30 novembro 2006

||| BOND, GIRL BOND... GIRL VERA BOND, PORQUE AMANHÃ É FERIADO!!!

Amantes da cinema, esqueçam o novo James Bond. Fixem antes a nova Bond girl: Eva Green. Inesquecível. For your eyes only.
Fixem e vão ver o filme!! Quer dizer ... a Eva Bond no paraíso de James!!! James Bond!!!

||| A RAZÃO DA GRAVATA COR DE ROSA

Já enjoa a praga das gravatinhas cor-de-rosa. Marques Mendes aparece na televisão e ei-lo de gravata monocolor, cor-de-rosa berrante, certamente julgando que assim está mais na moda (o histórico cor-de-laranja já terá sido definitivamente enterrado no PSD?).
Vai-se a ver o congresso do PS, de agora há dias, e lá reparamos em socialistas do Norte, como José Lello e Narciso Miranda, e lá os vejo também com o apêndice cor-de-rosa ao pescoço.
O incontornável comentador Rui Santos, jornalista da grande área futebolística, surge com frequência na SIC Notícias com uma gravata da mesma cor. E nem Dias Ferreira, no programa desportivo "O Dia Seguinte", ou o habitualmente elegante Nuno Rogeiro, comentador internacional do mesmo canal, escapam a esta praga: ambos apareceram na pantalha já convertidos ao inevitável cor-de-rosa.
Qualquer dia começo até a sentir saudades das nauseantes gravatinhas azul-bebé... ou de, pura e simplesmente, deixarmos de usar gravata!!!

29 novembro 2006

||| DE CABEÇA PERDIDA !!!

Há, é verdade, esta diferença entre uma emoção e uma hipótese intelectual, a saber, que nos assiste razão em dizer, no caso desta última, que de tudo aquilo a que esse predicado hipotético simples pode aplicar-se, disso é verdadeiro o predicado complexo; enquanto que, no caso da emoção, esta é uma proposição para a qual não se pode dar razão alguma, mas que é determinada meramente por nossa constituição emocional. Mas isto corresponde exactamente à diferença entre hipótese e raciocínio a partir da definição para o definitum, e assim poderia parecer que a emoção não é outra coisa que sensação.
Chiça que há gajos com umas cabecinhas muita complicadas. Isto não é para ler,é para tresler...

28 novembro 2006

||| CAPACIDADE DE RIR !!!

Hoje, no café, ouvi falar de uma característica notável da espécie humana que é a capacidade de se rir de si própria e daquilo que a rodeia. Chama-se a isso sentido de humor, e é um dos placebos mais eficazes da nossa existência: está cientificamente provado que uma boa gargalhada diária aumenta a longevidade, alivia tensões e torna-nos, nem que seja por instantes, pessoas mais felizes.
Existem vários tipos de humor, desde o mais básico ao mais requintado, mas o sentido de humor é algo transversal a todos os humores - quem o tem, esboçará pelo menos um leve sorriso quando confrontado com um dos vários géneros de humor. Infelizmente há por aí muito mamífero baboso desprovido de sentido de humor. Lamentavelmente para eles que, por mais que se esforcem, vêem tudo à luz da sua realidade e personalidade limitada e desinteressante, sem uma única pontinha de humor.
Este post é dedicado a eles, a esses seres merecedores de uma tribo de somalis que lhes animassem o dia. Se algum de vocês está por aqui a ler isto, um conselho: riam-se!!! - Isto pode não ter piada nenhuma mas ao menos estão contribuir para aumentar a longevidade de alguém.

27 novembro 2006

||| O PAI NATAL

Se há figura duvidosa no imaginário infantil ocidental é o Pai Natal. Um velhote que vive sózinho no Pólo Norte 12 meses por ano, onde um grupo de duendes lhes fabrica os brinquedos em horários laborais inexplicáveis... Depois há a questão das renas, sendo a mais conhecida a rena Rudolfo, que tem por característica um nariz vermelho.
Nunca nenhuma criança se pergunta porque diabo é que precisamente aquela rena tem o nariz vermelho. E ainda bem, porque senão os paizinhos teriam que explicar que é alcoólica, que afoga no alcóol a frustração de ser a preferida do Pai Natal - por razões que a tradição popular explica, mas aqui não dizemos.
Finalmente, a questão das prendas. Partindo do princípio que «não há almoços grátis», porque raio é que o Pai Natal oferece presentes às criancinhas? Qual a razão que o leva a agir desta forma? O que é que ele ganha com isso? É caso para perguntar aos paizinhos como reagiriam se um estranho desatasse a oferecer, todos os anos, prendas às suas criancinhas? Podemos sempre alegar que o Pai Natal não é um estranho, mas… já alguém o conheceu pessoalmente? Já foi lá a casa jantar à vossa mesa? Deus nos perdõe pela «maldade» deste falr do Pai Natal!

26 novembro 2006

||| A RAZÃO DAS BAIXAS DOS PORTUGUESES, QUANTOS POR AÍ ANDAM DE BAIXA IRREGULAR E OS IMPOSTOS QUE PAGAMOS!


Quanto mais penso nisso mais acho que este país tem uma fixação esquisita na «baixa».
A coisa começa logo pela estatura física do povo, que é baixa; estende-se à economia do país, que anda sempre em baixa; invariavelmente isto tem um reflexo na auto-estima dos labregos que é, mais uma vez, baixa.
Mas se pensarmos mais um pouco, vemos que a baixa preenche outros e variados aspectos da nossa vida: à zona mais comercial e social das nossas cidades chamamos baixa; as revisões de crescimento do país e as revisões de ordenado são sempre feitas em baixa; a literacia dos tugas é baixa; adoramos a baixa de preços (a maior parte de nós espera religiosamente por ela); e grande parte do país vive em baixa: baixa de parto, baixa psicológica, ou qualquer outra baixa médica que impeça os mamíferos de contribuir para que algum dia isto volte a estar em alta. Tanta baixa!
Qual a razão de sermos assim tão baixinhos?!
E quantos por aí andam de baixa irregular, a sugar subsídios do Estado Social - que é o mesmo que dizer que do nosso bolso, pois somos nós quem paga os impostos.

25 novembro 2006

||| A VIDA A REMOER...

Boa gente, muito gente... passa por aí a vida a remoer. Sobre eles próprios, sobre o vizinho, a filha ou a namorada do vizinho, os calotes na loja, as dívidas ao banco, os pecados e os pecadilhos de terceiros, qual cartilha de mal-dizer do... outro. Raramente olham o espelho, na colagem do rimel ou do baton, ou no desfazer da barba de manhã. Olham sempre a correr... Porquê?

24 novembro 2006

||| A VIDA PRESA POR UM FIO!!!


Dia quinze de Dezembro fará três anos que os jornais de todo o mundo anunciavam ter sido atingido o objectivo da guerra do Iraque. We got him!, ainda me perece ouvir, como se fosse hoje, sendo a frase de júbilo exclamada com a mesma entoação com que deveriam ter dito, vêem como somos honestos, sinceros e bem intencionados.

Ou outra que descansasse o mundo informando-o que já era estava mais seguro, que o terrorismo internacional tinha abrandado e que a selvajaria da destruição do Iraque tinha resultado na apreensão das tais armas de destruição em massa que o ameaçavam. Passados todos estes anos, relendo os arquivos e voltando ao We got him, só apetece perguntar: and so what?

E lembrar que Sadam Hussein foi condenado à morte, por enforcamento, por não sei quantos crimes, enfrenta o tribunal por não sei quantos mais e passará o restos dos seus dias a ver sol aos quadradinhos. Não é que sinta algum gozo especial com o enforcamento do homem, Deus me livre. Mas na verdade, quem com ferros mata, com ferros morre... Alguém de Óis se lembrará deeste adágio popular?

23 novembro 2006

||| O INTRAGÁVEL RECONHECIMENTO PÚBLICO DA INCOMPETÊNCIA FISCAL DO GOVERNO

O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou que se fosse cobrado um terço dos impostos que se escapam à malha do fisco poder-se-ia baixar imediatamente o IVA.
Isto é, o infeliz diz-nos que estamos a pagar mais impostos devido à ineficácia da DGCI.
É bom lembrar que Amaral Tomaz gosta que lhe chamem o pai do IVA e que foi subdirector-geral dos impostos com o dossier dos impostos sobre o rendimento. Isto é, tem grandes responsabilidades naquilo que o fisco é hoje.
Pela forma como o governante fala parece que os cidadão estão a ser penalizados porque se portam mal, como se a culpa da evasão fiscal fosse dos que cumprem, e, pior do que isso, admite que o fenómeno da evasão fiscal é normal ou aceitável. Mas não é assim, a Administração Fiscal tem os meios, tantos ou mais meios quanto qualquer outra
administração fiscal europeia, tem os recursos financeiros, conta com mais de 13.000 funcionários e usa uma das redes informáticas mais poderosas do país.
A evasão fiscal não é aceitável e só se entende pela gestão incompetente do fisco, começando pela nomeação de incompetentes, e neste capítulo o actual secretário de Estado já nomeou ou reconduziu alguns cromos seus amigos. Ou será que Amaral Tomaz consegue justificar a recondução de um seu amigo no cargo de director de finanças de Lisboa com os resultados ruinosos obtidos pela maior DF do país? Quanto da taxa do IVA poderá ser atribuída à gestão desastrosa daquela Direcção de Finanças?

AS AULAS DE SUBSTITUIÇÃO

Vejo um aluno que protesta afirmar na TV que nas aulas de substituição os professores lhes perguntam se querem jogar às cartas ou ao dominó. Que treta de professores são esses? Talvez fosse oportuno ouvir um dirigente da Frenprof explicar melhor porque isso sucede.

22 novembro 2006

||| A GRANDEZA DOS PEQUENOS LÍDERES E A PEQUENEZ DOS LÍDERES GRANDES!!!

A grandeza de um líder é determinada pela amplitude dos seus gestos políticos, económicos e sociais. É a velha história da árvore e da floresta. O liderzeco preocupa-se com as pequenas coisas e, portanto, a amplitude dos seus gestos é bastante reduzida.
O liderzão está preocupado com a floresta e os seus gestos revelam-no: são largos, extensos, focados no futuro mas sem danificar o presente. Soube agora, com atraso de quase uma no, da medida pequenina que foi a da proibição dos crucifixos nos estabelecimentos de ensino – uma muy distinta medida governamental que surgiu como resultado da pressão de um não menos distinto grupelho de laicos cidadãos nacionais.
Eu sou católico e não me proecupa muito que as escolas tenham crucifixos , ou não. O que me chateia é legislar sobre esta matéria. Perder tempo com isto. Ceder a pressõzecas de uma cambada de labregos laicos que se sentem discriminados nas suas (livres) opções religiosas. O país está a ficar mais pequeno e os portugueses cada vez têm menos culpa de terem eleito uma vara de liderzecos.
Cá para mim, infelizmente e como sempre , os piores exemplos são sempre os mais facilmente seguidos.

21 novembro 2006

||| O CLÁSSICO DESENRASCANÇO DOS RIBEIRENSES PARA AS CLÁSSICAS COMPLICAÇÕES DO DIA-A-DIA


Os ribeirenses, como a generalidade dos portugueses, dividem-se em dois géneros básicos: os enrascados e os desenrascados. Os primeiros dependem dos segundos, e os segundos dependem dos primeiros. É um ciclo vicioso (e viciado) que tem a sua inspiração, provavelmente, em Karl Marx.
Os desenrascados têm como função, ao contrário do que o nome sugere, enrascar os enrascados. Quando o conseguem, podem então fazer jus à sua característica predominante e então desenrascá-los. É ridículo, é La Palisiano, mas é verdade. Maquiavel era capaz de se baralhar no meio deste processo todo: aquela sua velha questão (ou postulado) onde os meios justificam os fins, adquire um carácter meio esquizofrénico em Óis da Ribeira - quem diz Óis, diz no país. É que para um desenrascado, os meios são mesmo os fins. Enrascar é uma garantia de que vai ser necessário, a qualquer momento, mais tarde ou mais cedo, desenrascar. Desenrascar, aqui, significa resolver um problema que não existiria se não tivéssemos pensado em qualquer coisa que nos pudesse enrascar.
O problema é que este comportamento se repete nas mínimas coisas. Ser ribeirense é andar à rasca e à espera que alguém o desenrasque. Há aqui uma espécie de demissão de responsabilidade a favor de alguém que ainda é mais irresponsável que nós. Fantástico, não é?
E acabei agora mesmo de desenrascar o post de hoje. Amanhã vou-me enrascar para escrever o próximo. Mas já sabem: podem sempre contar comigo para desenrascar.

||| RAID FOTOGRÁFICO NA PATEIRA

Um raid fotográfico consiste num passeio, individual ou em grupo, cujo objectivo é ir "clicando", com a qualidade possível, ao longo dos "hotspots" destinados para o raid, fomentando o convívio e troca de experiências entre os intervenientes. Apesar de pouco divulgado, este tipo de eventos tem vindo a crescer nos últimos anos, com a entrada da era digital na fotografia.
O Parque da Pateira de Óis da Ribeira foi o local de início escolhido por alguns fotógrafos, amadores ou menos amadores, para um raid fotográfico que percorrerá as margens desta lagoa, voltando ao local inicial, onde as objectivas estarão apontadas para o pôr do sol. Estes fotógrafos fazem parte de uma comunidade crescente de um fórum de discussão na internet: o www.forumfotografia.net. Foi e está a ser através deste espaço virtual, que os membros envolvidos estão a programar o dito raid, que será ao mesmo tempo um encontro de confraternização entre os mesmo, sendo que muitos deles só se conhecem pelo fórum.
Esperemos que o plano prossiga e que no próximo dia 1 de Dezembro o São Pedro esteja bem disposto, para que possamos ver a o Parque da Pateira de Óis da Ribeira com alguns paparazzis. Se quiser fazer parte deste raid fotográfico basta enviar um email para http://by19fd.bay19.hotmail.msn.com/cgi-bin/compose?
LUÍS NEVES
NOTA: Para quem diz, como nós às vezes, que não se faz nada em Óis da Ribeira, ora aí está uma iniciativa bem interessante.

20 novembro 2006

||| O SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL E AS SUBVENÇÕES DO ESTADO AOS PARTIDOS

Fiz umas "contas" sobre os 400 euros que anunciam como provável próximo salário mínimo nacional e cheguei a um valor de subvenção anual do PS. Porque ainda estou em dúvida se as contas estão certas, tal os montantes retirados do OE, só as fiz para o PS.
O favor que peço a um qualquer professor de matemática é se se importa de resolver este problema simples: sendo que o salário mínimo nacional "vai" para 400 euros e que o PS obteve 2 588 312 votos nas últimas legislativas; sendo que a subvenção anual a pagar pelo Orçamento do Estado é de 1/225 do SMN mensal; é verdade que o PS passa a receber por ano o montante de 4.658.961 euros?
A ser verdade, temos ainda que o PSD teve 1.653.261 votos, o PCP/PEV 433.243, o CDS/PP 416.415 e o BE 364.909. É só multiplicar para ver quanto recebem... Começa a perceber-se porque todos os partidos se calam quando se fala de aumento do salário mínimo nacional.
Salário mínimo que, mesmo em 400 euros, pouco dará de comer a quem o recebe mas será mais um sorvedouro das despesas do Estado em altura de crise. Ou continuamos na aplicação das regras em dualidade de critérios como as que estipulam a entrada em vigor das reformas dos deputados só a partir da próxima legislatura e a entrada imediata para todos os "outros civis"? Que país é este?: o dos portugueses de primeira classe e os outros?

19 novembro 2006

||| A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PORTUGUESA E AS CUNHAS FAMILIARES PARA O EMPREGO

É possível traçar um retrato fidedigno da Administração Pública, e da justiça em particular, com uma simples notícia. Aconteceu ontem, num artigo de Graça Rosendo sobre o Tribunal de Contas (TC) publicado no Sol. Revela Graça Rosendo que, apesar das anunciadas restrições a novas contratações nos organismos do Estado, "só este ano já entraram no TC - por transferência ou requisição - 14 novos funcionários, três dos quais são técnicos administrativos".
E vejam lá a coincidência: uma dessas requisições permitiu «a entrada da filha de um dos juízes-conselheiros do TC", que ali permanecerá um ano, "renovável", no Departamento de Planeamento e Consultadoria do Tribunal de Contas. Revela o Sol que a jovem licenciada em Direito "tem como única experiência profissional ser 'directora de serviços' na IPSS, de onde foi requisitada".
Segue-se outrnotável coincidência: esta IPSS "é presidida pela mãe, sendo o pai presidente da assembleia-geral". O pai da menina desvalorizou o facto, assegurando que "outros conselheiros têm também familiares no TC". Ele próprio teve outra filha "a trabalhar no tribunal durante três ou quatro meses". Sempre por mero acaso: as coincidências sucedem-se nesta história. É um quadro tocante: afinal fica tudo em família. Só existe um pequeno problema: quem paga este admirável jogo de cadeiras somos nós. Calcule-se o que aconteceria se agora cada titular de cargo público quiser dar emprego à família, à conta do Estado. E nem falamos de Óis da Ribeira, onde não há cargos desses para prebendar a parentagem. Mas olhemos pela hierarquia pública acima...

18 novembro 2006

||| OBRIGADINHO SR. MINISTRO!!!

O ministro das Finanças gastou dinheiros públicos para mandar fazer um estudo comparativo dos salários no Estado e no sector privado, algo que qualquer leigo deste país conhece. Feito o estudo, que concluiu por aquilo que toda a gente sabe, o ministro leu-o e mandou que fosse escondido de olhares públicos e soubemos agora que procedeu assim porque lhe merecia críticas metodológicas.
Isto é, Portugal tem um ministro das Finanças tão paternalista que acha que quando tem dúvidas ou críticas metodológicas, os portugueses devem ser poupados à leitura dos estudos. Resta saber se o ministro também esconderá um projecto de OGE se este merecer críticas metodológicas. Por exemplo, se o facto de a eliminação das SCUT não ter sido referida no OGE, levando a que houvesse um buraco financeiro, não mereceria uma das suas críticas metodológicas.
Era bom que o ministro das Finanças não visse os portugueses como se fossem uns mentecaptos incapazes de distinguir um estudo bem feito de um estudo com erros, ou como uns tolos influenciáveis que mudassem de atitude em relação às políticas governamentais só porque o estudo era incómodo para as posições do ministro.
Este tipo de paternalismo combina mais com autoritarismo do que com democracia, ajusta-se mais a políticas duvidosas do que a políticas adoptadas com convicção. Lamenta-se que o ministro não perceba isto. Era como se em Óis da Ribeira quem tem de decidir, não soubesse o que fazer e também encomendasse estudos para mandar dizer o que (não) pensa fazer. Era (é) um tempão perdido! E dinheiro!

17 novembro 2006

||| A CEIFEIRA AFINAL NÃO VEIO!...- ORA VALHA-NOS DEUS NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!!!!

Ouvi ontem uma entrevista da Rádio Renascença, do sr. presidente da Câmara Municipal de Águeda, dizendo que, afinal, a famosa ceifeira mecânica para limpar os jacintos da já não chegava ontem, mas que chegaria até ao final do ano.
Ia a conduzir, era pouco mais de meio dia e desconcentrei-me da audição por causa de uma manobra de trânsito - percebendo que afinal viria no dia 25. Mas fiquei sem saber se era 25 de Novembro, que será de amanhã a oito dias, ou de Dezembro- o que não me parece muito razoável, pois é dia de Natal.
Vou ser um bocadinho má-língua, perguntando meio a brincar meio a sério, se não será o mês de S. Nunca, à tarde?! Ora valha-nos Deus Nosso Senhor Jesus Cristo!

16 novembro 2006

||| TRÊS APONTAMENTOS SOBRE O ABORTO!!

1 - Ouço o líder parlamentar do PS dizer que a actual lei sobre interrupção voluntária da gravidez - em tudo semelhante à que vigora em Espanha - é "iníqua e socialmente injusta". Pasmo. Esta lei não foi aprovada em 1984 precisamente com os votos do PS, somados aos do PCP?
2 - Quando terá o PS coragem política de considerar "iníqua e socialmente injusta" a posição assumida pela esmagadora maioria dos médicos portugueses, que recusam aplicar a lei de 1984 alegando que isso violaria o seu código de ética?
3 - Ouço também o líder parlamentar do PCP garantir que o seu partido não deixará de fazer campanha pela despenalização "se houver referendo" ao aborto. Até à 25ª hora, os comunistas persistem na sua absurda reserva mental ao referendo, bem patente nas palavras que escolhem. Como se fosse politicamente sustentável que uma matéria - seja ela qual for - previamente submetida a referendo possa sofrer alterações por outra via que não seja a referendária. Ao menos na Coreia do Norte não existe esta tremenda maçada que é escutar periodicamente a voz do povo.

PS: Um habitual comentador do Contra d´Ois mandou-nos correio sobre o poste de ontem, em que felicitamos o d´OIS POR TRÊS. Estranhou, disse ele. Não percebemos porquê: estamos todos o mesmo barco, mas a remar com pás diferentes. Só isso.

15 novembro 2006

||| PARABÉNS AO D´ÓIS POR TRES

O blogue vizinho, o d´Óis Por Três, faz hoje um ano!!! Parabéns!!!
Somos seu leitor desde a primeira hora e confessamos uma certa inveja da qualidade e actualidade que sempre evidenciou: o seu grande trunfo. Para além de ser de leitura fácil, descomprometida, versátil e ágil. É um blogue que sempre age de forma séria e amadurecida ao falar das coisas de Óis da Ribeira, o que não é para todos. É preciso ter competência, classe e cultura.
Gostamos de o ler e também confessamos a nossa curiosidade que todo o mundo da blogosfera de Óis da Ribeira tem: a curiosidade em saber quem é, ou quem são os seus autores! Já nos falaram de várias pessoas, todas bem capazes de blogar. E nós próprios já tivemos várias «certezas», que (não) se confirmaram!
Algumas vezes cometemos aqui o pecadilho de aqui lhe mandarmos umas bicadas: não nos demos bem, pois o que o nosso objectivo era «sacar» uma reacção que «comprometesse e identificasse» o(s) autor(es).
d´Óis Por Três: Parabéns!!!

14 novembro 2006

||| O SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL E A BOLSA APERTADA E VAZIA DOS RIBEIRENSES

Leio hoje que, por vontade dos sindicatos, o ordenado mínimo nacional poderá passar para 400 euros - 80 contos. Eu ganho bem mais que 80 contos e assusta-me cada dia depois do 20 de cada mês. O salário é curto...
Há muito que deixei de me preocupar com os rótulos de esquerda ou de direita. Independentemente deles, entendo que a melhor política é defender os direitos humanos, a igualdade de oportunidades, o acesso ao ensino, o direito aos cuidados de saúde, o direito à justiça, o dever dos impostos, a compensação dos descontos para a Segurança Social, o direito ao trabalho e à justa remuneração, o combate à pobreza e à exclusão.
Isto para além de quaisquer conceitos ideológicos e filosóficos da fraternidade e da solidariedade. A liberdade, considero-a uma conquista de todos os dias. Nesta minha visão a poderá estar contido na justa remuneração salário mínimo o como parâmetro de cálculo mas, para isso, há que o expurgar dos apêndices que o parasitam para que não possam ser assacados entendimentos oportunistas.
Óis da Ribeira é terra de cultura geral mediana, diria mesmo que é média/baixa... Logo, os ordenados de cada ribeirense não devem ser grandes. Como sobrevirão os de mais modesta condição financeira neste tempo de consumismo louco, tempo em que nem o próprio Estado cumpre a sua obrigação social e constitucional?! Vai continuar-nos subsídio-dependentes?

13 novembro 2006

||| A SAÚDE QUE É DE BORLA MAS, AFINAL, NÃO É GRATUITA E AS PROMESSAS DE SEMPRE EM NOITE DE NOVEMBRO

Não vou escrever sobre o brilhante anúncio da PT nem reflectir sobre a diferença entre o que é grátis e o que nos sai à borla. Mas tenho termo para distinguir o dinheiro ganho pelo vencimento com o dinheiro ganho no jogo. O primeiro gasto-o com cuidado, o segundo esfuma-se num instantes por ser... “dinheiro macaco”.
A Constituição da República determina a gratuitidade dos serviços de saúde. É, pois, suposto que os serviços gratuitos são acessíveis aos que têm muito e aos que têm pouco, não são recusados a ninguém, independentemente do custo de um tratamento.
Isso é um serviço de saúde gratuito.
É gratuito mas não é à borla
, tem custos - custos suportados pela sociedade através da arrecadação de impostos. Talvez mereça a pena recordar o que significa borla e para isso reproduzo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:

- Borla s.f. (1858 cf. M5): 1-calote passado em prostituta; 2-P B PE ajuda (para gozar um prazer ou aproveitar gratuitamente um serviço) “conseguiram uma borla para entrar no teatro”; 3-MOÇ falta do professor a uma aula: “tivemos uma borla a matemática hoje”; à ou de b. 1 P B PE infrm. de graça; sem pagar “viajar de borla.” 2 p.ext P infrm. muito barato “este almoço foi de borla!”.
Vejamos agora a palavra grátis:
- Grátis adj 2g 2n (1502 CDP 1 33) 1 de graça, gratuito “entrada grátis.” adv. 2 de graça, gratuitamente “come-se grátis naquele local, se conheceres o dono; ” ETIM at. Gratos "de graça, sem custo".

Há alguma diferença epistemológica entre ser gratuito e ser à borla e a maior parte das opiniões enquadra-se mais no conceito de “borla”. Não há português, mesmo entre os que se escapam aos impostos, que na hora do debate não defenda a gratuitidade, pouco importa que os impostos que pagam compensem o que recebem, ou que os recursos que podem ser arrecadados através dos impostos sejam limitados, o que importa é que a saúde seja à borla, que tenhamos a sensação de que não pagamos nada, de que ninguém pagou nada.
Gratuitidade significa solidariedade social.
Borla significa irresponsabilidade social.
2x3: Mandaram-nos recado, sobre o poste de ontem, pelo correio electrónico:
a Arcor festejou o S. Martinho. Muito bem! Damos a mão e felicitatamos a associação.

12 novembro 2006

||| O S. MARTINHO QUE JÁ MORREU EM ÓIS DA RIBEIRA, VÁ LÁ SABER-SE PORQUÊ...

Ontem à tarde, debaixo de um sol radiante, fui dar um passeio a pé, com a minha mulher. Decidimos a certa altura entrar num pequeno café e beber uma bica. Fomos calorosamente acolhidos pelo casal proprietário e de de seguida presenteados com um cálice de jeropiga e um pratinho de castanhas acabadas de assar, mesmo a estalar. Assim como se fossemos parentes em visita e sem direito a recusa.
Dia de S. Martinho, lembram-se? Gestos que marcam e que reflectem o lado luminoso das nossas gentes e tradições. Cheguei a casa e fui ver os meus apontamentos sobre o S. Martinho de Óis. Recolhi elementos de umas festas de 2001, 2002 e 2003, de festas conjuntas da Arcor com a Tuna. Baseei-me no Jornal da Arcor. Depois não vi mais nada. o S. Martinho morreem Óis a Ribeira?
Ora, ora....

11 novembro 2006

||| TENHO SAUDADES DO ESCUDO

Tenho saudades do escudo. Saudades de quando as empresas têxteis estavam em dificuldades e graças às desvalorizações até com os chineses eram capazes de concorrer. Saudades do tempo em que a inflação tinha dois dígitos e o primeiro era o dois. De quando não havia problemas orçamentais, nunca faltava dinheiro ao Estado, o único problemazito era a balança comercial.
Era um tempo simpático, se a coisa dava para o torto na balança comercial, acordávamos uma desvalorização, coisa que nem ocupava o tempo do café em discussão, a indústria passava logo a ser competitiva e o nosso dinheiro, mesmo desvalorizado, ainda valia mais do que o dólar. E ninguém se queixava dos impostos, não havia evasão fiscal nem devedores ao fisco em listas na Internet. Nem havia internet, só inventada muito mais tarde graças ao Simplex.
Com a inflação nos dois dígitos e idem nos aumentos, apertávamos o cinto mas tínhamos a sensação de nadar em dinheiro. Andávamos felizes, se os trabalhadores faziam greves era mais a pensar na revolução do que na devolução do que tinham perdido, os sindicatos iam de vitória em vitória.
Agora é uma seca, para as empresas ganharem produtividade temos que apertar o cinto, se não pagam impostos temos que apertar o cinto, se o Estado gasta em excesso temos que apertar o cinto. A política económica já não tem graça, não passa da escolha adequada do buraco do cinto mais adequado às circunstâncias. Até as notas de escudo eram mais simpáticas, das mais bonitas do mundo e nem se desfaziam como os euros da Alemanha. Tenho saudades do escudo, era cada vez mais pobre mas ao menos empobrecia feliz e sem dar por isso.

10 novembro 2006

||| UMA SEMANA CHEIA DE COISAS VELHAS, BRUXAS, ASSALTOS E FORAIS MANUELINOS

Não sei se já fizeram balanço da semana político-social que ainda decorre. Reparem:

- Orçamento de Estado, Greve da Função Pública, João Salgueiro chamou Perón a Sócrates, Congresso do PS, Neo-Komintern reúne em Lisboa, Democratas vencem nos EUA, Ramsfield demitiu-se, Ortega ganhou na Nicarágua, Chavez proibiu o Pai Natal, em Cuba condenou-se mais um jornalista, Carlos Brito certificou publicamente que Cunhal não foi estalinista, uma senhora “à procura de Deus” furou a segurança da Base Aérea de Monte Real.
Mas que grandes comemorações na semana em que passam 89 anos sobre a Revolução Bolchevique!
Por Óis da Ribeira, há notícias de dia das bruxas, de festas da Tuna, de concursos de lares, de um assalto à Junta, de cães na rua e, inevitalmente, dos incontornáveis... jacintos.

Ah e da carta de Foral da Vila de Óis da Ribeira, de 12 de Junho de 1516, velho de caraças!!! Vão ver ao d´Óis Por Três.
Ganda semana!! Óis da Ribeira é uma nação!!!

09 novembro 2006

||| OS IMPOSTOS QUE NÃO IAM SEM AUMENTADOS EM 2007 E OS MAIS 271 EUROS QUE, AFINAL, CADA PORTUGUÊS VAI PAGAR

Cada português, em média, vai pagar mais 271 euros ao fisco em 2007, por força do aumento da carga fiscal. Mensalmente, este aumento médio cifrar-se-á em mais 22,6 euros, refere o «Semanário Económico». Lemos e nem qusiemos acreditar.

Porém, contas feitas pelo jornal aos valores inscritos no Orçamento do Estado para 2007, concluem que 48% do aumento do PIB per capita no próximo ano destina-se a suportar o crescimento da carga fiscal.
Deste modo, o PIB per capita deverá crescer 563 euros, enquanto os encargos fiscais e a prestações efectivas, que englobam a Segurança Social, aumentarão 271 euros.
No próximo ano, a carga fiscal crescerá, per capita, 5,27%, enquanto o rendimento por habitante ficará pelos 3,91%. [Agência Financeira]

O Ministro das Finanças prometeu que em 2007 não haveria subida de impostos para além dos que tinham ficado com aumentos automáticos (como o tabaco e o ISP). A verdade é que se assiste em 2007 ao maior aumento de impostos de que há memória desde o 25 de Abril. O ministro demagógicamente referia que a taxa de IRC e IRS ficaria inalterada, e portanto não haver aumento de impostos. A taxa pode ser a mesma (com mais um escalão a 42%), mas os escalões de aplicação mudam e agravam a incidência.
Porém, o principal são as medidas adicionais que fazem subir o imposto duma forma gravosa: a redução das deduções à colecta (grave no caso dos reformados), os novos descontos para a ADSE e para os reformados que não pagavam, o agravamento de impostos nos deficientes, a eliminação de alguns abatimentos, a impossibilidade dos reformados usarem PPR, a diminuição do abatimento fiscal dos PPR, as taxas moderadoras na saúde, etc etc. É um conjunto tão vasto de medidas que farão
crescer a carga fiscal em 5,27%, num ano em que a referência de aumentos salariais fica pelos 1,5%.
Preocupante, é que este agravamento de impostos só irá servir para aguentar o aumento incontrolado da despesa pública (este ano de 2 mil milhões de euros).
As reformas económicas eram precisas, não à custa da receita (impostos), mas pelo lado da despesa. É isso que este governo socialista não está a fazer. E é isso que a oposição deveria estar a denunciar diariamente no Parlamento em vez de andar no bailinho da Madeira.

08 novembro 2006

||| É A LEI, MEU ESTÚPIDO !!! PARA OS BANCOS PAGAREM IMPOSTOS, BASTA QUE SEJAM BEM FISCALIZADOS, DISSE O SR. SÓCRATES

Se há uma crise no têxtil ficamos somos logo informados por um batalhão de especialistas que é a globalização, que as empresas têm que se adaptar, que já fizemos o mesmo aos países da EFTA, etc.
Se não chove ou se chove em excesso os especialistas recordam aos agricultores que não devem esquecer os seguros, e se mesmo assim a agricultura não é rentável, que mudem de ramo. Não há sector que não tenha os seus problemas de competitividade ou que não atravesse as suas crises, e sempre que um novo sector se afunda e aparece nos noticiários há sempre alguém que nos recorda que “é a economia, estúpido!”.
Mas há uma excepção, há uma aldeia gaulesa na nossa economia, não tem problemas de competitividade, os analistas económicos parecem virgens debutantes quando comentam, há um batalhão de comentadores disponíveis para a defender, e os políticos calçam luvas ara lhe bater à porta. A banca é o “ai Jesus da Economia Portuguesa”.
Agora assistimos ao ridículo de ver um primeiro-ministro prometer que vai aumentar os impostos sem alterar a lei. Isto é, para que os bancos paguem mais impostos basta que sejam bem fiscalizados.
Terei percebido bem?

Os bancos não são devidamente fiscalizados? Os despachos ilegais que têm permitido à banca poupar milhões não foram revogados e os seus autores investigados? Os relatórios da IGF não são remetidos para a Procuradoria-Geral da República?
Interrogo-me se este céu fiscal de que a banca beneficia terá alguma coisa que ver com a ambição de muitos ministros e secretários de estado do ministério das finanças cuja maior ambição é irem trabalhar para um banco depois de se reformarem da política. Ou com os muitos empregos bem remunerados que os bancos podem oferecer aos familiares de quem os ajuda. Ou com a grande capacidade para oferecer prendas chorudas aos opinion makers que os apoiam, ou que, muito simplesmente, se calam quando o tema corrupção atinge a banca.
Afinal a banca pode pagar mais impostos mesmo sem adoptar medidas orçamentais, isto é, basta aplicar a lei. Então porque motivo ela não se aplica a lei?

PS: a organização Transparency Internacional divulgou ontem a lista uma lista em que os países aparecem ordenados segundo os níveis de corrupção. Portugal aparece em 14.º na Europa e em 26.º no mundo. Enfim, eles andam aí, algures ... [
Link]

07 novembro 2006

||| ANESTESIA GERAL, DIZER BEM E DIZER MAL

A maioria das pessoas que conheço, ou que vou ouvindo e lendo, ficam em pânico quando alguém lhes pergunta a sua opinião sobre determinado assunto, por mais prosaico que seja. Repare-se na forma eufemística como tanta gente avalia um tema hoje em dia, preferindo dizer "não desgosto de...", "não acho mal...", "não me parece muito errado...", "não é completamente correcto...", "não sou totalmente a favor...", "não concordo inteiramente com...", e por aí fora.
Em todas estas expressões, o advérbio de negação que inicia, triunfante, o discurso daquele a quem é pedida uma opinião, funciona como uma armadura contra o "perigo" da assertividade. E depois os advérbios relativizantes, cuja única função é minimizar os "estragos" e impedir uma vinculação total com aquilo que, a medo, na verdade se quer mesmo afirmar.
Imagine-se o diálogo posterior:

- «Mas você não disse que era contra?»
- «Não, se reparar bem, o que eu disse é que não era totalmente a favor, o que é bem diferente...».
«Ah, com certeza. Então estamos de acordo...».


O problema de se usar expressões "neutras" não é o barroco das expressões em si, mas o facto de essa neutralidade ser sinónima de uma necessidade absurda de não ofender ninguém, isto é, de se ser políticamente correcto em todas as frentes. Ora, quando se emite uma opinião - sobretudo em questões determinantes - é bom sinal que alguém se ofenda, pois essa é a maior evidência de que a nossa opinião, além de claramente expressa, foi entendida como uma posição clara, uma manifestação de valores e ideologias que nos definem.
E é isso, afinal, que fazem os opositores quando se deparam com alguém que não soube defender o seu lado da barricada com lucidez e determinação: arrasam vorazmente os delicados adverbiozinhos e as boas intenções do adversário.
Assim, a abolição do politicamente correcto como analgésico contra futuras controvérsias é absolutamente vital. Ao dizer de forma honesta e vincada que "sou contra...", "acho bem..." ou "está errado...", espero reacções, contraditórios, discussões pertinentes e inflamações epidérmicas. Sem relativismos, sem escudos, sem anestesias.
É o direito à diferença e à opinião, como havia de ser por cá, sem que os senhores ficassem todos de olhar marcambúzio e dispostos a degolar quem não pensa como eles.

06 novembro 2006

||| OS ESQUEMAS!!!...

Os portugueses são imbatíveis, no que toca a esquemas. Não há povo no mundo que consiga produzir tanto esquema em tão poucos quilómetros quadrados. Se estão a pensar nos brasileiros, esqueçam: apesar de terem aprendido connosco e serem mais 140 milhões do que nós, não nos chegam aos calcanhares, analisando a quantidade de esquemas per capita.
Tudo o que acontece em Portugal faz parte de um esquema qualquer, iniciado por alguém, para lixar outrem. Estamos tão habituados a viver neste esquema que já não ligamos para a maior parte dos esquemas. É como se fizessem parte do esquema. São os chamados esquemas habituais. Acontecem tão naturalmente como o ar que respiramos e não alinhar neles é capaz de nos sufocar.
Temos também os velhos esquemas. Aqueles esquemas bafientos e instituídos que, quando denunciados, acabam por se tornar esquemas manhosos e são substituídos por esquemas mais modernos. O dimensão dos esquemas também é importante: normalmente quem está envolvido em grandes esquemas e é apanhado, goza de uma espécie de glorificação bacoca e sai normalmente impune do esquema – o que leva a crer que há uma espécie de respeito e admiração velada e boçal por quem é um grande esquemático. Aqui, neste rectangulozinho, é prestigiante enganar muita gente.
Ao contrário, o pequeno esquema (também designado por esquemazinho) é altamente penalizado. O lema parece ser «se roubares, rouba com estilo e em grande». Temos finalmente uma classe de esquemas que parecem estar directamente relacionados com a necessidade de protagonismo mediático que os portugueses de classe média têm vindo a desenvolver na última década: são os esquemas marados (também designados por esquemas dos caraças). O objectivo destes esquemas é dar nas vistas, tentando assemelhar-se aos grandes esquemas, numa tentativa vã e desesperada de poderem ser considerados inteligentes, com o decorrente prestígio que daí advém. É claro que isto só denota uma estupidez atávica de quem os cria – é tido e sabido que um esquema, para ser grande, tem que ser acima de tudo muito discreto. E os esquemas marados têm invariavelmente a discrição de um elefante numa loja de cristais...
Estão a ver o esquema?
Ora transportem o esquema para Óis!!!

05 novembro 2006

||| O REGRESSO DAS CARPIDEIRAS ARREPENDIDAS E AS CONTAS A PRESTAR PELOS QUE SE AUSENTAM DO PODER

Os partidos, todos eles têm os seus excluídos quando chegam ao poder e a principal características destes excluídos é transformarem-se rapidamente em carpideiras arrependidas.
Quando se trata do PS - o PS nacional... - basta uma inflexão nas sondagens para que estas personagens apareçam logo. Como agora está a acontecer.
Um dia, os PS´s de Óis perguntarão contas a quem tem assinado por baixo as derrotas eleitorais que vêm desde os anos 80 d0 século passado.
Ainda sobre o PS nacional, andaram esses rapazes e raparigas mais de um ano quase em silêncio, a suportar as mágoas por não terem sido contemplados com o poder, limitando-se a fazer críticas pouco ousadas e apenas junto dos seus mais íntimos. Agora que uns barómetros quaisquer começaram a prever e a anunciar as dificuldades de Sócrates, sentiram-se logo impelidos a aparecer. As dificuldades do poder, mesmo sendo da sua cor, estimularam-lhes a coragem. E vai de atacar o poder...
O que farão os excluídos do poder de Óis, que é dee oputra cor, afastados pelo sobranceria cega e compulsiva de quem o exerce? Vão todos para a Lista dos Independentes?


04 novembro 2006

||| A DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO, AS TESES DO PROFESSOR MARCELO E UM (EVENTUAL) DEBATE EM ÓIS DA RIBEIRA

A posição do professor Marcelo Rebelo de Sousa quanto à questão da despenalização do aborto, pareceu-me muito equívoca nas suas “escolhas” televisivas do último domingo, sob o olhar enternecedor da entrevistadora. Eu esperava uma posição mais… digamos que mais afirmativa.
Fiquei com algumas dúvidas sobre a ideia que o professor tem sobre o assunto e como gosto de ser esclarecida, comprei o DN para reler o resumo das suas “escolhas” e confirmei pelo texto a sua clara abstenção. Entendi que aceita a pergunta a referendar como boa. Mas o que ficou a zumbir no meu ouvido foi que o professor considera precário o prazo das dez semanas de gestação na “humanitária tolerância” à mulher que aborta…
Pareceu-me também ouvir confirmada a minha tese de que o governo Sócrates consegue preencher a difícil agenda 2007, com mais ou menos legítimas manobras de diversão, entre a campanha para o referendo e a presidência da UE. Acho pouco.
Por Óis, pouco se tem falado sobre o assunto, que eu saiba e falei com vária gente no último dia 1 de Novembro. Não sei se vou meter a foice em seara alheia mas não seria desajeitado que se agendasse uma noite destas um debate, uam sessão de esclarecimento, quem sabe... no salão da Arcor, convidando algumas figuras públicas da região, preferencialmente da freguesia, que tenham opinião clara sobre o assunto.

03 novembro 2006

||| ALBERTO JOÃO, AS ENTREVISTAS DA TELEVISÃO, O GOVERNO CENTRAL E O GOVERNO E A IMPRENSA LOCAL

Ao ver ontem à noite a entrevista de Alberto João na RTP interroguei-me sobre como se faz a opinião pública em Portugal e fico sem perceber o que é um jornalista.
O Alberto João, sentado no jardim televisivo público, disse as barbaridades que bem entendeu, manipulou os números como quis e lhe apeteceu, digo eu... só lhe faltou dizer quanto é que cada português do “contenente” deve à Madeira ou que se não fosse o seu governo regional já Portugal teria sido expulso da ONU.
E qual a atitude da jornalista? A jornalista foi tão jornalista que até o Alberto João gozou com ela no fim, prometendo-lhe exílio político na Madeira - supostamente se a rapariga viesse a sofrer perseguição da RTP por o ter entrevistado.
Mas não é só o Alberto João que diz o que lhe apetece sem qualquer contraditório.
A imagem mais comum das intervenções de José Sócrates é uma montanha de jornalistas à sua volta, com osmicrofones colados na cara... enquanto o primeiro-ministro diz o que acha por bem que os outros devem ouvir, debitando palavras com a sofreguidão de quem acaba de subir umas escadas, após o que termina, vira as costas e parte de natriz arrebitado. Sem mais aquelas...
No caso do tempo de antena de Marcelo Rebelo de Sousa a situação atinge o ridículo, pois a jornalista parece ter sido paga para fazer apenas o angelical sorriso de fundo e mostrar cara de embasbacada perante tão grande inteligência e sabedoria que discursa e monologa na sua frente.
Cada um diz o que quer e lhe apetece, mente-se, manipulam-se dados, organizam-se mini-manifestações para a TV e os jornalistas parecem entender o mundo como um imenso fast-food noticioso, pouco interessa a verdade, não se contradiz ninguém, não se analisam factos. Lembram-me os miúdos do McDonald’s, estão ali para embrulhar os hambúrgueres, pouco mais fazem do que acrescentar os pacotinhos de ketchup, conforme for o desejo dos clientes.

A imprensa local também não foge muito disso. Desfolho os jornais de Águeda de hoje e o que dizem eles de Óis da Ribeira? Pois dizem precisamente a mesma coisa: a festa da 3ª. idade da Arcor. Até a fotografia é a mesma! É tudo igual, unanimismo absoluto!!! Em continência aos senhores...

02 novembro 2006

||| UMA NOITE DE FUTEBOL INTERNACIONAL E O DESPORTO QUE PARECE ANDAR (?!) MAIS OU MENOS DESAPARECIDO DE ÓIS DA RIBEIRA

Uma noite no football, a de um Dia-de-Todos-Os-Santos de 2006, que até parecem que ajudaram os nossos a ganhar. Foi repentina a decisão, um cliente dispôs-nos bilhetes de tribuna, olha está bem, então vamos lá e, sem darmos por ela, lá estávamos nós auto-estrada abaixo, para Lisbon City.
Foi a primeira vez, alguma vez havia de ser a primeira..., que fui assistir a uma partida de futebol internacional. Ficou-me na retina o simpático rapaz vestido de verde que fez o primeiro golo do SLB e a assistência para o segundo - naquele golaço do Nuno Gomes da foto. Imune a essas desventuras, a claque do Celtic acabou o jogo com palmas e cânticos; afinal, e ao contrário do que pensam os tugas, futebol é festa, não é drama e depressão. Mas também eu cantaria se soubesse que estava prestes a regressar a um país civilizado. Cá fora, os adeptos do Benfica agradeciam a visita dos irlandeses com simpáticos "Celtic go home". Coisa bonita! Nós viemos para casa.
Ocorreu-nos na estação de serviço da auto-estrada, já no Pombal, o desporto que não se faz em Óis da Ribeira, desde a menina de olhos que é a canoagem, ao futebol... E também morreu o futsal que andava nos torneios das freguesias? Tínhamos craques, os Miltons, campeões distritais... a jogar e a treinar. Pela manhã, em passeio por Óis fora, vira o hangar de luz acesa (era quase meio dia...), ervas crescidas na frente, o madeiramento a saltar-se da estrutura - a precisar de umas marteladas fortes. Um arranjo... E passámos pelo polidesportivo, que está com ar abandonado, de redes esgalhadas pelo vandalismo e o abandono, o piso cheio de folhas secas de eucalipto e agulhas...
No meu tempo, naquele mesmo sítio, um dos nossos divertimentos - e nem sequer havia outros... - eram as tardes de domingo a jogar naquele mesmo sítio, numa espécie de campo, com balizas feitas de pintalhas de eucalipto por ali perto surripiadas, ou uns montes de pedras, num campo empinado e com bolas de borracha. Um dia, já nem seu quem, alguém de nós arranjou uma bola de «catcum...», que saíra num cartaz de furos na loja do Armando Reis. Foi o delírio, até que a bola perdeu o ar e não tínhamos bomba de bicicleta à mão, para a encher. Agora há estruturas mas não há desportistas...

01 novembro 2006

||| O NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER, A TELEVISÃO MANDAR E OS COMERCIANTES ENFEITAREM AS PRATELEIRAS


Vi hoje pessoas que já não via há muito tempo e em dias de Todos os Santos falámos do Natal, a grande festa do nosso tempo de crianças - quando ainda não existiam os modelos, os feiras novas, os continentes e as lojas dos chineses. Naquele tempo, até meias novas estreávamos, comíamos bilharacos e rabanadas, era uma festa a fazer o presépio na igreja. E beijávamos o Menino!!! Disseram-me hoje que de há uns anos para cá só fazem uma imitação. E então os bonecos do ti Gil?
Talvez mais por isso que por crença religiosa, a verdade é que para mim a festa de Natal é no dia 25 de Dezembro e guardo sempre a ocasião uns dias de férias e, com a alma vestida de gala, nesse dia celebro em família o nascimento de Jesus Cristo.
Nas quatro semanas precedentes, iremos desfolhar um calendário do advento numa consciente preparação para o grande evento. Para mim, a celebração do Natal está protegida pelo sentido e pela essência que a fundamenta. Porém, com crescente ruído outra festa já se faz anunciar. Uma canseira. Chamam-lhe Natal, mas será outra coisa por certo. É que ao contrário do que disse um poeta, seguramente o Natal não é “quando um homem quiser”. O "homem" normalmente quer outras coisas.
A televisão, já iniciou as exaustivas lavagens de cérebro apresentando um infindável e tentador catálogo de coloridos pechisbeques, que farão a criançada feliz por cinco minutos - ou apenas um instante. Anunciam-se automóveis de sonho em prestações suaves a pagar lá para as calendas gregas. Centenas de pais natais, animados, reais, digitais e vestidos à Benfica preparam-se e já “aquecem” ordenadamente para o massacre. Tanta poluição sonora e visual, desorienta as crianças e confunde-nos, a nós adultos. Enfim, o sonho já está à venda para todas as bolsas.O problema é que, como acontece com todos os sonhos, um dia acordamos na realidade. Sem resolver o vazio, sem praticar o amor, sem cumprir a relação que nos justifica.
Aproveitada pelo político, pelo publicitário ou pelo comerciante, despojada do seu fundamento espiritual (essencial), a festa do Natal hoje em Portugal é vulgarizada e desvirtuada. Impregnada de frágeis e patéticos ideais líricos, esta quadra tornou-se território de um ensurdecedor despique de marketing, um monumento ao desperdício e à opulência.
A felicidade descartável, os sonhos recarregáveis estão em promoção num qualquer hipermercado perto de nós. Um deprimente histerismo consumista é (cada vez mais) longa e exaustivamente promovido pelos ares da cidade, pronto-a-vestir, pronto-a-comer, pronto-a-usar e pronto-a-esquecer. E se calhar, alguns inocentes mais entusiastas consumidores desta feira de ilusões, atafulhados de dívidas e de tralhas inúteis, vão despertar de novo, em Janeiro, para uma pesada e gratuita depressão pós-traumática pós-stress.
Já começou o Natal!!! E será que este ano, em Óis da Ribeira, vamos ter iluminação de rua?