30 junho 2012

||| VÍCIOS ELEITORAIS, PADRINHOS E AFILHADOS...





O que verdadeiramente importa ao Contra d´Óis, nesta sua viagem pelo mundo blogal ribeirinho, não é que alguém nos mordisque as canelas, ou se faça mosca de verão a morder-nos a pele - de nós dizendo o que achar mais justo. O que veramente nos importa é a discussão sóbria das coisas, da terra, da região e do país; observar os problemas do tecido social e questionar, se for oportuno, o modo como a política, a governação e os vários poderes têm feito o seu papel e, se necessário, estimular-lhes alternativas para o futuro, sem sequelas de passados mais próximos ou distantes.
O futuro, no caso ribeirense, terá a ver com próximas eleições, as associativas e provavelmente as autárquicas, aquelas ainda em 2012, estas virtualmente em 2013. Vale a pena, por uma ou por ambas, aprofundar o debate que a seriedade e responsabilidade das instituições merecem.
Será relevante que, à volta dos caminhos do poder local e do movimento associativo, em tribunas livres, sem vícios ou sectarismos partidários, se discuta o que verdadeiramente interessa ao interesse comum.
Os vícios eleitorais, se não evitados, podem conduzir as instituições por trilhos perigosos, os trilhos da chamada política dos “cérebros iluminados”, que mandam (ou querem mandar) quando estão e não estão, instalando e desenvolvendo interesses, fazendo gestão caciqueira das relações e das instituições - quais baronetes feudais, sejam eles padrinhos ou afilhados.
Óis da Ribeira tem mais forças vivas que as que dão a cara nos diferentes actos eleitorais. Esses, os que não dão a cara (ou só aparecem quando lhes apetece) devem ser chamadas à coisa pública, ao debate sobre as condições do presente e às perspectivas que é crucial abrir nos dias de amanhã. Porque Óis da Ribeira tem um futuro e pode fazer-lhe o caminho. Tem espaço e campo abertos para isso e nem precisa de doutores, engenheiros ou de padrinhos. Precisa é de gente de trabalho e de competência, que não mostre currículos que valem o que valem, mas obra feita.

27 junho 2012

||| UMA MOÇÃO DE CENSURA AOS BLOGUES...







O Contra tem andado meio afastado da realidade ribeirense e só agora deu conta da moção de censura que alguém moveu aos blogues de Óis. Chamou-lhe, à moção, «Blogues Sem Rosto», o que, como título, diga-se que até é uma belíssima imagem cinematográfica. E como filme não estaria mal, seria o mal do menos, não fosse o débito de banalidades da trama que tal juiz enredou à sombra da sua própria eminência.
Há aqui vários problemas a ver, porém.
Em primeiro lugar, antes de o censor se atirar ao ar com a moção, apontando dedos e culpando carmos e trindades de coisas que o Contra não conhece, já o Contra por cá andava, sem nunca se ouvir falar de quem agora (o censor) vem debitar juízos de valor e conceitos que até se contradizem.
Depois, o que apresentou como moção de censura ao que chama «blogues sem rosto» não é mais que uma soma de palavras rebuscadas e ideias teorizadas, para dizer o que não se entende bem e deveria entender-se. Realmente, alguém que age como este censor deve, quando fala e escreve, não esquecer que não fala só de si, ou escreve apenas por ele. É o rosto de uma instituição. Olhem, cá está: um rosto. Faltava um rosto!
O estranho aqui é saber qual é o rosto. E quem é o autor da moção de censura? O que faz, o que fez, quem é, de onde vem, para onde vai, que contas tem de (não) prestar quando (não) fala em nome de interesses terceiros e colectivos.
O autor da moção, paradoxalmente e aparentemente, porém, censura não a auto-faz e muito menos à sua governação - que parece ser o seu maior axe, o de tocarem nela, de sobre ela terem opinião e a mostrarem a quem lê e ouve, de a discutirem e polemizarem. É um direito: o feudalismo já não existe e ninguém da praça pública é não tocável,  dono de verdades absolutas e castelão civilizacional de quem o orbita. 

Aligeirando a conversa, fez ele o quê e o que de novo trouxe à sobredita, a não ser dar o rosto a uma moção de censura a «blogues sem... rosto». É isso o que não disse. Disse nada, pois. Pôs-se a opinar sobre a curva do infinito.
O censor é até ousado, e até pretensioso, quando, à distância 5/6 meses, se anunciou como futuro autor de «uma reflexão desapaixonada, ecléctica, o mais isenta possível, com conta, peso e medida e a mais eloquente lucidez».
Eloquente?
Lúcida?
Desapaixonada?
Com conta, peso e medida?
O mais isenta possível?
Isto é até atrevimento, que não fica bem a ninguém! Adiante!
O censor fala da necessidade de «congregar opiniões, esforços e vontades para ultrapassarmos a tempestade», mas é ele mesmo quem esta faz num copo de água. Logo, quando fala em «águas revoltas» e em «tempos tempestuosos», dirigindo-se a quem não sabe e como se andássemos todos aos pontapés uns aos outros - e não andamos. Depois, quando se atira de palavras em riste, no faz de conta de que é ele mesmo o paradigma do direito e da verdade, da ética e da moral institucional. Do que se sabe dele, é o que faz e o que dele escreveu (e apagou) o padrinho.
O motor da censura a «blogues sem rosto», por outro lado, não percebeu o direito, o paradigma (diz ele), que é integrar uma sociedade plural, que tem um fio condutor e faz do social um caminho para uma comunidade melhor, mais solidária e afectuosa, na qual não se atropelam direitos, nem se limitam aspirações.
O autor da moção de censura não percebeu duas coisas principais, de entre outras. 

Uma, a de que enquanto democraticamente eleito, tem direito e dever de dar a cara pela sua própria governação, com a legitimidade e obrigação estatutárias que lhe assiste, mas deve fazê-lo com prudência e não como franco-atirador. 
Outra, a de que esta moção só conta mesmo como prova de vida da sua governação, porque é inócua desde o início (a moção) e não acrescenta nada a uma magistratura governativa de que se esperava muito, mas mesmo muito mais - se levado a sério o  discurso de posse.
A moção de censura, de verdade e claramente, não traduz mais que falta de imaginação e engenho para potenciar as soluções que anunciou para o seu governo - durante o qual foi criando problemas novos e sem, em algum tempo, apresentar propostas positivas e construtivas, para ajudar a enfrentar o futuro e, e citamo-lo, «vencer as tormentas que a cada vaga nos vão assolando».
Como escreve o seu vice-presidente, «o espírito de disponibilidade e vontade de assumir papéis nas causas comuns e comunitárias não combale». 

Então, senhor motor de censuras, não se deixe combalir pois, se assim não for, parecerá que a moção ficará feita ao bife e a governação às avessas, sem estratégia, com convicções ao sabor do vento e da maré (para usar a sua linguagem náutica), num exercício do poder pelo poder, sem qualquer ambição maior que não seja a de acabar o mandato, bater com a porta e deixar cacos partidos na loja.
O Contra apreciou a ideia da moção de censura, achou-a quiçá interessante e um bom princípio de conversa, que nos poderia levar longe. Divertiu-se até. Mas pensa, e tem a certeza, de que para tudo é preciso ter lastro, mais força e menos amuos.

22 junho 2012

||| O MUNDO É DOS MAIS ESPERTOS...




O Contra já não tem pachorra para  tanta literatura sobre as PPP, os resgates, as socratices, as scut´adas, as sucatadas, os freeports e tudo o que por aí enche tudo o que é telejornal e folha de jornal. Agora, leio que o sr. Paulo Portas mandou cancelar o contrato com a fabricante dos famosos mini-computadores para as crianças, que até o venezuelano Chavez quis comprar, ou comprou mesmo.
Fim de bola e vitória da Alemanha sobre a Grécia, por quatro a dois, e o Contra dá-se conta, com espanto e até estupefacção, de que há problemas dos grossos na Parque Escolar - com milhões e milhões de trabalhos não realizados e pagos e um comboio de eteceteras que até assustam,
O Contra, que de inocente se gosta de afirmar muito pouco, acaba por concluir que não passa de mais um dos muitos portugueses parolos que por aí andam com as contas em dia e acreditando que é tudo gente séria à sua volta.
Parece que a retirada das ardósias de uma só escola foi considerada muito urgente e por isso se pagaram três mil euros. E a lista de trabalhos pagos a peso de ouro e que nem sequer foram realizados é enorme, tanto quanto parece. Tão urgentes, tão urgentes que o empreiteiro não chegou a tempo e por isso só recebeu e contrato cumprido. Ao que isto chegou!
Será isto de admirar? O Contra poria as mãos no fogo por este código de contratação pública por estas contas? O Contra tem alguma coisa a ver com engenharias financeiras que anestesiam e simulam custos e receitas?
Bom, cala-te boca, pois para engenheirar contas, também é preciso saber fazê-las, ou não fosse este mundo dos mais espertos.

20 junho 2012

||| A TRAGÉDIA PODE SER TRÁGICA...


A moção de censura do PCP ao governo equivale-se, muito, ao que se passa em outras governações, muito mais próximas de nós.
Quando alguns socialistas, como Manuel Alegre, dizem que a moção é mais contra o PS que contra o governo, isso faz-nos lembrar o diz-que-diz-que, regularmente de amonta contra quem governa, seja onde for.
Se olharmos bem, o Seguro secretário geral do PS também já tinha feito queixinhas da moção, porque vem na “pior altura”, disse ele; porque é muito importante a “estabilidade política”, frisou; porque o “sentido de estado”..., trrréu-téu-téu, pardais ao sol e mais algumas das “violentas” nulidades que costuma produzir, nitidamente para encher pneus. É um líder de oposição no vácuo, como no vácuo andam opositores à governação local
Estas coisas deixam-nos preocupado. Se o facto de o PCP censurar o PSD/CDS é, afinal, censurar o PS isso quererá dizer que, muito provavelmente, sempre que apresentou moções de censura a governos do PS, acertou, sem querer, no PSD ou no CDS.
Tal falta de “pontaria pode acabar, sabemos lá, numa enorme e injusta tragédia para muito boa gente, gente de boas intenções, preocupada em fazer o mundo melhor e que quer, no dia-a-dia, governar com justiça, tolerância e sabedoria.
Pensar que quem censura, ou critica, quer destruir é, por exclusão de partes, um desregrado pensar e uma temerária conclusão.  Quem assim desabafa faz lembrar a tendência que alguns actores da vida pública têm para a comédia. Que nem sempre é tragédia, mas às vezes é trágica.

19 junho 2012

||| O STRESS E AS FANTOCHADAS DO DIA-A-DIA!!!





Não é de agora, mas de sempre que o Contra se conhece, que as coisas governamentais são conduzidas numa espécie de piloto automático. Em deixa-andar!!!... Há algumas orientações gerais, uns piquenos vão às assembleias molhar o bico com umas desmaiadelas verbais, uns piropos com mais ou menos insolência e toca a andar que se faz tarde, pois a vida continua e temos mais que fazer.
A malta governamental lá vai, entretanto, fazendo o que pode, o que sabe e não sabe, e agora, num tempo em que se tornou moda falar de crise, ele é invocar crises atrás de crises (para justificar tudo) e proferir repetidas afirmações que a seguir são desmentidas pelas realidades. As realidades... reais.
A malta do governo, meus amigos, precisa é de massa para realizar e potenciar, não fechar portas, não matar decisões e banir projectos, para não aumentar o desemprego e/ou levar as esperanças à falência. 
Os últimos tempos tem sido, para a governação, períodos de verdadeiro stress - embora se diga, na surdina do dia-a-dia, que isso do stress não passa de uma fantochada e de uma mera desculpa de mau fazedor. Está em stress e em crise, quem não é capaz de fazer coisas, de criar, de dinamizar e de potenciar! Esse é que é o verdadeiro stress governamental. 

15 junho 2012

||| PONTOS DE VISTA SOBRE GOVERNAÇÕES..



Anda por aí muita gente a sugerir que um bocadinho de vergonha já tinha levado a governação a demitir-se e há até quem chegue a defender que a saída seria a única forma de tais senhores e senhoras recuperarem a credibilidade e evitarem à instituição a desvalorização em crescendo, que a tem levado a despotenciar-se e a despotenciar. 
Esta posição, todavia e salvo melhor opinião, revela alguma ignorância e mesquinha e vil estupidez.
  Anda muita gente esquecida de que a governação foi necessária pelo descrédito em que entrou aquela a que sucedeu e que se tais governadores lá estão é porque nenhuns outros lá quiseram estar. São um remendo, pois serão... mas tiveram a ousadia de assumir as rédeas da governação, porque os tais outros não quiseram, por isto ou por aquilo, ou pura e simplesmente porque se acobardaram.
Estes ditos salvadores da pátria, só por isso, merecem mais respeito.
O Contra não vem defender quem quer que seja. Mas como tem sido crítico, numa terra onde tal falta, atreve-se a referir que essa gente parece ignorar que não de pode botar abaixo só porque apetece, ou meramente porque sim.
O Contra está tanto mais à vontade quanto nem sequer navega nas mesmas águas da governação e esta não está lá com o seu voto. O Contra não faz como alguém que, apadrinhando a governação, a abandonou ao desnorte, com quem atira os cães para a moiteira. É esta a opinião do Contra. Mas cada qual tem, sobre tudo, o seu ponto de vista!

12 junho 2012

||| QUEM NÃO QUER LER, MUDA DE CANAL!...



O Contra não simpatiza coisa alguma com o correntemente chamado politicamente correcto. Logo, porque não é dado a políticas. Depois, porque se há coisa para a qual tem cada vez menos paciência é para a clique de zelotas que permanentemente se arvoram em defensores da moral e da ética públicas.
O Contra não tem pachorra para tal coisa e não pretende tê-la.
Os dias que passaram desde o nosso último post encheram de bobagens o nosso correio, com  beras palavras e medíocres intenções, em paleio de esplanada sem sentido, de gente de quem se adivinham  conhecimentos poucos profundos sobre os temas que abordam, por serem cheios de ideias feitas, manifestamente tendenciosas, pseudo-inteligentes e desonestamente intelectuais.
O Contra tem andado atarefado e não tem dado conta, quanto desejava, é verdade, das realidades que sobressaem na sociedade ribeirinha. Nem se tem visto notícias que valham a pena, ou porque não as há ou porque o jornalista da terra não as quer dar, pura e simplesmente, lá por razões do seu feitiozinho menos ortodoxo. Mas também a isso não é obrigado. Escusam, pois, todos os que não gostam do Contra de se incomodar muito connosco. Podendo, legitimamente, ter opinião sobre nós e emiti-la. Mas não ameacem, nem sugiram coisas feias. É feio e, ao fim e ao cabo, quem não nos quiser ler pode, pura e simplesmente, mudar de canal. Tão simples como isso!

07 junho 2012

||| AI OS PASSOS DESTE GOVERNO!!!...


Hoje, que é dia de Corpo de Deus (até quando?) deu para fazer figura de corpo presente em casa e não pus os pés na rua. Andei por aqui às voltas na net e aterrei no site do governo, tentando satisfazer a curiosidade sobre as medias para ganhar à crise.
Surpreendi-me e pela negativa, ao ver que a primeira mensagem é do primeiro-ministro a dizer que a "Grécia deve permanecer na Zona Euro e respeitar os seus compromissos". Mas que coisa espatafúrdia!! Então a mensagem principal do Governo de Portugal é o primeiro-ministro a falar da Grécia!?  E as coisas que e por  cá deveria resolver e não resolve? E porque há ele falar da Grécia, se dirige um país que tem ajudado a enterrar e já está perto da bancarrota? Qual é a moral desta gente, que não olha para os seus telhados e deixa, dia atrás de dia, que nos arrisquemos a sair da Zona Euro e de não cumprir os seus compromissos. Ai os passos deste governo!!! Valha-nos Deus!

05 junho 2012

||| O ESTADO É PRODUTOR DE FALÊNCIAS



Pessoa amiga pousou-se hoje nos meus ombros (é uma forma de dizer), queixando-se de uma execução fiscal de que é alvo. Não perguntei pormenores, naturalmente, mas sei que entre capital, coima e juros, vai ter de pagar cerca de 2500 euros. 
A ida às Finanças não lhe resolveu coisa nenhuma, para além de ter ouvido um desconsolador «pague e depois reclame». A alternativa é a penhora, mais juros e mais multas. E depois, queixem. depois as mais que certas falências.
A situação desesperante que esta pessoa minha amiga vive, por não ter os 2500 euros para pagar, levou-me a pensar na forma como o fisco persegue e ameaça os contribuintes, penhora bens e se apodera do que as famílias produzem. Ora o fisco é o Estado e o Estado é essa mesma instituição que deve a toda gente e não pagar juros a ninguém. É o mesmo Estado que, porque não paga, impede o crescimento que a economia portuguesa poderia ter e não tem.
O Estado perseguidor cobra os seus (supostos) créditos fiscais de forma descabida e abusadora e lança empresa e famílias para a falência. O Estado, não tolera, antes cobra, abusa e impera. É um produtor de falências.