Hoje, enquanto pingolava lá fora, dei comigo a pensar a nossa forma de vida actual. Suscita-me curiosidade, por exemplo, ver casais de quarentas, eles de cabelo grisalho, a desfilar charme, sabedoria, um olhar semicerrado, um sorriso só com um canto da boca, bem vestidos, com o dinheiro que os anos de carreira já lhes permite comprar; e depois elas.
Elas quase todas gordas, redondas, imensas, enrugadas, com ar de quem pariu vários cachopos e deixou de ser mulher para passar a ser só mãe. Todos conhecemos gente assim... Elas com camisolões grandes para esconder o que não é escondível. Peitos enormes, rabos maiores ainda, vários pneus pelo meio.
Uns, uns gatos, elas umas fisicamente empobrecidas. Feitas velhinhas por antecipação, enrugadas e com tintas manhosas a esconder os brancos. O pescoço cheio de peles penduradas. Um ar de desmazelo, borbotos por todo o lado.
Entristece-me que as mulheres, muitas mulheres se deixem estragar assim. E que depois se surpreendam por eles começarem a olhar por cima do ombro. E é por isso que amiga minha pousou a agulha e a linha de coser as baínhas da casa e passou a correr cerca de 23 quilómetros na passadeira do ginásio. Encontrei-a há bocado no cemitério e disse-me que não se quer transformar numa matrona casada com o charmoso. Juro que isto não é comigo!
Entristece-me que as mulheres, muitas mulheres se deixem estragar assim. E que depois se surpreendam por eles começarem a olhar por cima do ombro. E é por isso que amiga minha pousou a agulha e a linha de coser as baínhas da casa e passou a correr cerca de 23 quilómetros na passadeira do ginásio. Encontrei-a há bocado no cemitério e disse-me que não se quer transformar numa matrona casada com o charmoso. Juro que isto não é comigo!
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