29 agosto 2013

||| ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2013




O dia de hoje a um mês, 29 de Setembro de 2013, é o de eleições autárquicas, o que significa, quanto a Óis da Ribeira, que é o princípio do fim da sua independência administrativa e política, não sabendo o Contra se não será, também, mesmo a morte da sua identidade territorial.
Os caprichos dos imensos monos da vida pública e da governação local talvez ajudem a compreender o mau gosto e a irresponsabilidade leviana com que se brincou aos territórios, desrespeitando a história e se conduzindo à auto-mutilação de uma autonomia multi-secular, própria e honrada.
O Contra não sabe, e provavelmente nunca saberá, se tal magistério de incompetência aconteceu por incúria ou por maldade. Ou algum interesse menos claro.
Este final de Agosto acelera a contagem decrescente para as eleições autárquicas. Desconchavados pensamentos assolam as gentes ribeirenses, atropeladas que foram por mexidas políticas que surpreenderam.
De hoje a um mês, novos donos (donos estranhos...) gerirão o que Óis da Ribeira administra desde antes do princípio da nacionalidade. Cada terra tem os homens e as mulheres que merece!

27 agosto 2013

||| EXPLICAR O INEXPLICÁVEL... É TEMPO PERDIDO



Há questões que não podem ser decididas noutro sítio que não seja no próprio. Agora, há choradinhos e lágrimas porque Óis foi agregado a Travassô e Travassô faz questão de, sobranceiramente, fazer de conta quer Óis não passa de um território dependente, politica e administrativamente.
As duas freguesias cresceram e desenvolveram-se separadas e têm vida própria, nunca dependeram uma da outra. Óis até é uma vila, como se vê no seu brasão, com os seus nobres 4 castelos. Mas quis a governação vigente ignorar a história e os valores  herdados de séculos e, olimpicamente, lavou as mãos e a alma das suas obrigações e responsabilidades.
Agora, chorar é tempo perdido!
Agora, explicar o inexplicável é confissão de culpa!

25 agosto 2013

||| A TROCA DE CAMISOLAS...



O Contra, ontem à tarde, em má hora decidiu elogiar efusivamente a opinião de um ribeirense, que animadamente brincava sobre o processo eleitoral autárquico. Dizia ele que não havia melhor exemplo que Óis da Ribeira, onde, por via das dúvidas, dois marmanjos se aprontaram a continuar a governar, mesmo mudando de partido e de camisola.
Interrompeu o miúdo, filho do interlocutor e muito prolixo no palavreado, com palavrões à mistura, tratando de dizer que era ao mesmo tempo do PSD e do PS, porque o pai ia votar na lista dos laranjas e a mãe na dos socialistas.
Os pais estão divorciados, cada qual é do seu partido, ele usa a camisola adequada, conforme está com um ou outro, e, assim, ficavam os dois felizes. O Contra embatocou com a esperteza do miúdo.

22 agosto 2013

||| OS DIVORCIADOS DO PODER...

As listas de candidatos vieram a lume e sem os nomes que se anunciaram e muito menos os ferros-velhos que andaram e enferrujar a política local durante uma carrada de anos e sem fazerem coisa que fique para a história da terra, a não ser a patética e implausível mudança de partido, chumbada, afinal, para não haver misturas.
Uma coisa é registável, da parte do PSD - que de repente se via órfão dos seus «padrastos» e se manteve em família, ignorando os que deram à sola, à procura de tachos.
Registe-se também o facto de os dois elementos social-democratas do actual executivo se manterem fiéis ao partido (ao PSD) que os elegeu anos a fio: Manuel Duarte Marques de Almeida, actual secretario, é o nº. 4 da lista conjunta: Rui Jorge dos Reis Fernandes, actual tesoureiro, é o nº. 8.
Assim se dão lições aos foragidos, aos aviadores dos tachos, aos emigrantes da guita, aos amantes do poder, aos que que indefinidamente querem ser caciques - seja a que preço e qual for e de que cor seja.

20 agosto 2013

||| O PODER E O DINHEIRO...




Isto de ser político é uma maçada... E político local, então o Contra nem percebe, e até admira, como ainda há tanta gente disponível para servir as suas terras, mesmo que tenham de mudar de partido e perder a vergonha na cara. Os que ainda a têm.
Ele é só chatices: tempo perdido, inconvenientes de toda a ordem, prejuízo da vida profissional, pessoal e familiar, despesas, telefones, deslocações, sacrifícios, ralações, sei lá.
Mas vai-se a ver e esta malta é remunerada: um presidente de Junta de Freguesia pode continuar a exercer a sua actividade profissional e, pela maçada para que se voluntariou, a incómoda presidência da autarquia, recebe 274,69 euros por mês, ou 3 296,30 por ano. Ou 659 contos, na moeda antiga e por ano. 
O secretário e o tesoureiro embolsam 219,75 mensais, ou sejam 2 637,04 por ano. Ou 527 contos por ano.
Quer isto dizer que um presidente, em 10 anos, afinfa com 6590 contos. Ou o dobro, 13 180 contos, se por lá andar 20 anos a sacrificar-se. 
Percebe-se melhor porque é que há gente que, para continuar no poder, faz de tudo. Sabe bem o tacho!

19 agosto 2013

||| OS CANDIDATOS SALTA-POCINHAS...



A mania de haver um momento em que os eleitores são quem manda, devia acabar. Os poderes, dos senhores a governança, deveria perpetuar-se para que os senhores pudessem acabar a sua obra e albardar uns cobres. Esta chatice das eleições é terrível e um(a) candidato(a) até deixa de dormir bem, a pensar na vida.
Os senhores governadores deveriam governar até morrer, deveriam profissionalizar-se, sem quaisquer limitações de mandatos na mesma autarquia.

Um coisa destas só pode criar problemas, é a parte chata da democracia, quando os eleitores dirão aquilo que eles próprios entendem sobre o assunto.
Eventualmente, será por assim não ser que nasceram e apareceram o candidatos salta-pocinhas, aqueles que para se perpetuarem no poder mudam de camisola e até de cuecas, se for preciso. 

 

16 agosto 2013

||| PARA ONDE FORAM OS LIDERES RIBEIRENSES DO PS...

Nenhum dos três primeiros membros da Lista do PS de há 4 anos, candidatos à Junta de Freguesia de Óis da Ribeira, está na lista de Travassóis, em 2013. A Carla Tavares, o Luís Neves e o Carlos Pereira, os tais ditos candidatos de 2009, desapareceram do mapa autárquico local.
Vá lá saber-se porquê!
Porque não concordaram com a agregação?
- Então, tiveram hipótese de votar contar ela, na Assembleia de Freguesia convocada para o efeito.
Porque não concordaram com a entrada de novos socialistas, os que afinal não entraram?
- Então, afinal não entraram.
Porque tal mandato tiveram, que outro não valia fazer?
- Não sabemos conjecturar. 
- Porque era necessário a renovação da lista?
- Não nos parece.
Seja como for, e pelo que terá sido, a verdade é que não fazem parte e, provavelmente, nunca saberemos as razões.
Mas teria sido bonito vê-los na mesma bancada do sô Pires e a votarem para o mesmo lado. Ou o sô Pires, de braço dado com os seus futuros ex-inimigos políticos, a erguer a mesma bandeira, como «braço armado» operacional do santos guru da política ribeirense. Eh, eh, eh...

13 agosto 2013

||| A LIMITAÇÃO DE MANDATOS NAS AUTARQUIAS LOCAIS


O Contra não acha correcta a lei que impede um eleito de ser candidato por mais de três vezes seguidas na mesma autarquia. Porque é que, por exemplo, um senhor deputado pode ser eleito indefinidamente? Porque são os deputados quem faz as leis?
A lei de limitação de mandatos autárquicos, para o Contra, nem deveria existir! A única limitação devia ser a comprovada falta de honestidade, transparência, verdade e competência dos eleitos.
A lei, porém, existe e com ela temos de coexistir. Infelizmente, coexistir com uma lei feita de forma suficientemente incompetente (??) para permitir interpretações divergentes. 
Vejam-se as decisões de hoje, anunciadas para várias Câmaras Municipais: a mesma lei que a uns permite, a outros impede.
O Contra acha que é uma vergonha para a política, para a justiça (e para a democracia) esta sucessão inevitável de decisões contraditórias dos tribunais. Seja por dar lugar a interpretações, ou porque os juízes fatalmente ficam sob a suspeição de tomarem decisões por simpatias partidárias. O que não os prestigia.
O Contra surpreende-se (se é possível a surpresa, em política) como ninguém se lembrou, na união de Travassóis, de cassar a candidatura de Mário Martins - candidato que, face à lei, não o poderá ser. Ou poderá, segundo outros juízes.
Imaginemos, agora - e porque a imaginação ainda não paga imposto - que, passadas as eleições, uma lista candidata perdedora as resolve impugnar, ao abrigo da mesmíssima lei e com as mesmas “limitações».
E dizem, depois, que os tribunais andam atafulhados de processos.

10 agosto 2013

||| AS NEGOCIATAS DA GOVERNAÇÃO DA UNIÃO...




O Contra soube das negociatas de bastidores que alguns candidatos, ao jeito de «é assim e assado, fazemos assim, um para ti, outro para mim», se aprestavam a dividir os cargo da governação da futura união.
Os putativos governadores do condado travassoisense já tinham, até, trocado lembranças, no dia do cicloturismo e mostraram-se de braço dado e boca aberta a sorrir - ou a desdenhar do povo que pensavam que os iam eleger - e continuaram a autorizar-se a decidir nas costas do povo. E, disseram, tudo com ilimitada transparência e feito aos olhos do sobredito povo.
O Contra sabe, como toda a gente sabe, que prometer transparência é coisa que qualquer político faz, como se isso fosse preciso. E não fosse uma obrigação. E fosse preciso prometer.
Prometer assim  está ao nível da promessa do “Candidato Vieira”, um boneco criado pelo putativo cantautor Manuel João Vieira, que também é artista plástico, músico, humorista... e o que for preciso, quando se anunciou candidato a Presidente da República e prometeu um Ferrari para cada português.
O Contra, porém, acha que Manuel João Vieira tem mais piada... e, além de tudo isso, a vantagem de também prometer que a primeira medida que tomaria, caso fosse eleito... será pedir a demissão.
Ora aí está uma boa piada, para uma boa solução.

07 agosto 2013

||| BARBEIROS, POLÍTICOS E TAXISTAS...


Os barbeiros, os políticos e os taxistas têm em comum o hábito de fazer conversa fiada e de falar por eles e por todos.
Os taxistas, porventura maçados dos seus pesados turnos, são muitas vezes desastrados e virulentos, aproveitando os encontros fortuitos com os fregueses para aliviar as tensões. Os barbeiros, abrem as orelhas de pavilhão a pavilhão e, curiosamente, estão sempre do lado da opinião do freguês.
O político, nomeadamente o autárquico, tem prosa redonda e calculada, e muda de clube conforme a vontade  do freguês, normalmente de 4 em 4 anos.

05 agosto 2013

||| A BURRICE DA POLÍTICA FEITA PARA GANHAR DINHEIRO...



Portugal sofre de dose suplementar de austeridade, que é brutal, mas continuam a disputar-se os dinheiros fáceis, ganhos por uma classe de políticos de baixa escala e que principalmente querem é tacho e as prebendas que dele advém.
Compreende-se melhor, por isso, a rapaziada que faz pecado mortal à sua divina crença partidária e se agarra, com as mãos e os pés e menos com a cabeça, a outras fés partidárias: o que interessa é o tacho e o cheque e que vá pró diabo o respeito pelo partido por que se deu a cara anos atrás de anos.
Estes senhores querem não só o governo, mas governar-se à conta da boa fé de quem neles acredita, ou acreditou. 
Estes senhores, pensando que os outros são parvos e agindo como tal, começam por inventar esqueletos no armário, para se justificarem do ridículo e da falta de ética, não hesitando, se necessário, a recorrerem à mentira manhosa e maldosa para arregimentarem desculpas e explicações.
Estes senhores, até por uma questão de auto-respeito, deveriam ter o cuidado de não inventar explicações para o que está explicado: mudaram, ponto final. Arregimentar fracas desculpas é prova de burrice.

03 agosto 2013

||| AS DINASTIAS E OS DIVÓRCIOS DA POLÍTICA AUTÁRQUICA



Há a ideia, em Portugal, de que as autárquicas são um mundo de gente exemplarmente dedicada à causa pública, empenhada no bem comum, que se sacrifica - e à família, e à profissão, ao lazer e à carteira... - para servir os seus concidadãos. E esquece-se que, em muitas terras, significa incompetência, populismo, jogos sujos e, caciquismo do mais banal e boçal. 
O Contra não dá novidade alguma, dizendo que a política autárquica se tornou monárquica, sendo-se eleito porque, principalmente, se está próximo dos eleitos e dos pequenos poderes e caciques. Estar próximo de uma dessas personalidades é (foi) sinal de carreira fácil na política local. É tudo em família, de compadres e comadres.
Estar próximo destes pequenos caciques é praticamente certo de continuar na dinastia. A vontade do povo pouco conta para a nobreza instalada. O fundamental são os laços familiares, os interesses do clã, a notoriedade resultante dos favores passados e das intrigas de todos os presentes. 
Uma boa parte das candidaturas autárquicas não é outra coisa que continuar dinastias, o que torna muito difícil votar nas autárquicas de acordo com convicções, com princípios ou com projectos. Vota-se no eleito ou no sucessor. Os partidos são incapazes de inverter esta tendência, de combater estes compadrios e os jogos sujos que empestam o poder autárquico. Quando há algum divórcio, e há alguns, troca-se de partido. Quando se zangam as comadres há políticos que se tornam compadres dos inimigos de ontem.