03 novembro 2006

||| ALBERTO JOÃO, AS ENTREVISTAS DA TELEVISÃO, O GOVERNO CENTRAL E O GOVERNO E A IMPRENSA LOCAL

Ao ver ontem à noite a entrevista de Alberto João na RTP interroguei-me sobre como se faz a opinião pública em Portugal e fico sem perceber o que é um jornalista.
O Alberto João, sentado no jardim televisivo público, disse as barbaridades que bem entendeu, manipulou os números como quis e lhe apeteceu, digo eu... só lhe faltou dizer quanto é que cada português do “contenente” deve à Madeira ou que se não fosse o seu governo regional já Portugal teria sido expulso da ONU.
E qual a atitude da jornalista? A jornalista foi tão jornalista que até o Alberto João gozou com ela no fim, prometendo-lhe exílio político na Madeira - supostamente se a rapariga viesse a sofrer perseguição da RTP por o ter entrevistado.
Mas não é só o Alberto João que diz o que lhe apetece sem qualquer contraditório.
A imagem mais comum das intervenções de José Sócrates é uma montanha de jornalistas à sua volta, com osmicrofones colados na cara... enquanto o primeiro-ministro diz o que acha por bem que os outros devem ouvir, debitando palavras com a sofreguidão de quem acaba de subir umas escadas, após o que termina, vira as costas e parte de natriz arrebitado. Sem mais aquelas...
No caso do tempo de antena de Marcelo Rebelo de Sousa a situação atinge o ridículo, pois a jornalista parece ter sido paga para fazer apenas o angelical sorriso de fundo e mostrar cara de embasbacada perante tão grande inteligência e sabedoria que discursa e monologa na sua frente.
Cada um diz o que quer e lhe apetece, mente-se, manipulam-se dados, organizam-se mini-manifestações para a TV e os jornalistas parecem entender o mundo como um imenso fast-food noticioso, pouco interessa a verdade, não se contradiz ninguém, não se analisam factos. Lembram-me os miúdos do McDonald’s, estão ali para embrulhar os hambúrgueres, pouco mais fazem do que acrescentar os pacotinhos de ketchup, conforme for o desejo dos clientes.

A imprensa local também não foge muito disso. Desfolho os jornais de Águeda de hoje e o que dizem eles de Óis da Ribeira? Pois dizem precisamente a mesma coisa: a festa da 3ª. idade da Arcor. Até a fotografia é a mesma! É tudo igual, unanimismo absoluto!!! Em continência aos senhores...

1 comentário:

d´OIS POR DOIS disse...

Gostei desta parte final, são uns cópias sempre do aldo dos mais fortes...