11 novembro 2009

||| AS CADEIRAS DE BARBEIRO E OS CORTES QUE NÃO OS DE CABELO...




Mal me lembro dos barbeiros de Óis e vagamente de quem eram. Pelos meus anos de criança, tenho ideia de ir levar um guarda-chuva ao meu avô a uma barbearia que existia ali naquela rua paralela à da ponte, onde havia também uma oficina de ferreiro. Ou de tanoeiro, já não me lembro bem.
E lembro-me de lá ouvir discutidas conversas de futebol e de novos cortes de cabelo, à beatle - creio que era assim que se dizia.
Esses penteados da moda de então eram de longas melenas e assumiam, à minha curiosidade infantil, o ar e efeito de obras de arte feitas pelos barbeiros - como erradamente se chamava aos cabeleireiros de homens... -  que, de algum modo, as ofereciam aos mais variados gostos dos clientes.

A falar a modos de hoje, diria que uma coisa poderia concluir: a de que tais tosquias e actividades conexas eram (são) universais. Só varia(va)m os métodos, os estilos e os instrumentos, conforme o tempo.
Isto vem a propósitos os dias de hoje, quando os cortes (e não falo de cabelos...) são mais cirúrgicos, ofendem, agridem e adoentam.
Mais dia menos dia,  digo eu, ainda alguns aparecerão de cabelo rapado - no sentido figurado... - e de barba por escanhoar, enquanto outros, maldizentes, se entreterão em segredinhos e intrigas de... barbearia. Como as mulheres nos lavadouros. Sem ofensa para as ditas!

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