A notícia da detenção de um padre, supostamente pelo crime de pedofilia, levou-me a fazer uma coisa já pouco habitual, que foi comprar um jornal na bomba de gasolina. Surpreendentemente, porém, ao lê-lo, não encontrei uma única referência à acusação. Dito isto por outras palavras, o jornal não diz, numa notícia de uma página inteira, qual foi o motivo da prisão do tal padre acusado de pedofilia.
O mais engraçado é que falaram com toda a gente mas não escreveram uma única referência à razão da pulseira electrónica que reterá o padre, e suposto pedófilo, em casa dos pais. E muito menos dizem quem denunciou o caso, factor que me parece ser relevante.
A televisão disse mais qualquer coisinha, mas não muito, apenas brevemente referindo que um grupo de jovens acusou o sacerdote de práticas pedófilas, o que nem quererá dizer grande coisa e basta lembrarmo-nos do caso Casa Pia - que já tem condenações, mas com os (provados) pedófilos soltos e agora à espera de serem absolvidos, fundamentando-se em novas declarações de algumas testemunhas.
O chato disto é que, pedófilo ou não pedófilo, o sacerdote já está condenado pela opinião pública. O Contra acha que a comunicação social devia ser muito mais prudente a noticiar casos como este - pois poderá estar a anunciar coisas que não sejam verdades e não passem de uma mera vingança das crianças ou adolescentes que se dizem vítimas de pedofilia.
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