||| O PADRE FONSECA!!!

Anteontem foi dia de passeio, pelos lados da ria, até S. Jacinto - onde vi gente de Óis que mora lá. E eu nem sabia, filhas do sr. A. Nem fazia ideia, mas uma delas reconheceu-me e chamou-me. As nossas famílias eram próximas...
Era o meu último domingo de férias e aproveitámos para ficar à conversa, perto do cais de embarque e ela perguntou-me coisa de Óis - que eu não soube explicar. Sobre algumas.

Mas foi uma conversa muito interessante e até emocionante, duas gentes de Óis que se encontraram no istmo de S. Jacinto, a cheirar a ria que por alguns momentos me parecia a pateira. Disse-me ela que deveria ter passado perto da casa do padre Fonseca, eu fui de carro pela Murtosa. «Ele mora no Monte».

No Monte, vou procurar! O Padre Fonseca foi quem me baptizou e ainda me lembro bem dos tempos da catequese, por onde ele ia de vez em quando fazer-ns umas perguntas e parabolar a os testamentos. Procurei, mas não o vi, disseram-me que ainda é vivo mas está a morar na serra, sem me saberem dizer onde.

Fotografei este azulejo, na terra dele - o Monte, da Murtosa! É a minha recordação do Padre Fonseca!

||| AS RESSACAS DE NOITES DE SETEMBRO...

Há dias falei aqui do drama da minha amiga, por causa dos bancos. Sábado à noite, na nossa noite de borga, sentadas a beber chá e a comer bolo de chocolate, a falar da vida e dos filhos, de depilação e férias, de gajos e de cusquices de trabalho, caímos no drama: isto está mau!

Virámos o disco, para as coisas melhores e mais interessantes, botando a crise para o lado. Então, ficámos a saber que a não sei quantas que anda com fulano; o não sei quantos que fez não sei o quê. E cada uma de nós a rir com a mão na boca, surpreendidas com as revelações, a atirar a piadola que só nós entendemos, o trocadilho certeiro. Nós a gargalhar muito alto, até às duas e picos da manhã, nem sei como é que a L não acordou, tão linda ela estava, ferrada num sono profundo.

A noite foi das boas e merecia repetições mais frequentes. Pena que hoje tenha acordado com uma espécie de ressaca, que incluiu dores de cabeça, enjoos e tonturas. Pôxa!!! Isto está mau!!!

||| UM CARPINTEIRO...

Uma das crias cá da casa perguntou-me
hoje o que era um carpinteiro.
Um carpinteiro, perguntei-lhe eu. Um carpinteiro, exactamente, disse ele.
Fiquei a matutar: então esta criatura de Deus não sabe o que é um carpinteiro, o que é que eu ando a ensinar a este dez reis de gente, que não sabe o que é o carpinteiro!!!? E a questão e muito mais grave que o que se possa imaginar, é uam questão cultural que reduz a minha imagem sobre mim e sobre a cria.
De carpinteiro, sei da história doutrinal de S. José e
lembro-me bem do ti Alípio, atrás da igreja,
que nós espreitávamos por cima do muro, a manufacturar a madeira. A coisa que mais me impressionava, vejam lá... era ele fazer as aduelas dos toneis! Como é que era possível ele fazê-las assim, redondinhas, se eu não conhecia nenhuma árvore que fosse assim! Santa ignorância!!!
Lá expliquei à cria o que era um carpinteiro, com o cuidado de lhe revelar a minha ignorância, na matéria e em idade em que já era maior que a dela!!!
É a vida,
diria o Tónio Guterres!!!

||| A CRISE MUNDIAL VAI CHEGAR A ÓIS!!!

A crise dos Estados Unidos diz que chegou cá.
Ainda não dei por ela e até, cá para mim, isso tudo que a gente ouve na tv e na rádio é mais fogo de vistas que mais nada. Não chegou aqui a casa e receio que tenha chegado a Óis, não ouvi dizer nada. Õ engraçado é como, para usar uma expressão bem ao estilo do vizinho dali de baixo, de cada vez que os americanos se constipam, logo aqui chega a tosse.
Não tenho a maior simpatia pelo George Bush, mas vou admitir que o homem os tem no sítio. Não é qualquer tipo que se mete com o mundo todo e continua por aí todo poderoso!!!
Bom, mas de política não entendo nada a não ser que cumpro o sacramental direito de votar e nuncavotei no mesmo. São manias.
Já sei que por Óis anda grande dilema por causa das obras de construção dos sanitários do adro. Vejam lá que só agora é que se lembraram de que a malta às vezes precisa daquela coisa!!! E perguntei eu a minha mão se o adro é da igreja ou da Junta, mas ela também não sabe. Acha que é da Junta!!!
Alguem saberá, é o que eu gostava de saber!!

||| O CRIME E DRAMA DE SE PERDER A CASA!!!

Uma amiga minha contou-me hoje a razão proque, desde há algum tempo, andava triste e de mau feitio. Pensava eu que por qualquer zanga com o marido. Não era: pode ir perder a casa, de que deve uns milhares de contos.

O drama dela é o de muita gente e também eu o temo, ainda que com emprego certo (?): o marido está desempregado vai para um ano, o dinheiro falta em casa e depois de deixarem de frequentar restaurantes e fazerem férias fora, agora estão de contas esganadas. Deixaram de pagar a prestaçao e têm o banco à perna.

Toda a gente sabe que esmagadora maioria das muitas centenas de imóveis que este ano já foram "à praça" pertencem a bancos, que se vêem confrontados com uma subida dos casos de incumprimento, da parte das famílas.

Divórcios, orçamentos pura e simplesmente mal geridos (que desembocaram em situações de sobreendividamento), desemprego e subida das taxas de juro são os factores que estão a contribuir para que muitas famílias tenham deixado de conseguir pagar a prestação do empréstimo e desistido de vender a casa pelos próprios meios. A dação da casa em pagamento ao banco é uma solução que evita o recurso aos tribunais. O pior é o depois. Para onde ir? Para casa do pai ou da sogra?

Há um outro problema e não é pequeno: houve tempo em que os empréstimos eram feitos por valores superiores e, agora, os apartamentos, para além de serem vendidos ao desbarato, não têm quem os compre. Isto é, os bancos vão procurar cada vez mais não os receber e continuam a debitar juros atrás de juros - mesmo que baixem as taxas. Isto é: deve-se cada vez mais.

Entendo muito bem as lágrimas da minha amiga, que há tempo deixou de comprar roupas em boutiques, indo arranjá-las na feira. Outro dia, disse-me uma coisa espantosa e que não me passaria pela cabeça: andava a vestir-se com roupa deitada fora pelos americanos.

||| BEIJOS DE NAMORADOS!...

Vi hoje, no posto médico, um casalinho de namorados, com não mais de 17/18 anos, ela talvez menos! Não sei porquê, ganhei a ideia de que iam a uma consulta de ginecologia. Iriam?

Ela, de cabelo puxado em rabo de cavalo, muito abraçadinha a ele, a passar-lhe as mãos na cara e a dar-lhe beijos na cara, no pescoço, beijos, beijos, beijos!!! Até metia nojo!

Eu, de repente, semi-cerrei os olhos e tentei imaginar um dos meus filhos ali, naquele lugar do beijocado/a. Eles ainda são novos para isso, é verdade, mas quis antever e... «consegui». E quero dizer que não foi bom. E assustei-me por não ter sido bom. Oh, cum caraças!!! Vou ser intransgiente e megera!!! A pôr defeitos nas namoradas e nomarados dos meus filhos... Ou será que o tempo vai encarregar-se de me preparar para esse momento? Não sei.

O que sei é que senti pela miúda um certo desprezo, uma certa fúria, até. E sei que isso não foi bom. Logo eu, que juro que não me importo de ver estas coisas!! Logo eu, que juro que vou ser uma fixolas, a quem eles podem contar tudo que eu saberei quase sempre o que dizer. Logo eu... Afinal, só de imaginar, não foi bom. Que desilusão!!!

E elas ainda não chegaram à idade dos namoricos!!!

||| A VERDADE DE ALGUNS MOMENTOS!!!

Vi ontem um bocado do badaladíssimo programa da SIC, O Momento da Verdade, e senti algum nojo. Não porque o também estarrecimento me trouxesse alguma novidade do comportamento humano, mas por já quase não acreditar mo vejo na TV.

E o que vejo é, por um lado, uma estação de TV a explorar os pacóvios participantes até ao tutano; do outro, os participantes parolos e imbecis a tentarem sugar a SIC até ao tutano.
Vale tudo: por dinheiro, o participante relata, sem pudor aparente, perante milhões de pessoas, aquilo que, muito provavelmente, não ousaria contar aos mais próximos e, muitas vezes, até dificilmente reconhecerá à sua própria consciência.
E os telespectadores, os que vemos (e os que vimos), ficamos ali, feitos basbaques, à espera de ver até onde aquilo vai parar.
Vale tudo nos tempos que correm. Isto está uma vergonha, que só acabará se começar a pagar imposto!

Além destes «momentos de verdade», há também programas de entretenimento para adolescentes em que, de forma ostensiva, se assume natural que adolescentes engravidem, que se portem mal na escola, que desafiem professores, que não respeitem os pais, que se dediquem à delinquência. Há programas que adolescentes podem ver onde a perfídia, a traição, a vingança, a cobiça são modelos a seguir. Nesses mesmo programas, beber álcool em excesso é natural, ingerir uma drogas também, tudo com uma imagem cool, desde que a rapaziada mostre que sabe separar o lixo por contentores.

Claro que não se pode mostrar ninguém a fumar, que isso é só para reportagens sobre os sem-abrigo, os reclusos e os habitantes dos bairros problemáticos.

||| ORA VAMOS LÁ COMPUTAR...

Sou do tempo em que, na escola, ver um computador era com pensarmos estar no tempo de D. Afonso Henriques. Ora imaginem lá, computadores na escola de Óis!! Qual quê?!

Hoje, por isso, ao ver a reportagem dos computadores Magalhães nas escolas, pelo sr. Engº. Sócrates, dei comigo a pensar no contentamento que teria sentido se me tivessem dado um computador na 1ª. classe.

A felicidade que vi na cara dos miúdos, disse-me o suficiente para acreditar que a esta hora todos os que os receberam estarão a dormir com a maquineta debaixo da almofada. Asim seria como eu faria!!!

Identifica-se a propaganda e sabe-se que a propaganda faz parte da política e que falta um ano para as eleições. E eu não aprecio muito estas habilidades!!

Mas também se sabe que os miúdos que receberam os portáteis não votam, assim como se imagina que muitos dos pais que votam gostam de ver os seus filhos felizes.

Daqui a um ano estarão em condições de avaliar se esta acção foi benéfica. Sabe-se tudo isso e também que o dinheiro investido nesta prenda pré-natalícia foi muito melhor empregue do que em gastos absurdos com rotundas ou outras malfeitorias. Penso eu de que... Eu que toquei no primeiro computador já na fase adulta!

||| OS HOMOS, O SEXO E OS ... AIS!!!

O nosso bem vestido e bem falante Parlamento vai discutir, a 10 de Outubro, os "casamentos" homossexuais, por iniciativa do Bloco de Esquerda que, pensando bem à maneira de Óis, tenta assim resolver o "problema" de muitos dos seus militantes e dirigentes. Digo eu!!!
O PS, entretido que anda com a sua governação, também tem defendido estes "casamentos", mas desta vez, com receio das próximas eleições e conhecendo a opinião maioritária dos portugueses, vai votar contra. Por aqui se vê a coerência socialista nos assuntos fraturantes e de consciência.
A Direita sempre teve o mesmo entendimento - como diz a lei no Direito Civil, Casamento é a união de duas pessoas de sexo distinto. A qualquer outra união, chamem-lhe "União de facto", "Amigos para sempre" ou outra coisa qualquer.

E se a esquerda ( desta vez a extrema esquerda ) não vê limites, então aprovem também "casamentos" entre irmãos, pai e filha, ou "casamentos" de três ou mais pessoas. Não há modo de ser a favor de uma coisa e não de outra.
Aos agrupamentos homossexuais deveria ser dado por lei muitos dos direitos dados aos Casamentos - direito a herdar do companheiro/a, direito a ser tratado como companheiro/a e ter prioridade ( idêntica ao conjuge ) nas relações sociais, fiscais, de segurança social, etc. Excluo a adopção de crianças que é um dos privilégios do casamento e deve ser vedado a qualquer outro grupo, já que envolve uma terceira pessoa a quem não pode nem deve ser imposta uma situação de excepção, estigmatizante na actual sociedade.
Também as uniões de facto actuais, entre heterossexuais, deveriam deixar de existir, levando esses casais a casar pelo registo de uma forma simples e expedita retirando o peso da solenidade desses casamentos. Este simplificado registo de casamento dar-lhe-ia acesso a todos os direitos e não se entenderia porque alguém se ía negar a assinar uma folha numa conservatória.
Nos próximos dias iremos assistir às declarações e defesas feitas pelo poderoso lobbie gay, bem representado nos meios artísticos e na comunicação social, sobrepondo-se a uma esmagadora maioria silenciosa de portugueses. O que penam os ribeirenses disto? E há por aí algum homo?

||| UM PROBLEMA, OS NOSSOS ADOLESCENTES...

Se há problema que eu tenho notado nos últimos tempos, é o dos adolescentes. Ou, se quiserem, os adolescentes são um problema, logo pela sua simples existência.
Problema deles é acharem que temos todos a mesma idade e que fomos colegas de escola. Pior ainda, é acharem que podem lançar os seus piropos imberbes e básicos e ridículos a pessoas que há muito largaram o secundário e os tops a meio da barriga.

Ontem passei por um grupinho de três adolescentes meios ranhosos e sem barba, em primeiro dia de aulas, e um deles achou que era uma ideia esperta pôr-se aos berros "olha, olha, o meu amigo quer-te conhecer".

Quase corei, eu não ouvia uma coisa destas desde 1900 e troca o passo!.
Como estava num daqueles meus dias de dar conversa a gente esquisita, parei e perguntei-lhe: "Desculpa lá, ó pá, mas que idade é que tu tens?".

Orgulhoso da sua quase maioridade, e muito possivelmente a pensar que se ia safar, disse que tinha 17. E como a única opção era enfiar-lhe um par de estalos - sei que vão dizer que fervo de reacionarite, mas os adolescentes suscitam -meo que de pior há em mim - achei melhor cingir-me a um singelo "ah... está bem.... então liga-me quando tiveres 30 anos, pode ser?»

«Melhor, 35.... e até lá, vai ganhando experiência com as miúdas da tua idade e limpa-te de pulgas, pá!...»

E lá fui eu à minha vida, trabalhar, que é coisa que estes desgraçados ainda nem sonham o que é. Não os poderemos enfiar a todos nas Berlengas até completarem 30 anos?? Era uma limpeza e não chateavam ninguém!!!

||| O PREÇO DA GASOLINA...

A gente ainda por aí de férias, a andar mais quilómetros que o habitual e é então que se apercebe do preço a que está a gasolina. Não quero exagerar, nem tenho dados para isso, mas deve ser o custo que mais onera o orçamento dos casais. Eu já gastei bem mais de meio ordenado mínimo nacional e praticamenet não saí daqui da volta.

Mas reparei a que preço está a gasolina, pois não havia de reparar!?

E ante os preços, a pergunta é simples: porque está a gasolina muito mais cara agora com o crude a 100 dólares, do que no início do ano, quando o crude estava ao mesmo preço ??
Subiu rápidamente nunca atendendo ao mês anterior, mas antecipando os aumentos. Para descer já se atende ao mês anterior e já não há tanta pressa...

O Governo, esse, entre o folclore da abertutra do novo ano esoclafr e do plano Magalhães que afinal não é nada português, demite-se da sua função reguladora, já que também é interessado na alta dos preços.

Qurem saber? Pois, desde o início do ano, o governo sacou aos portugueses, um adicional de 40 milhões de euros de IVA sobre os combustíveis ! Toma lá e socra-te-te...

||| OS JOGOS OLÍMPICOS E ÓIS DA RIBEIRA

O ano é o dos Jogos Olímpicos, agora dos deficientes. Emocionei-me na cerimónia de abertura, ao ver a delegação portuguesa, liderada por uma atleta em cadeira de rodas.

A pista do Estádio Ninho do Pássaro estava cheia e a missão de Portugal mostrou uma nova adaptação da mascote nacional do desporto adaptado: um boné colorido, em que se destaca a estrela, símbolo dos atletas que competem ao mais alto nível. Vestido de azul e vermelho, as cores de um verdadeiro super-atleta, o Bicas pretende simbolizar o querer e a vontade dos atletas portadores de deficiência que, tal como ele, “voam sem asas”.

Em forma de boneco, Bicas já atravessou fronteiras, mas na versão boné fez hoje a sua primeira aparição na “passarele” da mais importante competição de desporto adaptado do Mundo, tornando-se provavelmente o “primeiro pássaro sem asas” a “voar... no Ninho do Pássaro."

Ao ver isto, lembrei-me da primeira pessoa que conheci numa cadeira de rodas - e que morava encostada ao cemitério velho, em Óis. Semprer pensei que fora castigada por Deus e ficara assim e a morar encostada ao cemitério. É evidente que não era nada disso, era apenas a minha loucura da infância! Ela que me perdõe!

||| O MEU DIÁRIO DA CIDADE...

Agora que estou de férias, vejo sempre, da janela da minha casa, uma história diária, aos quadradinhos, nas traseiras dos prédios que ficam voltados para o meu. É uma enorme geografia social.
Vejo um casal de homossexuais que tem um frigorífico amarelo;
Uma mulher solitária que passa o tempo a espreitar pelas cortinas;
A casa do rés-do-chão, onde cães e gatos coabitam, indiferentes uns aos outros;
A roupa do rebento do casal jovem a crescer no estendal;
A palmeira que já chega à varanda do segundo andar;
A adolescente rebelde que fuma às escondidas, como se ninguém a visse. É tão inocente a adolescência! E cega!;
As luzes de vários tons que acendem a noite;
Os tapetes estendidos nas manhãs de sábado…
Os meus olhos de criança provinciana, outrora cheios de sol e de campos a perder de vista, assim que passava do Santo António, ou do jardim, pelas areias fora, olhando os pássaros nos algueiros e as estrelas que enchiam as noite do céu, enchem-se agora daqueles rituais, daquela paisagem urbana, afundada no meio do betão, onde as pessoas se amontoam por cima umas das outras e assinalam a sua presença a estender e a apanhar roupa, a abrir e fechar janelas…
Os meus olhos pousam agora naqueles retalhos de existências atarefadas, quase esquecidos da cara redonda da lua… Fecho a janela e recolho-me, cúmplice. E fico a pensar que também envelheço.

||| INSEGURANÇA!!!

Não serei a pessoa mais medrosa do mundo mas começo a estar com medo de andar na rua. A insegurança reinante não pode deixar ninguém sossegado - com assaltos a bancos, carrinhas de transporte de valores, correios, a ourivesarias, bombas de gasolina, tiroteio e facadas entre familiares, amigos, vizinhos.

Não estavamos habituados, mas o medo, em boa verdade, está a apoderar-se das nossas vidas.

As notícias internacionais não são melhores, antes pelo contrário. Pode parecer um contra-senso, mas, dramaticamente, é a realidade que temos que enfrentar: a Guerra Fria está a reacender-se. As consequências da inaceitável situação vivida no Cáucaso com o recente reconhecimento, por parte da Federação Russa, das independências da Ossétia e Abkhazia, não poderão ser nada boas. Abcases e ossetas têm voto russo favorável. E agora? O que segue? Como reagirá a Geórgia? E os EUA? E a Europa? E a Índia? E a China? Muitas questões que, para já, ficam sem resposta. O tempo o dirá.O medo não nos deixa tempo nem espaço para a felicidade individual e colectiva.

Inevitavelmente, o mundo está a deprimir a cada dia que passa. Nem os Jogos Olímpicos conseguiram afastar a nuvem que nos priva do sol da alegria, solidariedade, paz e harmonia. No mundo e em Portugal, na nossa região e até em Óis - onde foi assaltada a capela de Santo António.

||| O PAÍS EM FÉRIAS...

Estar de férias é que é bom, sem ter de cumprir horários e tarefas e como se o país, mesmo com a actual situação de crise económica, financeira e social, pudesse ir a banhos e interromper os trabalhos por três meses. No meu caso, por menos tempo!

O "timing" da governação é condicionado pelo aparecimento de factos nos mídia. As férias, os jogos olímpidos, o assalto ao BES, enchem os noticiários e fazem-nos esquecer que há país e que deveria haver governo.PRACE, Simplex, restruturação da Justiça, do Ensino e da Saúde, foram também a banhos e não se fala mais nisso. Falar nos assuntos de governação é mau para quem não governa. O pior mesmo, é que a oposição, também foi a banhos, e pactua com a trégua e o silêncio do coma em que está mergulhado o país.
Antes das férias, Sócrates fez um foguetório com o "Magalhães", e calou as vozes mal-dizentes. Agora sim, os putos vão todos surfar na Net, e o Plano Tecnológico já está !

Chegou de férias e foi «inaugurar» 1 200 empregós precários na call centre de Santo Tirso. E nada de falar da série de assaltos que por aí vai! Pronto, estamos de férias!