03 agosto 2013

||| AS DINASTIAS E OS DIVÓRCIOS DA POLÍTICA AUTÁRQUICA



Há a ideia, em Portugal, de que as autárquicas são um mundo de gente exemplarmente dedicada à causa pública, empenhada no bem comum, que se sacrifica - e à família, e à profissão, ao lazer e à carteira... - para servir os seus concidadãos. E esquece-se que, em muitas terras, significa incompetência, populismo, jogos sujos e, caciquismo do mais banal e boçal. 
O Contra não dá novidade alguma, dizendo que a política autárquica se tornou monárquica, sendo-se eleito porque, principalmente, se está próximo dos eleitos e dos pequenos poderes e caciques. Estar próximo de uma dessas personalidades é (foi) sinal de carreira fácil na política local. É tudo em família, de compadres e comadres.
Estar próximo destes pequenos caciques é praticamente certo de continuar na dinastia. A vontade do povo pouco conta para a nobreza instalada. O fundamental são os laços familiares, os interesses do clã, a notoriedade resultante dos favores passados e das intrigas de todos os presentes. 
Uma boa parte das candidaturas autárquicas não é outra coisa que continuar dinastias, o que torna muito difícil votar nas autárquicas de acordo com convicções, com princípios ou com projectos. Vota-se no eleito ou no sucessor. Os partidos são incapazes de inverter esta tendência, de combater estes compadrios e os jogos sujos que empestam o poder autárquico. Quando há algum divórcio, e há alguns, troca-se de partido. Quando se zangam as comadres há políticos que se tornam compadres dos inimigos de ontem. 

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