31 dezembro 2009

||| BOM ANO NOVO DE 2010, MELHOR E MENOS SOFRIDO...




Acaba mais um ano e cá estamos nós, como sobreviventes da crise, a pousar na despensa os desejos natalícios de um 2010 melhor que o 2009. 

Por Óis da Ribeira, a coisa nem começou mal, logo com festa grande - a da inauguração do centro social da Arcor e da sede da Junta. Agora, de mãos erguidas, oramos ao nosso Deus para que tudo não seja pior no ano que nasce daqui a um bocado e que o faça distinguir do velho - embora todos saibamos que vai ficar tudo mais ou menos na mesma. Ou pior!
Seja como for, do ano velho para o novo, não percamos a esperança de que tudo possa melhorar e ser menos sofrido e que as coisas menos felizes possam ser varridas para fora da ilha ribeirinha com a vassoura de cabo de pau de marmeleiro e piaçaba consistente.
E optimizem-se os que não se deixam subjugar, os insatisfeitos e os inconformados com as coisas que se passam à volta.
Bom Ano Novo de 2010!





30 dezembro 2009

||| ANTES QUE ALGUÉM PARTA A LOUÇA TODA...



A malta deve andar meia doida e sem saber exactamente o que saber, depois dos dias de muitos gastos nas compras do Natal. E o pior é que as piores consequências deixam a tropa meio ensandecida: com cartões sem saldo e o subsídio de férias esgotado. 
A malta vê-se à rasca e quer saber tudo, saber como fazer para se safar de tudo disto, e não faz nada para saber e fazer! Assim sendo, manda bitaites! Apenas bitaites! A si mesmo e olhando-se ao espelho!
É, a gente olha para o espelho e vê-se. Depois, olha para o lado e não vê soluções.
Lemos aqui e ali e não podemos deixar de fazer cara mal-encarada a algumas pessoas que, com uma grande lata, continuam a mandar os seus tais bitaites.
A uma delas e graças à piedade de outra - que prescindiu de nos esfolar vivos... -  devemos agora um almoço. Espero que a casca dos bivalves que lhe prometemos não lhe custe tanto a engolir como algumas alarvidades que por aí se ouvem, de gente que até parece que quer partir a loiça toda

29 dezembro 2009

||| UM BOM GARFO E UMA MÁ IDADE...


Sou bom garfo, gosto de comer e, inevitavelmente, iniciei um lento processo de expansão adiposa. Dizem que é da idade, a gozarem comigo. 
Em tempos mais jovens, parece que engordava só de olhar para os bolos na montra da pastelaria ou de ler a ementa do restaurante.
E continuei jovialmente a gostar de rojões e alheiras fritas, ou uma bela feijoada, uns deliciosos ovos moles ou um suspiro de vez em quando. E não resistia a uma boa fartura na feira de Março ou a um belo de um tracanaz de chouriço. E leitão, iiiiiiiih!....
Até há bem pouco tempo, o meu organismo queimava todas as gorduras e guloseimas, mas esse tempo já lá vai e fui inchando lentamente, com a roupa mais justa, a apertar mal o casaco e o botão do colarinho.
Assim, pensei começar um regime alimentar, tudo como mandam as regras. Primeiro,  afreguesando-me daqueles absurdos restaurantes de comida dita “saudável”. Depois,   com comida “a fingir” cheia de coraçõezinhos estilizados e silhuetas femininas na embalagem.
Todas elas fãs de queijos frescos e daquelas saladas cheias de nada e umas raspas de noz moscada. Também quiseram que bebesse  aqueles sumos e sopas, que sabem a pouco ou coisa nenhuma, ficando eu de fome sempre esganada - a fome acessível à endinheirada freguesia! No que eu daria, vejam lá! Continuo mas é a comer a sério, com bom garfo, boa faca e chá de parreira.

28 dezembro 2009

||| FALAR DE ÓIS EXIGE MATURIDADE E NÃO VULGARIDADE




Editar um blogue, para além do prazer, é também um caso de solidão e ao mesmo tempo de prática da milenar arte do amor próprio, do exercício da técnica do eu, enquanto amante de nós mesmos. Não nos podemos desleixar, no entanto, esquecendo que vivemos em comunidade.
Isto é dito para falar do falar de coisas próximas de muitos de nós, facto nada risível mas que não nos pode inibir e/ou levar a debitar comentários chochos, só porque alguma virgem ofendida revela alguma fraqueza, ou uma certa inveja. Falar das coisas de Óis exige maturidade e não vulgaridade. Não é preciso inventar ou usar linguagem rasca para falar das coisas!
Talvez se ande por aí a precisar de melhorar as performances... literárias, de ganhar ânimo na escrita.
Nós, por nós, não queremos fazer como o outro, que se sentava em cima da sua mão direita e quando ela ficava dormente, utilizava-a para investir na escrita com toda a pujança. A atacar toda a gente, à esquerda e à direita.

27 dezembro 2009

||| BANANAS!...



Dá para pensar e interrogar: que gente é a nossa, que bebe medo desde o berço, cresce e amadurece com o medo das palavras das mulheres (as mães, as namoradas, as mulheres...) e os silêncios dos homens - os companheiros de escola, os amigos da adolescência, os parceiros da vida adulta.
Como diz o povo, na sua secular sabedoria, somos uns... bananas! Muitos não passam disso, de... bananas!
O povo, realmente, somos todos nós mas temos medo dos grandes senhores. E pavor dos que se calam no cara a cara da vida! Dos senhores...
Esquecemos, voluntariamente, que as oligarquias também têm medo do povoléu mas mesmo assim submetemos-nos a elas. Porque temos medo de existir, de dizer não ou sim - como se do sim, ou do não, nascesse o nosso pavor. 
Temos medo de tudo e de todos, medo do patrão, medo do vizinho, medo que nos roubem nas estremas, que nos inquietem no emprego, que nos neguem a lisonja pelo que fizemos ou não fizemos. Temos medo e acobardamo-nos no medo de errar, ou de perder. Parecemos exilados. Nem o Natal animou os medos! Ou os apoucou.

26 dezembro 2009

||| SER RIBEIRENSE...


O problema de ser ribeirense, ou não ser ribeirense, não é exclusivo de ninguém. Do ponto de vista dos cidadãos, o importante é encontrar um ambiente nuclear próximo e em que predominem o afecto, o respeito, a liberdade, a pedagogia e o permanente bom senso.
Não é fácil!
A sociedade suporta-se numa capacidade de sobrevivência societária e económica para atingir as condições de felicidade máxima e possível, condições que minimizem os desastres ou os dramas que originam dúvidas, ou, ao inverso, suscitam a afirmação pessoal dos cidadãos. E quem diz dos cidadãos, diz da comunidade.
A sociedade está cheia de leis mas magra de regras auto-assumidas e isenta de deveres e direitos sólidos. A sociedade somos nós, mas não nos conhecemos.
Há gente em Óis que muitas vezes não conhecemos. É assim em todo o lado.

25 dezembro 2009

||| OS ELEITOS QUE NÃO VÃO Á ASSEMBLEIA DE FREGUESIA



O Natal, nem o Natal nos deu pachorra e paciência para continuarmos a ouvir falar do casamento entre pessoas do mesmo sexo. E se dermos corda ao assunto, nunca mais se pára a conversa.
O Natal em Óis deu-nos foi uma surpresa em Óis: a primeira Assembleia de Freguesia depois da posse (já) não teve a candidata que com toda a legitimidade se propôs ganhar a Junta de Freguesia, porque acreditava na terra dela (que é a nossa) e ter entendido que «chegou a altura de haver uma mudança em Óis». Também porque, e lemos no panfleto da propaganda eleitoral de Outubro, «é a altura certa para a viragem».
Bom, o que ontem valia como promessa eleitoral, deixou de ser logo à primeira possibilidade de, no terreno (na Assembleia de Freguesia) discutir o futuro de Óis, definir planos estratégicos para o futuro, começar a operar a tal viragem e blá, blá, blá.. Até porque, segundo soubemos, a AF discutia o orçamento e o plano de actividades para 2010. Orçamento e plano, topam?
Já podemos imaginar o Pires a gozar com o assunto: «Estão a ver quem é que queria ser presidente da Junta?... Nem põe os pés na Assembleia».
Falta saber é se a falta se deveu a um bom motivo (como obviamente deve ter sido...) ou se, como alegava um outro candidato perdedor de outros tempos, Óis também não a merece. Mas faltar logo à primeira assembleia, não fica bem a ninguém. Pensamos nós de que...

24 dezembro 2009

||| BOM NATAL, RIBEIRENSES...



BOM NATAL PARA TODOS OS RIBEIRENSES!
SOMOS A FAVOR DE QUE SEJA FELIZ!! MUITO FELIZ!

E CONTRA OS QUE NÃO QUEREM UM 2010 MELHOR QUE O 2009!
QUEREMOS TUDO DE BOM! E COISAS BOAS!

23 dezembro 2009

||| O PAI NATAL DOS EMIGRANTES..



Estamos em vésperas de Natal e não escapámos de ter de ir ao Fórum gastar uns dinheiros. E o que por lá onde gastar dinheiros!!!! 
O cartão de crédito andou numa fona, estafando-se em máquinas e mais máquinas e conferências de saldo, não fosse acontecer que nos nascessem as vergonhas na frente de alguma empregada de balcão da loja.
A descer o tapete rolante, vi umas crianças - que me pareceram estrangeiras - com olhar esfomeado e a estender a mão, como quem pede! Não somos das pessoas que dão por dar e a qualquer pessoa que nos  apareça na rua. Mas não resistimos e, sem prenda para lhe dar, deixámos escapar uma nota.
A lembrança trouxe conversas de há uns anos, com os meus primos a comentarem como passaram os primeiros natais no estrangeiro. Foi se calhar por ver naqueles ucranianos, ou eram romenos?, as caras dos meus familiares que emigraram nos anos 70 que se nos soltou a generosidade de momento.
Não tinham Pai Natal, assim como nós não o tínhamos em crianças!

22 dezembro 2009

||| A CRISE E O NATAL DE 2010...





O vulgar por agora  é ouvir-se dizer que os tempos não estão bons e que se aproximam tempos ainda mais difíceis. E o pior é que antes de terminar o próximo fim-de-semana o Natal já passou e lá se vão as boas-vontades e as festas felizes, compradas em prendas que se trocam - às vezes recebidas de uns para dar a outros.

Somos daqueles que pouco ligam ao Natal e nem de quando éramos criança nos lembramos de receber prendas, que fossem para além de uns pares de meias e roupa íntima. Portanto, não esperamos também grande coisa para a noite de além de amanhã. Mas desejava, ao menos, que as coisas mais complicadas fossem mais efémeras e que, antes do Natal de 2010, trocássemos a melhor prenda de todos os ribeirenses: serem irmãos no desejo de fazermos melhor que o que tem sido feito. Mas até lá, como todos sabemos, ainda vamos ter de ir à escola aprender a dialogar! E dar uns bons mergulhos na praia, já que no nosso rio tal é impossível!

21 dezembro 2009

||| A CRISE CLIMÁTICA E OS JACINTOS DA PATEIRA...



Oslo, afinal, não resolveu coisa nenhuma e vamos continuar com o clima a aquecer (ou a arrefecer) ao sabor dos grandes senhores do mundo. Eles é que mandam!
Por lá perorou o recém-premiado Nobel da Paz, embora ali vestido de presidente dos EUA. E quem o ouviu falar obviamente concluiu que, a chalacear, Obama mais parecia estar a discursar na ONU, anunciando e justificando a guerra que ele próprio promove.
Lembram-se que na véspera de receber o Prémio Nobel, mandou 30 000 americanos para o Afeganistão?

Os políticos são assim, diz-se. E, como também se viu e ouviu, a retórica argumentativa de Obama não foi nada inovadora, bem antes pelo contrário. Foi sempre em nome do bem, da "guerra justa" (contra os infiéis, contra os bárbaros, etc. e tal) que todos os impérios se impuseram e expandiram. Mas não disse nada de novo. E também nada de novo surgiu de Oslo para arrefecer o clima.
Aliás, por lá mais se ouviu falar de guerra e do direito à auto-defesa, mascarando de direito à guerra preventiva, do que o tal problema do arrefecimento climático.
É como se continuássemos com o problema dos jacintos da pateira e fossemos lá apenas para os ver e não esquecer mas termos de decidir apenas pela ementa a saborear no restaurante. E que se lixem os jacintos...

20 dezembro 2009

||| O AMOR NOS NOSSOS DIAS... JÁ NÃO É O QUE ERA!



Acontece muitas vezes e vai voltar a acontecer outras tantas vezes: quando se vê uma mulher bonita, em qualquer lugar público, miramo-la de soslaio, com ar de infinita gulodice. Quando olhamos uma mulher, mesmo que se faça estar com um qualquer companheiro, não tiramos o olhar do canto dos olhos para a observar melhor.
Hoje, assim foi: ela, visivelmente enfadada, sentada na mesa junto á janela do restaurante, contemplava o prato e olhava para fora, com visível falta de apetite, enquanto ele se entretinha em gargalhadas sonoras, a falar ao telemóvel.
Assim passaram largos minutos!
Ele sempre entretido com um gadget qualquer do telemóvel, que não parava de tocar e ele atender. E assim passaram a refeição: ele alheado e telemovilizado, ela resignada àquela solidão a dois e sabendo-se olhada por desejos carnais ali a lufarem bem pertinho dela.
O par assim tão distante é formado por dois jovens, presumívelmente namorados - ou amigos especiais, como agora se diz. Ao ver aquela falta de chama tão evidente, interrogo-me porque se tornou tão fora de moda a arte do namorar, porque morreu o bom galanteio e o prazer de partilhar pequenos momentos inesquecíveis.
As actuais relações humanas - e a dos tais amigos especiais - estão cansadas! As paixões são volúveis e curtas, o que no nosso tempo era chama que ardia e não se apagava, é agora algo virtual e casuístico. Os jovens não amam, nem namoram, preferem antes os milhares de “bjs” por sms - que parecen fazer serem mais excitantes do que beijar à moda antiga.

O casal sai e ele paga a conta, com cartão de crédito! É tudo electrónico. Até o amor!!! Ela, de mala pendurada no ombro esquerdo, segue em frente e irradia beleza e elegância. E tédio, assim me parece. Ele continua de mão cheia com o telemóvel colado ao ouvido. E ri-se, ri-se, à gargalhada meio atoleimada.
O amor deste tempo não é o de há 10/15 anos! Falta-lhe amor!

19 dezembro 2009

||| O QUE FAZ MESMO FALTA É TER.. ELEIÇÕES!!!



O frio destes dias esfriou-me o raciocínio e logo num fim de semana em que, obrigatoriamente, tenho de deixar o meu pousio opinativo para vos assegurar as opiniões possíveis de embrulhar em blogue.
Ao dizer isto, confirmo o que toda a gente sabe e alguns não querem assumir: há opiniões e atitudes que não são supostamente para embrulhar, ou seja, não são classificáveis. Nem editáveis num blogue, mesmo anónimo.
São opiniões, digamos, para divulgar e espalhar a confusão - coisa em que por aí abundam especialistas.
Olho teimosamente para o ecrã, dedilho o rato e não descubro últimos desenvolvimentos susceptíveis de interessar. Por Óis não há casas pias, nem faces ocultas  - qu´isto é tudo gente séria... - e fala-se nisso da  "retoma" mas ninguém entende nada. Nem sequer dos aumentos (dos preços, é claro...). O desemprego, esse sim... dói a alguns, mas isso para agora não nos interessa grande coisa - que o Governo há-de cumprir a promesa de criar 150 000 novos postos de trabalho.
E falar de desemprego, cá para nós que ninguém nos ouve, falar de desemprego não... vende.
O que faz mesmo falta é... eleições. A malta animava e nós, aqui pelo Contra, tínhamos tema seguro!

18 dezembro 2009

||| A CRIATURA QUE DEVERIA TER JUÍZO...





Tem dias que nos acontecem coisas: hoje, por exemplo e quando menos esperaríamos, (re)encontrámos um personagem pela qual não nutrimos grande simpatia. Nunca apreciámos, aliás, o dito - embora seja verdade que, por razões de natureza institucional, com ele nos tenhamos cruzado várias vezes.
Não gostávamos dele e, pronto, não gostamos.
O destino quis que nos cruzássemos hoje com a criatura num restaurante e o comportamento dele - é um ele... -  foi de ostentado desprezo por quem por lá estava, comportando-se como se a sociedade inteira o tivesse de aturar e venerar. Isto não tem a menor importância, mas revela um carácter simultâneamente arrogante e mesquinho. Isto dizemos nós e ele, se calhar, de nós pensará ainda pior.
Com o personagem é daqueles que se habilita e comporta como se mandasse em tudo e todos, veio à memória uma vez em que lhe foi proposto exercer um certo cargo elegível. Recusou! Não reconhecia aos putativos eleitores competência para o julgar em eleições.
Tão a ver a peça?
A criatura, se nos ler, vai descobrir quem somos  mas temos a certeza que não se atreverá a divulgar. Cá por letras!!! Quer dizer, cá por coisas... Mas o que a criatura deveria ter era... juízo!

17 dezembro 2009

||| O NATAL DA BONDADE, DA PARTILHA E DO AMOR RIBEIRENSES...



O Natal já está aí à porta, não sei se deram por isso. É o tempo da paz, do amor e da boa vontade. Além disso, e já não é pouco, vamos todos hibernar submersos em bacalhau, cabrito, beijinhos, rabanadas, mensagens de boas festas no telemóvel, vinhos, prendas, mais beijinhos, mais mensagens de boas festas no telemóvel, filhoses, mais prendas, digestivos, roupa nova e sapatos nos trinques.
É tempo de paz e amor e de boa vontade, de, enfim, as pessoas se portarem bem e desejarem bem, pelo menos nesta altura do ano. Ou seja, ao menos uma vez por ano.
O que se poderia desejar neste Natal de paz, amor e concórdia de Óis da Ribeira era que os desavindos da vida pública se sentassem à mesa a comungar da mesma hóstia de boa vontade, bebendo o vinho de Natal pelo cálice da partilha, da bondade, da generosidade e do amor. Até que era bonito!

16 dezembro 2009

||| LEVEMOS LÁ A TAÇA...


Um dos maiores problemas da lusitana gente é não saber perder. Ou não saber ganhar, para o caso é a mesma coisa. Por arrasto, o mesmo acontece com a gente ribeirense.
Acontece também que perder é bom e também se recomenda. Não foram os nossos avós que nos ensinaran que a perder se aprende, que a errar nos ajuda a crescer, a ficarmos mais fortes?  É assim mas a verdade é que nós, por nosso atraso e vergonha permanentes, sempre temos constrangimentos na hora das derrotas. E pomo-nos escondidos! Preferimos a ilusão à seriedade, atrofiamos a ousadia pela cultura do medo de nos apontarem na rua como vencidos.
Como vencedores, não é muito diferente a coisa. Cultiva-se o deslumbramento e a sobranceria, mas não passamos de uns quase envergonhados de vencer. E quando não somos humildes, sentimo-nos como os derrotados.
Hoje estamos virados pr´aqui, que é que querem?! Mas a taça é nossa!

15 dezembro 2009

||| UM PAÍS FEITO SALA DE TRIBUNAL...



A gente liga a televisão e ou vê coisas excessivas para certas idades, ou enche os olhos e os ouvidos com casos judiciais: o país mais parece uma sala de tribunal que um país mesmo a sério.
Ele é a Face Oculta, as escutas, a Casa Pia, o Apito Dourado, o BPN e o BPP, todas as notícias falam de arguidos, de réus, de processos, certidões, telefonemas, declarações e comentários de uns fulanos que são, se dizem ou indicados apontados como especialistas.
Para dizer a verdade, isto já cansa e o mínimo que apetece é mesmo sair daqui para fora e ir para um país a sério. O processo Face Oculta foi apontado como exemplar durante algum tempo, mas já vai por aí a nadar num mar de dúvidas. Os comentadores do costume elogiaram-lhe a competência e agora já nos exageram reticências. 
O diz-que-disse já está na praça pública e nós a ouvir, a ver e a ler sem perceber coisa nenhuma... Ao pé deste país feito sala de tribunal, Óis da Ribeira é um paraíso.

14 dezembro 2009

||| SER NOTÁVEL NA TV POR FALAR DE CONTENTORES DE LIXO...



Notável, em Portugal, é alguém que, em certa altura, exerceu o direito aos seus 15 minutos de glória televisiva, o que tanto pode acontecer por ter descoberto o caminho marítimo para a praia da Barra ou por ter andado aos pontapés na gramática ou a assobiar com um pífaro feito de canas da Índia.
Outra forma de aparecer na televisão é participar num daqueles concursos meios pífios, que falam de uma pretensa cultura geral ou põem os concorrentes a cantarolar brejeirices ou, mais remotamente - recordemo-nos do Big Brother -, onde um tipo qualquer por lá pode andar aos pontapés ao pessoal.
Ocupar um cargo político, mesmo por muito irrelevante que seja, ou ser acusado de um crime são, entre muitas outras mais, uma das vias apropriadas para aceder à notabilidade televisiva.
Óis, para ir à TV, andou falar de contentores. Do lixo!!! E de jacintos!

13 dezembro 2009

||| VOLTÁMOS AO NÍVEL HABITUAL..., VALENDO O QUE SE VALE!


O fim de ano está próximo e costuma fazer-se o balanço do que se fez e não fez. Nós, porém, não somos gente de os fazer, nem sequer profissionalmente. Os últimos dias do calendário não nos motivam para tal, nem para análises retrospectivas ou eventuais promissoras previsões.
Se por exemplo quisessemos avaliar a nossa participação na blogosfera, diríamos que se limita a um desabafo mais ou menos diário sobre o que observamos - embora nem sempre com actualidade. E o que aqui dizemos ou opinamos, também vale o que vale. E vale pouco, é certo. Daí não entrarmos em grandes alaridos premonitórios.
Os blogues, no fundo, não são mais que uma câmara de ressonância do que os seus autores pensam do que anda em seu redor, olhando os mais assim e os mais assados da vida.
E os dias da blogosfera mudaram alguma coisa no debate dos nossos ribeirenses dias?
Não! Para o bem e para o mal, os blogues pouco mais importância têm que a que lhe dá o próprio autor.

Falando de balanços do ano, em Óis da Ribeira, ocorrem-nos dois acontecimentos relevantes: as inaugurações do centro social da Arcor e da sede da Junta de Freguesia (um) e as eleições autárquicas (outro).
O primeiro, foi um motivo de festa colectiva.
O segundo, uma maré cheia de «bocas» e provocações - que também quiseram passar por aqui.
Passado o mês do Outubro eleitoral e jogados todos os trunfos, voltámos ao nível habitual! Valendo o que valemos! Pronto!

12 dezembro 2009

||| O PRAZER DE TER UM BLOGUE...






O prazer de ter um blogue, para nós, não se equivale à sensibilidade orgasmática do antigo marcador de golos que se dava de nome por Fernando Gomes. E nem aqui viríamos a falar dessas intimidades, caso o fosse! Ter um blogue diário é como tomar o pequeno almoço.
O blogue é um prazer porque podemos editar e fluir argumentos, como gente livre e sem cair na maldade de ver o mundo por um só olho.
Odiamos dizer a expressão, mas há gente burra para caraças. Isso espanta-nos. Como parece espantado o presidente da Junta, depois de ver o youtub mostrar os três quilómetros que vão do café do Aníbal ao largo do rio - como ontem aqui se viu.    http://rir.no.sapo.pt/video_humor_0195.html

11 dezembro 2009

||| AS TELEVISÕES SÃO UMAS EXAGERADAS A FALAR DAS COISAS..


Qualquer um de nós chega a casa e instintivamente liga a televisão. Hoje, cheguei e, zás, zapping pelos canais todos. A primeira coisa que apareceu foi a cena de um filme americano em que se jogavam cartas e mostrava uns calendários de mulheres nuas nas paredes. 
Um dos jogadores baixou o jogo, mostrou três damas e a legenda mostrou a seguinte frase: "Três cabras, cabrões!...". Frase que podia ser lida por adultos e crianças e ainda não eram oito horas da noite - estava para começar o telejornal. 
A legenda repetiu-se e eu, à frente dos bicos do fogão, fiquei a pensar em como os tempos estão diferentes. Lembrei-me das tardes de domingo de inverno da minha infância e o que aconteceria se, ao ligarmos a televisão, uma frase deste género tivesse surgido no ecrã e no embaraço que tal coisa causaria a toda a família. E Deus me livre que o meu avô reparasse nisso!
A pensar, a pensar... lembrei-me também da reportagem da SIC em Óis sobre os contentores do lixo que ficavam a três quilómetros - a distância que uns inteligentes atribuíram ao percurso que vai do largo do Cruzeiro ao do rio. As televisões são umas exageradas, eram ontem e são hoje.
Como a coisa tem piada, recomendamos que vão ver a reportagem dos contentores: http://rir.no.sapo.pt/video_humor_0195.html

10 dezembro 2009

||| ANEDOTAS GLOBAIS, OBAMA E OUTROS QUE TAIS...



Não sabemos bem o que dizer sobre a melhor palhaçada de ontem para hoje: se a cena da Zézinha Nogueira Pinto com o deputado de Braga, se a decisão de Obama mandar mais 30 000 tropas para o Afeganistão (ontem) e receber o Prémio Novel da Paz (hoje).
A cena da Comissão Parlamentar da Saúde é profundamente lamentável e pouco dignificante da vida parlamentar. No mínimo! Depois dos corninhos de Manuel Pinho e do juizinho de Sócrates para Portas, temos agora um palhaço que se acha no direito de dizer piadas brejeiras e uma zézinha-muda-de-partidos que o acha inimputável.
Achamos que, tal e qual como numa sala de aula os professores castigam os que falam para o lado, também na Assembleia da República é preciso impor alguma ordem e pôr os senhores deputados com mais disciplina, educação e respeito. Isto até para não ofender os verdadeiros palhaços, que não têm culpa nenhuma da concorrência que lhe chega da Assembleia da República, deixando ficar mal toda a classe.
Quanto ao Obama, a palhaçada é outra: manda ontem prolongar a guerra e 30 000 homens para «carne para canhão» e, hoje, recebe o prémio Nobel da Paz. Outra grande palhaçada...

09 dezembro 2009

||| AS ANEDOTAS...



As anedotas sempre me interessaram muito, desde a adolescência e até há poucos meses. Anedotas mas das boas, bem entendido.
Algumas delas, pela forma como são criadas e contadas, são verdadeiros micro-contos, muito melhores no conteúdo e mais expressivas que muita prosa que passa por humorística e não passa de narrativa quase funerária.
Algumas vezes, com o entusiasmo de contá-las, terei até provavelmente abusado da paciência alheia, até porque sou pessoa pouco dada a saber contá-las e, ao querer fazê-lo, devo até chatear em vez de alegrar.
Entretanto e desde há algum tempo, dou-me conta de que com as anedotas, como com muitas outras coisas da vida, os blogues são ao mesmo tempo uma coisa interessante e desinteressante.

Interessante, porque até custa a crer na quantidade, qualidade e variedade de anedotas que por aí se ouvem. Desinteressante, porque vai a gente querer surpreender um amigo com o que julga ser uma anedota de categoria e ele, o amigo, à medida que a narrativa avança, em vez da gargalhada deixa descair os cantos da boca e não liga coisa nenhuma. É que ou já conhece a anedota, ou já a viu na internet, num qualquer blogue dos que pululam por aí a encher o espaço cibernético.

08 dezembro 2009

||| AZIAS...



Ocorre-nos, nesta tarde de feriado nacional da padroeira de Portugal, lembrar a história adaptada a umas eleições escolares, quando bravamente duas listas se opunham pela liderança da associação de estudantes. Uma da esquerda, outra mais à direita. Ou vice-versa, que para o caso é a mesma coisa!
Cada uma delas tinha, como é muito óbvio e naturalmente, apoiantes muito desmesurados e detractores influentes - que se batiam com os mais (im)pertinentes argumentos - uns a favor, outros contra, como também é natural e óbvio.
Palavras puxam argumentos e eis que um dos apoiantes, sem algo melhor para arregimentar à conversa que já ia bem apimentada, se saiu com uma pérola do género: «Tás para aí a dizer mal da outra lista, mas tomaras tu nem saber o que ela sabe e vale...».
Que «sabia o que saberia e valeria o que valeria», replicou o outro. Que, afinal, «isso de saber e valer, cada qual é como é....». E é.
Replicou o outro: «Tomáramos nós nem saber tudo, para não apanharmos alguma azia eleitoral...».

07 dezembro 2009

||| AS OPOSIÇÕES SÃO O QUE SÃO E VALEM O QUE VALEM...




Há por Óis da Ribeira um permanente estado de negação do amanhã e do óbvio. Mais ou menos, sempre foi mais ou menos assim.
Politicamente falando, e sem ter um líder de referência, Óis da Ribeira nunca teve quem, nos areópagos onde se decidem coisas, ousasse falar do óbvio para os ribeirenses: promover os interesses de Óis da Ribeira.
Excluindo os eleitos locais, quem mais alto chegou na política foram os eleitos da Assembleia Municipal de Águeda. Mas nunca fizeram nada que se conheça por Óis. Não conhecemos quem tenham feito e desde já nos penitenciamo de eventual engano.  
Quem está ou esteve no poder, parece não ver nada disto, ou não quer ver! As oposições, as de hoje e as de ontem, são o que são e valem o que valem, mantendo e refinando discursos e fórmulas que já falharam no passado. Para muito boa gente, vale mais uma fraca e miserável intriga que uma pequena benfeitoria, ou um necessário e atento planeamento.

Assim sendo e resumindo, parecemos condenados a empobrecer devagar! Oxalá nos enganemos.

06 dezembro 2009

||| O POLIDESPORTIVO DA ARCOR ESTÁ ABANDONADO?



O nosso passeio dos sábados à tarde na aldeia foi a quatro rodas e calhou-me passar no polidesportivo. Não gostei de ver o que vi: piso com folhas de eucalipto e agulhas dos pinheiros e as redes de vedação rebentadas. A imagem mostra a rede da baliza norte, mas a da baliza sul está na mesma.
Anda-se à volta do recinto e o que se conclui é que parece estar abandonado - tal é o desleixo que se vê.
Não sabemos quem é culpado, se é que há culpados, mas não podemos deixar de pensar em política, pois ainda há mês e meio dezenas de ribeirenses se propunham servir Óis, com programas de intenção que encheriam a barriga do mais esfomeado.
Nada tendo contra esta gente, bem pelo contrário, queremos crer que há algum esquecimento por aí. Falando só dos dois líderes das listas, o site da Arcor - e a Arcor é a dona do polidesportivo - diz-nos que Fernando Pires é membro da assembleia geral e que Carla Tavares é da direcção. Ora, sendo executiva, deverá ter a resposta: porque é que o polidesportivo está abandonado?
Não dando resposta ou explicação, deverá Fernando Pires, na assembleia geral, expôr a questão. Afinal é a sede própria e é o património público e associativo que está a deteriorar-se.

05 dezembro 2009

||| SUBIR NA VIDA A PULSO E EM CORDAS MÁGICAS...




Uma das coisas que mais nos azucrinou os ouvidos e a paciência, pela altura da da adolescência, era ouvir a santa da nossa mãe lembrar-nos algumas pessoas que, do ponto de vista dela, tinham subido na vida!
Houvesse um qualquer lapso nosso (e às vezes nem era preciso tanto...) e lá tínhamos de a ouvir: «Havias de ser como fulano (ou fulana), que subiu na vida, a pulso...».
De tanto ouvirmos isto arremassado à cara e à  inteligência... - e confessamos que não fomos a melhor peça, por essa altura... - sempre nos intrigou essa coisa de subir a pulso da vida. E imaginávamos alguém, com grande força de pulsos, a agarrar-se a uma corda e a subir, a subir... 
Mas vemos agora, já na fase adulta, como alguém sobe na vida, como gente oferece caixas de robalos a outros notáveis escaladores sociais - que também subiram a pulso e estudando abnegadamente em cursos mui difíceis, de mui independentes universidades. Será isso o que é subir a pulso na vida? Se calhar...
Pensando bem nas cordas que a vida nos traz, fica-nos esta interrogação: onde poderíamos nós arranjar algumas cordazitas mágicas para escalar a vida a pulso?

04 dezembro 2009

||| ENGOLIR UNS BONS SAPOS VIVOS...


A vida ensinou-nos a evitar discutir boatos, a ignorar intrigas e a conhecer verdades. E a  melhor conhecer as pessoas, para evitarmos constrangimentos e desilusões.
A vida ensinou-nos a obrigação de melhor conhecer as pessoas e a evitar os envenenamentos de opinião, a discussão que não traz luz. Só que isso acontece, de vez em quando. São quase sempre os mesmos, como em tudo - porque há daqueles que, sem obra feita, gostam que outros não a façam. Começam por ser cobardes, com a intenção clara e sempre traiçoeira de passar a ideia de que são omniscientes na sua função de destruir, de pôr os outros feitos ao bife.

Há também quem sempre ande louco à procura de saber pecadilhos de outrém, mas sem limpar as teias de aranha dos seus telhados de vidro.
É a vida, dizia o outro... vida que é sempre um misto de curiosidade, de surpresas e admirações. E de divisões, que a sociedade contemporânea tão levianamente fomenta. E que leva muita gente, menos prudente, a de vez em quando engolir uns bons sapos vivos!
A Portugal calhou a Coreia do Norte, a Costa do Marfim e o... Brasil. Ao menos em termos de selecção nacional, estamos quase todos do mesmo lado. O da Portuguesa! 

03 dezembro 2009

||| OS JACINTOS DA PATEIRA... VOLTARAM A BOIAR NA ÁGUA


O feriado da restauração foi de romaria familiar à pateira, por onde me passeámos ao princípio da tarde na absurda ideia de ir tomar um café ao bar do Nelson - como se ele por lá estivesse. O tempo de frio e chuva gelada  surpreendeu-nos por lá e metemo-nos dentro carro, com as crianças. Caía uma bátega de água que Deus a dava!!!
Surpreendeu-nos o número de pessoas - mais de uma dúzia... - que àquela hora se entreviam na pateira. Tão malucas quanto nós e os nossos!
O tempo amainou e fomos esbijar as pernas, dando de botar faladura com dois casais que se fotografavam e, na fala, me diziam não entender o problema dos jacintos.
«Olhem, também eu não...», foi a única coisa que lhes soubemos dizer.
A foto é de arquivo mas a verdade é que está muito parecida com o que por lá vi: jacintos a boiar nas águas agitadas da pateira.

02 dezembro 2009

||| MARQUES MENDES NO COMÍCIO DE FERNANDO PIRES EM ÓIS DA RIBEIRA


A campanha eleitoral autárquica já lá vai, mas só agora descobrimos um documento fotográfico do comício do PSD em que esteve presente Marques Mendes, antigo presidente nacional do partido. Postamos a imagem, fazendo «justiça», já que aqui tínhamos postado várias do PS.
Reconhece-se ali à direita o candidato Fernando Pires - que viria a ser reeleito presidente da Junta de Freguesia de Óis da Ribeira, para o seu quinto mandato consecutivo, depois de um outro, em que foi secretário de Manuel Soares. Manuel Soares que agora foi reeleito presidente da Assembleia de Freguesia.

01 dezembro 2009

||| NÃO SE VAI POR AÍ A LADO NENHUM...



A mim tanto se me dá que ganhe A ou B, e se houvesse C, seria a mesma coisa! A gente quer é gente de trabalho e de obra.
Estamos a falar de eleições e de Óis, e, independentemente do que se achar sobre o momento actual, dizer que dantes é que era bom ou que era mau, que deviam ganhar estes ou aqueles, isso revela alguma falta de sensibilidade e desconhecimento.
Não nos vamos meter na discusssão, só porque é moda e politicamente correcto pôr-se abaixo a botar para cima alguém que se disponibilizou para a vida política. No fundo, cada qual come do tacho que quer. Ou da gamela, como agora se costuma dizer.

Se realmente há algo para corrigir e melhorar - e temo que sim... -  pois que acabem lá os amuos, apresentem ideias frescas e construtivas, adequadas aos tempos de hoje. E não deixem de ter Óis da Ribeira no coração e na intenção só porque aconteceu isto ou aquilo.
Esqueçam lá as diferenças, não falem mais do passado, bom ou mau, ou nem por isso. Já vai sendo tempo de se perceber que não é por aí que lá vamos. Não se vai por aí a lado nenhum! Ou vai-se até muito perto!

30 novembro 2009

||| FAZER D´ÓIS UMA NAÇÃO...






Pergunta: Então, São! Como é que te estás a safar da convalescença da campanha?

- Resposta: Dela não vou falar e nem posso/Que a garganta está cansada/Estou exausta até ao osso/De tanta dor no pescoço/De tanta aldrabice contada...


Pergunta: E que balanço fazes das eleições?
- Resposta: Foi fatigante a campanha/E de tanta algaraviada/Fiquei-me cheia de sanha/Não sei  mais alguém m’apanha/Eleições são uma estopada...


 


Pergunta: Quer dizer que já retomaste a sua vida normal, não voltas a candidatar-te?
- Resposta: A vida vale o que vale.../E os sonhos são o que são.../E então antes que m´entale/Antes que alguém me cale/Vou preparar-me para um não...





Pergunta: O povo roeu-te a corda...
- Resposta: Mas ri melhor quem por fim / Conquista as graças do povo / É bestial estar assim / E tantas cruzes no boletim / Fazem-me  sentir em renovo...




Pergunta: Tens planos para o futuro?
- Resposta: Agora, meu caro amigo / É tempo de olhar em frente / Tempo de ideias e acção... / Não me vou pôr de castigo /Nem vou discutir muito contigo /Mas vou fazer d´Óis uma nação...

29 novembro 2009

||| AS VIRGENS OFENDIDAS E OS JACINTOS DA PATEIRA



O fim de semana em Óis deu para confirmar que não faltam virgens ofendidas com o que por vezes aqui dizemos, dando opinião, descomprometida e respeitadora. 
Pensavamos nós que - e que  me perdoe, quem tiver de perdoar... - mas era expectável que algumas figuras (ditas) públicas tivessem mais estaleca para a discussão pública, do aquela que demonstram.
As pessoas que gostam de se mostrar em público, têm, realmente, de ter personalidade e coragem para isso. Não é só aparecerem a espreitar uma oportunidade de subir ao trono e fugirem como ratos, quando a coisa não corre bem.
A nós, que até temos a mania de dizer coisas, dar opiniões, esgrimir paixões, a nós já nos chamaram tudo e mais um par de botas. A vida é assim: quem vai à guerra dá e leva, ninguém deveria chegar a meio e amuar, sentir-se ofendido e feito um coitadinho.
Ontem, por exemplo, passei pela pateira e vi o parque de lazer cheio de jacintos. Jacintos em terra, não os que habitualmente vimos na água. Como parámos por lá, para ir ver os patos (que afinal não vi...), acabámos por saber, da boca do único pescador que lá estava, que os jacintos estavam ali há mais de uma semana e que nibguém os tira.
Então, questionamos nós: alguma virgem se pode sentir incomodada se aqui perguntarmos porque é que a Junta de Freguesia ou a Câmara, ou lá quem é, não vem tirar os jacintos?
E se perguntarmos à malta da lista do PS que ainda há mês e meio se propunha dinamizar o projecto «Sábado da Freguesia» porque é que não foram lá ontem limpar os jacintos? Até era o último sábado do mês... - Ou será que não vão só porque perderam as eleições e agora Óis da Ribeira já não interessa?
E a Junta? A Junta de Freguesia não recebe 5 000 e tal euros por ano, da Câmara Municipal, exactamente para a limpeza do parque?
Ora, então, porque se ofenderão as virgens, digam-nos lá?

28 novembro 2009

||| AS ÉPOCAS DA CAÇA AS VOTOS E AOS TACHOS



A blogosfera tem os seus encantos e permite observar serenamente os interlocutores da cousa pública e/ou analisar uma boa capacidade argumentativa.
Apreciamos particularmente o espírito das antigas polémicas, como as de Oliveira Martins com Eça de Queiroz, que tantas pestanas me obrigaram a queimar, em tempo de aulas. Mas parece que essa idade de ouro das polémicas, bem argumentadas e derimidas, já foi chão que deu uvas e parece irremediavelmente em crise, (mal) substituídas pela estridência televisiva que pouco ou nada favorece a reflexão. Ou pela acutilância envenenada de uns quantos que se alapam na blogosfera.
O que tem isto a ver com Óis da Ribeira?
Ora, com televisão, nada... Ou com a blogosfera! Mas todos estamos lembrados da troca de argumentos que alimentou o recente acto eleitoral local que, longe, muito longe de regenerar quaisquer ideias, antes alienou sinergias - das tão poucas que a freguesia tem e tão prejudicadas foram por discursos políticos com pouco sentido crítico, embora criticassem. Mas notoriamente alienáveis e alienados, diríamos mesmo que claustrofóbicos.
E o que se seguiu a isso? Zero!
Esse tipo de discursos é notoriamente usual em tempos eleitorais e depois esquecem-se. Retornam em época seguinte de caça aos votos. E aos tachos!

27 novembro 2009

||| O QUE FAZER A 50 COMENTÁRIOS QUE (NÃO) SÃO ANÓNIMOS?




A caixa de comentários e o correio do CONTRA D´ÓIS são regularmente invadidos de "apreciações" nas mais das vezes sem «direito» a publicação. São (i)moderados! Não porque nos apeteça, só porque apetece, mas porque por norma são indelicados. E indelicadezas nós não admitimos aqui. Já o aqui dissemos algumas vezes.
Vimos aqui hoje falar disso porque achámos estranho e ao mesmo tempo  interessante termos visto no último fim de semana um dos habituais comentadores (um dos tais que mandam as tais bocas impublicáveis) em amena compartilha e sorrisos num festim local com um dos tradicionalmente visados. Ocorreu-nos o que para aqui tem sido escrito e nestes dias andámos a reler os comentários. Para crer! E cremos que alguns senhores não são tão inteligentes quanto supõem nem tão santinhos e bem educados como se querem fazer crer.
Um a um, lemos 50 comentários não publicados e demos connosco a pensar de como é possível que por aí ande gente a fazer de conta que é! Que é o que não é!
Conhecemos as autorias de 47 desses 50 comentários. E os outros três estão no crivo.

Temo-los em CD e papel.
Assim vai Óis!
E o que fazer desses 50 comentários? Ocorre-nos mandá-los aos autores, pelo correio. Se calhar é uma boa medida! Vamos pensar nisso!

26 novembro 2009

||| CARNE PARA CANHÃO NO MERCADO PROFISSIONAL



Aconteceram-me hoje várias coisas, que não são costumes. Uma delas, foi meterem-me uma cunha para um emprego. Vindo o pedido de quem veio, senti um enorme incómodo: era gente que pedia para jovem do primeiro emprego.
Confesso que nunca me senti tanto incómodo, até porque a situação apresentada era de uma delicadeza muito particular. Lá me defendi como pude, olhem lá vejam os anúncios dos jornais, vão ao centro de emprego, olhem aquele vosso familiar que trabalha em tal sítio, que talvez vos possa dar uma ajuda.
Que não, que já tinham feito tudo isso e que nos últimos dias já estavam cansadas de ouvir falar em especializações profissionais dos jovens, que não era bem aquele tipo de curso que precisavam, enfim, as desculpas habituais... e que o que agora se pede são profissões altamente especializadas, as chamada mão-de-obra do futuro.
O problema, tanto quanto me parece, é que andamos a licenciar cursos sem quaisquer perspectivas profissionais para as gerações jovens - que se fartam de queimar as pestanas e depois não conseguem chegar ao mercado de trabalho e, quando chegam, têm de aprender tudo diferente do que lhes ensinaram nas escolas.
A melhor solução, disse-me pessoa amiga, é essas malta pendurar os "canudos" e fazer-se  especializada em qualquer coisa, fazendo-se "carne-para-canhão" do mercado profissional.

25 novembro 2009

||| IMAGINE...


O cenário não é tão impossível quanto se possa pensar: imagine o leitor uma terra em que os eleitos, logo após os esgaseamentos das campanhas e dos gostos e desgostos da noite dos votos, decidem esquecer as diferenças e mal-parecenças e canalizam as suas sinergias paar o interesse do burgo.
Imagine que põem de lado o que de mal e de bem disseram uns dos outros e que, de mãos dadas e peito comum, estudam, pensam, planeiam, projectam e decidem fundir o que cada um julga ser o melhor para Óis da Ribeira num só programa...
Imagine que, em vez de se irem passar quatro anos de intrigas e mal-dizeres, se vão viver tempos de irmandade e partilha, cada qual fazendo dispor-se o que vale, para fazer desenvolver Óis da Ribeira..
Imagine que os nossos eleitos, em vez de se indignarem com afrontas, se irmanavam a cuidar do futuro, sem querer recolher prestígios que não têm... e prebendas que não merecem!
Imagine que em vez de orgulho, se vestiam os nossos eleitos com o facto da humildade...
Imagine!!!
Imagine mas... esqueça. Você estava mesmo a sonhar!

24 novembro 2009

||| O TEMPO EM OS ANIMAIS FALAVAM...



Houve aquele tempo em que os animais falavam. Contavam-nos estas histórias na meninice e ocorre-me aquela do homem que não se cansava de levar pontapés e facadas nas costas. Dizia ele!
Uma bela noite resolveu juntar os amigos para, de novo e com eles, fazer uma lista que seria submetida a sufrágio - contra todos os ventos e marés. Nesse tempo, as marés eram mais que os marinheiros e os votantes, fartos de pantomina, resolveram dar azo a que a ficção se transformasse em realidade e que a facada imaginária se concretizasse num valente pontapé.
Apareceram então duas outras alcofinhas imaculadas, uma mais para a esquerda e outra mais para centro-esquerda/direita.
Olhando para o que lhe saíra em sorte, o alcofinha mais da esquerda estrebuchou: «Que  raio de noite o nevoeiro pariu, nunca vi um bando tão desprovido de capacidade eleitoral que este...».
O alcofinha centro-esquerda/direita, já alinhado para a nova contenda, replicou e disse que não, que «a coisa era boa e que, mesmo se desprovida daquelas especialidades habituais, tinha outras...».
E acrescentou que quem não tem cão, caça com gato.  Em off, aos amigos e na linguagem vernácula ribeiresa, comentou que «a quem não sabe  até os coisos atrapalham», sendo que «o problema residia no populismo da margem do centro-esquerda/direita!».
Pronto, o que eu queria dizer era que aqueles tempos são os tempos presentes, um tempo em que os animais voltaram a falar. Não sabem, muitas vezes, é o que dizem e o que escolhem.
!

23 novembro 2009

||| MAIS DEPRESSA SE APANHA UM MENTIROSO QUE UM COXO...


A minha avó tinha uma sabedoria muito própria, que eu levei algum temp a entender - e só lá chegei muito para cá da adolescência. Era mulher de verdades absolutas e ai de quem a contestasse, que logo havia vime verde a saacudir-nos as pernas.
Dizia ela que sabia as grandes verdades deviam ser transmitidas de geração em geração, que numa família que honrasse a sua ancestralidade (esta aqui é minha, que ela dizia isto de outra maneira e nem devia saber o que isto quer dizer) numa família dessas, dizia minha avó, nunca as raízes deviam ser renegadas.
Já se vê que actualmente ninguém ou muito poucos pensam nisso. Mas estas coisas antigas, já se vê, ainda hoje são portadoras dos princípios que regem a vida. Uma das verdades mais dogmáticas de minha avó era dizer que «mais depressa de apanha um mentiroso que um coxo». Ai de quem, pois, dissesse alguma mentira. Mas ela nunca que quis explicar é porque me dizia que as criancinhas vinham de Paris no bico de uam cegonha! Afinal ela também mentia... E não era coxa!

22 novembro 2009

||| CONSELHOS PARA SE TOMAR ALKA SELTEZER OU GURONSAN

Há quem refira Guronsan como se fosse o placebo indicado para o momento, mas a receita está indevidamente formulada.



Passei o fim de semana em leituras caseiras e ia-me esquecendo de «contrablogar». E eis se não quando medou a ler um correio electrónico meio azedo, que me pareceu resultante de uma alguma azia mal curada, de ressaca ou má digestão. Há festas que dão em achaques destes.
O remoque vinha ainda a propósito das últimas eleições locais, querendo o nosso correspondente baptizar-me com uma das cores concorrentes - quando o voto é secreto e despejado na urna em mesa eleitoral própria. E, como todos sabemos, nem todos os ribeirenses votam em Óis, ou sequer tem algo a ver com o que, de bem ou de mal, fazem os políticos da terra!
Olhando melhor para o corrosivo e quase boçal texto que nos chegou pela via electrónica, e como medicina não é especialidade cá da casa,  apenas poderei sugerir ao correspondente que tome um bom Alka Seltzer, ou um Guronsan - para diluir a azia. Mas não se esqueça que, ainda que possa provocar algum alívio imediato, pode provocar também funcionar na atenuação dos ácidos que nos alimentam a vida e a opinião.
Eu podia dizer quem é o nosso correspondente? Poder, podia... mas era a mesma coisa que não dizer!

20 novembro 2009

||| AS LUSITANAS IDEIAS QUE AGORA VOU RELER...



O computador cá de casa - se é que se pode chamar "de casa" a um portátil já para aí com quatro anitos - tem umas taras que eu não entendo.
Então, de há uma semanas a esta parte, o "bicho" endoidou: às vezes estou a escrever como aqui vos fui habituando e, pffff!..., o computador desliga-se. Solto um par de impropérios e, não raro, dispara-se-me uma vontade imensa de mandar o estropício contra a parede.
O problema nem é bem ter perdido o texto - que na maioria dos casos não merece muita atenção e, deixem-me lá gabarolar, até refaço enquanto o diabo esfrega os dois olhos. O problema é que não consigo escrever um texto se não o fizer de um só fôlego. Logo, como calculam, por isso e quando o computador faz pufff!..., nem ouso, sequer, tentar retomar o que escrevia.

Eu não sou pessoa muuito dada a superstições, mas não deixo, porém, de pensar que o pfff!... pode ser um sinal. Um sinal nem sei bem de quê, mas talvez de que não fosse má ideia parar por uns tempos a aventura blogosférica e limitar-me a ler os que escrevem os outros. E, também a ler, pela primeira vez, o que escrevi, desde 2003 (ou 2004, já nem sei bem), quando me iniciei nas lides. Tenho especial saudade dos textos do Lusitanas Ideias - que uma magnífica equipa de meia dúzia de blogueiros amandou para o ar durante quase dois anos, ainda os blogs não eram moda. E é o que vou fazer agora! Vou lê-los!