31 outubro 2011

||| OS BANCOS...

A gente não pode olhar para o lado que logo lemos ou ouvimos notícias sobre os problemas que os bancos enfrentam, sobre a dificuldade de se financiarem, a impossibilidade de concederem crédito às famílias e às empresas, a necessidade de se recapitalizarem.
Uma lástima, portanto!
Uma tragédia!
Esta catadupa de notícias faz-me muita confusão. Então, os bancos estão assim tão mal e andam a oferecer taxas de juro altíssimas pelos depósitos que nós lá possamos fazer (e quem é que pode?!), ao ponto de terem de levar um valente puxão de orelhas do Banco de Portugal? E fazem brutas campanhas de teelvisão, como a que a Caixa hoje começou na televisão?

Ouve-se e lê-se, também, que os banqueiros não têm prestado atenção ao 1º-ministro e não perceberam que o objectivo do Governo é o empobrecimento dos portugueses.
Mas mesmo de todos os portugueses.
Ora, com as taxas de juro que oferecem torna-se muito difícil cumprir essa meta. Já para não dizer que assim é muito provável que uma parte da população continue a viver acima das possibilidades.
Ainda são multados, os bancos! Ou encerrados!

30 outubro 2011

||| AS FREGUESIAS...

O Contra, há semanas, falou da anunciada extinção das freguesias e particularizou o caso de Óis da Ribeira, chamando a atenção para as posições da própria Junta e da oposição - desta nem se conhecendo o que quer que seja. Então e agora.
O caso já vinha de trás e o movimento blogueiro de Óis, até lançou a ideia de se fazer um referendo - nomeadamente no d´Óis Por Três. Porém, e como é costume, ninguém ligou a tal coisa. Nem a posição, nem, moita carrasco, a oposição. Nem surgiu qualquer movimento cívico que dinamizasse uma qualquer acção pública.
Hoje, numa pastelaria, dei conta de uam notícia interessante: a população de Antes, da Mealhada, reuniu-se, falou, analisou e anunciou o jornal que está unida contra a «exinção» da freguesia.
Estão a ver, há gente que se mexe. E há outra que fica quietinha, como se nada se estivesse a passar.

29 outubro 2011

|||| HORA DE MUDAR...


Os tempos que correm não estão nada fáceis e nunca como agora se tornou tão mais real o popular ditado que diz que a necessidade aguça o engenho. Todos nós, alguma vez ouvimos e fizemos isso.
O Contra tem essa noção e sempre achou estranho que a maioria do povo se entregasse à constante lamúria e à exaltação das misérias, como se realmente fosse o nosso fado e uma coisa inevitável, e definitiva, num país que deixou brutalmente de ser pai de toda a gente.
O Estado, que andou a lamber gorduras para alimentar os seus servidores comensais, agora está de dieta e a entrar violentamente nas algibeiras dos portugueses.
Pode parecer estranho que tantas vezes falemos disso! Mas a verdade é que a mama acabou, para a grande maioria - embora, inevitavelmente, muitos lambões continuem a chupar na teta, pois os senhores que mandam no sítio não podem dispensar a horda de servidores que alimentan a cartuchos de euros.
O povo, fiel à pátria, fica por sua conta, com o fisco à perna e com as duas mãos cheias: uma de nada e outra segurando o luto da derrota de Portugal como país digno - que vive momentos dramáticos, por uma questão de sobrevivência.
A noite de hoje tem mais uma hora. Que dê para descansar e meditar no que podemos (e podemos?) fazer para qe a tragédia nãos nos derrote de vez. Afinal, ainda estamos todos vivos! E se tivermos de dar um coça, dá-la-emos a quem a merecer.

28 outubro 2011

||| COLOSSAIS 168 889 MILHÕES...

A dívida portuguesa, segundo as estatísticas do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Cédito Público. é de nada mais nada menos que 168.889.000.000 euros.
Escrevi bem: cento e sessenta e oito mil, oitocentos e oitenta e nove milhões de euros!
O Contra não tem ideia do que é este valor!
Em notas de 5 euro coladas umas às outras, faria quantos quilómetros lineares?
Quantas voltas daria ao mundo?
Em notas de dez, que espaço ocuparia? A casa de banho, a sala de jantar, a casa toda, o Palácio de S. Bento? A Assembleia da República? As duas, juntas?
O número, se repararam bem, nem é difícil de fixar. É até mais fácil que decorar um número de telefone: um - seis - oito - oito - oito - nove mihões. Podemos até fixá-lo, tipo código do multibanco

A gaita toda é que o número representa a dívida directa do Estado Português a 31 de Agosto de 2011 e vai ser a malta que tem de pagar isto tudo. E ainda faltará a dívida indirecta do Estado, as PPP e as garantias e afins e não sei quantos mais eteceteras.
Aqui o meu vizinho, que passa por ser um  bom  economista, já se pôs a fazer contas, qualquer coisa parecida como dividir a dívida por 10 milhões de portugueses. Mas o Contra nem quis saber o resultado. O Contra, na verdade, não deve nada a ninguém.
Mas compreende-se, por isso, que o financeiro da governação tenha ontem dado o fora, quando foi chamado a contas. Não está habituado e os números assustam qualquer cristão.

Há governações que passaram e passam muito tempo encafuadas em gabinetes e desconhecem algumas regras da democracia, fingindo ignorar que estamos num Estado de direito e que só nas ditaduras se age assim. Não percebem que não há salvadores da pátria e que nada é decidido por determinação divina ou por desvios colossais. Ou colossais mentiras.

27 outubro 2011

||| A DESGOVERNAÇÃO..


O sr. governante Gasparov abandonou hoje a Assembleia da República e deixou a oposição a falar para a sua Secretária de Estado. A ajudante, diria Cavaco. Assim é que é. E dispensou-nos, assim, daquele discurso mastigado e monocórdico com que nos vai lixando a vida.
Isto acontece numa altura em que, claramente, todos nos sentimos num país onde a governação assume como principal objectivo da sua política económica fazer os portugueses mais pobres.
Sabemos todos nós que começou por decretar o empobrecimento dos que dependem do Estado e mandou que os que trabalham no sector privado façam meia-hora de borla por dias, automaticamente se dispensando de adoptar qualquer medida que nos faça renascer a esperança.
Uma governação, seja qual for, que não saiba abrir uma janela de esperança e de futuro, é uma governação a caminho da extinção. Uma governação que tem este tipo de comunicação com o país, apenas lhe falando para retirar benfeitorias aos seus concidadãos, é uma governação falhada e desgovernada, porque desgovernanda e desgovernável.

26 outubro 2011

||| EVITAR O ENXOVALHO...



O Contra anda surpreendido com os boatos que cirandam na opinião pública, dando conta do que dão conta alguns membros da governação, que atacam em privado as medidas de austeridade tomadas em público. Alegam tais membros da governação, algo sibilinamente e com certa e amargurada leviandade, que quem sabe é quem governa. O governador, portanto! Já assim fala Passos Coelho - o nosso (im)penitente 1º. Ministro.
O Contra não entende tal coisa e confessa a sua surpresa pela passividade e até infantilidade com que alguns governantes encaram a coisa pública. A governação.
Aliás, o que mais surpreendeu nem sequer foi a ligeireza e ingenuidade, ou inépcia e incompetência, com que alguns membros da governação alijam as suas responsabilidades, com declarações bacocas e inconsequentes - que até a um pirralho ficariam mal.
Surpreende, e muito, é alguém da governação assumir, mesmo que em privado ou em ambiente familiar, o não saber o que fazer antes os desafios da dita - a dita governação.
Surpreende também a inabilidade do governador, que parece ainda não ter percebido que foi levado ao colo para o trono e que quem o levou, também o pode tirar, enquanto o diabo esfrega um olho.
Isto dá que pensar. Parece que a governação está em lume brando, à espera da cozedura. Dá para pensar se não seria melhor evitarem o enxovalho.

25 outubro 2011

||| PASSOS ENRIQUECIDOS...



O camarada chefe do Governo - o tal que quando põe os óculos é para nos dizer alguma coisa que nos vai tramar... - veio à TV informar a nação, com aquela carinha de convencido que Deus lhe deu, que “só vamos sair desta situação empobrecendo”.
Entenda-se, «vamos sair», como sendo todos nós, os portugueses,a ... empobrecer. Só pode!
Passos Coelho lá tem as suas razões para pensar assim: quando fala é para nos lixar e, infelizmente, tem falado vezes a mais. Só que ao dizer esta verdade, afinal só diz meia verdade: é que, de boa verdade, nem todos vão empobrecer. Ele mesmo, por exemplo, vai certamente enriquecer, pois tem um ordenado bom (10 ou 12 vezes o que decretou como salário mínimo nacional) e, como todos sabemos, não gasta um tusto enquanto 1º. ministro. Ele é carros topo de gama com uma catrefada de motoristas, ele é um gabinete cheio de gente a fazer de conta que trabalha para e ele e para o país, ele é convites para almoçar e jantar, ele é telemóvel e cartao de crédito e despesas de representação por conta do Estado, ele é só mordomias.
Empobrecer, empobreceremos nós. Os portugueses normais.
Mas não empobrecem todos.

24 outubro 2011

||| COMENTAR O CONTRA...


Um habitual comentador do Contra entendeu questionar o Contra, pelo que comentámos ontem. Fez muito bem e está no seu direito.

Transcrevemos o mimo:

«Contextualizado artigo e comentário, estranho que o Contra tome partido. Quer comparar o dirigismo de uma associação ao de um país? O profissionalismo, exigência e rigor, se não é devia ser o mesmo. Mas alguém tem a obrigatoriedade de estar à "frente" de alguma coisa "de borla". A xatear-se de borla? a roubar horas à família de borla? para já não falar do dinheiro que se gasta inerente à função que desempenha! E os favores que se ficam a dever e vão pagando aos amigos por ir ajudando a instituição. Falo do que sei e com conhecimento de causa. E o Contra? está ha vários anos "de borla" nalguma instituição? Já agora, em que função? Obrigada».

Tivesse o comentador um QI próximo do normal e teria percebido que todos os portugueses - e os ribeirenses, em particular - consideram miserável que alguém que more em casa própria tenha usado um outro endereço para sacar um subsídio de residência aos contribuintes. Fazer parte de um governo que retira subsídios é incompatível com estes oportunismos.
Esta, a observação geral.
Agora, a particular:
- Quem serve a causa pública numa instituição, mesmo a chatear-se, a roubar horas à família, a gastar dinheiro pela inerência da sua função e a ficar a dever favores aos amigos a quem pediu para a ajudar, deve fazê-lo de borla, sim! Se assim não for, não presta um serviço público, é um assalariado.
O dirigismo nas instituições - e aqui o comentador parece referir-se à associação local - deve ser voluntário, nunca remunerado. Não se justifica que se pague deslocação a ninguém, se pague telefones ou o que quer que seja. Quem está no dirigismo associativo está por sacerdócio e cidadania. Voluntariamente.
Diz o comentador que sabe do que fala. Saberá!
Mas não consta que alguma vez, em 32 anos de vida, a associação tenha pago o que quer que seja, a qualquer dirigente. Era o que faltava. E certamente não vão ser agora.

E a posição do Contra: 

- A equipa do Contra nunca recebeu um tostão de qualquer instituição, enquanto dirigentes académicos, desportivos, sociais, culturais, recreativos, desportivos, sindicais e de classe. Nem vão receber.

23 outubro 2011

||| MIGUEL MACEDO E ÓIS DA RIBEIRA

O ministro Miguel Macedo foi apanhado com a  boca na botija - a receber 1 400 euros mensais de comparticipação de residência em Lisboa, quando em Lisboa tem casa.
Apanhado, veio dizer às televisões que vai abdicar de tal, não porque tenha de o fazer, porque é legal, mas porque assim acha. Renuncia, pois, por «vontade própria».
Miguel Macedo é ministro das polícias e quis fazer-se passar por político pouco avisado mas não passa, lamentavelmente, é de um espertalhão, um chico esperto. Com casa em Lisboa, recorreu ao esquema da residência para efeitos legais e para mensalmente sacar mais 280 contos aos contribuintes - mesmo estando nós em tempo de crise e com o seu (dele) governo a meter-nos as mãos nos bolsos com a mesma facilidade com que bebemos água para matar a sede.
O que o ministro não percebeu, ou fez que não percebeu, é que, num tempo de cortes como este, ele vir com esse argumento bacoco foi o mesmo que gozar com a inteligência alheia.
A situação fez-me recuar a um comentário publicado neste blogue, ao post «A extinção da Freguesia e o que pensa a oposição». Nele, o anónimo comentador refere:
- (...) «acerca do «dirigismo sem custos» onde é que há disso? todos os dirigentes tem custos pessoais que tem de começar a ser pagos pelas instituições... despesas de deslocação, telefone, correio, e por aí fora...».
O tal anónimo, salvo melhor opinião e talvez mal-comparadamente, é uma espécie Miguel Macedo de Óis. O homem também deve ter casa não sei aonde, mas quer receber despesas de deslocação, telefone, correio e por aí fora. Ele, o anónimo (que não é assim tanto...), assim escreveu.
Não sei porquê, mas já agora, peça também a reforma antecipada e vitalícia. Pode ser que pegue.

22 outubro 2011

||| REVOLUÇÕES E MILHÕES...

Longe do Contra festejar-se pela morte de alguém, quem quer que seja. Mas não esconde que foi um momento de tranquilidade e alívio o de saber do desaparecimento do grande líder Kadhafi, da revolução líbia e outras sucedâneas.
Pronto, isso é lá com eles, que se amanhem.
Mas há aqui um incómodo do caraças: é que o homem tinha uma fortuna depositada na Caixa Geral de Depósitos (diz-se que 1,3 mil milhões de euros - qualquer coisa como 260 milhões de contos!!!). Agora, imaginem o desastre que é se os sucessores da tribo se lembram de vir levantar a massa toda. E bem precisarão dela. É um pipa e tal e deixará a CGD sem liquidez. Julgo eu!

A situação não é tão pacífica quando se possa julgar. É de resto muito delicada, pois pode suscitar, por alguma imprudência que se cometa, que nasça aqui um problema de Estados - que eu não sei como o bom do Passos Coelho irá resolver.
O Contra, modestamente, sugere ao sorumbático e mimético ministro das Finanças, ou ao parlapeante Paulo Portas (dos Negócios Estrangeiros) que recorram aos serviços do nosso ex-1º. Ministro, José Sócrates - que muito amigo era da gente líbia e do grande líder e ícone da luta mundial anti-imperialista. Bem se sabe que, sobre o assunto, muito oportunamente está remetido a silêncio prudente e ajuizado, mas como se trata de uma questão de Estado, o nosso «ex» certamente não se demitirá da ajuda. Não que possa ligar a Kadhafi (já não é o caso), mas do seu propandeado ministério talvez sobre algum amigo líbio, algum ex-amigo com quem tenha confraternizado no aniversário do grande líder e que agora por lá seja gente importante, entre os novos senhores. E assim dar uma ajudinha.

21 outubro 2011

||| O SR. MIRA AMARAL, 120 CONTOS DE REFORMA POR DIA, 21 MESES DE TRABALHO


 A observação de Mira Amaral é lapidar, sobre o corte dos subsídios às senhoras e senhores que recebem salários do Estado: «Os funcionários públicos tem de lembrar-se que tem um patrão falido». Nada mais.
Vem, porém, ao caso o que o ilustre comentador recebe de reforma, após uns 1 ano e 9 meses anos de «trabalho» para um banco do Estado, a Caixa Geral de Depósitos. É que, vejam só, o mesmo Mira Amaral, sem vergonha, recebe qualquer coisa como 18 000 euros por mês - ou 3600 contos. Ou 120 contos por dia!
Aqui chegando, ocorre perguntar quandos portugueses ganham 120 contos por mês?
Bom, nem vale a pena falar. Só lembrar ao sr. engº. Mira Amaral que o que nos aparece é dar-lhe um pontapé nos fundilhos das calças e dizer-lhe, sem rodeios, que não devia ter tanta lata para falar como fala, como que a gozar com a miséria que grassa e cresce nas famílias portuguesas.
Fala assim o sr. engº. MA e nós, povo e pobre arraia miúda, sentimo-nos esmagados, extorquidos e falidos, para não dizer coisa outra terminada em... idos. Como quem diz, lixados, tesos, encostados à pobreza, sacaneados, roubados, etc. e tal!
Bom fim de semana.

20 outubro 2011

||| A GOVERNAÇÃO...


O Contra, nos últimos dias, foi bombardeado com comentários de todos os estilos, uns mais simpáticos, outros mais agressivos e todos muito pertinentes (vejamo-los nós de que ângulo os vejamos), a propósito da governação associativa local.
O Contra é pela liberdade de opinião, como aqui faz uso. Mas não aceita agressões, seja de que tipo e a quem for. Por isso, censura muitos comentários. Não os publica. Mas, como se sabe, não nos dispensamos de polemizar, desde que seja por uma boa causa.
Hoje, pelo inédito que é vir alguém em defesa da dita governação, damos voz a um comentário. Não será difícil ao leitor do Contra «adivinhar» de onde chove. 

Vejamos:

«Sempre estou para ver quantas destas "caras" que aqui se manifestam contra tudo e contra todos, irão estar presentes na Assembleia da Arcor!

Conheço alguns dos que aqui se manifestam mas não lhes reconheço a coragem de aparecer publicamente a dar a sua opinião construtiva para o crescimento da Arcor! Pra não falar de ideias, já que estas também podem e devem ser colocadas!
Faz-me impressão como é que tanta gente desocupada passa horas no café a cortar em quem, melhor ou pior, tira horas ao seu descanso e partilha familiar para ajudar uma instituição, levando sempre como troco um sacudir de moscas com os membros traseiros de asno! Quem tem realmente valor, não se fica pelas criticas permanentes, muitas vezes baixas e bem demonstrativas de ausência de qualquer moral.
Se o progresso de Ois dependesse apenas das pessoas da terra, muita coisa já teria parado no tempo e outras nem sequer seriam paridas. O dom de dizer mal de tudo e todos, demonstra uma falta de carácter arrepiante! Será que é este o caminho encontrado pela nova geração da terra!
E assim vamos vivendo por Ois!».

O Contra (quase) assinava por baixo, embora não acredite que «muita coisa já teria parado no tempo e outras nem sequer tivessem sido paridas», se tal dependesse apenas das pessoas da terra, como diz o comentador.
Vê-se bem que não conhece a história de Óis, nem sabe o que (e quem) o rodeia.

19 outubro 2011

||| OS PORTUGUESES...


O nosso 1º. ministro, com aquele seu arzinho de teen-ager meio infeliz, quando aparece de óculos na televisão ou na AR, não é para dizer coisa boa. É sempre para falar de aumentos (fiscais e de consumo) e de austeridade e recessão. Isto é, vem lixar o português comum. Lixa o português comum, mas deixa de fora os habituais privilegiados.
Veio agora a saber-se que os donos de prebendas estatais da ordem das dezenas de milhares de euros mensais não serão cortados dos seus subsídios de férias e de natal porque, imaginem, recebem em 12 meses. E não em 14, como o comum dos lusitanos contribuintes! Agora, também se sabe que os pobretanas dos funcionários do Banco de Portugal também ficam de fora! Coitados!!!
Isto é uma, uma, uma.... uma sacanice!
Um português dos normais, dos que tenham trabalhado até ao limite de idade, tenha sido 40 ou 50 anos de vergar a mola e outros tantos de carreira contributiva e esteja reformado, esse lixa-se... e vai ficar sem os dois subsídios - o de férias e o de Natal. Porém, um político, por mais taralhoco e incompetente que seja (e há tantos!!!) mas que tenha roçado as calças por São Bento durante uma dúzia de anos, vai receber a reforma intacta, podendo-a acumular com outras pensões, avenças e aqueloutras formas de rendimento. 
E os «pobres diabos» dos funcionários do Banco de Portugal (repare-se, de... Portugal!), idem, idem, aspas, aspas...

A situação, no mínimo, é uma pouca vergonha.
Um roubo!
Na verdade, embora custe admitir, há portugueses de primeira, de segunda, de terceira... e por aí abaixo. 
Há os de estatuto superior e há a ralé, em quem todos pousam o pé, esmagando-o, destruindo-o e roubando-o!

18 outubro 2011

||| A CEGONHA...

Os portugueses cansam-se de deitar contas à vida, procurando saber como sobreviver ao saque fiscal.
As centrais sindicais  acabam de anunciar uma greve geral, mas não sei o que isso adiantará - para além dos depauperados trabalhadores perderam mais um dia de trabalho e o respectivo vencimento ir de vela, fazendo-lhe muita falta no bolso.
Cá por casa, já decidimos: não vamos aderir a esse tipo de luta. As greves, aliás, nos tempos que correm não passam de formas de luta já quase arcaicas e que, principalmente, servem para os líderes sindicais e outros que tais irem à televisão mandar uns bitaites. Pouco mais que isso.
O que o país precisa era de parar, para ver como fariam os senhores governantes. Parar de ser passivo a este entrar nos bolsos, que é assustador e trágico
A CGTP e a UGT e quaisquer outras centrais e sindicatos podem mobilizar ums quantos. Mas nunca conseguirao o que, há uns anos, conseguiu uma cegonha metida nos fios da EDP. Parou o país, os senhores governantes não sabiam on que fazer e os trabalhadores não fizeram nada e receberam o salário. É de uma paralização destas que precisamos.
Falta a cegonha.
Sozinha, faria mais mossa que qualquer predicadelho de Carvalho da Silva, qualquer parlapié mal dito do Proença, alguma boçalidade intelectual de Louçã, ou qualquer discurso decorado do Jerónimo. Ja não falando na mal-disfarçada e mal-segura oposição socialista.
Venha daí uma cegonha!

17 outubro 2011

||| O FUTURO ESTÁ DE UNHAS CORTADAS MUITO RENTE...


O sr. ministro das Finanças veio hoje à tv explicar (?) mais um aperto no nó que nos aperta a garganta e não deixa medrar a carteira, anunciando mais impostos, mais alta de preços e combustíveis, alimentação, transportes, nem é bom desfiar o resto.
A gente ouve aquele homem de Deus, com aquele falar irritante, e pergunta-se sobre o que fazer? Pôr uma corda na garganta? Atirar pedras ao ministro? Chamar nomes às ministeriáveis figuras que nos tratam abaixo de cão?  
O país, esse (o nosso), caminha a passos largos para a implosão social e os riscos são imensos. E não falo dos indignados de sábado, ou dos passeantes de ontem!

Falo do povo sofrido, que não tem quem o represente - e que não tem armas para a sua revolução. Aliás, as revoluções morreram de vez, o país está interligado por uma teia de interesses que junta partidos do poder e partidos da oposição, empresários ineptos, administradores e gestores nomeados pela cor do voto e não pela aptidão e competência, boys e girls atreladas à gamela estatal. E a eles, obviamente, interessa o status quo. Mesmo que o país esteja a arder, a eles pouco importará. Que arda!
Até se pode dar de barato que o Governo estará a tentar fazer o melhor que pode e sabe, mas o caminho para o abismo é inexorável. Está instalado o desânimo e a desconfiança. O Governo pede, corta, aplica impostos atrás de impostos e os sinais que dá para o futuro são muito fracos. Ou mesmo, invisíveis!

O país, de verdade, parece não ter grandes alternativas. Não tem recursos e não se modernizou, não produz, não é  competitivo e vive de esmolas e de empréstimos. 
Cá em casa, já decidimos: o contrato com a ZON vai de vela, o acesso à net vai ser limitado, o jantarinho de fim de semana no restaurante passa para apenas os dias de anos. A crianças vão começar a ponderar as suas pequenas despesas. Menos idas ao cinema, férias mais perto de casa. Há contas a pagar e o orçamento está de unhas cortadas muito rentes. Assim está o futuro.

16 outubro 2011

||| AS MANIFESTAÇÕES...


Portugal anoiteceu ontem com a visão televisiva de imagens dos indignados, em meia dúzia de cidades e principalmente na capital, junto ao Parlamento.
É sempre assim: tempo e meios para manifestações, só os têm quem recebe bem, ou os que vivem à conta do Estado.
Os que trabalham, trabalham, roem as unhas de raiva contra estas maldições governativas mas vão fazendo pela vida, trabalhando, trabalhando, trabalhando...
Se repararam, os manifestantes, para além dos habituais líderes sindicais (que, se tivessem vergonha, já se tinham ido embora) eram tudo gente bem vestida e sem nenhum sinal de fome, ou de pobreza: bons jeans, boas camisas e bem enroupados, óculos ryban, tudo do melhor.
Assisti a isto e sobrou-me desilusão: não houve tareia nenhuma, nem carros ou casas a arder, como se vê pelo mundo inteiro. Somos uns atrasados em tudo: apenas vi um ovo atirado contra a escadaria do Parlamento e um tipo da polícia, muito descontraído e de camisa bem engomada, a  fazer o ponto da situação para as tv´s. Aliás, a polícia pouco trabalho teve, embora o suficiente para conhecermos essa história do ovo. Não fosse a polícia e nem dessa saberíamos. Sempre foi útil para alguma coisa.
Reflectindo sobre isto e extrapolando a coisa para a governação de Óis, deixem correr o marfim ou então, se tiverem aquela coisa que se compra na praça, candidatem-se e exerçam. Não se manifestem só nos blogs.

15 outubro 2011

||| A HISTÓRIA DO AZUL E DO VERMELHO

Hoje, ao falar da governação, entre umas enguias fritas e uma caldeirada regada a branco do Douro, na Vagueira, ressuscitou-se na conversa aquela velha piada da antiga República Democrática Alemã (julgo eu), a de quando um trabalhador alemão conseguiu emprego na Sibéria.
Sabendo ele que todas as suas correspondências seriam lidas pelos censores, combinou um código com os amigos: “Se vocês receberem uma carta minha escrita com tinta azul, o que lá digo é verdadeiro; se a tinta for vermelha, é falsa, não acreditem no que escrevo, pois quererei dizer precisamente o contrário».
Um mês depois, os amigos receberam a primeira carta, escrita a azul: “Isto é tudo é uma maravilha, os stok´s estão cheios, a comida é abundante, os apartamentos são amplos e aquecidos, os cinemas exibem filmes ocidentais, há mulheres lindas e prontas para um romance, isto é um paraíso terrestre – a única coisa que não temos é tinta vermelha.”
Lido isto, o que terá isto a ver com a governação, perguntará o leitor? E perguntará bem. 
Mas o Contra sugere-lhe a resposta: vá ler o editorial da edição electrónica do boletim da governação e interprete-o como quiser, mas fazendo de conta que só não está a vermelho porque não se escreve a vermelho, que é feio.
E, já agora e Deus me perdõe, porque será que o governador não escreve? Primeiro, foi o poeta excomungado e agora é a vogal de férias? Não deveria ser ele a assinar os éditos?! Ai-ai, ai-ai, ai-ai...

14 outubro 2011

||| A HISTÓRIA DO ZÉ...

O Contra já viu muitas coisas, por esse mundo de Deus. Ainda não viu um porco a andar de bicicleta, mas já andou por lá perto. Agora o que nunca pensou, palavra d´honra, é que o poeta popular de Óis dedicasse um poema ao Zé.
É "A História do Zé", que aqui publicamos, retirada de um facebook que anda por aí
A alma do Contra pasmou. E lembra as cobras e lagartos que o poeta popular costuma dizer do Zé! O Zé que agora faz herói! O Zé que ele quer que volte à Arcor, o Zé que ele atacou em assembleias da Arcor, o Zé que ele agora, sabe-se lá porquê, quiçá quer apresentar como anjo redentor, ou algum Deus Salvador!
O leitor clique na imagem e leia. Ou vá AQUI, para ver original e saber, sem tirar nem pôr, quem é o tal Zé e conjecturar o que pensará ele (o Zé) de tal afilhado poeta.
O Contra, pasmado, nem faz comentários!

13 outubro 2011

||| PASSOS ACELERADOS PARA A FALÊNCIA...


A hora de jantar, hoje, foi estragada por um Coelho que nos anda a lixar os Passos e que me aziou a vida e a dos portugueses para os próximos anos.
Passei da cozinha ao escritório e pus-me a matutar no que escrever hoje. A primeira apetência foi chamar os nomes todos da minha caderneta de insultos ao sr. 1º. Ministro. Mas concluí que não adiantava nada e nem me fazia desaparecer a bílis mental.
Ocorreu-me então, já a dedilhar as teclas, que estamos em crise que tudo é possível: até sacar os subsídio de natal e de férias aos funcionários públicos e de empresas públicas, desde que ganhem mais de 1000 euros, em 2012 e 2013. Tomem lá, que é democrático,
Postado isto, fui à varanda e tomei ar, olhando para a rua literalmente vazia. Lembrei-me então que estamos em crise, em pré-recessão e não sei quê.  E de Sócrates! E de Santana Lopes! E de Durão Barroso. E de Guterres. Onde anda essa gente? Quando vão a julgamento? E vão?
Voltei ao computador e a menina brasileira da gravação avisou-me que a ameaça de vírus do dito cujo tinha sido removida. Se pudesse, tinha-lhe perguntado quando é que remove o governo? Mas não pude, não é possível. Mas que estamos falidos, ai isso estamos!!! Ai o que eu ia escrever!

12 outubro 2011

||| O FUTEBOL E OS IMPOSTOS...

Não sou a pessoa mais adepta do futebol e detesto programas, reportagens, entrevistas, jornais e demais tralha “jornalística” sobre a bola. Se repararem, não há canal televisivo que não tenha futebol, futebol e mais futebol... É uma doença nacional.
Coisa que me irrita solenemente é, por exemplo, a autoridade com que qualquer dez reis de gente conhece e fala de cor e salteado sobre a equipa do clube. Isto chega a ser depressivo e é doentio e irritante.
Por mim, porém, quando se trata da selecção, até sou capaz de me sentar no sofá a ver a bola. Foi o que fiz ontem, mas em muito má hora, como se viu. Os portugueses, realmente, jogaram mal e ficámos todos sem grandes motivos para festejar o que quer que seja.
Perdemos e tivemos sorte, pois podiam até ter sido mais 3 ou 4!, o que era vergonha maior.
Mesmo assim quem teve mais azar foi o governo, que tem um orçamento de estado para apresentar e contava com a  euforia da bola para «disfarçar» a mão de Adamastor que nos vai enfiar nos bolsos, para sacar impostos.

11 outubro 2011

||| AUTO-ESTRADAS, JARDINS E BURACOS...

Passar férias na Madeira é uma delícia. A terra é bonita e está cheia de estrelícias (lindas flores!, lindas de morrer...), boas estradas, grandes  túneis (que lá chamam de furados...), auto-estradas de borla, tudo bem melhor que no continente. 
A viajar numa mini-auto-estrada, comentei com a pessoa amiga que me anfitriava se não era excessivo aquele troço de AE, cheio de pontes e pontinhas, desde o Funchal até lá a um sítio qualquer, aonde a gente ia.
Que não, que eu blasfemava. Que uma AE lá ficava sempre muito mais barata que no continente, onde havia isto e aquilo, etc. e tal!
Mas, mesmo assim, pareceu-me exagerado. A aldeia onde nos dirigíamos, a terra natal da pessoa amiga que nos recebia, não era maior que Óis, bem pelo contrário. E foi isso que lhe disse. Pois que estava muito bem, eu é que sabia da minha vida, mas que quando esteve em Óis tinha de parar em passagens de nível para ir a Águeda ou Aveiro, que as estradas estavam cheias de buracos.
Ouvi e calei-me, com a certeza que Alberto João ia ganhar as eleições, no domingo seguinte. E ganhou.
E fiquei a pensar para com os meus botões em como devem ser tomados em conta aqueles que querem alcatroar a estrada do campo, do santo António para Requeixo.

10 outubro 2011

||| AINDA NÃO CHEGAMOS À MADEIRA...


O camarada Alberto João Jardim lá ganhou as eleições da Madeira e de Porto Santo. O homem  teve de se esfalfar para contra-atacar 8 adversários directos e mortinhos que ele fosse de vela, mas ganhou. Perdendo votos, é certo, mas ficando com mais deputados que os outros todos.
Quanto a isto, portanto, ponto final.
Ponto final, é como quem diz.
Ele ganhar com maioria, foi o melhor que poderia ter acontecido à Madeira e Porto Santo.
Reparem no que seria o parlamento do Funchal sem essa maioria! Se já funciona como funciona, imaginem, imaginem! Tudo seria muito pior.

Ocorre, por outro lado, que Alberto João nunca perdeu eleições e é governador da Madeira e Porto Santo há 30 e tal anos.
Isto não vos lembra nada?
A mim faz-me lembrar uma Junta da qual vagamente conheci um outro presidente, além do actual.
Também este nunca perdeu eleições, apesar de o PS E AFINS lhe terem andado a morder nas canelas.
Também ele é presidente vai para 20 anos (ou mais) e teve sempre maioria.
Também ele mete e comete umas calinadas.
Também ele faz ouvidos de mercador a vagas e histéricas intrigas políticas e assobia para o ar, enquanto coça a careca.
Querem coisa mais igual? Tenham paciência, mas também ainda não chegámos à Madeira!

09 outubro 2011

||| OS JORNALISMOS...


Algum jornalismo é assim: fala das coisas à manada, depois de a notícia ser publicada, comenta-se, comenta-se, comenta-se..., e há sempre uns senhores que sabem opinar sobre tudo e sobre nada, dando à notícia o relevo que entendem, como se quem a lê não soubesse ler e muito menos perceber.
A debandada de canoístas da associação local mereceu uma página inteira de um jornal local, o de um antigo presidente - o padrinho. Olhem, minhas senhoras e meus senhores, que é mesmo uma página inteira, vi-a eu com estes olhos que a terra há-de comer. O Contra só tinha visto a bronca em forma digital.
A notícia, com surpreendentes e até agradáveis e lúcidas declarações de Sesnando Reis (o criador da canoagem na Arcor, não esqueçamos, e isso  lá vem notado na notícia), dá destaque garrafal, com fotografias dos senhores presidentes e tudo, ao fiasco que é a debandada. Porque de um fiasco se trata. Um escândalo!
Mas tudo bem, eu até sou capaz de concordar: o assunto é actual e pertinente, não é todos os dias que um clube perde um treinador e 10 ou 12 atletas - ainda para mais nas condições em que foi. E, já agora, até asseguraram ao Contra que mais vão às de vila de Requeixo.
Voltando à página e reparando melhor, lá se lê também que a Arcor é a 9ª. melhor equipa nacional. Só que a notícia aparece ali ao canto da página, meio envergonhada, como se não existisse. Não sei qual foi o critério do jornal, mas sei, sabemos todos, quem é o director-adjunto, o... padrinho. E, então, sendo padrinho, não deveria proteger mais o(s) afilhado(s)? O Contra acha que sim.
Na verdade, com padrinhos destes, bem podem os afilhados arrumar as botas. Ou as pagaias.
E, já agora, outra coisa: como é que o padrinho deixou passar as descuidadas e aligeiradas declarações do «vice»? Pôxa, pá..., até dá a impressão que andam por aí a passar rasteiras. Era ocasião para que alguém tivesse o bom senso de «censurar» tal ligeireza e descuido. Um bom padrinho deveria fazer tal.

08 outubro 2011

||| A DEBANDADA!!!...

Uma pessoa já não pode ir ali e vir já que quando volta, encontra um reboliço danado e tudo a virar-se para pantanas, ou a caminhar para lá. Até dá vontade de fugir.
Aquilo que o Contra temeu e lamentou, aconteceu: a debandada de canoístas da Arcor, para outro clube - o Taipa, que é do presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, um ribeirense, ex-presidente da Arcor e o introdutor da modalidade no clube ribeirense.
Atletas, treinador e equipamentos, zás, trás, pás..., aí foram eles. Os 21 anos de canoagem da Arcor foram, assim, surripiados, desfalcados e «aliviados» de uma dezena de jovens da formação - enquanto uns senhores de nariz muito empinado e cheios de 9 horas assobiam para o lado.
A surpresa (ou nem tanto) levou o Contra a querer saber o que deste naufrágio canoístico pensam os senhores directores da colectividade. E o que pensam, então? Pois, disse o nuclear vice-presidente e responsável pela Secção ter ficado “surpreendido com a possibilidade de alguns canoístas se mudarem para o Clube da Taipa”.
Surpreendido? Ora... E nem fazia ideia, também, que um treinador tinha dado de frosques e, muito sério, disse mesmo ao jornal que «contamos com ele». Só não explicou é como vai contar com ele, estando ele (o treinador) a treinar na pateira, sim, mas em Requeixo. Contar com este treinador, obviamente, nem no dito cujo da galinha!
Isto tudo é meio surrealista.
A parte boa a questão é que, assim, a governação poupa nas inscrições, nos seguros desportivos, nas inspecções médicas, na alimentação e nos transportes de pelo menos 10 atletas e um treinador. Já nem falando na aquisição de equipamentos (barcos e pagaias, por exemplo). E pode ser que, assim, repense a sua nuclear decisão de re(a)fundar a canoagem, ao fim de 21 anos. E reparem na curiosidade: aos 21 anos, no ano de uma medalha de bronze europeia (a primeira) e 6 presidentes de direcção e respectivos órgãos sociais depois. Que, obviamente, foram todos uns bananas, ao criarem e manterem a modalidade! Não repararam que a canoagem era mas é para acabar e andaram foi para aí a alimentar eu sei lá o quê! Deus nos livre!
Ainda bem que apareceu esta doutoral malta!

01 outubro 2011

||| O PROFESSOR !


A democracia tem destas coisas engraçadas: prende-se um presidente de Câmara, com todo o espalhafato mediático à volta, e solta-se ao outro dia - sem se saber quem foi a douta Juíza que o mandou para o calabouço. A democracia pode ser uma coisa muito engraçada. E é. Para quem gosta do género. Mas às vezes até elege quem não conhece.
Elegemos, por exemplo, o actual governo e, hoje mesmo, ele pregou-nos mais não sei quantos por cento de aumento no que consumimos e comemos, no gás e na electricidade. E promete um 2012 de tanga e a pão e água. Mas, pronto, é a democracia. A mesma democracia que levou 180 000 pessoas às avenidas de Lisboa e Porto, protestando contra os eleitos e os efeitos que temos.
Foi também a democracia que elegeu o professor.
O professor é homem de sábias ideias e palavras curtas, impulsivas, fortes, duras e grossas. Manda, pode e quer, debitando ordens do alto da sua magnitude física e dimensão intelectual.
O professor inspecta e rodeia-se de gente à altura e volume da sua circunstância. 
O professor não se encircula apenas de sábios aprendizes do saber e da cultura. Também de gente que o entende, o atende, o aceita e o respeita e lhe obedece.
O professor auto-reflecte, introspecta, ouve a sua sombra e dispara para os alvos que acha.
O saber docente, assim como outros saberes, deve ser plural, pluridisciplinar, aberto, formado pelo amassar de saberes paridos da escola, da formação profissional, da doutrina, da família ou dos conhecimentos curriculares e experienciais. É a isto que se chama o saber professoral!
Contextualizando a prática docente para a realidade local, dir-se-ia que deveria parir uma nova cultura. Mas o professor fecha-se ao saber ouvir e cerra quaisquer possibilidades de entendimento, de negociação, de potenciação dos saberes docentes, construídos, construtores e educantes, profissionais, sociais e tudo o mais que faz uma melhor sociedade, mais igual e fraterna. Tudo o que anda à volta, é objecto, não é pessoa.
O professor é o construtor de uma nova realidade social. Uma realidade arriscada e periclitada, desapoiada, apenas e meramente obstinada, escusada à racionalidade e furtada á participação concreta dos actores do mesmo palco, sejam principais, sejam segundos planos ou meramente figurantes.
A partir desta concepção de saber e de autoridade, a construção social local debilita-se perigosamente e mata a aprendizagem de competências, o desenvolvimento de projectos, o desabrochar de futuros que se anseiam.
O professor exerce. Seja ele quem for. É docente e dirigente, é agente de saberes e estes são condições para o exercício da cidadania, da solidariedade, da cultura, do recreio, do desporto, do conhecimento e do amanhã. 
O professor, porém, precisa ir além dessa sua assimilação, operando também a mobilização, a instrução e a contextualização. Para mais e para melhor construir, mais se aproximar da realidade, da escola cidadã e da associação de todos. Problematizar a realidade, é espartilhar o futuro, condicioná-lo, esmagá-lo e deferi-lo. O professor tem de ir além da escola e da conduta inspectiva que amarguram os dias de uma governação que parece alheia da realidade institucional.
A escola ou a instituição só são mais cidadãs quando são livres, responsáveis, civilizadas, construtoras e próximas do educando ou do profissional. A cidadania não se constrói com demandas persecutórias, com o exercício de autoridades fragmentadoras e muito menos com lógicas irreflectidas, formatadas, autistas e inspectivas.
Bom domingo!
Até de hoje a 8 dias!