07 outubro 2009

||| A PASSAGEM DOS BENS DA JUNTA PAROQUIAL PARA O ESTADO




A Lei da Separação do Estado da Igreja, artigo 28º., de 20 de Abril de 1911 - já depois da implantação da República - implicou arrolamento de bens mobiliários e imobiliários a favor do Estado. Em Ois da Ribeira, a reunião decorreu a 1 de Agosto de 1911, há mais de 98 anos.
Participaram Eugénio Ribeiro, administrador do Concelho de Águeda; o aspirante de Finanças Augusto Almeida e Silva (que representava o Secretário de Finanças) e a Junta da Paróquia de Ois da Ribeira, presidida por Ricardo Pires Soares, com o tesoureiro Albano Joaquim de Almeida e os vogais Jacinto Matos dos Reis e João Bernardino dos Reis. O padre José Bernardino dos Santos Silva era o pároco da freguesia mas não quis participar.
Passaram para o Estado 94 bens e ainda a casa da residência - composta por casa de sobrados, currais, uma vinha e quintal (o chamado passal, onde é agora a casa de Celestino Viegas) – o cemitério junto da Igreja e a Capela de Santo António. E 15 terrenos e baldios, que variavam entre os 150 metros quadrados (adro da igreja) e os 4 230 (pedreira das Quintas). A residência e o passal viriam a ser arrendados em hasta pública de 9 de Junho de 1912, realizada em Águeda, por 12$600 reis. Arrendamento até Setembro desse ano.
A 12 de Abril de 1912, os 94 bens passaram para a denominada Comissão Cultual da Freguesia de Ois da Ribeira. Esta, fora constituída a 5 (cinco) de Abril anterior e formada por Joaquim António Pires Soares, Manuel Francisco dos Reis e António José da Costa (efectivos), com os suplentes Albino Rodrigues, Alberto Marques e João Maria dos Reis.
O acto foi testemunhado por Eugénio Ribeiro (administrador do concelho de Águeda), Jacinto Matos dos Reis, José Maria Santos, António Henriques de Carvalho, Camilo Gomes Ferrão dos Santos, Albano Joaquim de Almeida, Manuel Marques Maurício, José Pinheiro de Almeida, Diamantino Francisco da Silva, Manuel Francisco dos Reis, Joaquim António Pires Soares, Joaquim Augusto Tavares da Silva e Cunha e João Bernardino dos Reis (todos de OR) e Manuel Alegre (avô do actual deputado), João Ribeiro Lopes, António Nunes de Sousa, António Augusto Leite, António Alves da Assumpção e António Gaspar Afonso dos Santos (Águeda).
O inventário foi conferido e dado como certo a 22 de Abril de 1912.
A 11 de Março de 1915, os 94 bens em posse da Comissão Cultual (alfaias, móveis e objectos religiosos) passaram para a posse da Igreja - dando-se nota da falta de alguns objectos, nomeadamente de dez peças de prata do resplendor e um mocho.
Extracto da revista «Ois da
Ribeira - A história, as
sedes e as Juntas»

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