
Acho que isto é uma espécie de conforto, mais para nos desculparmos das nossas fraquezas que outra coisa.
Na verdade, é um enorme conforto - e dos grandes... - saber que enquanto estão a remover um pedaço de osso que ficou encravado na nossa glote, o homem no quarto ao lado tem um tumor de 15 quilos na sua bolsa testicular. Puxa, que ideia!!!
Mas a ideia de que há sempre alguém em piores circunstâncias leva-me à conclusão que, algures no mundo, há sempre alguém que está pior que toda a gente. Na realidade, à medida que chegamos ao fundo da pilha de tipos a passar pior que nós, torna-se cada vez mais difícil apercebermo-nos de quem está a passar realmente pior.
Um cego paralítico e maníaco é pior que um corcunda paraplégico e mongolóide? É difícil de discernir... E depois há sempre a fórmula «Mais Uma Dor de Cabeça». Não interessa o quão miserável e dolorosa possa ser a condição de uma pessoa, que esta pode sempre ser pior se lhe acrescentarmos uma dor de cabeça: «Coitado, era pobre, ignorante, doente, só, deprimido, teso que nem um carapau e abandonado – e ainda por cima tinha uma dor de cabeça».
Vejam o lado positivo: a dor de cabeça pode sempre passar. É o que nos safa, sejamos pobres ou ricos!
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