14 janeiro 2010

||| NO TEMPO EM QUE OS ANIMAIS FALAVAM...


Já todos ouvimos falar e falámos, naquela expressão popular: «Isso foi no tempo em que os animais falavam». 
Aparentemente, há muito... muito tempo atrás, os animais tinham a capacidade de falar. Ninguém consegue dizer exactamente qual foi a altura em que perderam essa faculdade, mas diz-se que um dia houve um big bang linguístico qualquer e animalagem perdeu o pio.
O papagaio foi o único que se safou. A cobra com sotaque ribeirense, o papaformigas com sotaque quarentão, o jumento que dominava cinco idiomas e passava das cinco décadas de idade, esses  também se safaram. O curioso é que nunca se fala no Homem neste processo de perda da fala.
Parece que o crescimento da espécie humana está correlacionado com este silêncio animal. Até então, o homem nunca teve grandes hipóteses de sobrevivência num mundo de animais falantes.

Quando estes perderam a fala, as coisas complicaram-se. Teve de ser a pessoa humana a substituí-los - o que requeria um poder mímico que nenhum animal estava preparado para usar. Como é que um gajo diz «australopiteco» em mímica? E assim se lixaram os animais falantes. Ficaram os outros, a macaquearem-se uns aos outros. A papaguearem-se!

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