04 dezembro 2006

||| A GERAÇÃO CANGURU

Há coisas... que não entendo. Na verdade, como alguém que saiu de casa dos pais aos 19 para 20 anos anos, tenho dificuldade em entender esta «Geração Canguru». Admito que as oportunidades são poucas ou até que para alguns pareçam mesmo nenhumas. Mas não deixo de pensar que os pais são por vezes demasiado coniventes com este estado de coisas, ao permitir que adultos quase com 30 anos vivam num estado de adolescência virtual com cama, comida e roupa lavada.
É verdade que o mercado de trabalho não facilita e o nível dos ordenados pagos à entrada garante tudo menos a independência. Mas há também um desejo de não perder privilégios e acesso a bens de consumo que tem, em si, um efeito paralisante na mudança. Se queremos crescer, temos de abdicar dos «airbags» de segurança e fazer-nos à vida. Ou, então, passarão o resto dos seus dias a pedir aos outros que lhes providenciem a mesma artificial bolsinha marsupial que os pais - sabe-se lá por vezes com quantos sacrifícios... - agora lhes dão.

1 comentário:

d´OIS POR TRÊS disse...

Não posso estar mais de acordo. Realmente, depois da geração rasca temos agora esta do mursupial, que é uma expressão extraordinária. E é isso que cada vez mais se vê e a culpa não é só dos pais, mas também de alguns filhos que não querem fazer nenhum. E do governo que não cria postos de trabalho... Alguém me sabe dizer onde estão os tais 150 000 ou 300 000 ou lá quantos eram os empregos que o José Sócrates prometeu criar no seu primeiro ano de governo? E já lá vão quase dois anos... A gente vê na televisão é empresas a fechar e centenas e centenas de trabalhadores a ficarem sem emprego.
Nem sempre concordo ou quase nunca com as opiniões deste blogue, mas esta do mursupial, eu assino por baixo.