Sou bom garfo, gosto de comer e, inevitavelmente, iniciei um lento processo de expansão adiposa. Dizem que é da idade, a gozarem comigo.
Em tempos mais jovens, parece que engordava só de olhar para os bolos na montra da pastelaria ou de ler a ementa do restaurante.
E continuei jovialmente a gostar de rojões e alheiras fritas, ou uma bela feijoada, uns deliciosos ovos moles ou um suspiro de vez em quando. E não resistia a uma boa fartura na feira de Março ou a um belo de um tracanaz de chouriço. E leitão, iiiiiiiih!....
Até há bem pouco tempo, o meu organismo queimava todas as gorduras e guloseimas, mas esse tempo já lá vai e fui inchando lentamente, com a roupa mais justa, a apertar mal o casaco e o botão do colarinho.
Assim, pensei começar um regime alimentar, tudo como mandam as regras. Primeiro, afreguesando-me daqueles absurdos restaurantes de comida dita “saudável”. Depois, com comida “a fingir” cheia de coraçõezinhos estilizados e silhuetas femininas na embalagem.
Todas elas fãs de queijos frescos e daquelas saladas cheias de nada e umas raspas de noz moscada. Também quiseram que bebesse aqueles sumos e sopas, que sabem a pouco ou coisa nenhuma, ficando eu de fome sempre esganada - a fome acessível à endinheirada freguesia! No que eu daria, vejam lá! Continuo mas é a comer a sério, com bom garfo, boa faca e chá de parreira.
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