O Governo português quer apostar numa nova vertente externa, nos BRIC - potências emergentes, como se a nossa tripla dimensão exterior: europeia, atlântica e lusófona, estivesse bem e se recomendasse. Como estão todas aquém da sua potencialidade, nomeadamente a última.
Por outro lado, estranho como ninguém se apercebe, no Governo e nos serviços técnicos do país, de que os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) já passaram a BIC, tendo a Rússia "saltado" deste grupo e passado a fazer parte dos BIC o México e a África do Sul. A Rússia é de um "campeonato" diferente dos restantes Estados.
Por natureza, esteja bem ou mal, o gigante eslavo é uma potência mundial. As outras só agora se estão a afirmar à escala mundial, ainda que sejam potências regionais.
Será que ninguém ouviu nada do que a Chanceler alemã disse na abertura de Davos?
Pede-se mais atenção, pois chegar tarde, nesta era global, é não chegar. É perder o comboio, pois não se está no momento oportuno, quando as relações se estabelecem, consolidam e frutificam. Será que a lição dada por Espanha, em relação à América latina não foi aprendida por Portugal? Não é por acaso que os espanhóis têm a oitava economia do mundo.
Querer tocar todas as teclas do piano, sem ter dominado as essenciais, é desperdiçar o talento para os acordos indispensáveis para se viver.
Sem comentários:
Enviar um comentário