11 março 2009

||| SAUDADES DO ESCUDO E OUTRAS COISAS...

Acredito que a maior parte dos portugueses já têm saudades do escudo, de quando se bebiam umas cervejas e uns champarrions no Pires, ou no Nélson, ou mesmo no restaurante, e sempre sobravam uns trocos.
Saudades de quando as empresas de Ágeuda estavam em dificuldades e graças às desvalorizações até com os chineses eram capazes de concorrer, por exemplo na área das ferragens, ou dos têxteis.
Saudades do tempo em que a inflação tinha dois dígitos e o primeiro era o dois. De quando não havia problemas orçamentais, nunca faltava dinheiro ao Estado.
Era um tempo simpático, se a coisa dava para o torto na balança comercial, acordávamos uma desvalorização, coisa que nem ocupava o tempo do café em discussão, a indústria passava logo a ser competitiva e o nosso dinheiro, mesmo desvalorizado, ainda valia mais do que o dólar. E ninguém se queixava dos impostos, não havia evasão fiscal nem devedores ao fisco em listas na internet. Nem havia internet...
Com a inflação nos dois dígitos e idem nos aumentos, e com das dívidas do Estado ao estrangeiro, apertávamos o cinto mas tínhamos a sensação de nadar em dinheiro. Andávamos felizes, se os trabalhadores faziam greves era mais a pensar na revolução do que na devolução do que tinham perdido. Agora, com o euro, é o que se vê!

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