31 julho 2011

||| OBEDECER TODA A VIDA...


Não se pode parar um bocadinho em Óis, que logo se fala e desfala, se diz e se desdiz dos fenómenos do movimento colectivo. Ontem, assim foi, enquanto se pestiscavam lascas de peixe frito. Que isto e aquilo e aqueloutro, que despedimentos, que histerias, que revoltas, que ameaças, que alvoroços! Que ditâmes e que (des)obediências.
Cresci a ouvir em casa um dogma de Salazar: «Se soubesses o que custa andar, passavas a vida a obedecer!».

Admito que a afirmação sempre me ofereceu as maiores dúvidas. E até alguns constrangimentos! Não me lixem, mas mandar, todos gostamos de mandar, ora essa! Agora, obedecer, só ao pai e à mãe e, nos tempos que correm, nem isso.
Ontem, na conversa petiscada e fazendo de conta que é verdade o que ouvi sobre o que se passa no movimento colectivo local, fiquei com ideia diferente e acho que nunca vou querer um cargo de chefia.
Pelo menos, assim não me aquecerão as orelhas! Mandar, liderar, presidir, ordenar..., tá quieta, nem pensar!!! E mandar pra quê? P´ra me chatearem?! Tenho é de andar de olho bem aberto e... obedecer toda a vida. É muito melhor!

30 julho 2011

||| NÃO HÁ IMPOSTOS JUSTOS...


Os grupos políticos, sejam eles quais forem, assim que se apanham no poder, em qualquer país e seja qual for a sua cor, usam apresentar o contribuinte sob as piores luzes: o mau contribuinte (e deixa-se entender que são quase todos) é o que não paga impostos, os discute, o que tenta fugir-lhes, o que exporta capitais, etc.

Para o combater, criam-se penas criminais e administrativas pesadíssimas; presumem-se rendimentos e riqueza; sujeitam-se a inspecções demoradas e humilhantes. Criando bodes expiatórios para explicar as dificuldades financeiras do Estado, desviando as atenções da (má) gestão das despesas.
O bom contribuinte seria aquele que deixa o Estado pesquisar todos os seus bens, tributá-los como quer, segundo as necessidades do Estado, e paga os impostos pelo máximo. Sucede que o que não paga todos os impostos que o Estado quer, não é necessariamente um mau cidadão. O cidadão só é obrigado a pagar impostos justos, não os injustos. Não é o nosso caso, o dos portugueses.

29 julho 2011

||| OS OPINADORES....



O youtube mostrou-nos a face menos ortodoxa da forma como se faz jornalismo e forma a opinião em Portugal. Opinião partidária, pois as televisões e as rádios especializaram-se em esquecer o cidadão comum, dando palavra apenas aos srs. doutores dos partidos.
Alfredo Barroso é sobrinho de Mário Soares e foi porta-voz  das suas presidências. Tem, por isso, especiais responsabilidades. Mas a forma como se comportou na SIC Notícias, atacando Teresa Caeiro (outra opinadora da política partidária...), é um mau exemplo da impunidade criada pela política em forma de opinião.
Dirse-á que são todos iguais e estão uns para os outros.
Pois, estará certo e tal descortesia seria de somenos importância, se comparada à enorme sombra escura que tolda o nosso país e o futuro, que se afoga em cada vez mais claro colapso económico-financeiro e anímico, enquanto gente com esta responsabilidade, age assim e sem pudor!!

28 julho 2011

||| PÉROLAS DA NOVA OPOSIÇÃO PARA O FUTURO LUSITANO


O jornalismo português, que nos devia informar e formar, vai como vai e hoje, um dos muitos dias da complexa vida nacional, voltou a dar-nos um exemplo de menos-valia, quando se pôs aos batalhões, a ouvir Seguro, o António José que é o novo secretário geral do PS, que se fez formoso a dar bitaites.
Dizia o senhor, em fastidioso discurseco, o mais banal do do dia-a-dia lusitano: que nos espera um longo e árduo caminho (olha que novidade...) e que o PS, principal oposicionista, estaria diponível para lutar pela democracia e por Portugal, naturalmente agindo contra o Governo.
Era preciso ouvir o dr. Seguro para sabermos isto?
Não.
Valeria a pena perder tempo e mobilizar pessoas e meios para escutar tal formosura?
Não.
E o que respondeu, formoso e seguro, o novo secretário geral do PS, sobre como iria ele e os seus militantes, lutar por Portugal?
Pois simplesmenmte que iria recomendar aos deputados da bancada socialista para não fazerem promessas que não possam concretizar.
Eh pá, como e que ninguém se tinha lembrado disto?

27 julho 2011

||| OS AFOGAMENTOS DE PESCADORES QUE NÃO SABEM NADAR...



A vida tem-me feito andar muitos quilómetros de carro nos últimos dias, socorrendo-me da rádio para me fazer companhia na solidão das estradas. Hoje, soube do luto, em Sines, pelo desaparecimento de um pescador, caído de um barco. A minha estupefacção, para além do luto de uma morte, de quem quer que seja, resultou de um facto para mim surpreendente: a vítima não sabia nadar.
Julgo perguntar bem de como é possível um pescador não saber nadar.
E ocorreram-me duas mortes recentes, em Óis, justamente de pescadores, na pateira.

E ocorreu-me perguntar-me de como é que se pode ser pescador sem saber nadar? Então, estas coisas não deviam estar regulamentado?
Pondo a questão de outra maneira, não se podem ensinar as pessoas a nadar, nos clubes de natação, nas piscinas municipais, nos portos e nas capitanias, não podem dar cursos?
Então somos um país de marinheiros e não sabemos nadar? Temos submarinos no valor de mil milhões de euros e, mesmo ao lado, os nossos pescadores morrem afogados por não saberem nadar?! Isto é mesmo a imagem de um país surreal como é o nosso.

26 julho 2011

||| ALGUNS FUTUROS PERDIDOS...

A rádio, hoje logo pela manhã, deu notícia de um prémio internacional de um milhão de euros para uma dupla de investigadores portugueses que estudou a questão de fertilzação das mulheres. Infelizmente, não retive o nome mas sei que são da Faculdade de Medicina do Porto.
Isto veio provar que nós, os portugueses, temos capacidades e somos competentes. Temos valor! E muitos outros casos de reconcimento internacional há, felizmente.
O problema dos portugueses, portanto, não está na incapacidade de grandes feitos e dos enormes conhecimentos. Está principalmente na falta de feitos médios, por gente média. Falta-nos massa crítica na intervenção média, na cidadania média, na iniciativa empresarial média, nos gestores médios, no mundo empresarial, nas comunidades escolares, na gesta associativa, até na coisa mais próxima - que é o núcleo familiar.

Se a gente olhar para a coisa pública de Óis da Ribeira, e olhar com lhos de ver, lamentavelmente não deixa de encontrar retratos deste estado de coisas.
Os dias de férias deram para ver as coisas mais simples de Óis: as casas sem saneamento, as ruas com buracos, o lixo espalhado, as ervas que crescem nos espaços públicos, as casas que ameaçam ruir, a solidão de alguma gente. Ficamos por aqui.
A cidadania não é mais e maior só porque exercemos, ou não, cargos públicos - ao nível da administração pública e política, associativa ou o que quer que seja. Para sermos melhores cidadãos não precisamos de ser ministros, secretários de Estado, deputados, vereadores, presidentes da Câmara ou de Junta ou de associações. Nem sequer de estarmos envolvidos no mundo político.

O espaço intermédio é imenso e é nele que muita gente pode actuar. Principalmente quando quem deve se amarra de mãos e de actos, hipotecando futuros. E Óis da Ribeira alguns tem perdido.

25 julho 2011

||| JOVENS APRONTAM-SE E PREPARAM-SE PARA MATAR...

O mundo estarreceu-se com a tragédia da Noruega, criada e executada a pulso forte e coração frio por um fulano desregrado e fanático, que descomplexadamente assumiu os crimes e deles diz terem sido necessários para salvar o mundo.
É impressionante.
O mundo sente-se de luto.
Olhando friamente para o caso, não podemos ignorar que, com todas as razões que tenha e não tenha, invoque ou não invoque, o criminoso norueguês não é sequer o primeiro caso sério de um fã daqueles jogos de guerra, tiros e sangue, que muitos de nós oferecemos aos nossos próprios filhos. E pelo Natal, imaginem.
Só que, neste caso, o que ele aprendeu e desenvolveu saiu do seu quarto para a realidade. .

Minuciosamente, elaborou um um manifesto com 1500 páginas, onde afirma ser de extrema-direita e anti-imensas coisas, mas o que ele queria mesmo era matar, matar, matar..., matar fosse por que razão fosse. Assim sendo, fez o que fez.
Todos nós sabemos que por aí circulam jogos de computador que são autênticos simuladores de guerra. Há jovens que (se) perdem horas e dias inteiros em perfeitas carnificinas virtuais, viciando-se em matar e quanto mais cruéis forem, melhor.
A sociedade, no fundo, não tem de que se queixar.
Só de se lamentar.

24 julho 2011

||| A DÍVIDA PORTUGUESA E A DESCOBERTA DA PÓLVORA...


As férias deram para deixar de ouvir o zumbido permanente dos comentadores e analistas que encharcam tudo quanto é comunicação social, sejam televisões sejam rádios, sejam jornais. Foi uma arejadela! Mas confesso que já ontem não resisti a fazer o zaping.
Descobri então, na TVI e na SIC Notícias, que uns senhoras e uns senhores que por lá charleavam descobriram que a cimeira europeia aprovou o que eles próprios já defendiam há não sei quantos meses. Sendo assim, seria, como quem diz que tinham descoberto a pólvora antes dos chineses da dinastia Han
Mas não será bem assim. Na verdade, não me lembro de ter escutado muita gente propôr a tal reestruturação das dívidas e muito menos a denunciar a abusiva diferença de juros. Dei comigo, pensando nisto, a pensar se o problema não será do meu Alzheimer! Quem sabe?! Por certo, não será da desvergonha intelectual destes comentadores que sabem tudo antes do tempo. Só não percebo é porque, sabendo eles tanto, não vão eles para o Governo.

23 julho 2011

||| VOLTA, ESTÁS PERDOADO!!!




O Contra cá está de volta ao serviço, depois de marear pelos caminhos do mundo e bater o dente com gente nova. Entretanto, passou-se muita coisa por esse mundo fora, e por Óis. Aqui, por onde cultivei o gosto de caminhar por sítios da minha juventude, encontrei gente que me falou de... Óis. Onde, a fazer fé no que se escuta, nem tudo parece correr da melhor maneira. Penso eu de que.
Desde logo, com o irascível presidente da Junta a atacar a Câmara por causa de uns balneários na pateira, ou coisa parecida. O homem tem aquele feitio e ninguém o atura. Ou segura.
Depois, segredaram-me umas cenas... teatrais bem ruizinhas. E não me olvidaram umas muito divulgadas histerias directivas que pulularão pelo mundo ribeirense. Mal quis escutar.
Pensei na responsabilidade de quem dirige, missão que é sempre difícil. Estão a ver o caso do tablóide inglês, o News of the World?! Tinha milhões de leitores e de repente foi fechado, por causa das escutas ileais. Lá, o Murdoch pode vir a ser considerado um grande patife, mas quantos clientes tinha? Isto é como a prostituição. Há o chulo e há a mejera, mas depois há o cliente, sem o qual os dois primeiros não existiam, tinham seguido outras carreiras.
O caso daria para começarmos a discutir a podridão das sociedades ocidentais e a crise de valores, mas isto é um blogue despretensioso e pacífico, não é um centro de estudos, muito menos uma universidade. Não é de doutores, doutorzinhos e doutorzinhas, ou outros quejandos senhores fulanos de tal. Não me vamos, pois, meter nisso... Mas ouvem-se coisas que fazem lembrar as intrigas associativas de outros tempos. Será possível termos de acreditar na actualidade de um «volta fulano de tal, está perdoado?». É o que se vai escutando. Lá está, as sacanas das escutas...
O Contra, este, voltou!, está perdoado desta ausência que soube tão bem!

03 julho 2011

||| VOU ALI E VOLTO JÁ!


Estar de papo para o ar é o que me espera nos próximos dias, de corpo posto aos prazeres da praia e a rezar para que o homem das bolas de Berlim não chateie e à nossa volta não andem uns tipos a jogar a bola e a atirar areia para cima de nós.
Vou ter férias, mesmo que curtas, mas que serão um prazer - pois não terei que andar a olhar para o pulso para ver as horas, nem aturar algumas coisas que me aborrecem no dia-a-dia.
Cansa-me esta rotina dos minutos contados, da correria para que nenhum deles escape ao alinhamento, de forma a evitar que a agenda se transforme num monte de simultaneidades e contratempos, porque falta isto e aquilo, e faltamos ali e faltamos acolá, e nem sempre damos conta do recado.

Vamos de férias. Vou ali e volto já!

02 julho 2011

||| MUDOU O MOLEIRO, MAS NÃO MUDOU O COBRADOR DE IMPOSTOS...

As eleições foram há menos de um mês, os portugueses escolheram mudar de moleiros e ficámos todos a pensar que iríamos ter novo governo. E o champanhe que por aí se terá bebibo, à conta.
Porém, mantém-se a política de aumentar os impostos, em vez de, como seria mais lógico, se tratar da redução de despesa. E, quanto a isso, bem pode vir Passos Coelho com a história de viajar em classe económica, em vez de executiva, nos aviões que o levam de chapéu na mão à Europa.
Acho eu, em nome de uma boa economia doméstica, que há limites para os sacrifícios impostos aos portugueses e o Presidente Cavaco Silva ainda há dias se encarregou de isso afirmar. Só que o governo, de orelhas moucas, não o ouviu. Ou fez que tal. 
O que hão-pensar os portugueses de tudo isto?

01 julho 2011

||| O MAIS FÁCIL É SACAR OS 800 MILHÕES...


Aceitando pacificamente que os tais 800 milhões de euros que o Governo do Passos nos vai sacar pelo Natal são mesmo precisos para cumprir as metas orçamentais, pergunto eu, que nada entendo de política, se não seria normal que esse dinheiro fosse emprestado e não... dado.
AfOnal, muda o moleiro mas não muda o outro, é isso?
Admitamos, também que o sr. Passos não tinha outra cartola para tirar, por o estrangeiro já não estar para nos emprestar mais e os bancos portugueses estarem de tanga, então o mínimo razoável era que os 800 milhões nos fossem devolvidos com juros. Era ou não era?!
Mas, não!
O mais fácil é dizer aos portugueses para pagarem e não bufarem.
Assim também eu ia para 1º. Ministro.