A vida, nos últimas semans, tem-me levado para fora da região. Nalguns casos revisitando sítios de que tenho saudades. O caso, hoje, do Porto.
Tenho dias em que trabalho oito/nove/dez horas de enfiada, sem distração para os olhos, membros, o estômago ou a mente. Como se fosse uma verdadeira unidade em movimento.
Ao fim. olhamos o caminho de casa, entre a fome e o cansaço, silenciosamente a agendar as tarefas para amanhã.
Hoje, no Porto, fazendo do banco de um jardim a almofada para uma espera do destino onde ia, ouvi falar de um filme, a duas adolescente bem combinadas que seguiam na Praça Velazquez. Entusiasmei-me e fui ver.
Ir ao cinema, infelizmente, não me é possível como gostaria e hoje, ao ver Atonement (Expiação), ocorreu-me como há 20 anos para trás, vendo cinema à semana, a semana tinha uma significação diferente. Não é festa. Não é erudição. É às vezes somente o mero conforto da cadeira face ao grande plano e a privacidade da sala escura.
Hoje, contudo, e apesar do cansaço ou talvez por conta dele, não fui indiferente, e o filme aparentemente banal atingiu-me com total e inexplicada emoção. No final, comovi-me e queria comover-me.
Sentado, sendo todo corpo de um dia que me pesava ainda, o filme tocou-me porque não vendia ideias. O filme gritou-me porque do martelar da máquina de escrever da narradora, soava uma constante e quente vontade. Emoções e afectos sentidos, à maneira de Óis! Não é?!
Sem comentários:
Enviar um comentário