31 maio 2012

||| AS TEORIAS CONSPIRATIVAS...

O Contra está desanimado e irritado: não foi alvo das secretas, de nenhuma escuta telefónica e nem sequer  alguma teoria conspirativa nos quis derrubar nas últimas semana. Pelo menos, nenhum relatório foi tornado público, nenhuma fuga de informação nos fez perder o sono. Continuamos, pois, presumivelmente inocentes.
Inocentes mas tristes e, insistimos, desanimados e irritados. Muito irritados!
O Contra presumiu, com algum pretensiosismo, que alguém por aí apareceria a puxar a ponta do cordel de alguma estorieta alicerçada em fugas de informação e de contra-informação, como as que fazem girar o turbilhão de estupefacções que fazem este país cada vez mais parolo e não suficiente.

O hiperactivo Relvas é um caso já em extinção, pois deixou de ser excitação. Nem o facto de ser enredo policial com espiões e tudo o tornará duradouro nesta portuguesa mania de seguir os conselheiros Acácios que sobraram de outras polícias que por aí pulularam, em tempos bem mais dignos e honrados que este que atravessamos.
Portugal é sempre assim, dir-me-ão. Pois será! Somos uma terra de bons rapazes e no caso presente, nem o Relvas cai, nem a gente almoça. Até para fazer chantagem é preciso saber. Até para manipular e pressionar, ainda que possamos ser moralmente menos éticos e legalmente menos sérios.
Onde é que o Contra ia? Ah, não foi alvo das secretas, nem de escutas telefónicas e está chateado. Ninguém nos liga nenhuma.


28 maio 2012

||| SOMOS UM POVO INSATISFEITO COM A VIDA...



Ouço, com tristeza, que os portugueses são dos povos menos satisfeitos com a vida - nomeadamente considerando-se vítimas de insuficiências tão relevantes como a saúde, a educação e o trabalho
O Contra não se tem na conta dos mais tristes mas, fazendo fé no que se lê neste relatório da OCDE que avalia o bem-estar em 36 países europeus, já fica a pensar.
O relatório, por exemplo, dá conta que, quanto à própria satisfação de vida, estamos mesmo muito próximos do fundo da tabela. 
É evidente que estes estudos, assim como as sondagens, têm o seu quê de empírico, são uma mera opinião e valem o que valem. Mas a verdade é que os portugueses parecem cada vez mais infelizes, mais medrosos e mais ressabiados, desconfiados do dia de amanhã e pouco crentes no sucesso e na felicidade que todos ambicionamos.
Transportando o caso para a nossa dimensão de fregueses ribeirenses, se calhar dá para pensar porque é que é tão lenta a libertação do subdesenvolvimento e a mora exagerada em se fazer uma obra qualquer, por pequena que seja.
A guerra instalada entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal é exemplo dessa praga que não nos leva a lado nenhum e anda ao sabor dos climas emocionais dos donos dos pequenos poderes que nos governam. 
E a culpa, a inconfessável culpa é de quem? 
De ninguém, pudera. 
Os culpados escondem-se  sempre nos outros e nas circunstâncias casuais ou propositadas, enleando-nos para os abismos da impotência e do sem-futuro. É uma das razões, havendo outras, porque o povo é triste e não anda satisfeito com a sua qualidade de vida.

25 maio 2012

||| APOIAR CEGAMENTE QUEM GANHA FORTUNAS




O Contra não tem fanático pelo futebol, mas também se deixou embriagar pela loucura nacional do Euro 2004 - aquele em que o Scolari nos pôs a deitar bandeiras nas janelas e varandas. Achei piroso, mas tomei-lhe o gosto e surpreendi-me a armar posição para a bandeira.
Pensei, porém, que seria coisa para passar de moda, mas eis que, de dois em dois anos, o país é varrido por uma loucura absurda em volta da selecção de futebol. Ele é selecção para tudo e para todo o lado. Fico sem pachorra!
Não é que não queira que Portugal ganhe. Claro que quero. A Pátria, para o Contra, é para se sentir e viver todos os dias, só que não é por se ter a maior bandeira nacional do mundo, ou uma varanda de bandeirinhas a tremular ao vento, que se é mais português, ou se resolvem os nossos problemas económicos e sociais, seja ela comprado aos chineses ou no Pingo Doce, a 50%.
O Contra, confessa, acha uma coisa totalmente bimba essa de andar a apoiar cegamente um grupo de rapazes que ganham e gastam fortunas, enquanto a maiorias dos portugueses já mal tem para comer. O país, convenhamos, tem muito mais e mais graves coisas para resolver e preocupar.


21 maio 2012

||| AS INTERPRETAÇÕES DO DR. RELVAS E OS JORNALISTAS


O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, acusou Maria José Oliveira de praticar um “jornalismo interpretativo”, citando vários textos daquela jornalista do público e apontando um "erro grave” na notícia sobre a sua (dele) audição parlamentar propósito do caso das secretas e da sua alegada ligação a Silva Carvalho.
A carta enviada à ERC, de cinco páginas, refere várias notícias assinadas por Maria José Oliveira sobre esse tema onde, segundo o ministro, se verificam omissões e a construção de um “quadro narrativo inicial”, onde tudo se faz “para que a realidade se adapte a esse quadro». O homem narra bem!
O Contra, que não navega por tão altas e coturnas paragens, ousa dar parecer sobre o assunto, considerando que a jornalista e o jornal Público inventaram tudo. Aliás, os jornalistas só diziam verdade quando o Correio da Manhã escrevia(e) sobre José Sócrates.
À escala local, como reagirá o nosso jornalista às pressões que certamente recebe do poder local? Ou será ele o agente pressionador? Sobre tudo isto, só apetece gargalhar. É o país que temos.

17 maio 2012

||| O ELOGIO QUE ERA PARA SER E JÁ NÃO É!

O Contra ao regressar a casa do emprego, regalou-se a ouvir o ministro Álvaro: não só não tinha medo dos lóbis e interesses instalados, como estava disposto a combatê-los, nomeadamente na questão das rendas às produtoras de electricidade. E prova disso era a redução hoje decidida.
Eh pá, temos homem!, pensou o Contra. 
Para mais, o ministro Álvaro garantiu não recear os papões da produção eléctrica, a chinesa EDP e as duas espanholas que por cá nos andam a queimar a carteira.
Logo, porém, o Contra se desiludiu.
Primeiro, não vai haver nenhuma redução nos custos ao consumidor. Vamos continuar a pagar, como pagamos. 
Depois, as rendas ascendiam a 5500 milhões, mas o governo apenas reduziu 1800 milhões. Portanto, quis o ministro Álvaro tapar-nos o sol com a peneira, pois não há algum fundamento para o Estado continuar a pagar 3700 milhões à EDP, à Endesa e outras eléctricas - valor que é superior ao que arrecada com o corte dos subsídios de natal e férias.
O ministro Álvaro não precisaria de pedir desculpas aos senhores da EDP, dizendo que todos têm de fazer sacrifício. O sacrifício que lhes está a impor é muito inferior ao que impõe às famílias. O que anuncia como um grande feito do governo, não passa, afinal, de uma ilusão.
La se foi o direito ao elogio.

14 maio 2012

||| ALGUÉM POR AÍ VIU A OPOSIÇÃO?


Ouvir o secretário geral do PS afirmar, aparentemente convicto, que está disponível para ir para a rua, à frente de manifestações contra o governo, daria para rir, se não fosse patético. 
O homem não se segura no que diz e não mede as palavras, ou tem-nos por tolos.
Na verdade, ninguém acredita que o jovem político profissional seja capaz de uma coisa dessas, até porque não é tolo. Onde é que já se viu António José Seguro de megafone na mão e calças de ganga, a disparar palavras de ordem contra o seu amigo Coelho? 
Seguro não despe o fato como não larga o seu discurso redondo e, como se tem visto, não consegue um gesto mais rápido que pestanejar os olhos às perguntas dos srs. jornalistas, sempre com um discurso redondo, decorado e carregado de palavras, tantas e tão banais que, sem precisarem de ser bem espremidas,  mostram a vacuidade com que quer meter medo ao governo e ao mesmo tempo impressionar os seus eleitores.
Esta oposição é parecida com a de Óis: não diz nada e, quando diz, é o mais corriqueiro que se possa imaginar.
Alguém conhece alguma proposta da oposição ribeirense ao sistema instituído? Se conhecem, digam.


10 maio 2012

||| A DESCOBERTA DA PÓLVORA CONSTITUCIONAL...

A magna assembleia  aprovou, em Março de 2011, a constituição de uma comissão de revisão e actualização da constituição. Foi há já 14 meses, passaram-se mais duas assembleias gerais e não se falou mais no assunto.
A proposta dos então efebos governantes foi surpreendente.
Realmente, não se entendeu muito bem como é que uma governação, formada por gente inscrita à última da hora para se poder candidatar no acto eleitoral - sem, por isso mesmo, ter qualquer cadastro na história do que queriam  mudar... -, poderia querer alterar a magna carta institucional, apenas mês e meio depois de tomar posse. Que sabedoria teria esta nova gente, que tanta gente anterior nunca se lembrou de fazer? Que pólvora teria descoberto?
A tanta sabedoria governamental, afinal, ficou-se pela intenção, qual noiva no altar à espera do noivo que nunca mais chega para casar. 
Coisas da governação que temos! 

07 maio 2012

||| A ESPERTEZA DOS MANIPULADORES....


Não é novidade: uma das mais comuns características nos manipuladores é a duplicidade do discurso, a vastidão do uso da palavra, a contradição camuflada e o paradoxo como lógica ao seu serviço, o empestamento dos factos e a insinuação de dúvidas. 
Óis da Ribeira não é o melhor exemplo neste campo, bem pelo contrário.
Um dos principais rostos da manipulação é sobejamente conhecido, embora faça tudo por não se mostrar. Mas, quando tem de se fazer valer, tem telemóvel perto e, de pronto, tecla orientações que, inexplicavelmente, para muitos se tornam absoluta obediência. E obediência... cega. 
O Contra não encontra explicação para tal coisa, até acha absurdo.
Quando se fala na impagável e celestial figura, (quase) todos lhe apontam defeitos de feitio, que, porém, lhe aceitam e desculpam, não sei em nome de que santo, ou de absolvição de que pecados.
A manipulação é evidente e torna inevitável o resgate de qualquer acção. O manipulador utiliza a mesma situação para se ilibar de responsabilidades e para castigar os que toma como adversários, não fazendo, nunca, qualquer referência ao contexto onde foi (ou é...) protagonista decisivo e intencional. Poderia o manipulador dar mais a cara e assumir os custos das suas intenções? Poder, bem que podia, mas, como diz o outro, não era a mesma coisa. E assim, sempre a manipular, nunca falha, nunca lhe apanham um erro. Esperto, o manipulador. Muito esperto!

05 maio 2012

||| DIABINHOS, DIABRURAS, DESENGANOS E DESAPONTAMENTOS...




O prazo de validade da governação encurta-se e conhecida, como é, a posição oficial do actual 1º., a de não renovar o mandato (e alguém se surpreende?!!!...), nasce um problema: quem vai suceder? 
As dificuldades da sucessão institucional são  conhecidas. Aqui, ao Contra, ocorrem as dificuldades em encontrar dirigentes, desde  sempre, e o processo eleitoral que reelegeu o padrinho, quando, qual mestre de malabares, lá apareceu com os seus muchachos, pondo alguns dirigentes na borda do prato. Isto é o que se chama uma diabite, ou diabrite..., embora tacticamente perfeita. 
O Contra lembra também a sucessão que não sucedeu nos mandatos que lhe sucederam, arrastando governações híbridas e fragilizadoras, até que umas almas se emprestaram como nadadores-salvadores de uma nau, que, como diria o antigo Bispo de Aveiro, tem tormenta «maior que a freguesia». 
A governação foi-se gradualmente desperdiçando, com saídas e substituições que mais a fragilizaram, e a forma como a situação tem sido gerida, se não desastrosa (não exageremos...), é pelo menos periclitante e pericladora. A governação, na verdade, não tem tido os rins necessários.
Há muito quem julgue que as coisas  se conduzem com habilidades e truques espertalhões, desviando o rabo à seringa, mas esses são quem se desenganará muito mais rapidamente do que seria de supor. Desapontar-se-ão e abandonarão! Ó triste fado, governações!!

04 maio 2012

PATETICES E DEPRIMÊNCIAS À PORTUGUESA...


A política portuguesa está cheia, lamentavelmente, de episódios patéticos e deprimentes, diríamos mesmo que vergonhosos. Este país, que se assume como um Estado de Direito, viu um PS sem cor na cara a defender quem não podia para Juiz do Tribunal Constitucional. E a insistir, a insistir, como quem faz flexões.
A história só poderia acabar como acabou: em anedota!
O país, que precisa de recuperar a sua economia e pagar as suas dívidas, andou a entreter-se com estes  trocos de políticos de trazer por casa e agora com o sr. Zorrinho a fazer birra e a atrasar o que deveria estar já concluído: a indicação do juiz socialista.  Mas isto, pasme-se, só depois de o inefável Conde Rodrigues (o juiz que não é juiz ou já foi e não é) se anunciar indisponível para o cargo que não podia assumir. Então, se já não é!
A maioria esmagadora da classe política não tem noção do ridículo e só olha para o seu sobrado e os seus interesses. O problema é que, enquanto se divertem eles com estas patetices e deprimências, o povo continua a empobrecer. E não é alegremente, bem pelo contrário.

02 maio 2012

||| O PINGO DOCE QUE SE FEZ MAIS DOCE...

Cansou de ouvir, ler e ver o que por ontem e hoje se disse por Portugal fora, sobre o desconto de 50% feitos pelo Pingo Doce. E a carrada de nomes que chamaram ao rico do patrão da rede. Rico, pois, pobre é que ele não é. O que não é justo, pois o homem deu dinheiro a  ganhar a todos.
Em primeiro lugar, ganhou o Zé Povinho, que poupou 50% em tudo o que comprou. E isso é importante,
se formos a ver bem, pois o seu orçamento mensal foi bem aliviado.
Em segundo, ganharam os trabalhadores do Pingo Doce, pois receberam, ou vão receber em triplicado e ainda mais um dia de férias. E têm salário garantido ao fim do mês.
Em terceiro, o Estado, pois arrecadou ou vai arrecadar mais uns milhões em impostos. 
Portanto, ganharam todos, pelo que não se entende a crítica dos sindicatos, que atraíram muita gente às suas manifestações mas não lhe deram nada em troca, a não ser rouquidão e inchaço nas pernas, da caminhada.
As empresas são para dar lucro e, dando lucro, pagam impostos ao Estado e salários aos trabalhadores. O que, portanto, devia preocupar os sindicatos e os grandes defensores das lutas dos trabalhadores e do feriado do 1º. de Maio era que existissem muitas empresas a dar lucro e a pagar impostos e salários. E não, e nunca, as que, porque não vendem não pagam impostos, nem salários, e atiram, os trabalhadores para a miséria. Ou vivem à conta das transferências do Estado.