02 março 2007

||| O SEBASTIANISMO

O mito sebastiânico das elites e satélites atinge o cúmulo do ridículo quando jornais, televisões, rádios, blogs, Parlamento, etc. discutem sem cessar a substituição, em fim de comissão de serviço, de um agente do Estado a quem se pagava demais para as funções que exercia.
Dizem os mesmos, acérrimos defensores da contenção de despesa do Estado, que estamos perante uma catástrofe e recusam descortinar que, embora tenha sido evocada a intervenção divina, o milagre a que se referem resulta de um investimento político acrescido na implementação de tecnologias que hoje, já consolidadas, apresentam resultados planeados há uma década.
Esses investimentos tão criticados na altura por muitos daqueles que agora pretendem justificar o milagre na pessoa de um Sebastião que parte, cruzam informação, levantam pistas para fiscalização, identificam e notificam automaticamente infractores e dão resultados matemáticos que, longe da inspiração sobrenatural, mas antes devidos a outras personagens entretanto empurradas para a bruma, são tapados com a parolice nacional de uma maioria quem nunca entendeu o que é um sistema de informação.
Os crentes do nevoeiro recusam o óbvio ao repudiar que a "mais receita" advém, por exemplo e sem esforço, do aumento do IVA decretado pelos políticos. A fé tolda-lhes a compreensão para constatar que a haver falhanço é na conta a fazer entre os ilícitos detectados em resultado da tecnologia e aos resultados na incapacidade de os resolver.
Santa paciência!Não há pachorra para tanto nevoeiro, menos ainda no dia em que já outro Sebastião levanta a tampa do sepulcro em que enterrou o país amado e o seu próprio partido e anuncia o regresso do exílio à nação democrata-cristã, depois de a ter minado nas trevas.

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