A questão da fuga de cérebros toca directamente a muitos ribeirenses porque, muitos tiveram de sair de Óis da Ribeira em busca de outras oportunidades.
Quando concluem os seus cursos prosseguem o desejo de trabalhar e têm de sair, á procura de respostas para as suas habilitações e anseios. Sabemos que há médicos e engenheiros e outras profissões que demandam Portugal e o estrangeiro para (sobre)viver.
Mas não é fácil... as saudades apertam frequentemente, às vezes relativamente a coisas pequenas como os lânguidos almoços de domingo, uns copos no Pires ou no Pôr do Sol, ou o calor do fim do dia nos quentes dias de Agosto. Que se matam algumas vezes, muitas vezes, olhando à distância, mas é difícil explicar o apego que temos a Óis da Ribeira, mas ele existe e é por isso que tenho quase a certeza que um dia voltarão todos (ou quase todos).
Óis da Ribeira tem mudado, embora ainda prevaleçam "poços" de subdesenvolvimento, geridos por pessoas que vivem do estatuto, da chico-espertice e dos esquemas, muitas outras áreas progridem diariamente para igualar os melhores padrões nacionais. Bem sei que a nossa tão ribeirense tendência para a autocrítica por vezes obscurece a capacidade de ver a luz ao fundo do túnel, mas há coisas que vão no rumo certo.
Há cerca de dois anos lembro-me de ter visto a primeira conferência que Manuel Castells deu na Gulbenkian, em Lisboa. Na altura ele abordou a questão da fuga de cérebros em Espanha, porque, enquanto consultor do Governo espanhol, tinham-lhe pedido que os ajudasse a implementar uma estratégia que estancasse a "sangria". A resposta dele foi: não façam nada! Quando estes "cérebros" voltarem a casa de férias tratem-nos bem e eles um dia voltarão, nessa altura com outros hábitos, outra qualificações e, muito importante, outros contactos. Nessa altura a Espanha terá então o seu retorno.
É o que poderá acontecer com os ribeirense que estão fora. Mostrem-lhe a nossa Óis da Ribeira, como ela é, formosa, em vias de desenvolvimento, po exemplo a nossa Óis da Ribeira com respostas sociais para todas as gerações.
Não vale a pena sofrerermos com a partida dos que nos estão próximos. As saudades que irão sentir já serão sofrimento suficiente. Os que agora emigram vão crescer, desenvolver-se pessoal e profissionalmente, abrir os olhos e os horizontes e um dia voltarão. Ou melhor, um dia poderão volta...
1 comentário:
Vi hoje no d´OIs Por Três uma ideia muito interessante para sabermos onde estão os ribeirenses que residem fora. Sugiro que vão ver.
Olá, AM: quando é que nos encontramos? No natal ou na páscoa?
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