31 março 2008

!!! MUDAR A HORA E O HÁBITO!!!


Ontem mudou da hora e eu esqueci-me disso. Razão porque hoje não cheguei a tempo a um compromisso. Na verdade, nem me devo envergonhar muito disso, depois da muita pancada que levei para aprender a ser pontual! Só que, mesmo assim, não sou assim tão crente nessas coisas das horas e calendários - embora as tenha de as cumprir! E cumpro!!! Mas quem sou eu para pôr em causa essas linhas com que nos cosemos conformadamente há tantas gerações?! Quem sou, efinal?!
Já lá o tempo em que, sobre a matéria, perdi a inocência, quando descobri que os ingleses mediam as distâncias com milhas, que o merceeiro aldrabava nos pesos, e que na China era de noite. E como eu gostava de "ligar para as horas” e sabê-las certas e indubitáveis “ao terceiro sinal”!
Confesso que o golpe fatal na minha crença foi perpetrado sabe Deus quando, por um dos governos de austeridade de Mário Soares, quando se decretou a mudança da hora duas vezes por ano! Mudar a hora não fazia nenhum sentido... de que servia ter o relógio atomicamente acertado se, de repetente, era tudo mentira?
Hoje ainda não me conformo com a metamorfose horária, principalmente na primavera, quando nos roubam descaradamente o fim-de-semana em 60 preciosos minutos... de sono. E eu bem sei que Einstein já dizia que o tempo é relativo, que é uma curva, coisa e tal; mas uma hora de diferença é demais!

30 março 2008

||| O PAÍS DO INSTANTINHO!!!...


Não há provavelmemnte nenhum ribeirense que não ouvisse já falar de Albert Einstein - que, cá para nós que ninguém nos ouve, se fosse português teria descoberto a Física Instântica.
Portugal, vá-se lá perceber porque fenómeno, é o único ponto no planeta em que tudo se passa num instantinho.
«É só um instantinho» não é apenas uma expressão do dia-a-dia, é o modus operandi nacional. Tudo funciona numa sucessão de irritantes «instantinhos» que mais parecem soluços no espaço-contínuo. Pensem num dia normal das vossas vidas e verão que ele começa com vocês a saírem de casa com uma algibeira cheia de «instantinhos» para dar. E depois parecem uma central de distribuíção: um instantinho aqui, outro ali, e mais outro acolá. É fartar vilanagem.
Chegam ao fim do dia de algibeira vazia, regressando pachorrentamente a casa e preparando os instantinhos do dia seguinte. A coisa está tão mecanizada que vocês já nem reparam na vossa generosidade. Não reparam também que o país é governado por «instantinhos» de natureza variada. Os políticos que nos desgovernam, por exemplo, vivem o «instantin
ho de carreira», que consiste em açambarcar o mais que puderem no mais curto espaço de tempo, num instantinho, portanto.
O Estado rege-se por criar «instantinhos taxistas» que consistem em novas e coloridas formas de taxar os contribuintes de modo a pagarem com juros os «instantinhos de carreira» daqueles senhores que nos governam e que se governam.
As empresas públicas são o «Reino do Instantinho», seja porque quem as gere não fica lá muito tempo e só quer mesmo é aquele «instantinho para a reforma milionária», seja porque aproveitam a filosofia do «instantinho» para adiar toda e qualquer decisão.
O «instantinho» tem esta particularidade da quase imutabilidade, já repararam? Quando ele acaba fica tudo mais ou menos na mesma. Como Portugal (e ilhas adjacentes). Considerando que Óis é quase um ilha, ficamos em posição imergente!

28 março 2008

||| NÓS, OS D´ÓIS DA RIBEIRA!


Nós, os d´Ois, somos seres eminentemente gregários. Como quaisquer outras gentes, de outras quaisquer terras. Precisamos dos outros e sentimo-nos bem na sua companhia. Queremos o nosso bem-estar permanente, embora nem sempre lutemos por ele ou sequer o mereçamos!
Aqueles que nos cercam são os nossos apoios. São esses que nos fazem sentir que somos necessários. São eles que dão algum sentido à nossa vida. A vida é relação, é intimidade e afecto, é dar aos outros mesmo o que não temos a mais, só (!!!!....) porque os outros precisam mais que nós. Por nada mais!!!
Agora, o que acontece é que nem sempre sabemos escolher o melhor caminho!!! E partilhar-nos com os outros. Somos egoístas! Quem é que não é?
E nem sempre somos o melhor que nós mesmos gostaríamos de ser!
Bom fim de semana!

27 março 2008

||| GASOLINA MAIS BARATA UM CÊNTIMO!!!...


O IVA desceu um ponto percentual e a gasolina um cêntimo o litro. Magnífico!!! Palmas para o Governo. O problema é só que esta medida vale mais pelo simbolismo do que pelo impacto real no bolso das pessoas.
Considero que as empresas até poderão beneficiar mais que os cidadãos e do apelo do Senhor Ministro das Finanças para que as empresas cumpram as regras de mercado ... enfim, fica o registo. ... não chega. E se o governo não estiver atento, lá se vai carta do aforro. Eu disse aforro!
Sempre discordei do aumento do IVA, dizendo que havia outros instrumentos para combater o défice excessivo. O Governo não foi por esse caminho. Aumentou e pronto. Quem manda, quer e pode!!!
Agora, que felizmente se gerou alguma folga e margem de manobra, há que retomar um caminho inverso com alguma prudência. O IVA é aquele imposto mais abrangente e como tal mais fácil e até de maior agilidade sobre que actuar - para que o comum dos mortais comece a sentir os impactos. Mas só quando se voltar aí uns 17%.de IVA, esse efeito será visível. Eu diria até 15%!!!
Então muito caminho há ainda para percorrer - se o governo for capaz de lá chegar. Só que atenção há que aliviar o peso sobre aqueles que suportaram esta redução, com prudência é claro, mas com arrojo orientado por razões de equidade social - onde a recuperação do poder de compra e do nível de vida são condições essenciais a ter como objectivos.

26 março 2008

||| A REDUÇÃO DO IVA E OS BOLSOS DOS RIBEIRENSES


O Governo tem cumprido escrupulosamente a política de redução do défice, sem ter perdido de vista o investimento em áreas sociais importantes, que só não tem sido maior devido aos esforços da necessária disciplina orçamental.Tendo diminuído em três anos o pesado défice que herdou, já há condições para diminuir o IVA, conforme o Ministro das Finanças sempre dissera.
Mesmo não sendo uma grande redução, é sempre um bom sinal a passagem dos 21% para os 20%, a partir de Julho próximo. Ao mesmo tempo que se dá um sinal de melhoria, não pedindo mais sacrifícios aos consumidores, com esta diminuição, a redução não tem um sentido de que tudo já está bem. Ainda não está. Mas estamos no bom caminho?, como diz Sócrates? Vamos ver...

25 março 2008

||| FAZER DOS NOIVOS OS NOVOS BUFOS FISCAIS!!!...


Um amigo meu recebeu uma notificação das Finanças, que querem saber quanto tinha pago pelo almoço do casamento. Pareceu-me absurdo e pedi-lhe mais pormenores. Fiquei então a perceber que o Governo quer fazer dos noivos os modernos bufos fiscais.
Assim digo porque, começam por ser obrigados a declarar todas as despesas que fizeram com o casamento, apresentando documentação, declarando quem pagou ou ofereceu, se o pagamento foi em numerário ou por cheque, às prestações ou a pronto. Se na zona houve outros eventos etc., etc.... Caso não cumpram, pagarão coimas até 2500 euros. Nada mais nada menos que 5000 contos, na moeda antiga!!! Tomem lá!!! Ganda prenda!!!
É claro que a máquina fiscal deve fiscalizar e cobrar os impostos devidos, mas não deve passar o ónus desse trabalho para o cidadão. Há muitas formas de investigar se os prestadores de serviços pagam, ou não pagam os impostos. Façam a investigação pelo lado da despesa. As empresas precisam de se abastecer ou contratar serviços que depois fornecem. É nessa área que os fiscais devem actuar.
Todavia, o que este governo continua a fazer é uma intrusão inaceitável na vida privada e social das pessoas, para desviar as atenções da situação calamitosa do país nos principais sectores - desemprego, ensino, saúde, justiça, investimento, nível de vida, etc., etc...
Como hoje se ouviu no Fórum da TSF, este é o governo mais facista desde o 25 de Abril. Os tiques autoritários de delacção, próprios duma ditadura, estão visíveis a ressurgir. Maiorias governamentais dão nisto!!!

23 março 2008

||| ISTO É UM ATRASO !!!...


Ouço dizer, desde que me conheço a pensar, que o país está 20/30 anos atrasado em relação à Europa. Embora esta informação seja muito relativa (quem me diz a mim que não são os gajos que estão os mesmos 20/30 anos adiantados?) a verdade é que o atraso faz parte da nossa portugalidade.
Um tipo que chega a horas a qualquer sítio em Portugal ou é estrangeiro, ou atrasado mental (lá está, atrasado). A regra dos 20 minutos de atraso é escrupulosamente cumprida em qualquer reunião portuguesa – e não vale a pena chegar a horas, porque quem a agendou irá seguramente chegar atrasado vinte minutos.
Uma obra em Portugal só é considerada uma obra quando apresenta um atraso vergonhoso – senão fôr vergonhoso, é considerada uma obrinha, uma obreca, ou um bico d’obra.
Outra coisa que tende também a atrasar em Portugal é o pagamento de qualquer coisa: salários em atraso é normal, prestações em atraso também, impostos em atraso, idem. Mas nisto do pagar atrasado, é o Estado português – essa abstracção incómoda – que bate todos os recordes: num jornal económico lia-se recentemente que os organismos do Estado pagavam, em média, 183 dias depois de terem recebido qualquer serviço.
O atraso estende-se a todos os sectores da sociedade nacional e é algo perfeitamente natural para o vulgar cidadão: no ensino os estudantes deixam disciplinas em atraso, nos transportes o atraso faz parte do horário, as obras públicas vivem em permanente atraso, os processos atrasam-se uma eternidade nos tribunais, a polícia chega sempre atrasada ao local do crime, até a paciência dos portugueses está em atraso – senão estivesse já tinha havido merda da grossa. Mas a grande e derradeira prova que o país está mesmo 20/30 atrasado é-nos dada pelos atrasos mentais da política nacional. Vale a pena dar exemplos?!

22 março 2008

||| AS COISAS DA SENHORA MINISTRA E O QUE SE PASSA NAS ESCOLAS!!!


As imagens chegadas à televisão, depois de mostradas no You Tube, sobre a triste história passada numa escola do Porto, faz-nos, sem querer, estabelecer um relação connosco. Com Óis da Ribeira.
Seria possível acontecer uma coisa destas na escola de Óis? Quero acreditar que não!
Avancemos, entretanto, sobre o olhar sobre as tais cenas de violência com a política da actual ministra ou de qualquer outro responsável pela pasta da Educação.
O problema da violência nas escolas têm múltiplas e antigas causas, começando desde logo pela forma como foi introduzida a democracia nas escolas, passando por experiências pedagógicas idiotas e acabando na demissão e cobardia colectiva. Há muito que desapareceu a autoridade nas escolas e que os professores preferem evitar processos disciplinares a exercer autoridade. Um sistema idiota que levou a que qualquer gesto de autoridade pode ser entendido como coacção ou violência e promove o aluno indisciplinado "criança vulnerável" só podia dar nisto. Antes de terem medo dos alunos os professores aprenderam a ter medo das consequências de qualquer gesto de autoridade, o resultado está à vista.
Que Deus nos livre disso em Óis ou em Águeda!
Veja o "filme" AQUI da escola do Porto.

21 março 2008

||| IMPRESSÕES IMPRESSIONISTAS DE PÁSCOA!!!


Hoje, tenho a impressão que acordei impressionado. Não sei bem porquê, mas é cá uma impressão!!! Já tiveram alguma vez a impressão de que a impressão que causam nos outros pode por vezes deixá-los tão mal impressionados que até lhes faz impressão?
Há quem diga que a primeira impressão é a que conta e que determina tudo o resto, o que me faz alguma impressão, se querem que vos diga.
É impressionante a importância da impressão.
E não há duas iguais. Há boas impressões que não nos deixam grandemente impressionados, assim como há más impressões que nos deixam uma forte impressão que mais valia não termos tido qualquer impressão. Ficar bem impressionado implica que não nos façam impressão certas coisas, o que, se pensarem bem, é perfeitamente paradoxal: como impressionar sem ter impressão, mas apenas fazendo-a?
Como podemos fazê-la sem ficar com ela? É assim uma coisa altruísta em que no momento que a fazemos nos descartamos dela? E uma má impressão? Poderá uma má impressão deixar-nos bem impressionados ou inevitavelmente não nos impressionará nada, até pelo contrário, e ficaremos estupidamente mal impressionados? É curioso ver que para uma má impressão tanto faz que tenhamos uma impressão ou façamos qualquer impressão: é indiferente.
Este raciocínio todo já me está a fazer uma imensa impressão. É impressionante o que uma pessoa se lembra quando não tem impressões nenhumas. Até me faz impressão...

20 março 2008

||| UM PAÍS PARA IR A BANHOS!!!!


Dei comigo, hoje, a pensar neste país de onde apetece ir a banhos, lá para fora!!! Ficar por cá, não contribui em nada para a minha sanidade mental, neste país de labregos, arrastões, incêndios, greves, manifestações e governos desgovernados por gente mais ou menos incompetente, alunas a ameaçar professoras nas salas de aulas. Desculpem-se os portugueses - e os ribeirenses - que não se sentem neste rol.
Mas, parece-me, é nestas pequenas coisas que reparo que a política do governo não anda muito longe do modus operandi do arrastão da Caparica que deu cabo de Cavaco. Uns e outros passam por nós de qualquer maneira, levam tudo o que podem rapidamente, e deixam-nos com aquele ar estupefacto do estilo «isto está mesmo a acontecer ou entrei por acaso num set de filmagens?».
Estamos em período pascal. Divirtam-se com as amendoas e os folares. E façam-me um favor: sejam felizes, mesmo sem a visita pascal! Eu, já que não tenho razão de estar em Óis, vou para banhos!!! A minha mãe é que não perdoa esta falta do compasso pascal. «Ai se eu estivesse naquela missa!», disse-me ela.

Olhe, e quem é que a mandou faltar?! Vá a banhos!!!

18 março 2008

||| DEUS E O IMIGRANTE!!!


Recebi hoje um telefonema anormal, de um imigrante que conheço há alguns anos. Foi eu, por capricho do destino, quem lhe pagou o primeiro dinheiro que ganhou em Portugal, dizendo-me ele, então, que iria mandar uma parte para a mãe.
Enviei-lhe uma mensagem no Natal seguinte, de conforto e encorajamento, e ligou-me para dizer que tinha sido a única recebida de entre os portugueses que conhecia. Ao longo dos anos tivemos contactos esporádicos e sempre dentro do mesmo registo.
Hoje, quando me ligou, logo julguei que o fazia por razões de trabalho e que lhe iria dizer eu?, que já não estou na mesma empresa desse tempo?
Bom, não era. Disse-me ao que telefonava e, depois, informou-me que Deus tem um plano para mim. Tivesse eu fé e o caminho estaria em aberto. Baralhou-me e preocoupu-me, deixou-me ficar diferente, a pensar nestas coisas, do que me tenho sentido nos últimos tempos!
Sensibilizou-me e enterneceu-me!!! Meu Deus!!!

17 março 2008

||| A CABEÇA E O CAPACETE!!!!...


Qualquer ribeirense sabe que muitas coisas há que podem provar que o ser humano não é inteligente. Mas a minha preferida, vejam lá, foi a necessidade de inventar o capacete.
Aparentemente, o que estava a acontecer é que estávamos envolvidos em muitas actividades que nos estavam a partir a cabeça. Nos faziam doer a cabeça, no-la podem continuar a doer.

Optámos por não deixar de as fazer e, em vez disso, inventar uma coisa que nos permitisse manter o estilo de vida que estava a partir-nos a cabeça. Usar capacete. Mas nem mesmo isso funcionou, porque havia muita gente que não o usava e então foi necessário fazer uma lei que tornasse o uso do capacete obrigatório.
O que é ainda mais estúpido é a ideia de se fazer uma lei que obrigue as pessoas a preservarem um cérebro cujo discernimento é tão pouco que nem sequer tenta impedir que se parta o crânio que o protege.
Deus nos livre!

16 março 2008

||| JÁ NÃO HÁ DESCULPA PARA A DESCULPA!!!


As desculpas são coisa que se vê muito por aí... - umas melhores que outras, mas sempre desculpas.
Todos nós gastamos muitas energias a arranjá-las, a inventá-las, a prepará-las, a ensaiá-las e a dá-las. Vemo-nos muitas vezes gregos para as encontrar. Há alturas em que pensamos nelas, que as justificamos e que até achamos que são bem boas. Noutras vezes perdemos a paciência quando as recebemos esfarrapadas e à pressa.
Tranquilizamo-nos quando são justificadas.
Irritamo-nos quando são de mau pagador.
E temos pena, muita pena, quando são deficientes (coitadinhas). Passamos a vida a ouvi-las. As desculpas são aquelas coisas com escamas. Por isso existem muitas mal amanhadas. É esta a minah desculpa de hoje!

15 março 2008

||| OS TOMATES DA COISA PÚBLICA!!!...


O tempo vai passando e a gente começa assim a modos que a ficar um bocadinho farto de ouvir tratar a nossa novela mexicana por “jardim à beira-mar plantado”. Na verdade, isto não é mais do que uma horta mal cultivada, situada no esfíncter da Europa. Como qualquer horta está povoada por uma variedade considerável de vegetais. O que não faltam por aí são vegetais - ora formato de nabos, ou numa arroba de bróculos chefiados por uma banana, que tem como oposição um alqueire de laranjas bolorentas, dióspiros espapaçados e lentilhas ressequidas.
O povo, essa amálgama de cabeças de alho chocho, sempre à espera de melhores dias, queixando-se do que tem e do que não tem, esperando que por obra e graça do Espírito Santo tudo resulte numa imensa e produtiva colheita que transforme a horta numa bela plantação. Na horta impera o conformismo digno das sementeiras que nunca dão fruto, a imaginação do tamanho de uma ervilha, e a vitalidade de uma azeitona deixada a marinar em vinagrete.
A horta já há muito que deixou de ser adubada, o que per si não constitui um problema dado que os vegetais residentes já fazem merda suficiente. As ervas daninhas proliferam viçosas, chamando um figo a cada parcela de terra que vão paulatinamente ocupando.
Apenas um tipo de vegetais insiste em não singrar nesta horta, e toda a gente é peremptória em afirmar que é graças à sua ausência que as coisas chegaram onde chegaram. Falo-vos obviamente dos tomates. Já os houve, há muito tempo, mas isso foi chão que já deu uvas.

14 março 2008

||| DORES DE ALMA ATIRADAS AOS OSSOS!



Há dias assim e hoje fui ao médico de família, de onde fui a correr para outro lado, a uma médica que não conhecia, porque o médico de família estava no serviço de urgências, neste dia!!!! Fui porque as minhas dores de coluna me continuam a incomodar e não sinto o efeito dos remédios.
Disse à doutora, era uma doutora, que os andava a tomar mas que era como se não andasse a tomar nada. Não me sinto melhor nem pior. Contei-lhe que tenho dias em que as coisas correm bem ou mal, nuns rio, noutros choro, mas não sinto o efeito do remédio, veja-me lá a dosagem se faz favor.
E desabafei. Contei-lhe o que nunca pensei contar da minha vida. E ela a ouvir-me, com o estetoscópio pendurado nos peitos e eu a olhar para ela!
Caramba, ela é médica; estudou para ouvir e aliviar a dor. Não são apenas para decorar os nomes dos ossinhos que me doem. Não a conhecia de lado nenhum, mas não sei porquê, senti-me à vontade a falar com ela! E então disse-me ela, que é médica, que o meu caso era psicológico e perguntou-me se eu tinha algum caso fora do casamento. Corei e repondi-lhe. E ela, que é médica, que estudou ciência, fisiologia, as emoções... atenção, não sou eu a falar, é ela, que é médica, disse-me, olhe (que olhasse bem, eu..., para ela) convença-se de uma coisa, os nossos parceiros agora não são como ontem, não prestam como nos tempos de namoro.
Ela é médica. Estudou ciência. Fisiologia. Hormonas. E receitou-me uma dosagem de antidepressivos. Que o meu problema não era de ossos, era de alma! Raios a partam!!!

13 março 2008

||| AS CRIANÇAS HIPERACTIVAS!!!!


Todos, alguma vez, já sentimos os efeitos práticos da hiperactividade de alguém. Antigamente, chamava-se outra coisa. Havia putos energéticos, imparáveis e cansativos. Mas não eram hiperactivos.
Hoje em dia, um em cada 2 filhos dos meus amigos são hiperactivos. E ser hiperactivo consiste em fazer o maior número de asneiras possível no mais curto espaço de tempo.
Os putos hiperactivos são, na realidade, uns espertalhaços e os seus pais uns grandes bananas.Se alguém que está a ler isto acha que tem em casa um filho hiperactivo, não tenho grandes notícias para lhe dar: não há filhos hiperactivos!
Assim como não há homens impotentes mas sim mulheres incompetentes, na questão dos filhos com hiperactividade a dialéctica é parecida. Não há filhos hiperactivos mas sim pais sem a capacidade de ensinarem aos seus filhos as regras basilares da vida em sociedade, bem no seu início.
Os putos hiperactivos são, nada mais nada menos, que um eufemismo pretensioso para definir crianças mal educadas, impertinentes, futuros adultos secantes que, naquele momento inicial das suas vidas como seres humanos, apresentam graves sintomas de má educação.
A cura da hiperactividade não reside nas escolas especiais para hiperactivos. Isso é apenas um expediente de uma boa dúzia de mamões para enganar uns papás que já são diariamente enganados pelo seu filho «hiperactivo». A verdadeira cura da hiperactividade resume-se num bom par de chapadas no momento certo, e o resto é conversa.

12 março 2008

|||| BLOGAR A "PICAR"!!!...


Ter de blogar todos os dias, aqui a pensar as coisas e a debitar ideias sob pressão, não é coisa fácil - posso garantir-vos.
A gente habitua-se e habitua outros a esta coisa e depois vimo-nos lixados: vou hoje falar do quê? Quantas vezes já isso nos aconteceu.
Para desenrascar e porque Óis da Ribeira é terra de muitos blogues e sites e não é fácil manter actualidade sobre as coisas, lá damos umas «picadelas». Na verdade, a coisa melhor que este blogue tem é que não tem de ser actual e como pode falar do que quiser e lhe acontecer, quando lhe apetecer e quiser, então aí vai disto!. Bota a "picar"!...
Hoje, para desbloquear a crise e criar, dei uma nova vista de olhos sobre os blogues e sites de Óis e não ganhei nada para a inspiração necessária. Esta olhada, aconteceu, confesso, já muitas vezes, quando, numa espécie de puro exercício de autofagia profissional, para aqui me «desatei» a picar o trabalho de outros.
O picanço, meus amigos, é a ausência de razão. Eu sei. É ser-se anãozinho e andar-se às costas de outros pensando que se tem 2 metros de altura, e que afinal se devia ter feito uma carreira na NBA. É confundir-se a obra-prima do mestre com a prima do mestre-de-obras. É copiar, como nos tempos de escola. Não faço isso. Fico-me por esta divagação!!!

11 março 2008

||| TUDO EM BAIXA!!!...


Os portugueses, como todos sabemos, têm uma esquisita fixação esquisita na «baixa». Os ribeirenses também. E não falo apenas da baixa médica.

Se nos lembrarmos bem, a coisa começa logo pela estatura física do povo, que é baixa; estende-se à economia do país, que anda sempre em baixa; invariavelmente isto tem um reflexo na auto-estima dos labregos que é, mais uma vez, baixa.
Não paremos aqui e pensemos mais um pouco.
Veremos que a baixa preenche outros e variados aspectos da nossa vida: à zona mais comercial e social das nossas cidades chamamos baixa; as revisões de crescimento do país e as revisões de ordenado são sempre feitas em baixa; a literacia dos tugas é baixa; adoramos a baixa de preços (a maior parte de nós espera religiosamente por ela).
Finalmente, uma grande parte do país vive em baixa: baixa de parto, baixa psicológica ou qualquer outra baixa médica que impeça os mamíferos de contribuir para que algum dia isto volte a estar em alta. Óis da Ribeira, no meio disto tudo, é jum exemplo, em... baixa!

10 março 2008

||| FALAR DA COISA!!!


Ainda por aí muita coisa de que se fala, pelo hoje vamos falar da coisa. O que não é coisa fácil. Apesar da coisa ser a forma mais fácil de falar de muita coisa.

Certo, certo, certo é que crescemos com a coisa, com várias coisas. E quando as coisas nalguma altura das nossas vidas não correm bem, sempre aparece qualquer coisa que safou a coisa. Ou vice-versa.
Em verdade, habituámo-nos a muita coisa ao longo do tempo: aquela coisa política, aquela coisa privada, aquela coisa pública, aquela coisa estúpida, aquela coisa inexplicável, aquela coisa importante, e um sem número de coisas que nos chateiam, que nos aborrecem, que nos fazem felizes e nos fazem rir, mesmo quando a coisa não tem piada nenhuma.
Como devem compreender, não estou obviamente para aqui a falar das coisinhas, que também têm a sua importância, mas não são a coisa. A dita cjuja coisa! Nem sequer falo do coisinho, sempre insignificante, mas simpático. Muito menos do coiso, que tem lá o seu lugarzinho cativo a caminho de uma coisa qualquer.
O que eu quero é falar daquela coisa que cresce connosco, que nos acompanha no dia-a-dia, e que torna a coisa numa coisa diferente. Quantas vezes não viram qualquer coisa numa determinada pessoa? Quantas vezes não vos ia dando uma coisa? Quantas vezes não vos apeteceu dizer uma coisa? Quantas vezes não vos apeteceu... qualquer coisa? E quantas vezes a coisa não ficou por aí mesmo... sem fazer coisa nenhuma?!
A verdade é que há sempre qualquer coisa que não é uma coisa qualquer. Ou a falta de qualquer coisa, para a qual procuramos uma coisa qualquer. Uma coisa é certa: ter mão na coisa não é a mesma coisa que ter a coisa na mão. E isso faz toda a diferença se pensarmos bem na coisa. Há coisas que, de facto, nos fazem pensar que há com cada coisa...Que coisa!...

09 março 2008

||| PÉROLA DE HUMOR NEGRO A PROPÓSITO DE UM JOGO DE FUTEBOL!!!


Hoje é dia de emoções fortes no futebol e lá se foi o Camacho. Com todo o respeito, nunca deveria ter voltado!
Porque é dia de emoções no futebol, lembro-me de, num recente jogo de futebol, num estádio português onde fui ver a bola, um homem estar particularmente enervado com a arbitragem. Demonstrava o seu desagrado correndo aos berros pelo corredor da bancada abaixo, até chegar ao corrimão, largava duas ou três bujardas ao fiscal de linha e voltava para o seu lugar. Parecia um matraquilho daqueles que andavam para cá e para lá, naqueles jogos eléctricos que não tiveram futuro nenhum contra os nossos tradicionais e manuais matraquilhos com jogadores atravessados sadicamente ao meio por uma barra de metal.
Numa destas idas e vindas o homem desequilibrou-se ao pisar no seu próprio cachecol, galgou o corrimão e caiu da bancada abaixo, tendo de ir para o hospital. Morreu!!! Sem saber, este homem tornou-se num sério candidato ao Darwin Award, ombreando com todas as alimárias que são responsáveis pela sua própria morte estúpida. Criados em meados dos anos 90, os Darwin Awards premeiam todos os estúpidos que contribuem para melhorar o património genético da espécie humana. retirando os seus genes da cadeia de evolução. Ou seja, morrendo involuntariamente pelas suas próprias mãos. Embora já tenha sido editado em livro, com algumas das melhores e hilariantes mortes por autoestupidez, o site ainda é a melhor fonte para quem se quiser candidatar ou manter actualizado sobre os últimos concorrentes ao prémio. Para quem pensa que a estupidez humana é finita, faz bem conhecer estas bestialidades, baseadas em factos reais. Não são de Óis da Ribeira!

08 março 2008

||| VIVEMOS DE E PARA AS CAIXAS!!!!


Os homens, desde que saíram da caverna, naquele tempo..., sempre tiveram uma extraordinária e estranha apetência natural para viverem em caixinhas. Os homens e as mulheres, é claro.
Todos os dias, saímos de dentro de uma caixa a que chamamos casa, entramos numa outra caixa a que chamamos automóvel e conduzimo-la até uma outra caixa a que chamamos emprego. Viajamos em caixas atreladas umas às outras, que andam em cima de carris, em caixas que flutuam na água e até em caixas que voam. De vez em quando, gostamos de ir dançar para dentro de caixas ruidosas, ou de passar um tempo com os amigos em caixas que têm como função servir substâncias líquidas mais ou menos entorpecentes e etilizantes.
Há caixinhas para tudo e mais alguma coisa. São poucas as coisas que se fazem fora das caixinhas. Talvez por isso as férias constituam quase sempre um bom motivo para passar a maior parte do tempo fora das caixas, ou pelo menos em caixas diferentes das habituais.
A vida parece consistir numa sucessão de caixinhas em catadupa. Uma após outra. Já nem reparamos nelas. Fazem parte desta caixinha grande a que chamamos Terra e de onde conseguimos observar um conjunto de outras caixas grandes e distantes, questionando se existirão por lá outras caixinhas habitadas.
Somos ums encaixotados!!!!
Bom fim de semana!!!

07 março 2008

||| OS COELHOS E OS OVOS DA PÁSCOA!!!


O Domingo de Páscoa está aí à porta e isso faz-me lembrar aquela história mal contada do coelhinho de Páscoa e da sua estranha ligação aos ovos de Páscoa.

Ora vamos lá ver, o que é que leva um coelho a distribuir ovos pintados? E onde é que o coelho arranja os ovos? E quem os pinta? Tudo mistérios insondáveis…A história deste roedor está cheia de lacunas por preencher, o que sugere que deverá haver alguma javardice oculta nisto tudo.
O coelho, na realidade, é um libertino doidivanas, com um seriíssimo desvio sexual, que mantém uma relação poligâmica e contranatura com algumas aves. As coelhas não lhe despertam qualquer sentimento libidinoso e muito menos monogâmico.
O coelho enveredou por esta vida porca sem medir as consequências, e quando percebeu que pela lei da natureza nenhum animal estava autorizado a procriar fora da sua espécie, arranjou um esquema que desviasse as atenções alheias da sua vida de alegre e frenético concubinato.
Decidiu, então e assim, distribuir gratuitamente as provas da sua virilidade, não sem antes lhes dar um aspecto decorativo e insuspeito. No início, começou a distribuir os ovos na época de carnaval, mas não aguentando ver a sua prole esborrachada nas paredes durante as batalhas de foliões, decidiu avançar para a época festiva seguinte, tendo vir parar à Páscoa.
Há vidas muito tristes. Coitado do coelho e coitados dos ovos da Páscoa!

06 março 2008

|!|| NO TEMPO EM QUE OS ANIMAIS FALAVAM!!!...


Quantas vezes já ouvimos falar daquela expressão «isso foi no tempo em que os animais falavam?».

Muitas! Isto deixa-nos ficar a pensar que há muito muito tempo os animais tinham a capacidade de falar, mas ninguém, pelo menos que eu saiba, consegue dizer exactamente qual foi a altura em que eles perderam esta faculdade. Só se sabe que um dia houve um big bang linguístico qualquer e os gajos perderam o pio.
O papagaio foi o único que se safou, mas ficou limitado a repetir tudo o que ouvia: uma versão, com penas, de alguns políticos que nós conhecemos. O cão com sotaque ribeirês (de Óis), a cobra com sotaque tripeiro, o papa-formigas com sotaque beirão, o jumento que dominava cinco idiomas e a vaca que recitava Camões com um sotaque genuinamente irlandês, emudeceram de um dia para o outro.
O curioso nesta história toda, digo eu, é que nunca se fala no Homem neste processo de perda da fala. Parece que o crescimento da espécie humana está correlacionado com este silêncio animal. Até então o Homem nunca teve grandes hipóteses de sobrevivência num mundo de animais falantes.
«Olha ali um grupo de jacintos a quererem lixar as nossas águas da pateira», dizia um achigã dos mais velhos, para uma carpa das gordas. «Tu vai lá ali num instante chamar os nossos amigos pimpões e limpamo-los já». E o outro ia. E chegavam os lúcios, os roubacos e as taínhas e, todos juntos, limpavam os jacintos todos, à bocada!
Quando os animais perderam a fala as coisas complicaram-se de sobremaneira. É que dizer «topa-me ali à direita uma task force de ribeiropeixecos de Óis» sem poder usar palavras, requeria um poder mímico que nenhum animal estava preparado para usar. Como é que um gajo diz «ribeiropeixeco em Óis» através da mímica? Não diz.
Eu acho que foi por essa deficiência que os animais se lixaram. E ficaram,então, só os homens a falar, com alguns papagaios!

05 março 2008

||| HÁ SEMPRE ALGUÉM QUE ESTÁ PIOR QUE NÓS E AS DORES DE CABEÇA!!!

Qualquer ribeirense já por mais de uma vez ouviu falar ou disse que, por muito mal que as coisas estejam, há sempre alguém que está pior que nós.
Acho que isto é uma espécie de conforto, mais para nos desculparmos das nossas fraquezas que outra coisa.
Na verdade, é um enorme conforto - e dos grandes... - saber que enquanto estão a remover um pedaço de osso que ficou encravado na nossa glote, o homem no quarto ao lado tem um tumor de 15 quilos na sua bolsa testicular. Puxa, que ideia!!!
Mas a ideia de que há sempre alguém em piores circunstâncias leva-me à conclusão que, algures no mundo, há sempre alguém que está pior que toda a gente. Na realidade, à medida que chegamos ao fundo da pilha de tipos a passar pior que nós, torna-se cada vez mais difícil apercebermo-nos de quem está a passar realmente pior.
Um cego paralítico e maníaco é pior que um corcunda paraplégico e mongolóide? É difícil de discernir... E depois há sempre a fórmula «Mais Uma Dor de Cabeça». Não interessa o quão miserável e dolorosa possa ser a condição de uma pessoa, que esta pode sempre ser pior se lhe acrescentarmos uma dor de cabeça: «Coitado, era pobre, ignorante, doente, só, deprimido, teso que nem um carapau e abandonado – e ainda por cima tinha uma dor de cabeça».
Vejam o lado positivo: a dor de cabeça pode sempre passar. É o que nos safa, sejamos pobres ou ricos!

04 março 2008

||| PRÓS PROFESSORES OU/E CONTRA AS CRIANÇAS!!!


O Prós e Contras de ontem repetiu o tema de ontem oito dias: a Educação. Está na moda, a educação.
O que se passou, a repetição, foi coisa nunca ou raramente vista na TV: uma semana após um programa sobre a avaliação dos professores, que toda a gente sabe que foi um desastre para a Ministra da Educação, voltou-se ontem exactamente aos mesmos temas (com direito a discutíveis desmentidos e rectificações sobre o programa anterior) apenas com outros protagonistas mas num tom estudadamente bastante analgésico.
Este estranho «remake» embrulhado em intenções «pacificadoras» aconteceu precisamente a cinco dias da anunciada marcha da indignação dos professores. Com isto não estou a negar o interesse de algumas reflexões adiantadas no programa e, por outro lado, não me passa pela cabeça lançar suspeições sobre a responsável do programa. Nem o assunto me diz respeito, a não serpoder imaginar como é que os meus filhos, na escoal, olharão para o(a) professor(a) que na véspera voram na TV a marchar numa manifestação e aos gritos contrao governo e aministra.
O que pensarão as criaturas cá de casa que eu ensinei a respeitar os senhores professores?!

03 março 2008

||| OS CÃES DA VIDA!!!...


Venho aqui dizer que não sou pessoa amiga de animais domésticos, daqueles de trazer ao colo, Chateiam-me, aborrecem-me e Deus me livre de vir um gato em cima da mesa da cozinha, ou um cão dentro de casa. Contudo, adoro o meu cão.
Adoro todos os meus cães. Todos os cães que já tive, adoro-os a todos. Mesmo aqueles que andam à solta no largo do Cruzeiro!
Ao longo da minha vida, acreditem, já tive um monte de cães. A gente acaba sempre por arranjar um novo cão, não é? Arranjamos sempre um cão atrás do outro. É o segredo da vida. A vida é uma sucessão de cães.
Alguns nem ladram, mas entram-nos nos bolsos!!!
Às vezes conseguimos arranjar um cão que se parece exactamente com o cão que tínhamos. É verdade. Se dermos uma volta pelas lojas de animais conseguimos arranjar um idêntico ao cão anterior. Entramos com o cão morto pela loja de animais adentro, atiramo-lo para cima do balcão, e dizemos «Arranje-me um igual a este». E, espectáculo..., eles trazem-nos um que parece a fotocópia do sacana do cão morto. E isto é extremamente prático, porque assim não temos de andar a trocar as fotografias que temos espalhadas lá por casa. É isto que os cães têm de bom. Nunca vivem muito tempo, e nós podemos sempre arranjar outro.
O pior são aqueles que não ladram mas nos ferram a carteira!!!

02 março 2008

||| SE....


Hoje, no fórum, passeava-me eu nas descontrações de um domingo sem cinema e fraldas, quando ouvi uma senhora a palrear, toda cheia de propriedade: "Eu cá, se estivesse no lugar dela...".
Não sei quem é ela, a quem ela se referia, mas ouvi-lhe o remate de conversa, como quem dá a estocada final: "Podes ter a certeza!...".
Deu-me vontade de lhe mandar umas bocas e perguntar-lhe que certezas eram as dela, sobre outrém que não a ouvia.
Não simpatizo muito com quem pensa que sabe tudo sobre as pessoas e, pior ainda, a mania que têm do que fariam se estivessem no lugar das outras... Sabem lá como reagiriam!!!
Pode lá aquela criatura afiançar o que lhe passava pela cabeça se o marido a trocasse pela cabeleireira da esquina, por alguma loura platinada com metade da idade dela, com unhas de meio metro e beiços grossos, pintados de encarnado vivo?
Pode lá saber o que sentia se lhe morresse um filho. Na guerra, na estrada, com um tiro na cabeça, ou a assaltarem-lhe a casa...
Ou se fosse despedida. Se ganhasse o Euromilhões. Se atropelasse alguém. Ou se o médico chegasse junto dela, cabisbaixo, e lhe sussurrasse: "Temos aqui um problema, minha senhora, você tem um cancro na mama!». - Deus me perdõe.
A todos os que estão cheios de certezas posso apenas dizer a minha: Eu cá, se estivesse no lugar deles... calava-me. E calo-me. Por hoje.

01 março 2008

||| POST SOBRE 29 DE FEVEREIRO DE UM ANO BISSEXTO!...


Ontem, era para termos feito um post sobre o 29 de Fevereiro, dia único dos quatro em quatro anos bissextos. Mas varreu-se-me da ideia, quando me sentei a escrevinhar!
Falar do dia 29 de Fevereiro, esse visitante menos assíduo do que os outros 365, é-me sempre algo penoso, confesso. Mas também curioso. Uma neblina inquietante rodeia-o, desde que a mitografia das datações lhe resolveu atribuir o começo da fraternidade, a acção decisiva de Caim sobre Abel. Li isto algures!!!
Todos os nascidos numa dessas menos frequentes recorrências enfermam do estigma da sonegação do festejo lídimo, sem contrapartida na longevidade, fazendo imaginar que não teriam tempo próprio de celebração, o que equivale a esquecer as horas de acerto de calendário.
Um dos vindos ao mundo nestas condicionadas circunstâncias é um ribeirense lonvejo, introspecto, de vida sonegada da sociedade. Todos o conhecemos, mas não digo o nome por razõs óbvias.
Não poderia, no entanto, deixar de o figurar aqui, não hesitando entre subtrair a sua biografia ao público ou dar lamirés dela com indícios de contrafacção que alimentasse a fantasia genealógica de que, aliás, não carecia, o dito-cujo.
Isto vinha a propósito do 29 de Janeiro, dos anos bisextos! Os seus nascidos são conhecidos pela independência, autoritarismo, esperteza e teimosia. Tenho como seguro que é assim ribeirense que nasceu a 29 de Fevereiro. Quem será? Eu sei mas não digo!