04 setembro 2006

||| A TOMADA DA BASTILHA E A JUSTIÇA // OU A CORRUPÇÃO À MODA DE PORTUGAL


Um dos problemas com que as democracias modernas se debatem (e nesta matéria, muito especialmente Portugal), é o problema da Justiça. A sua credibilidade, só, a muito custo, a conseguimos colocar na linha de água, isto é, no ponto zero. Mas dentro desta, se nos limitarmos ao Ministério Público, então não há salvação possível. O afogamento é evidente. Basta olhar para o lado e ver a vergonha que foi e é o tratamento dado a alguns dos casos mais mediáticos.
“Casa Pia”, “Apito Dourado”, Valentim Loureiro, Isaltino Morais, Fátima Felgueiras e tantos outros - como otros que já trouxeram Águeda nas parangonas dos jornais e televisões. Hoje, o “Público” online dá-nos conta de mais um arquivamento de um processo de Fátima Felgueiras. O mesmo Ministério Público que alimentou “linchamentos” na praça pública, arquiva agora, sem mais, um dos processos do dossier Felgueiras (clique aqui).
Em simultâneo, o mesmo jornal dá-nos, igualmente, conta de mais uma diatribe de Valentim Loureiro (clique aqui).
Se a tradição se cumprir é mais um processo para arquivar.Isto bateu no fundo. Ou a justiça se regenera rapidamente e encontra formas civilizadas de se submeter ao escrutínio democrático ou, um dia destes, o povo invade a Bastilha. Depois não se lamentem que em 1789, a Bastilha, estava cheia de presos de delito comum. As revoluções não marcam dia e hora e fazem-se, sempre, com o coração. E, como se sabe, o coração é cego. Cego e surdo e mudo!

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