08 dezembro 2012

||| A LEI DA MAIORIA E A DEFESA DAS FREGUESIAS

A extinção de freguesias, semanticamente designada por agregação, foi aprovada na Assembleia da República. Óis da Ribeira, como se sabe e por vontade expressa em votos dos digníssimos eleitos da sua Assembleia de Freguesia, vai ser agregada por Travassô, que tem sede lá num cantinho do rés do chão do posto médico, enquanto a de Óis tem a sede que tem.
Não adianta chorar, pois valeu a vontade dos eleitos e manda mais quem é eleito, saiba ou não saiba o que está a fazer.
A discussão no parlamento sobre se se trata de uma extinção de freguesias ou de uma agregação, ou se os empregados das Juntas vão ou não perder o emprego, é bem demonstrativa da patetice dos intervenientes e  das nuvens de fumo que os eleitos parlamentares expelem para esconder o que verdadeiramente importa.
A dita reforma sofre, aliás, de vários calcanhares de Aquiles e tudo indica que ajudarão ao seu insucesso. Desde logo, o processo é liderado por um ministro que tal não deveria ser, cada dia está mais desacreditado. Depois, pela forma burocrática e medrosa como tem sido gerido, com medo das populações. Por outro lado, é cobarde e manipuladora a maneira como vem sendo apresentada, insinuando-se como uma obrigação imposta pela  “troika”. E há, depois, da parte da maioria PSD/CDS uma arrogância teimosa e brutal, como a daquela história da senhora que vai comprar lenha para se queimar.
A reforma, ou muito nos enganamos ou  é uma espécie de bomba com retardador, que um dia destes  rebentará nas mãos da maioria e dos seus seguidores, de todo o país. O processo não é claro - ou não parece e à mulher de César não basta dizer que é séria, tem de ser. Basta lembrar aquela peregrina ideia de as sedes serem rotativas. A maioria, com as mãos a escaldar, já está em fuga para a frente, com medo dos ressentimentos e confusões que está a gerar por todo o país.

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