Não creio que exista alguém que goste de estar doente. E não há quem, para conseguir uma cura rápida, não faça de tudo um pouco: vá ao médico, ao hospital, ao curandeiro, ao endireita, à bruxa, faça promessas, vá à Fátima a pé, ponha emplastros, dê pontapés das portas e cabeçadas nas paredes, ou consulte o Professor Bambo.
O prof. Bambo é, como todos sabemos, um poderoso mágico africano, que é perito em magia branca e negra, maus-olhados, amarrações e arranjinhos em geral, ou o que quer que seja o cliente «encomende».. Esta manhã fui a Águeda e encontrei um papel de propaganda dele, no pára-brisas do carro.
Lembrei-me de ser gente pequerruxinha e ter apanhado o sarampo e ter ficado uns dias em casa da minha avó - que depois apanhou a zona, ela própria!
E o que me fez ela? Passou a vida a dar-me umas coisas esquisitas de tomar e a por-me ver tv no sofá, a olhar, olhar ou a ler qualquer coisa. Como é evidente, tudo isso acompanhado pela possibilidade de se lanchar umas cinco vezes por tarde, o que não faz senão bem - e brincar o tempo que me apetecia, embora não me apetecesse nada. Enchia-me de actividades ao ar livre, quando a doença não era o sarampo, desde passear e apanhar flores, até ir comprar um brinquedo qualquer, culminando quase sempre num gelado puramente medicinal, evidentemente. Em conclusão, ir para a casa dos avós é como ir para as termas, sem a chatice da parte das termas. Chato era ter de ir à igreja, para rezar o terço!
Veio tudo isto a propósito dos efeitos curadores das casas dos avós, quando somos pequeninos e ainda andamos ao colo.
Veio tudo isto a propósito dos efeitos curadores das casas dos avós, quando somos pequeninos e ainda andamos ao colo.
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