08 janeiro 2007

||| A CIGARRA E A FORMIGA, ESTUDANTES, LICENCIADOS E DESEMPREGADOS

Quando, há uns anos, os pais tentavam persuadir os filhos de que era importante estudar, diziam-lhes que se estudassem, no futuro iriam ter um bom emprego e ganhar muito dinheiro.
As crianças compreendiam que se tratava de um argumento sólido e eficaz. Hoje em dia não é assim. Os jovens sabem que muitos alunos que estudam, ainda que sendo brilhantes, terminarão no desemprego. Alguns, encontram um trabalho de baixa qualificação, para o qual não teria sido necessário tanto esforço intelectual.
Ambas situações são ainda o resultado de uma interminável espera. Sabem também, que muitos dos que procuram trabalho abandonando os estudos, ou que se dedicam a negócios prematuros, mais ou menos legais, enriquecem rapidamente e com eficácia. Entretanto, aqueles que continuam a estudar, continuam usufruindo do rendimento familiar e pedindo dinheiro aos pais o dinheiro. Os outros dispõem do dinheiro necessário para os transformar em pessoas autónomas e auto-suficientes. O que os jovens de hoje aprendem rapidamente é que há formas fáceis e rápidas de conseguir dinheiro e que o estudo paciente e prolongado nem sempre conduz a um trabalho satisfatório e bem remunerado. Ou seja, aprendem que têm de estudar com o objectivo único de saber e não é fácil descobrir o prazer da aprendizagem, quando o que se estuda não tem qualquer interesse ou se aprende em estruturas asfixiantes.
Podemos concluir que a fábula de La Fontaine "A Cigarra e a Formiga", perdeu actualidade. Hoje, provavelmente, a formiga não consideraria que o trabalho constante é uma forma de assegurar o futuro.

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