25 abril 2009

||| CRAVOS DE ABRIL


Do que me lembro do 25 de Abril foi que nesse dia não tive aulas. Foi uma festa! E lá em casa, moita carrasco, nada de dizer tal coisa. Mas a ver o telejornal estava tudo muito sério, sem falar palavra. Até que o meu pai me perguntou: «Mas tu tiveste aulas hoje?»
Já devem ter percebido que a coisa não correu bem para mim.
Chegados ao dia de hoje, 35 anos depois, começo a interrogar-me se valeu a pena a festa.
Hoje, em Óis soube que mais dois rapazes estão desempregados. Um deles, tenho ideia que foi meu colega de escola.
E Portugal tem meio milhão de desempregados e dois milhões de pobres, a ser verdade o que se lê. E na verdade a gente olha para os lados e vê famílias com dificuldades em alimentar os filhos e dar-lhes de vestir. Os velhos e reformados já descobriram que não são cravos os cravos que foram prometidos em Abril.
A televisão mostrou-nos hoje como a elite política continua a enfeitar-se de cravos nas lapelas e embrulhar-se mo melhor que pode arranjar. Para o povo, sobra o que a gente bem sabe!

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