28 abril 2012

||| OS FANTASMAS E OS DIABOS A FUGIR DA CRUZ!!!



 O sr. governador tem feito o que pode, e o que não pode e porventura não deve, para descredibilizar a obra de anteriores governos, palavreando em geniais relatórios que não fosse ele e já acabado o mundo. Não é bem assim.
O sr. governador pensa e, como se sabe, age de maneira feudal e muito embora use modernas tecnologias de engana-tolos, não explicou nunca como está a  potenciar a governação e/ou é a salvação do mundo. Desligou a corrente da realidade e criou o seu auto-brilho, mas enfatuado e acinzentado e demasiado enfático para o que vale.
É que qualquer governação, qualquer que ela seja, não começou hoje, nem ontem, foi antigamente e não vai acabar quando qualquer governador bater com a porta - como batem os menos audaciosos.
As pessoas passam e, como se sabe, as obras e as governações continuam. Ficam para outros governadores. Dá-se mais por umas que por outras, é verdade, mas isso é a lei natural da vida. 
Uma boa grande parte, aliás, faz-se notar pela simples razão de que anda com campaínhas atadas aos cotovelos e pisca-piscas pendurados das orelhas, para se fazerem ouvir e ver. Outros escrevem para alguém ler, mas preferiam pegar em megafones e andar a proclamar virtudes - que só eles vem e só os outros lhes podem reconhecer. E muitas vezes não reconhecem.
Há gente que, para fazer prova de vida, passa-a a mostrar-se, mesmo quando não tem nada para mostrar, ou já é personagem do passado.
Há gente que, para governar, tem de matar fantasmas, sejam eles Sócrates, ou simplesmente coabitantes do nosso meio social! Fogem desses fantasmas como o diabo da cruz, embora todos saibamos que o diabo não existe e cruz todos a tenhamos. Isto aplica-se a actuais e antigos governadores, por menos disléxicos que pareçam e mais padrinhos sejam, ou tenham.

24 abril 2012

||| QUEM FICAR, QUE JUNTE OS CACOS !!!

O Contra não tem ideia formada sobre se o Rei de Espanha fez bem ou fez mal em aceitar o convite do empresário árabe para ir caçar elefantes para o Botswana, precisamente numa altura em que o seu país está à beira de ser intervencionado pelo FMI. O melhor é dizer que à beira da bancarrota, seguindo o real exemplo do vizinho ibérico.
O real senhor não nasceu ontem e lá saberá o que melhor fazer. Ponto final.
Supostamente, porém, um Chefe de Estado não pode comportar-se como se a crise do país nada tivesse a ver com ele e, pura e simplesmente, ir caçar elefantes.
Por cá, supostamente, não há elefantes, mas há quem se porte como eles, em loja de cristais e louça fina. A partir tudo e a cortar a torto e a direito, sem olhar a quê e a quem! Há governantes que, de olhos cegos e coração duro e empedernido, insensível e deslumbradamente letal, só sabem contar números e fazer contas de sumir, destruindo o aparelho social que herdaram. Não ficam na história, ou, se ficarem, ficarão por motivos menores.
O rei de Espanha, sábio e humilde, já admitiu que errou: "Sinto muito. Enganei-me e não voltará a acontecer,", disse ele aos seus compatriotas.
Por cá, os elefantes partem a louça toda, esfrangalham a «selva» onde pavoneiam autoridade mas, quando lhes chegar a hora da veneta, pura e simplesmente, vão-se embora. São elefantes de outra estirpe. Sem a humildade do rei. Quem ficar, que junte os cacos!

22 abril 2012

||| OS FOLARES DA PÁSCOA E AS EXCLUÍDAS !!!


O nosso querido ministro das Finanças foi a Nova Iorque dizer, com aquelas falinhas mansas que o tipificam, que estamos no bom caminho e o Contra deu-se a pensar como é confortante saber que não foi em vão que os funcionários públicos ficaram sem os subsídios até qualquer ano, que os combustíveis subiram mas afinal isso é fixe, que o IVA que pagamos a mais da alimentação é maior que língua de palmo, que também o IMI que nos dobraram é porreiro para as Câmaras continuarem a  fazer rotundas e obras na cidade.
Quando a taxas moderadoras, olhem, que se lixe!!! O Contra está de boa saúde e até com muito trabalho e, muito melhor que todo este ramalhete de coisas, é consolador e gratificante saber que estamos no bom caminho, com o défice controlado e essas aldrabices todas com que os políticos não têm vergonha de nos azucrinar os ouvidos.
E que se lixem também os cortes nos benefícios fiscais e sociais. O importante é estar no bom caminho, mesmo que este esteja armadilhado.
Assim se entende melhor o relaxe da despesa pública e a distribuição de folares da páscoa que a governação  fez aos trabalhadores, muito embora, fazendo contas - três vezes 9 são 27, vezes 50, são, são, são.., olhem, é só fazer as contas -, fazendo contas, se calhar o superavit da papelada não dá com a perdigota e lá se foi o orçamento para o caraças.
O Contra não sabe se o rebuçado adoçou e amaciou a paz social de que tanto carece a governação. Mas sabe que as exclusões ficam sempre caras. Porque raio não houve folares para toda a gente? Deus abençõe as excluídas e lhes dê o reino dos céus!!!



16 abril 2012

||| O PROBLEMA DE MILHÕES DE PORTUGUESES...



Convém sermos justos e objectivos: as medidas que o governo sucessivamente tem anunciado não são de austeridade. Isso, sim, são de autoridade. A autoridade que o próprio governo sente ter, por ser... governo.
O primeiro-Passos disse recentemente que não via motivos para mais austeridade e parece estar certo. De austeridade, ou de crise. De crise, como ainda hoje dizia Almeida Santos na TV -, já não se ouve falar em Portugal, desapareceu dos jornais e da televisão.
O problema é que elas - a austeridade e a crise - estão entranhadas nas nossas vidas, nas nossas carteiras e nos nossos futuros.
A crise não desapareceu só porque mudou o vocábulo: Passos, o primeiro, chama-lhe medidas correctivas! 
Corrigem, aparentemente, os nossos maus hábitos, o termos vivido acima das nossas possibilidades. 
O problema e que eu não tenho culpa de nenhum mau hábito e muito menos de viver acima das possibilidades e como pela mesma medida. É esse o problema de milhões de portugueses. É o estarmos a ir ao fundo, com o país!

12 abril 2012

||| O SENHOR QUE NÃO FALA DE REFORMAS E SUBSÍDIOS...

Todos conhecemos aquele senhor que aparece muitas vezes na televisão e que um dia destes disse que estava por nascer alguém mais honesto do que ele. E que, coitadito..., recebia pensões que mal davam, ou não davam mesmo para as despesas. O mesmo senhor veio agora dizer que os jornalistas disseram que ele disse o que não disse e porque disse ou não disse, não diz mais nada sobre o assunto. 

Não se percebe muito bem a coisa: se é o senhor quem mente, ou se mentem os jornalistas. Sobre estes, todos nós sabemos bem a peste que temos, ou não se conhecesse bem a rês ribeirinha. Mas não o temos por mentiroso, bem pelo contrário. 
Ficamos, assim, por saber qual é, afinal, a verdade do senhor que não quer falar das suas pensões e que faz por ignorar que o governo acaba de mandar mais uma machadada nos pré-reformados, cortando-lhes as asas, o dinheiro e a pré-pensão. Desses não fala ele, como agora não quer falar sobre se irá receber os subsídios de férias e de Natal do Banco de Portugal. Deve cheirar-lhe a esturro!
Para acabar, os culpados são os sacanas do jornalistas. Obviamente!Ora lembrem-se das pestezinhas que conhecemos daqui por perto!

09 abril 2012

||| MENTIR POR DÁ CÁ AQUELA PALHA...


Mentir, infelizmente, tornou-se coisa vulgar. Mente-se por aí com todos os dentes e a propósito de tudo e de nada.  A classe política, então... louvado seja Deus! Ouve-se, por exemplo, o 1º.-Ministro dizer que não será preciso mais austeridade mas todos ficamos com a sensação que ao outro dia coisa diferente será dita, por ele ou algum ministro. E para pior!
O problema não é novo entre a gente que nos governa, vem de trás e de longe. Em situação normal, a palavra de um governante era palavra de verdade. Agora, nem por isso. Não íamos ter aumentos e temos; não seria cortados os subsídios de férias e natal e foram; e a lista é interminável.
Por poucas palavras, os governantes falam e já ninguém acredita neles. Se calhar, nem eles próprios acreditam no que dizem e fazem. O que menos erra ainda é o das Finanças que fala devagar, devagarinho e assim estampa-se menos com a verdade. Mas também já ele mete água.
Cartoon de Henrique Moreira 

04 abril 2012

||| OS MENINOS E AS MENINAS NO JARDIM DOS VOTOS

Era uma vez um grupo de meninos que andavam a brincar no jardim, jogando às escondidas e as meninas às barbies. Eram todos muito bonitos e bonitas, qual deles o mais formoso e qual delas a mais bela.
Elas puxavam as trancinhas e faziam bolinhas de sabão e eles, mais irrequietos, brincavam aos donos de casa. «Quem manda mais aqui sou eu!», dizia um deles, e batia com o pé no chão.  «Não, não e não... quem manda sou eu!», dizia outro, erguendo os punhos, em jeito de vitória. «Qual quê, quem aqui manda sou mesmo eu!», argumentou um aqueloutro, muito veemente.
Chegou então o sr. professor, que mandou calar os meninos e as meninas! E os meninos e as meninas calaram-se e deixaram de brincar no jardim, de jogar às barbies e fazer bolinhas de sabão!
«A lição de hoje é para os meninos e as meninas aprenderem a eleger qual de vocês é o mais bonito», disse o sr. professor.
«E como é, sr. professor?!», perguntou uma das meninas, a corar nas bochechas e puxando a saínha para cima dos joelhos.
«Eu vou ensinar....», disse o sr. professor. «Vamos fazer uma votação».
«E como é uma votação?», perguntou outra menina, a dos cabelos negros pendurados pelos ombros.
Foram ensinadas as meninas e os meninos e todos eles e elas puseram, depois, o dedo no ar e quiseram saber quem era a mais bonita de todas.
«Isso agora é só para eu saber», disse o sr. professor.
Disse, mandou acabar a aula, foi-se embora e os meninos e as meninas ficaram muito tristes, por não saberem qual delas era a mais bonita. Tão tristes ficaram que mais pareciam a cinderela quando fugiu do baile, por lhe servir o sapato e não poder casar com o príncipe.

01 abril 2012

||| OS CACIQUES...

* CACIQUE: Indivíduo que tem influência política em determinada região e que, na ocasião das eleições, arranja eleitores a favor de certo candidato. - Dicionário Universal da Texto Editora. 
O termo «cacique» é muito vulgarmente usado, mas nem sempre com o significado correcto. Até o utilizam de forma pejorativa e normalmente  fora de contexto. 
O termo, em Portugal, o tornou-se sinónimo de um líder local que arregimenta votantes e favores, que promove (ou despromove) candidatos. 
Em Óis da Ribeira, há dois tipos de caciquismo: o A e o B.
O cacique Tipo A, dá a cara e entrevistas, fala para os jornais, rádios e até televisões, pavoneia-se, mostra-se, é vaidoso, gosta de dizer que influenciou aqui e ali, que se não fosse ele não teria acontecido isto e aquilo. Gosta de mostrar que é ele quem manda, que é o patrão, o dono, o presidente, o dirigente, o mandão... Em Óis, há caciques destes.
O cacique Tipo B influencia verdadeiramente, joga em vários tabuleiros, é discreto e não diz que faz ou vai fazer. Não dá entrevistas. Não manda mas sugere, não se mostra nem se faz ver, mas dá instruções subtis. Apadrinha. É o verdadeiro cacique. Não está nunca, mas manda recados e ai de quem lhe saia do goto: morde-o como um verdadeiro escorpião.
Quem são os caciques A e o B? Ui, é tão fácil que nem vale a pena dizer nomes.