!!!
Dá para pegar no jornal, torcê-lo e deitar sangue!

27 julho 2008

||| O SUJEITO MASCULINO E O PREDICADO FEMININO

A história não começa por«era uam vez», mas pela terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.
Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se.
Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.Que loucura, meu Deus! Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que, as condições eram estas: Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva. Percebram alguma coisa?!

26 julho 2008

||| COISAS DO MODERNO PAPEL HIGIÉNICO...


Hoje, ao fazer compras no supermercado, espantei-me com a variedade da linha de papéis higiénicos Neve. Segundo o seu fabricante, Neve é um produto sofisticado, destinado às classes A e B. Só se for A de Amaricado e B de Bicha, pela quantidade de mariquices anunciadas, como o Neve Ultra, que já vem com alguns opcionais: Alto-relevo de flores, perfume e uma microtextura que, segundo o texto da embalagem, proporciona aos seus felizes utilizadores a "suavidade de uma pétala de rosa".
Perguntar não ofende: alguém já limpou o traseiro a uma pétala de rosa? Depois, temos o Ultra Soft Color (mais caro, claro!): de cor laranja vem com extracto de pêssego. Como se o dito escoadouro do nosso corpo distinguisse a cor e sentisse o cheiro...
Mas, o supra sumo é o Neve Ultra Protection, o top de linha. Este Rolls Royce dos papéis higiénicos, além de conter óleo de amêndoas, que "garante maciez superior e um cuidado maior com a sua pele", na sua delicada fórmula, encontramos Vitamina E (!!!).
Esta coisa de evacuar e sair com o traseiro vitaminado é coisa de maricas.
Já sou do tempio em que até paoeias de jornal bastavam, ou uma mão cheia de ervas apanhadas do chão, atrás de uma oliveira!...

25 julho 2008

||| OS PEÕES E AS PASSADEIRAS...


Hoje, ia atropelando uma senhora, numa passadeira. Ainda estou a tremer e já lá vão uns bons pares de horas!
O caso deu-me para reflectir de como, num país civilizado, as passadeiras servem para indicar aos automobilistas e aos peões onde uns devem parar para os outros puderem atravessar a rua. Só que em Portugal isso não acontece, facto que nos torna num dos países europeus com mais mortes por atropelamento nas passadeiras (e fora delas).
Na verdade, a passadeira em Portugal tem, para a maioria dos peões, um carácter místico a roçar o sobrenatural inconsequente. A passadeira está para nós como a folha de coca estava para as tribos astecas: torna-nos invencíveis. No momento em que põe o pé numa passadeira, qualquer taco de pia enfezado se torna num hulk mal humorado, pronto a dilacerar o camião de oito rodados que o impeça de desempenhar a hercúlea tarefa de atravessar a rua.
Não adianta explicar aos peões portugueses que não há nenhum dispositivo mágico e inexpugnável que se ergue entre eles e os automóveis a partir do momento em que eles pisam naquelas faixas brancas.
Não adianta explicar aos peões portugueses que a passadeira é um compromisso tácito entre eles e os automobilistas. Isto porque os peões se recusam a assumir qualquer compromisso com as bestas condutoras. Afinal de contas, a maioria dos peões portugueses são também eles condutores, e sabem o que a casa gasta quando estão atrás do volante. Por isso mesmo não há compromissos possíveis. A passadeira é deles e os automobilistas que se lixem! Por isso, de vez em quando, encastram os maxilares num capot alheio.
Foi o que eu ia provocamdo, sem querer.

24 julho 2008

||| TAXAS PARA AS ENERGIAS RENOVÁVEIS!!!



Fui hoje a Óis e, pelo caminho, ouvi o Rádio Clube Português, que eu nem sabia que existia, a perguntar aos seus ouvintes se concordavam, ou não, com o adicional que nos disfarçam na conta da electricidade e que se destina a apoiar energias renováveis.
Posta a questão desta forma poder-se-à pensar que sim, que é de concordar com o fomento das energias renováveis. Mas a questão é tão dissimulada quanto os 35 euros (pode duplicar para o ano) que nos fazem pagar desta forma.
A questão não se prende com o fomento das energias renováveis mas com o abuso inacreditável de cobrar uma taxa para subsidiar uma empresa privada. É inadmissível! Porque não incluir também uma taxa para fomento da indústria do calçado em pele de abutriu ou de empresas de reciclagem de preservativos?
Primeiro privatizou-se o sector com as habituais balelas da concorrência, do mercado livre e da salvaguarda dos direitos dos consumidores. Agora, taxam-se os consumidores para subsidiar os custos que a EDP (empresa privada) deve efectuar para se manter no mercado e desenvolver novas actividades de que depois tirará novos benefícios a distribuir pelos seus accionistas.Pode ser que Portugal ainda não seja a Nação da total pouca-vergonha mas que para o ser acelera o passo, não existe qualquer dúvida.
Cheguei a Óis com muito pouca disposição!

22 julho 2008

||| AS GALINHAS DE ÓIS DA RIBEIRA TÊM DENTES?!!!



Várias vezes, em correio electrónico, nos têm perguntado que história é essa que se conta de as galinhas de Óis da Ribeira terem dentes.

Também já ouvi falar mas de tudo o que vasculhei para saber melhor, não encontrei pormenores que tal valham. A memória solta-se-me para alguma coisa que tem a ver com a inauguração da ponte - coisa que suponho ter lido em algum jornal ao site. Mas por mais que tenha tentado, não consigo redescobrir nada.
Agora, e de novo, chegou-me um pedido de conterrâneo emigrado, pelo que, não sabendo eu de concreto, aqui deixo a pergunta: que história é essa de as galinhas de Óis da Ribeira terem dentes?
Alguém saberá contar?

21 julho 2008

||| CONVERSAS DE MÃE PARA FILHA!...



A mãe entrou no quarto da filha e encontrou uma carta sobre a cama que dizia o seguinte:


«Queridos pais:
Com muita pena vos digo que fugi com o meu noivo. Encontrei o amor da minha vida. Estou absolutamente fascinada com os seus piercings, cicatrizes e tatuagens. Mas não é só. Estou grávida de gémeos. Aprendi também que a marijuana e a cocaína não fazem mal a ninguém.Só rezo para que a Ciência encontre a cura da sida. O Joaquim merece. Não se preocupem com o dinheiro pois o Joaquim conseguiu que eu entrasse em filmes com outros amigos. Posso ganhar 50 euros por hora. Se for com mais de três homens são 200 e se entrar o pastor alemão do Joaquim são 300. Não te preocupes mãe. Já tenho 15 anos e sei cuidar de mim mesma.Com muito carinho, a vossa querida filha.

Nota: Mãe, isto é uma brincadeira. Estou a
ver televisão na casa da vizinha. Só queria mostrar-te
que há coisas piores na vida que as minhas notas.

Resposta da mãe:
Dei a carta a ler ao teu pai. Teve um AVC e foi internado de urgência. Está entre a vida e a morte e, por causa disso e a conselho dos advogados, foste retirada do testamento. Todas as coisas do teu quarto foram doadas e também mudámos a fechadura da nossa casa. Não tentes fazer pagamentos por Multibanco, porque a Conta foi cancelada. Demos também baixa do teu telemóvel. Demos também a tua colecção de CDs ao anormal do 5º. andar. Podes começar também a pensar em trabalhar. Com a tua idade e com esse corpinho, estou certo que trabalho não vai faltar, apesar da concorrência das brasileiras. Enfim, espero que sejas muito feliz na tua nova vida.
Nota: Filha querida, claro que é tudo uma
brincadeira. O teu pai está aqui comigo a ver o
futebol. Só queríamos mostrar-te que há coisas
bem piores que passares as próximas 3 semanas
sem sair de casa, sem ires à internet e sem ver
televisão por causa das tuas notas e da
tua brincadeira!!!

20 julho 2008

||| OS CHIPS NOS AUTOMÓVEIS E.. AO QUE CHEGÁMOS


Ainda tentaram vender a ideia que os chips serviriam para combater os assaltos carjacking, mas logo emendaram a versão pouco crível.Continuamos na mesma linha controleira do governo que não vai parar enquanto não souber a cada instante onde está cada português, o que está a fazer e principalmente quanto dinheiro disponível ainda tem passível de mais um saque. O que se vai seguir ? Talvez a base de dados com o DNA de toda a população já ventilada algumas vezes, ou um chip subcutâneo colocado à nascença ?Estes tipos são perigosos e acho que deveriam ser.
Ao que nós chegámos!!

19 julho 2008

||| SOL NO NABAL E ÁGUA NA EIRA...


Estamos em fim de semana e temos tempo para pensar neste país, para o qual o ideal seria mesmo ter sol na eira e água no nabal. Se tal fosse possível o país teria todos os seus problemas resolvidos e andaríamos todos felizes.
O último exemplo foi-nos dado pela questão do nuclear, os mesmos ecologistas que são contra o aquecimento global têm medo do nuclear como o diabo da cruz. Pois, o melhor seria andarmos todos de carrinho e podermos dispensar o nuclear ao mesmo tempo que lutávamos contra o aquecimento global. A gasolina é cara e poluente? Não faz mal, andaríamos com sofisticados carros eléctricos. Somos pobres e não podemos comprar esses carros? Não faz mal, andamos de transportes público. Estes transportes usam gasóleo? Bem, andamos a pé que é bom para a saúde.
O ideal, o ideal seria termos barragens e tudo ser eléctrico, mas para isso teríamos que ter sol na eira e água no nabal, não é muito fácil construir barragens num país onde o passatempo dos pastores do paleolítico era fazer rabiscos artísticos nas encostas sobranceiras aos rios. O ideal mesmo era termos uma barragem em Foz Côa e podermos ter lá as gravuras que não sabem nadar.
Nas empresas o ideal seria os trabalhadores poderem fumar umas cigarradas, ganhar horas extraordinárias por cada minuto para além do horário, preservando o direito à cigarrada nessas horas, ganhar muito mais, ser impossível qualquer despedimentos e mesmo assim a empresa ser competitiva, ser capaz de concorrer em simultâneo com as congéneres europeias e asiáticas. Também no mercado do trabalho o ideal seria ter sol na eira e água no nabal.
Se há professores no desemprego encolhem-se as turmas, um centro de saúde e uma escola primária em cada aldeia, criação de emprego público para compensar o desemprego no sector privado assegurando o direito constitucional ao emprego, reposição das borlas de Abril no ensino e na saúde, etc., etc., etc.. Quem não gostaria? Seria como ter sol na eira e água no nabal, mas Abril é isso mesmo, criar o paraíso por decreto-lei e se alguém estiver contra convoca-se a cintura industrial de Lisboa e cerca-se o parlamento.
Enquanto os outros povos procuram responder à crise os políticos e grupos corporativos continuam apostados em encontrar uma solução para que possamos ter sol na eira e água no nabal, é isso que prometem aos portugueses e exigem dos governos.

18 julho 2008

||| UMA HISTÓRIA DE HOJE...


A história é uma história de hoje, a de uma mulher que detestava tomar banho de água gelada. Mas o gás estava cortado e a casa já era do banco. A burocracia tinha-a mantido entre quatro paredes. A ordem de despejo teimava em chegar.
Provavelmente, os bancos estavam fartos de ficar com casas que ninguém tinha dinheiro para adquirir. Há uns anos, convencera-se de que comprar casa era melhor do que alugar. Os juros estavam baixos e um salário ainda parecia um salário.
Tudo ruiu. O Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro 33 vezes. A economia foi decompondo-se, as empresas fechando, o desemprego aumentando, mas o raio da inflação teimava em não se comportar como o senhor presidente queria.
Hoje, não há emprego, a actividade económica está anémica, mas a inflação parece quase controlada. Os bens estão caros, mas ninguém lhes toca.
Estava farta disto. Vestiu-se. Preparou a arma de plástico. Saiu de casa. Apanhou o metro e dirigiu-se ao Espírito Santo mais próximo.
Antes de entrar, acrescentou o último requinte. Tinha-lhe custado os olhos da cara, mas valia todos os euros: uma máscara. Entrou.
Berrou: "Mãos ao alto, passem-me o dinheiro". Embolsou uns milhares de euros e fugiu.
Mal passou a porta levou um tiro na testa.
Enquanto agonizava, um polícia disse: "Filho da mãe!".
É uma hostória de hoje, véspera de outras histórias iguais ou parecidas!

17 julho 2008

||| PALAVRAS PARA QUÊ?!

Palavras para quê? É o falar à português,
não é preciso dizer mais nada!

16 julho 2008

||| GINÁSTICA PARA COMBATER AS GORDURAS....


Se me perguntassem há meia dúzia de anos se algum dia eu iria frequentar um ginásio, certamente me poria a rir! Eu? Num ginásio?!!! Uuuuummmm, nem pensar. Pois, ando...
A vida sedentária e dos anos de idade que se me acumulam imparáveis, tonaram-me freguês de um, daqui ao perto do meu local de trabalho.
Estou nisto e até vos digo que me sorrio de mim, sem ceder à irritante terminologia autóctone. Por exemplo, recuso-me a chamar personal trainer à sem barriga que me põe aos saltos e aos saltinhos e a dobrar a coluna até que as mãos cheguem ao chão.
E vejam-me lá, sinto-me de facto feliz e gente fresca que nem uma alface: mens sana in corpore sano, faz todo o sentido pois então. É com esse fito que três vezes por semana corro como um hamster num tapete rolante, pedalo infindáveis quilómetros para lado nenhum e empenhadamente remo a seco contra uma maré inexistente. Quem havia de dizer?!...
Depois, quando observo à minha volta dezenas de pessoas de todos os sexos, mais velhos e mais novos, mais ou menos excêntricos, a fazer tanta, mas tanta força, pergunto-me se será mesmo de todo inviável o aproveitamento dessa extraordinária energia gerada. Não poderiam os aparelhos devidamente adaptados alimentar a electricidade às instalações? Sem dúvida eu ficava mais feliz, se bem que se calhar sem menos gorduras!...

15 julho 2008

||| PAFAR O QUE SE DEVE E NÃO DEVE!...


Hoje voltaram à minha caixa de correio mais uns emails a falar dessa fabulosa lembrança da ERSE, de integrar nas contas dos clientes cumpridores da EDP os valores incobráveis aos outros clientes. Isto é: pagarem os sérios o que os caloteiros não querem pagar.
Já aqui falei disso.
Todos nós compreendemos as dificuldades por que passam as empresas em tempos de crise, para cobrar os seus créditos, compreendo que têm que reagir de alguma forma, compreendo - todos sabemos – que mesmo que o não digam desassombradamente fazem repercutir grande parte destes custos nos preços dos produtos e serviços que prestam, mas que querem? É abuso e falta de respeito. Acho que tanta franqueza é demais. E se a moda pega? Ainda estou para ver um aviso à porta dos fóruns, feiras novas, modelos e carrefours a dizer: avisam-se os senhores clientes que a partir do dia tal o valor das contas em dívida neste estabelecimento passará a ser distribuído item por item pela conta dos clientes com as contas em dia.
Eu sempre achei que ser responsável por vezes era uma grande desvantagem, mas nos dias que correm está-se a transformar numa atitude suicida perante a vida. Já nem vale aquela do «paga e não bufes...!".

14 julho 2008

||| MAGRURAS...




Encontrei-me hoje com pessoa amiga, que me achou com excessivas magruras. O que nem é o caso. Ela, a pessoa amiga, queria era meter conversa, pois anda a fazer dieta para perder uns quilitos!
Acha ela que sofre de bulimia e faz até aquelas partes de fingir que vomita. Não é sempre. Até porque se fosse sempre já seria a nova versão da Moby Dick, sem a parte do cuspir água por um buraco na cabeça. Não é sempre mas é cada vez mais frequente.
Isto, ela anda de dieta uns tempos, depois mete-s em período de jantares com amigos, uma festa, um casmento , um baptizado e e pronto: abre a boca e enche o bandulho como se não houvesse amanhã. O pior é que há.
E é disso que ela se queixa: no amanhã estão as calças que não servem, as saias que não fecham, os espelhos de que foge para se não ver, como o diabo foge do crucifixo. E no amanhã está também a promessa: Nunca mais como uma batatinha frita, sequer; nunca mais toco num bolo; vinho e cerveja... 'jamé'. Come sempre e acho até que bebe melhor!

Ora, não emagrece!

13 julho 2008

||| PALHAÇADA À PORTUGESA, O ENTERRO DA COISA E O APITO DO ÁRBITRO!!!


Todos nós ouvinos dizer que o país está economicamente em recessão, socialmente descrente e deprimido, financeiramente falido. Já ninguém esconde tal coisa. mas para José Sócrates, estamos melhor que nunca e teve até a lata de ir ao Parlamento explicar que a culpa de algum problemazito será da conjuntura internacional.
O que o país precisava era de medidas políticas que fizessem aumentar o crescimento, diminuir o desemprego, aumentar as exportações, dar confiança aos investidores. Sobre isso nada disse. Os handicaps estruturais portugueses ficam como estão: a Educação, a Saúde, a Justica, a restruturação da Adminstração Pública.
O governo não melhorou nada nestes sectores, nem vai melhorar, em em vez disso, resolveu fazer uma palhaçada para animar a malta. E ainda por cima sem gastar um único cêntimo. Ora vejam. Vai aplicar o imposto "Robin dos Bosques" à GALP para obter 120 milhões de euros que servirão para cobrir a despesa com uns rebuçaditos que vai distribuir. Um desconto de 50% nos passes sociais dos jovens (que em qualquer país civilizado já existe), e umas ajuda na assistência escolar (que ninguém irá controlar se será efectiva).
Diz que vai baixar a fasquia máxima do IMI e aumentar os anos de isenção,mas quem vai ter de pagar serão as autarquias!
Mas a palhaçada só provocará risos amarelos aos portugueses, quando estes perceberem que os milhões que a GALP entregar ao governo serão repercutidos no preço do combustível, como já afirmou o presidente da Galp. E não poderia ser de outra forma, numa empresa privada em concorrência em economia de mercado.
Parece bem que desta vez Louça tem razão. Não temos nenhum impostos "Robin dos Bosques". (Seria assim se os 120M€ abatessem p.ex. no ISP). Temos um imposto de "Ali Baba e os 40 ladrões" em que o governo retira à Galp para dar uma parte ao povo (a troca de votos em 2009), e faz com que esse mesmo povo pague depois nos aumentos de combustível esse valor.
Isto, ou muito me engano ou é a festa que antecede o enterro. E não vem quem apite, como árbitro, e expulse que não cunmpre as regras do jogo?!

12 julho 2008

||| A TAXA ROBIN DOS BOSQUES E AS ESPREMIDELAS À PORTUGUESA!


O Governo acaba de aprovar a taxa "Robin dos Bosques", que aplica um imposto às companhias petrolíferas sobre os ganhos extraordinários que estas têm vindo a ter com a valorização dos stocks de petróleo.
Traduzindo por miúdos, as petrolíferas compram por 10 mas quando vão vender o mercado do petróleo já subiu para 15 e eles vendem como se tivessem comprado por 15... Isto é: ganham sempre sobre os milhões que têm em stock.
Não é perciso perceber de petróleos para concordar com isso. Achamos, pois, muito bem! Agora há que controlar devidamente as companhias petrolíferas para evitar que elas acabem por fazer reflectir nos custos o imposto "Robin dos Bosques" e, por essa via, fazerem com que sejamos nós a pagá-lo. Como é costume.
O governo deve ter os olhos abertos - e às vezes não tem... - e tem de se pôr a pau, para evitar os abusos da malta. E desconfio que não será capaz de o evitar. E, comisso, evitar as espremidelas permanentes a que os portugueses estão sujeitos!

11 julho 2008

||| O MATERIAL TEM SEMPRE RAZÃO!!!..


Há adágios populares que são indubitáveis razões de bom-senso e sabedoria. Um dos meus preferidos é aquele do material que tem sempre razão - que ao mesmo tempo mostra e esconde uma série de implicações directamente relacionadas com a nossa maneira se sermos portugueses.
Realmente, só gente como nós é capaz de atribuir capacidades lógicas de raciocínio ao material. Detenhamo-nos primeiro no conceito de «material» que, para o português, tem um significado muito restrito: entende-se por material todo o tipo de zingarelho mecânico ou electrónico cujo funcionamento nos escapa por completo. Sabemos para que serve o material mas não fazemos a mínima ideia como ele funciona. Nem queremos saber.
Todos sabemos, todavia, que o material tem uma lógica de funcionamento a que chamamos de razão. Por exemplo, quando tentamos pregar um parafuso numa parede em vez de o aparafusar, causando inevitáveis crateras na parede da sala; quando tentamos, com um pé de cabra, atafulhar uma perna de borrego no microondas; ou quando derretemos a broca de madeira do berbequim a tentar furar uma viga de ferro; percebemos que, no final do dia, «o material tem sempre razão».
Se repararem, o facto do material ter sempre razão é algo desculpabilizante para a nossa boçalidade. É uma maneira simpática de dizer «tu és uma besta que não percebes nada do que andas a fazer com esse zingarelho nas mãos».
E é exactamente nesta desculpabilização que reside a magia da nossa portugalidade: precisamos de uma espécie de prova material que não temos razão nenhuma. Que a nossa razão é sempre alheia e em última instância pertence a seres inanimados. E agora vou de fim de semana, com toda a razão do meu material!

10 julho 2008

||| A CRISE!!!...




Andamos todos a dizer que há crise e o governo tardou, mas também já afinou pelo diapasão. Estamos m crise, pronto!!!
As oposições clamarão que a crise é culpa do governo e todos sabemos que é o combate político que assim o impõe. Teremos o governo a dizer que a crise é importada. É o governo a não admitir que falhou em alguns pontos do programa e que esteve aquém na previsão da crise. O governo a continuar a dizer que está em excelente forma e a governar bem.
Ontem à noite assistiu-se na SIC (N) a um debate entre João Ferreira do Amaral, Nogueira Leite, Campos e Cunha e Bastonário da Ordem dos Engenheiros em antecipação da parte económica do Estado da Nação. Valha a verdade que eu nem sei bem quem eles são!
Desse debate o que se concluiu é que a situação é mesmo crítica. Campos e Cunha ficou bastante isolado no tocante às considerações sobre o investimento público que vai ser o prato forte do debate. Alegou que os grandes projectos são nefastos ao crescimento económico porque os seus impactos são reduzidos ou mesmo negativos.
O Bastonário, pelo contrário, mostrou-se um fervoroso adepto desses investimentos incluindo o TGV Lisboa-Porto, tendo tecido considerações interessantes sobre a sobrecarga da linha do Norte e desfez a ideia de que só se ganha um quarto de hora. Segundo ele, o tempo ganho é de, pelo menos, uma hora e um quarto. Nogueira Leite e João Ferreira do Amaral, embora com nuances entre si, não condenam os investimentos, embora Ferreira do Amaral seja um maior defensor. Mas defendeu a sua sujeição a certas regras desde logo um planeamento cuidado para não haver sobrecargas excessivas de financiamento em certos períodos e sobretudo um combate à derrapagem, em que nunca há culpas de ninguém, para além da repetida e mais que repetida necessidade da sua fundamentação em estudos custos-benefícios.
Houve uma outra ideia forte a de que estes projectos têm de ter consistência no tempo. Eu fiquei a perceber o mesmo!!!

09 julho 2008

||| E QUE TAL TORNAR PORTUGAL MAIS IGUAL?


Hoje soube na padaria que se está a vender menos pão. Foi coincidência, ou talvez não, mas a rádio de hoje fala nisso e diz que o poder de compra ds portugueses está a descer desde há 7 anos.
Eu não sei se é há 7 ou 8, ou 10, ou 4, ou 3. Sei e sinto que o meu dinheiro é realmente cada vez mais curto que o mês e que isso traz consequências preocupantes, até tendo em conta a actual situação do país, que toda a gente diz que é má e vai de mal a pior!
Agora, vejam lá a coincidência, acabo de ouvir na TV que se regista uma queda de 20% na venda do pão.
Não sei se é crise ou dificuldades - cada um utiliza a palavra que mais lhe convém... - mas, senhores responsáveis pela governação deste País, se o povo compra menos pão (um alimento fundamental na nossa alimentação) é porque a coisa está mesmo feia. Nem deixa de comer, ficando com fome, mesmo que sofram de bulimia.
As televisões regularmente nos falam de voluntários que, nas grandes cidades, andam a distribur comida aos sem-abrigo - que são cada vez em maior número.
Não sei se a diminuição do IMI permitirá comprar mais pão, mas se a maioria das grandes empresas públicas fizer uma gestão correcta, do nosso dinheiro, provavelmente os mais necessitados agradecem, caso não se verifiquem os excessos e exageros dos gestores públicos. Por outro lado, a reforma de um antigo governante, 3000 contos por mês, da CGD, mataria a fome a muitos portugueses. E que tal tornar o país mais igual?!

08 julho 2008

||| A CATÓLICA A COBRAR AS MULTAS DE TRÂNSITO!!!

O mundo está em permanente mutação e já quase nem surpreende ouvir certas coisas: agora é a de que Universidade Católica que vai cobrar as multas de trânsito. o que lhe deve deve dar uns cobres valentes. Mas isto, cá no meu ver, é um absurdo e não sei mesmo se tal acto irá funcionar como estágio dos seus alunos de Direito, certamente num currículo muito cristamente inspirado, ou se é mesmo para facturar uma maquia razoável.
Inclino-me para esta última faceta, pois não me parece que a doutrina religiosa inspiradora desta Universidade seja tão perversa que defenda "o dente por dente e o olho por olho" (o perdão segundo sei está sempre ao pé do coração) a não ser que exista uma cláusula de que, quem "pratica" a religião, mediante atestado e confissão, fique perdoado. Num país de tantos católicos, o pecúlio arrecadado também baixaria tanto que não valeria a pena perder crédito por tão pouco.
Bom, mas vamos admitir que é negócio e neste mundo, talvez a religião feche os olhos. Aliás ouve-se dizer negócio é negócio, nem mesmo entre amigos se perdoa. Neste caso, seria de perguntar quanto custa ao Estado este negócio? E como é que é? Fica a Universidade Católica com o monopólio das multas? E o Estado até já de as cobrar se demite?

07 julho 2008

||| O CUSTO DE VIDA ESTÁ MUITO ... CARO!


Estou uns diazitos de férias e dei comigo a fazer contas à vida. Começando pelo salário, desceu de facto em 2008, ano em que nem sequer tive aumento. Mas o patrão continua tranquilamente a sorrir e a gozar e cada vez isto está melhor para ele e outros como ele, apesar de se queixar copiosamente de cada vez que a questão se põe.
A verdade é que ele, o patronato, vive de borla ou praticamente de borla. Senão vejamos alguns exemplos: O meu carro é meu. Embora ainda não esteja totalmente pago. O Mercedes dele é da empresa e a empresa está a pagar.
A manutenção, o combustível e o seguro do meu carro, sou eu quem paga. O Mercedes dele tem todas essas coisas pagas pela empresa.
O relógio que uso, também é meu. Fui eu que o paguei. O Rolex de ouro do meu patrão, foi pago pela empresa e justificado contabilisticamente como ofertas a clientes que nem sequer receberam um clip.
A minha roupa, sou eu que compro, muitas vezes na feira, e pago do meu bolso. No caso do meu patrão, os Calvin Klein, Gucci, Boss e quejandos, são pagos pela empresa e entram como despesas de representação.
Os meus almoços no restaurante, bem me lixo, são raros mas pagos também por mim, assim como os jantares tenho essa extravagância. As refeições do meu patrão, são pagas com o cartão de crédito da empresa obviamente. Eu pago integralmente os meus impostos, já que trabalho por conta de outrem e não tenho como fugir. O meu patrão faz jogos de cintura estonteantes e muita coisa fica por pagar ao fisco e à segurança social!
A minha economia está de facto destruída, como dizem que está a do país. Não me peçam é mais sacrifícios, enquanto não obrigarem o patronato a pagar impostos e a saberem o que custa a vida. Se soubessem, até talvez até nos dessem um aumentozito!

06 julho 2008

||| A BOLA, A MATEMÁTICA E ÓIS DA RIBEIRA


Já aqui disse que não entendo nada de futebol e menos fiquei a perceber quando ontem vi na TV aquele imbróglio do Conselho de Justiça da Federação da bola. E votei a ver agora.
Lembrei-me logo de um exame de matemática. Poderia ajudar a melhorar "a qualidade" dos testes, de forma algo criativa com um simples exercício. Realmente, imaginem um grupo constituído por 7 elementos com uma decisão disciplinar arrojada nas mãos, presa apenas por validação ou não das escutas telefónicas como prova. Três dessess elementos são pela não validação e 4 pela validação. Um dos 7 elementos (o presidente) em caso de empate técnico na votação tem direito a voto de qualidade, a voto de desempate. Que terá de fazer o elemento do grupo que goza do direito de desempate para criar as condições para que se chegue ao empate técnico?
Criar as condições para retirar o direito de voto a um dos elementos do grupo que vota favoravelmente pela validação das escutas como prova. Pois foi exactamente o que tentou o Presidente do CJ e com isso criou o imbróglio Madail.
Veremos até onde irão as coisas e como Madail irá resolver o seu próprio imbróglio. Como irá fabricar um Pôncio Pilatos? Neste país é tudo simples. Basta aprofundar o ensaio do Presidente (?) do CJ.
Devo notar que falo mais ou menos de cor, não sei mesma nada de futebol, aproveitando a situação para brincar com ela. Mas a coisa pareceu-me séria.
Mas agora imaginem que isso acontecia na Assembleia de Freguesia de Óis da ribeira, onde também há 7 votos, 2 da oposição e 1 que às vezes é. Imaginem que falta um dos moços do Pires e a coisa fica empatada no 3-3. Como é que a coisa se desempata? Quem fará de Pôncio Pilatos?

05 julho 2008

||| OS PORTUGUESES NÃO SABEM ... PORTUGUÊS!


A gente ouve e nem acredita, mas a verdade é que, a ser verdade o que se ouve, vê e lê, dá para fiarmos a pesar. Assim é que mais de 60 000 alunos fizeram, este ano, exame de Português. A média das notas atribuídas ficou abaixo dos 10 valores – 9,7 para ser mais preciso. ´
Isto é: os portugueses que estudam não sabem Português.
Há quem meta a cabeça debaixo da areia, como a avestruz, e culpabilize a governação dos últimos três anos por estes tristes resultados. Eu diria que culpam dos últimos três e os outros três todos para trás. Aqui o vizinho do andar de baixo, com o seu arm de politólogo, dir-me-ia, se nisso lhe falasse, que a culpa será do fascismo, de Salazar e de Marcelo Caetano.
O que é preciso, portugueses, é ao menos aber falar a nossa Língua. A Português. Mas a ente lê legendas na televisão com erros. A gente ouve locutores da TV e da rádio que não sabem falar Português e nunca ouviram falar em gramática ou sintaxe.
Como eu dizia, sobre isso há quem meta a cabeça debaixo da areia! Mas é preciso escavar mais fundo. E enrinar os portugueses a façar Português. Ou também teremos de falar o... Europês?!

04 julho 2008

||| ÁGUA DO VALBOM E O CEMITÉRIO, PONTO 2!



Escreveu-nos JR/Óis, que foi habitual comentador deste e outro blogue de Óis, insurgindo-se contra a forma como aqui falei da água da fonte do Valbom, que eu não bebo na sugestão, desde criança, de que nasce no cemitério.

Realmente não bebo. E isto não é nenhuma atitude de desrespeito pelo cemitério, muito menos pelos mortos, nossos conterrâneos, nossos amigos e nossos familiares. Onde estão familiares nossos, gente de que a gente mais gosta e já não está connosco.

Trago aqui este correio de JR/Óis - que o não quis pôr no ar -, não porque deva corrigir o meu comentário de ontem, não é por isso. Mas essencialmente para desconsciencializar quem se sinta menos bem com o comentário dessacrilizado que aqui fiz.

E garanto que vou continuar a não beber águado Valbom. Que, de resto, sempre ouvi dizer que é muito boa!

03 julho 2008

||| BEBER ÁGUA DO VALBOM!!!


Habitualmente, bebo água. Raramento vinho, algumas vezes umas cervejas e rarissimamente bebidas brancas. É vício da pequenez, introduzido pela senhora minha mãe, que não bebia vinho e deixava a parte dela para o senhor meu pai, que às vezes até abusava um bocadinho... Ainda hoje.
Já com idade mais grandinha, aprendi que beber água faz bem à saúde e que ajuda a afogar adiposidades diversas. Bebo água da garrafa, litros de água, água de manhã, à tarde e à noite. Não sei como é com a saúde e com as adiposidades mas sei que a água faz urinar. Ou, como gosto de dizer, órinar. E órina-se muito, quando se bebe água assim, às litradas.
Tudo isto tudo vem a propósito da fonte do Valbom. Quando há dias estive em Óis ouvi falar da rua: «Vou ao Valbom buscar um garrafão de água...».
Lembrei-me logo da impressão que sempre isso me causou: «Beber água do Valbom, água nascida no cemitério?! Nããããã!!!!....». E ainda hoje, bebendo toda a água do mundo, nunca bebo água do Valbom! É o bebes!!!

02 julho 2008

||| RAZÕES DA MORTE!...


Uma das coisas que mais profundamente me choca é a causa de uma morte não natural. Um destes dias, li no jornal a notícia de um assassínio num bar. Não dei importância suficiente, foi relativa. Afinal, vamos-nos habituando a isso. E foi longe.
Ontem, soube que o morto era pai de uma pessoa das minhas relações. Choquei-me!
Mas realmente aquilo que me choca, para lá do resultado funesto da morte, é a forma violenta. Nem sequer o mau estado do piso ou a falta de sinalização adequada podem servir de atenuante. O veículo motorizado só deve andar na estrada se o condutor perceber que lhe oferece as garantias necessárias á sua própria segurança. Ele próprio, o condutor, tem obrigação de adaptar a sua condução ao estado específico da via em que circula.
A responsabilização de quem tira a vida ao seu semelhante, não se cobra com outra vida, mas com recuperação cívica. E não são certamente, os métodos até aqui aplicados que alterarão este sentido das coisas. Fala-se agora em “selos”, em carta por pontos, afinal mais meios de branqueamento das razões subjacentes ao acidente automóvel. Podem certamente ficar mais tranquilos, os peões e os outros utentes das estradas caso estas medidas sejam aplicadas. Fica apenas a dúvida, quando pretenderes atravessar uma via de circulação, como vai saber a cor do “selo” que aquele automóvel ostenta? Ou se o condutor do momento é mesmo o "assassino"?.
A questão inicial: uma morte a tiro. Não se paga mais, nem com pontos. Só mesmo a tiro...

01 julho 2008

||| O TEMPO DO NOSSO TEMPO!...


Se há coisas que ainda hoje em dia me aborrecem é ouvir os mais velhos com aquela conversa do «no meu tempo...». O tempo deles.
FRealmente, chateia o paternalismo enternecedor de quem já viveu mais tempo que nós e que, por isso, acha que sabe infinitamente mais do que nós.
Para já há aqui um equívoco temporal e existencial: aparentemente acham que estão noutro tempo que não o nosso. O que me parece preocupante. Afinal o que é isso do «tempo deles»? Mas o que me chateia mais é a interpretação que fazem daquele que convencionaram ser «o seu tempo»: no seu tempo era tudo mais difícil, o que os torna nuns heroizinhos noutro tempo que não o deles; no seu tempo, os jovens eram mais cultos e interventivos; os políticos mais idealistas e menos corruptos; os funcionários públicos mais trabalhadores; os professores mais severos e eficazes; os pais mais responsáveis; as crianças menos gordas; os impostos mais baixos; o clima mais ameno; o buraco do ozono menor; o custo de vida mais acessível; o poder de compra mais elevado; era tudo melhor!
Ora isto aborrece-me. Principalmente porque «no meu tempo» eu esperava que estes tipos que invocam a torto e a direito «o seu tempo» tivessem feito algo de mais útil para tornar «o nosso tempo» numa coisa aprazível e divertida. Que é o que me proponho fazer até ao fim do «meu tempo». Sobra-me é esta dúvida: serei capaz, em tempo útil?