28 fevereiro 2007

||| E NÓS É QUE SOMOS DO CONTRA!!!...

Sem Ladaínha mas com Almas

Escrito por :: Óis da Ribeira - online ::
21-Fev-2007

O cenário que se apresenta é triste mas já era esperado... Amanhã, quarta-feira de cinzas, é o primeira dia da Quaresma, sendo também o dia em que se voltaria a ouvir a Ladaínha Quaresmal... mas não...
No ano passado este acto realizou-se apenas na última semana da Quaresma e mesmo assim a adesão ficou muito aquém do esperado, com «meia dúzia de gatos pingados» a darem o corpo ao manifesto. E em 2007 tudo indica que é mais uma tradição que se perde...Felizmente nem tudo são más notícias, pelo que o "Amentar das Almas" (um ritual de penitência em sufrágio das Almas do Purgatório) é para continuar e irá começar já na noite de quinta para sexta-feira, realizando-se semanalmente.Bem hajam esses poucos ribeirenses...
A foto data da última noite do Amentar das Almas de 2006.
- Isto está escrito no Site Óis da Ribeira OnLine - do Luís Neves. E depois nós é que somos do Contra (d´Ois). Somos, realmente e às vezes, mas quem tem olhos na cara não pode deixar de se entritescer com as coisas que vão morrendo em Óis. É pena... Veja AQUI

27 fevereiro 2007

||| ESTE PAÍS, HOJE!!!...

Reformas

Graças à nova Lei que agora entra em vigor quem recorrer à reforma se não tiver um bom pé de meia ou um bom PPR estarão tramados. Até aqui contavam os dez melhores anos nos últimos quinze anteriores ao pedido de reforma. Agora, feitas as contas o reformado vai receber menos de 57% do valor que recebia anteriormente. Quem não se queixará com esses problemas é Vitor Constâncio que só recebeu do Banco de Portugal em 2005 a módica quantia de 280.889,91€ (até parece que jogou e ganhou no Totoloto). Anda Zé. paga e cala!!!

Ainda Reformas
A Caixa Geral de Aposentações recusa-se a pagar as Reformas de antigos Funcionários do Ministério da Justiça porque o referido Ministério da Justiça não paga as contribuições (que retém mensalmente aos funcionários) ao Ministério das Finanças. Por razões idênticas alguns Empresários foram parar à prisão, e o patrão do Governo não vai? Sim porque se a Justiça não paga às Finanças, os funcionários não têm culpa que o Governo seja mau pagador. Bora lá Zé.

Educação(ou a falta dela)
Está entregue aos cuidados de uma avô, uma criança que nos últimos tempos se mostra muito irrequieta e utiliza vocabulário impróprio. No dizer da avó, tal fica a dever-se ao facto de a criança gostar imenso da mãe e não poder viver com ela, vá-se lá saber o porquê. Um destes dias na Escola a Professora teve que intervir na Escola do Cerco do Porto onde lecciona para castigar o mau comportamento da criança que, mentindo, disse que a Professora lhe havia batido. Resultado, a mãe (porque, supõe-se, gostar imenso da sua filha e compreende perfeitamente os problemas desta criança, até a mentira, confirmada pela avô) resolveu ir tirar satisfações com a Senhora Professora da melhor forma - espancando-a. Assim é que é educação, toma lá que já almoçaste.

Universidade Independente
O Reitor destituiu o Vice-Reitor do cargo face à acusação de crimes de branqueamento de capitais e tráfico de diamantes originando um défice de dezenas de milhares de contos em benefício próprio. Contesta o Vice-Reitor alegando que a Universidade pagou a piscina do Reitor e a casa do filho do Reitor. E está bem, estamos numa Universidade, deve-se ensinar tudo aos alunos, até a gamar. Boa Zé.

Lidas estas notícias, é caso para perguntar: estamos em Portugal? Na Europa? Ou será que estamos na América do Sul?

26 fevereiro 2007

||| JARDIM, ÁGUEDA E ÓIS DA RIBEIRA

Alberto João Jardim, se ganhar com uma maioria absoluta reforçada e generosa as eleições que provocou, ficará numa situação duplamente curiosa.
Por um lado, será o líder da oposição ao Governo socialista comandado por José Sócrates. Por outro lado, iniciará um processo, com contornos que ainda não são claros mas com consequências de alguma maneira imprevisíveis, e que, certamente, o tornarão no primeiro chefe de um Governo regional com laços cada vez mais reduzidos com a República.
Será que José Sócrates se irá então arrepender pelo facto de ter iniciado, com a revisão da lei das finanças regionais, um processo de federalização da República? E que não se invoque a Constituição. Porque será impossível, em democracia, limitar pela lei aquilo que politicamente Jardim e os madeirenses irão reclamar pelo voto. Sem dramas.
Imagine-se Águeda e Ois da Ribeira, com o Fernando Pires a exigir mais dinheiro da Câmara de Nadais, a demitir-se porque não o recebe e a provocar eleições antecipadas, desafiando o poder camarário. Os socialistas locais, com os seus prendados líderes, vão a votos contra o poder instituído. O Saraiva já nem lá vai... Mas o Pires ganha e torna-se líder de uma oposição municipal que não existe.
Alguém quer dar mais cores a este quadro?!

25 fevereiro 2007

||| A URGÊNCIA DAS URGÊNCIAS...

Diz-se, Marcelo & C.ª dizem, que o Primeiro-ministro terá assumido a gestão do "processo urgências".
Diz-se, mas dizem mal, porque a gestão do processo continua a ser de Correia de Campos, como não podia deixar de ser, conforme se comprova pela sua actuação nos últimos dias. Não foi o PM que se deslocou ao Hospital do Montijo nem foi ele que anunciou a necessidade de dialogar sobre a aplicabilidade do relatório técnico. É evidente que a questão das urgências tinha de ser equacionada.
É fácil entender que não é possível ter um serviço de urgência a funcionar numa unidade hospitalar sem meios para o manter, limitando-se a receber o doente para o encaminhar para uma outra. Perde-se tempo, eficácia, eficiência e dinheiro.É preferível que o doente seja avaliado por quem primeiro o socorre (INEM, etc.) e que seja conduzido, à primeira, para a unidade hospitalar que tem capacidade para o assistir.
A Correia de Campos parece sobrar competência técnica para gerir o Ministério da Saúde mas falha competência e humildade política. Por isso, já há muito que deveria ter sido enquadrado pelo PM, a quem compete a gestão política de todos os assuntos da governação. Foi o que Sócrates fez, conforme é sua primeira obrigação e responsabilidade, embora com algum atraso. Confundir isso com a assumpção da gestão do processo é mais uma atoarda de pura manipulação e demagogia.
Agora, imagine, que o Campos se lembra de fechar o SAP e o Hospital de Águeda!

24 fevereiro 2007

||| AI ESTAS CABECINHAS RIBEIRENSES EM FIM DE SEMANA.!!!..

Dir-me-ão que não é importante. Também acho que não interessa muito, mas convinha saber. Ou por outro lado, eu gostava de saber. Elas são giras, elas são elegantes, ricas, famosas, deslumbrantes, admiradas, algumas são inteligentes, desejadas e essas coisas todas.
De acordo. Mas, como é?
- Sabem estar à mesa?
- Agradecem, pedem desculpa ou se faz favor?
- Andam de pantufas em casa?
- Acordam lindas?
- Além de dar autógrafos sabem escrever?
- Acham que Apollo 13 é uma marca de perfumes?
- De que falam quando não falam para a câmara?
- Acreditam que a Guerra de Secessão é entre o Armani e o Versace?
- Saberão que há casas que se vendem sem decoração?
- Pensam que Winston Churchill é uma marca de charutos?
- Irão a missa do padre Júlio só para mostrar o vestido novo ou ver o You Tube?
- Saberão que a Lagoa da Pateira é a mais nova invenção camarária sobre o nome do ribeiro d´Ois?
- Pensarão que Contra d´Ois é nome de movimento político?

Pois é. Isto não é a história da loura burra, mas para lá caminha...

23 fevereiro 2007

||| LAVEM A CAMISOLA DO MANTORRAS...

Fascinado com as tarefas domésticas, o meu marido resolveu lavar uma camisola dele. Um bom bocado depois de ter chegado ao pé da máquina de lavar, gritou-me de lá:-
"Que programa de lavagem é que devo usar na máquina?"
"Isso depende," respondi-lhe e perguntei: "O que é que diz na camisola?"
Ele gritou outra vez, muito feliz, a resposta:- "Mantorras."!!!!!

22 fevereiro 2007

||| BENFICA E BRAGA EM FRENTE..

O BENFICA e o BRAGA lá passaram a eliminatória e em dia de futebol com Portugal a somar pontos no ranking da UEFA, vem mesmo a matar falar de política. É o que nos apetece hoje, com os nossos cumprimentos...

21 fevereiro 2007

||| A CRISE, A PROBREZA E O GOVERNO DE PORTUGAL NO DIA EM QUE FAZ DOIS ANOS DO POSSO, QUERO E MANDO DE SÓCRATES!!!

A pobreza não é um desígnio de Deus, mas, sim, um produto de políticas traçadas por seres humenos como nós. E isso, sejamos francos, nós não podemos tolerar. Mas é assim vai o "nosso" Portugal. Segundo dados publicados pela Comissão Europeia, 14% dos portugueses com emprego vivem abaixo do limiar de pobreza, contra 8% no conjunto dos 27 países da UE - um dado que confirma brutalmente as recentes afirmações do ministro Manuel Pinho sobre os baixos salários portugueses.
A República Checa, por exemplo, país que tem um PIB muito próximo do português, tem apenas 3% da população como pobres. Entre os 27 países da UE, apenas a Polónia e a Lituânia estavam em pior situação, com 21% de pobres.
É este o nosso amado Portugal no dia em que o actual governo faz dois anos de posso, quero e mando!!!

20 fevereiro 2007

||| GOSTEI DE LER!!!

1. João Pereira Coutinho, Expresso: "O aborto clandestino continuará depois das dez semanas; e continuará antes das dez semanas porque o acto de abortar num 'estabelecimento de saúde legalmente autorizado' implica uma exposição que não será partilhada por todas as mulheres, sobretudo em contextos sociais restritos."

2. Pedro Lomba, Diário de Notícias: "O que está agora em causa já não é a penalização do aborto - é a atitude do Estado perante uma realidade que suscita na sociedade fortes sentimentos de rejeição ética. Para muitos dos que votaram 'sim', não é aceitável que o Estado assuma uma posição demissionária ou neutral. O mesmo Estado que tenta persuadir as pessoas para deixarem de fumar, não se divorciarem, fazerem dieta e desporto, esse mesmo Estado não terá uma palavra a dizer (de desincentivo) a quem decide fazer um aborto?".


3. João Bénard da Costa, Público: "Muito se muda neste país onde se diz que está tudo na mesma. Talvez seja o que os portugueses aprenderam com Lampedusa."

19 fevereiro 2007

||| IDA E VOLTA EM SEGUNDA FEIRA DE CARNAVAL

Visual!!!
Isto é uma ida e volta ao ponto de partida!! Clique sobre a foto e não canse a vista. Pode ser que seja uma espécie de nossa partida de carnaval!!!

18 fevereiro 2007

||| EFEITOS DO CARNAVAL DE 2007

Não me mascarei!!! Não gosto. Não fui ver nenhum desfile de Carnaval e muito menos de brasileiros. Não aprecio. Nem fui ao cinema, que os bilhetes estão caros! Então, fiquei por casa a beber uns copos. E viva o carnaval!!!

17 fevereiro 2007

||| AS DÍVIDAS À SEGURANÇA SOCIAL

Gestores de empresas "caloteiras" passam a pagar do próprio bolso, vão ser chamados a pagar da própria carteira as dívidas à Segurança Social das empresas que administram. As notificações seguem nas próximas semanas.
A Segurança Social vai apertar o cerco e responsabilizar directamente os gestores das empresas que devem contribuições. Em causa podem estar 25 mil directores que vão ter de pagar as dívidas do próprio bolso.
O processo começa este mês. Vão ser notificados para uma audiência os responsáveis por empresas que devem mais de 25 mil euros ou que tenham liderado duas ou mais sociedades com dívidas. Com esta operação, a Segurança Social espera recuperar 80 milhões de euros. A reversão, assim se chama este instrumento legal, é utilizado quando não é possível recuperar a dívida através da penhora do património da empresa.
Cá por Óis, como é que iremos de caloteiros?!!

16 fevereiro 2007

||| O TAL S. VALENTIM

Foi o infame dia de um tal de São Valentim, onde não há casalinho que não faça eternas juras de paixão e amor, convenientemente ilustradas em cartões comprados à pressa numa bomba de gasolina e caixas de chocolates adquiridas no café ao lado do emprego.
Antes que os apaixonados se virem já contra mim, esclareço que não tenho nada contra as ditas juras... Desde que feitas noutro dia qualquer, sem cartõezinhos e montras cheias de coraçõezinhos (nesta altura, tudo é inho). Confesso que me faz confusão ver os parezinhos irem ao restaurante e ao cinema, tornando o dia «verdadeiramente especial». Resumindo, acho que a obrigação que está subjacente à data vai precisamente contra o que a data representa, mas adiante.
O que me traz aqui é limpar o nome do desgraçado do São Valentim. Perguntam vocês e com muita razão: O que bem fez São Valentim a Deus (e que mal lhe fizemos nós) para termos que aguentar com a febre dos coraçõezinhos uma vez por ano? Aí é que está! O homem não teve culpa nenhuma! Teve azar, eh eh, só isso! Correm várias versões sobre a vida e consequente santidade do Valentim, parecendo-me a mais credível a de ele ter sido um Romano convertido ao Cristianismo e executado pelos seus por não querer renunciar à sua fé. A versão mais mirabolante desta história mete uma paixão fulminante pela filha do carcereiro, a quem Valentim escreveria cartas de amor. Pois... as coisas que eu sei!!
Como é que Valentim se viu associado a esta euforia amorosa, então? Ora bem, na Idade Média, os Ingleses e Franceses, povos observadores mas com pouca visão a longo prazo, como se pode confirmar hoje, (Iraquis e Kwaitis) repararam que era nos meados de Fevereiro que os passarinhos começavam a “passarinhar”. E como metade de 28 é 14, saiu a rifa ao pobre Valentim de ver o seu dia escolhido para a troca de missivas amorosas sob o bom augúrio da “passarinhagem”. Vistas bem as coisas, o Valentim deveria ser o “Bissanto” Valentim, afinal de contas, foi mártir duas vezes...

15 fevereiro 2007

||| O NOVO CARTÃO DA PIDE!!!...

As carteiras vão ficar mais vazias quando chegar o cartão único do cidadão. O novo documento vai substituir vários cartões utilizados na relação com a Administração Pública, como o cartão do serviço nacional de saúde, o cartão da segurança social, o cartão de eleitor e o cartão de contribuinte. Será, pretende o Governo, «um verdadeiro certificado de cidadania».
O documento vai permitir que o portador seja identificado de duas formas diferentes. Por um lado, identifica visualmente o cidadão; por outro, a forma digital de que será revestido vai permitir ao cidadão «identificar-se e autenticar-se electronicamente nos actos em que intervenha». É que o problema é mesmo este... Muita informação.
A PIDE está aí, mais sofisticada do que nunca e com a complacência dos cidadãos... Quem vai fiscalizar as bases de dados e quem vai controlar tanta gentinha que pode ter acesso aos nossos dados? Mais, e que outros dados poderão ser colocados ou cruzados naquele cartão? A Globalização está aí da sua forma mais perversa! Porque não discutem isto os senhores prós e contras, Marcelos, Vitorinos e outros artistas que nos andam a entreter a bola?!!!

13 fevereiro 2007

||| O ABORTO CLANDESTINO

A campanha sobre a IVG que agora terminou teve vários aspectos positivos. Foi notória a subalternização dos partidos políticos e a emergência de grupos de cidadãos com genuína representatividade social.
Registou-se uma fortíssima participação de jovens, de um lado e de outro, desmentindo os absurdos lugares-comuns que por aí se ouvem a propósito do alegado desinteresse das novíssimas gerações pelo destino do País. Confirmou-se o salutar princípio da separação entre os domínios de César e de Deus, que é um dos pilares da civilização cristã, deixando claro que o debate público do aborto não era de natureza religiosa. E firmaram-se novos consensos nacionais numa matéria tão propícia a extremismos.
Consensos pelo menos em quatro domínios:
- ABORTO CLANDESTINO. Tornou-se evidente que a sociedade portuguesa não pode continuar a contemporizar com a propagação do aborto clandestino, um drama social somado ao drama moral.
- PRISÕES. Consensual foi igualmente a necessidade de manter as mulheres que praticam aborto, num prazo razoável de gravidez, fora da alçada do Código Penal. É certo que nenhuma delas está presa. É também certo que ninguém pretende prendê-las.
- VIDA HUMANA. No referendo de 1998 não faltou quem pusesse em causa a existência de vida humana às dez semanas de gestação. Face aos últimos desenvolvimentos da medicina, este cepticismo é hoje ainda mais destituído de sentido:
ninguém ignora que existe ali um ser vivo, também susceptível de possuir direitos.
- MÉDICOS.
"Guardarei respeito absoluto pela vida desde o seu começo", determina o código ético dos médicos. Muitos deles recusar-se-ão a praticar abortos de acordo com o novo quadro legal. Ninguém lhes nega o direito à objecção de consciência: eis outro consenso social que emerge deste referendo.

11 fevereiro 2007

||| O PROBLEMA DO ABORTO

As respostas balbuciantes do Governo, jamais descendo ao concreto, nestas próximas horas que se seguiram ao apuramento dos resultados do referendo são bem indiciadoras de que o problema do aborto está muito longe de se resolver com uma alteração de uma alínea do Código Penal.
O país que agora consagrou a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas enquanto "direito" da mulher é o mesmo que se prepara para encerrar quinze urgências clínicas em sedes de concelhos tão diversas como Estarreja, Fafe, Vila do Conde, Cantanhede, Régua, Peniche, Vendas Novas e Macedo de Cavaleiros, como o ministro da Saúde - com a sua habitual subtileza de elefante em loja de porcelanas - acaba de revelar.
Num certo sentido, é a partir de agora que tudo começa. Que clínicas serão licenciadas e com que critérios? Que verbas do Orçamento de Estado estarão à disposição das utentes? Qual o enquadramento regulamentar dos médicos que pretendam exercer a objecção de consciência? Um mundo de interrogações, tanto mais que a lei ainda em vigor nunca chegou a ser devidamente aplicada por falta de regulamentação. Se alguém pensava que bastava depositar um boletim de voto numa urna para pôr fim à chaga do aborto clandestino, desengane-se. Desde já.

10 fevereiro 2007

||| LOJA DE DROGA EM AVEIRO!!!

Abriu no centro de Aveiro, a primeira smart shop fora da Holanda na Europa, que, com o nome de Cogumelo Mágico, tem à venda «drogas legais».
Cogumelos mágicos, portanto.

Preocupado? Não esteja: «São tudo produtos legais, de alta qualidade, importados de um fornecedor muito sério da Holanda», garante o proprietário - na foto.
Os cogumelos são de altíssima qualidade. Tanta qualidade que o fornecedor parece "sério".

09 fevereiro 2007

||| O PÃO NOSSO DE CADA DIA!!!

Há uma espécie de febre contagiosa que nos faz não suportar que alguém nos ultrapasse. Não é bem inveja. A inveja é uma paixão muito perigosa, enquanto isto de que falo não passa de uma reacção inócua, pouco reflectida e quase infantil.

Esta manhã fui ao supermercado, com a lista de compras e a missão muito particular de não me esquecer do pão. Disciplinadamente, esperei a saída de uma nova fornada. Pairava no ar um cheiro delicioso e, enquanto aguardava a vez, juntou-se nas redondezas um grupo largo de gente, que se entreolhava com desconfiança, também à espera da saída do pão acabado de cozer no forno.
À medida que crescia o odor requintado, picando a fome (palavra imperfeita para essa ansiedade que ia dominando as personagens), aumentava também a desconfiança entre as pessoas daquele grupo de desconhecidos, enfim, de vizinhos, nenhum deles com aspecto de viver carências. E, quando os empregados do supermercado colocaram a fornada à disposição dos clientes, houve um momento de descalabro daquela espécie de sociedade ainda composta. Cada um correu para apanhar o máximo de pão escaldante. Não posso dizer que houvesse encontrões significativos ou cotoveladas, mas ocorreu uma quase luta, duas mãos que agarravam ao mesmo tempo um só embrulho, olhares cruzados que mal dissimulavam fúria, o passo mais veloz na direcção do alvo, como se a caça pudesse espantar-se, esconder-se atrás das prateleiras altas.Não pense o leitor que fui virtuoso. Também reclamei a minha dose de pão quente.
O que pretendo com esta crónica não é criticar o humano e concluir dizendo que devíamos ser mais pacientes, que devíamos aprender a partilhar, pelo menos com os da nossa comunidade. Tudo isso é evidente. Mas penso por vezes neste episódio. Não na perspectiva de lamentar as minhas falhas, que lamento, mas na perspectiva da fragilidade do nosso verniz.As pessoas corriam para agarrar o pão, que teria sobrado para uma multidão dez vezes maior. Ninguém pensou em passar fome, ou algo dramático.
O gesto colectivo de correr foi um movimento competitivo. Aquelas almas perdidas de si próprias tinham sido transformadas por leves segundos em seres sem o embrulho sofisticado de qualquer civilização.
Depois, quando caíram de novo em si, as pessoas afastaram-se umas das outras, talvez um pouco envergonhadas. Tentavam ainda esconder o pão muito quente e que largava um cheiro divinal.

08 fevereiro 2007

||| A ABSTENÇÃO VAI MATAR O REFERENDO

Leio o DN e espanto-me com um texto da pág. 4 (sem ligação), que recolhe sucintos depoimentos de várias pessoas da área das Ciências Sociais e Jurídicas, quanto à possibilidade de uma abstenção elevada, no próximo domingo, poder "matar" outros referendos que se pretendam efectuar.
Tese que tem vindo a ser referida com alguma frequência nos últimos dias. Será que as doutas personagens não colocam, também em causa, as eleições. Afinal, as abstenções são significativas. Por esta ordem de ideias, pelo menos em Portugal, mas não só, não se elegeriam deputados ao Parlamento Europeu, dada a pouca afluência que ocorre todos os cinco anos.
A abstenção não é fenómeno recente e os referendos não devem ser desprezados, mesmo em tempos de crise. Aliás, grande parte das democracias, excepto as nórdicas e onde o voto é obrigatório, contam com abstenção significativa.
Obviamente, a Regionalização, que provavelmente deverá voltar a estar na agenda de prioridades, dentro de três a quatro anos, a ser assumida - já não é sem tempo!, tem de ser referendada. Por outro lado, importa não esquecer, somos uma democracia jovem.

07 fevereiro 2007

||| INTERRUPÇÃO (IN)VOLUNTÁRIA DA VIDA NO NEOLÍTICO E O REFERENDO

Nada tétrico. Apenas um registo de que os humanos já no neolítico e até perante a morte, ou sobretudo com ela de frente, não sentiam outro recurso que o abraço. De amor ou por fraternidade. Ou por ambos os motivos tão desperdiçados enquanto o final não ronda. Confirmando que é tão antigo o hábito humano de adiar para o patético da inutilidade o que mais se precisa e nunca se gasta pelo uso.
A foto é da Reuters e mostra um par de esqueletos humanos do tempo do Neolítico, descobertos em escavações em Mantova, Itália. Estes não tinham o problema de ter de referendar o aborto às 10 ou às mil semanas.

06 fevereiro 2007

||| ESTAVA CEGA E CEGA FIQUEI...

Admito, ainda há pouco estava fartinha e com o referendo pelos cabelos. Ontem, em lugar do Prós e Contras, passei a noite a descontrair com uma sequência de episódios do Dr. House. Ainda hoje, ao abrir o Público sentia que não teria escapatória. Isto até deparar-me com esta passagem, da autoria de Maria do Céu da Cunha Rêgo:
«Olhe para as mulheres de quem gosta. Deixe as outras, as de quem já gostou ou as que detesta mesmo. Olhe por si».
Caramba, a veracidade destas palavras e a lucidez do conselho atingiram-me com a intensidade de um camartelo. Olhar para as mulheres de quem gosto. Ora aí está algo que posso fazer, que devo mesmo fazer, verdadeiro imperativo kantiano que é. Fiquei é a saber o mesmo. Não? Sim? Nim?

05 fevereiro 2007

||| MAIOR LIBERDADE PARA ...

Não há dúvida, não gosto do pensamento fundamentalista -venha ele de onde vier.
Primeiro, começaram por nos dizer em que escola devemos inscrever os nossos filhos, em que hospital nos devemos tratar, e de que modo se deve poupar dinheiro para a nossa velhice.
Agora, dizem-nos quais são os hábitos que nos toleram, os prazeres que podemos gozar, a comida que devemos comer, e estamos até a chegar ao ponto de nos quererem dizer os carros que podemos guiar.
Não deixa de ser um sinal revelador da enorme confusão em que vivemos quando muitos defendem, simultaneamente, maior liberdade para abortar, mas menos liberdade para comer, a legalização das drogas, mas a proibição de fumar».
Fica dito!!! Mas a dar que pensar!!!

03 fevereiro 2007

||| PORTUGAL GLOBAL, NINGUÉM LEVA A MAL!!!

O Governo português quer apostar numa nova vertente externa, nos BRIC - potências emergentes, como se a nossa tripla dimensão exterior: europeia, atlântica e lusófona, estivesse bem e se recomendasse. Como estão todas aquém da sua potencialidade, nomeadamente a última.
Por outro lado, estranho como ninguém se apercebe, no Governo e nos serviços técnicos do país, de que os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) já passaram a BIC, tendo a Rússia "saltado" deste grupo e passado a fazer parte dos BIC o México e a África do Sul. A Rússia é de um "campeonato" diferente dos restantes Estados.
Por natureza, esteja bem ou mal, o gigante eslavo é uma potência mundial. As outras só agora se estão a afirmar à escala mundial, ainda que sejam potências regionais.
Será que ninguém ouviu nada do que a Chanceler alemã disse na abertura de Davos?
Pede-se mais atenção, pois chegar tarde, nesta era global, é não chegar. É perder o comboio, pois não se está no momento oportuno, quando as relações se estabelecem, consolidam e frutificam. Será que a lição dada por Espanha, em relação à América latina não foi aprendida por Portugal? Não é por acaso que os espanhóis têm a oitava economia do mundo.
Querer tocar todas as teclas do piano, sem ter dominado as essenciais, é desperdiçar o talento para os acordos indispensáveis para se viver.

02 fevereiro 2007

||| OS TUBARÕES E ÓIS DA RIBEIRA!!!

Dois ribeirenses, familiares e achados em terra estranha, depois de lerem notícias da terra natal, interrogam-se sobre o que por lá se passa. Pergunta um deles se o outro sabe porque é que os tubarões não atacam os pretensiosos?
Que não, que não sabia, respondeu o outro estranhando até a invulgaridade da pergunta. Afinal o que isso tinha a ver com Óis? Tubarões! Não entendeu..
Disse o familiar que era fácil... que era por cortesia profissional.
O familiar não entendeu. Nós também não, mas como a charada nos foi enviada como piada, aqui a deixamos sem lhe mexer! Abraços...

01 fevereiro 2007

||| SEM TÍTULO!!...


||| DIÁLOGO ENTRE DOIS EMPRESÁRIOS CHINESES ENTUSIASMADOS COM O NOSSO MINISTRO ANTÓNIO PINHO


(em rigoroso exclusivo)

- Vais investir em Portugal?

- Vou. O ministro da Economia português disse que "Portugal é um país competitivo em termos de custos salariais. Os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da União Europeia e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento".
- É, eu vou fazer o mesmo. Condições ideais para o investimento.
- Investes em quê?
- Jogo. Vou abrir casinos. Eles têm poucos. E tu?
- Vou abrir salões... de massagens. E restaurantes. Com muita sopa de ninho de andorinha. Muito bom os salários lá serem mais baixos que a média dos países europeus.
- É. Muito bom também a pressão para o aumento dos salários ser menor do que na Europa.
- Depois convidas-me para o teu casino?
- Sim, podes lá jogar, se me convidares para o teu salão. Ando mesmo a precisar de uma... massagem. E de uma sopinha.
- Convido, sim. Chau.
- Chau chau.