As coisas não correm bem no Portugal de praias, política, subsídiodependência e consumismo, no Portugal que não tem sabido cuidar de si mesmo. E ainda não se sabe no que se pode acreditar no novo governo - que ainda não teve tempo para nada.
Há coisas e políticas que eu, talvez por ser rural com dia-a-dia de cidade, não entendo lá muito bem.
Na verdade, como todos quantos deixaram de estar sob a albarda da casa dos pais aos 20 para 21 anos (ou por aí...), tenho alguma dificuldade em entender esta Geração Canguru.
É verdade que, nos últimos anos, as oportunidades de emprego são poucas ou até mesmo nenhumas, para alguns. Ora porque não se prepararam convenientemente para o mercado de trabalho, ora porque não há vagas, ora porque é mas fácil viver à conta de subsídiozinhos do Estado e da boa vontade dos pais.
Mas não deixo de pensar, e ter a certeza (nalguns casos), que os pais são por vezes demasiado coniventes com este estado de coisas, ao permitir que adultos com 30 anos, ou mais, vivam num estado de adolescência virtual, com cama, comida e roupa lavada garantidas.
É verdade, como já se disse, que o mercado de trabalho não facilita e o nível dos ordenados à entrada não garante a independência. Mas há também um desejo de não perder privilégios e acesso a bens de consumo que tem, em si, um efeito paralisante na mudança.
Os nossos (menos) jovens, se querem crescer, terão de abdicar dos «airbags» de segurança que a família lhes dá e fazerem-se à vida. Ou será que querem passar o resto dos seus dias a pedir aos outros que lhes providenciem a mesma artificial bolsinha marsupial que os pais ainda lhes vão podendo dar - sabe-se lá por vezes com quantos sacrifícios? Em Óis, por exemplo, quantos casos conhecemos desses? E quantas famílias vivem na malandrice, à espera do cheque da segurança social?!
Sem comentários:
Enviar um comentário