24 novembro 2009

||| O TEMPO EM OS ANIMAIS FALAVAM...



Houve aquele tempo em que os animais falavam. Contavam-nos estas histórias na meninice e ocorre-me aquela do homem que não se cansava de levar pontapés e facadas nas costas. Dizia ele!
Uma bela noite resolveu juntar os amigos para, de novo e com eles, fazer uma lista que seria submetida a sufrágio - contra todos os ventos e marés. Nesse tempo, as marés eram mais que os marinheiros e os votantes, fartos de pantomina, resolveram dar azo a que a ficção se transformasse em realidade e que a facada imaginária se concretizasse num valente pontapé.
Apareceram então duas outras alcofinhas imaculadas, uma mais para a esquerda e outra mais para centro-esquerda/direita.
Olhando para o que lhe saíra em sorte, o alcofinha mais da esquerda estrebuchou: «Que  raio de noite o nevoeiro pariu, nunca vi um bando tão desprovido de capacidade eleitoral que este...».
O alcofinha centro-esquerda/direita, já alinhado para a nova contenda, replicou e disse que não, que «a coisa era boa e que, mesmo se desprovida daquelas especialidades habituais, tinha outras...».
E acrescentou que quem não tem cão, caça com gato.  Em off, aos amigos e na linguagem vernácula ribeiresa, comentou que «a quem não sabe  até os coisos atrapalham», sendo que «o problema residia no populismo da margem do centro-esquerda/direita!».
Pronto, o que eu queria dizer era que aqueles tempos são os tempos presentes, um tempo em que os animais voltaram a falar. Não sabem, muitas vezes, é o que dizem e o que escolhem.
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