O meu fim de semana foi de muitos quilómetros de carro, o que me levou a ouvir muita rádio. Mais de 800 quilómetros de rádio. E fiquei espantado com o que a política mostrou, para além da marketinzada manipulação socaratiana, naquele congresso á americana - que já não me surpreende.
O que me surpreendeu, deveras, foi a indicação de Fernando Nobre como candidato do PSD, a deputado e a presidente da Assembleia da República. Ele, o Nobre, o homem da cidadania, o anti-partidos, agora é do PSD?
Eu compreendo a intenção de Passos Coelho, anunciando um cromo este: Nobre, que é presidente da AMI, está habituado a ir socorrer países em crise, vítimas de terramotos e tsumanis e outras tragédias. E Portugal está mesmo em terramoto tsumanizado, precisa mesmo de um homem destes, providencial e militante da cidadania - um salva-dramas.
Só não entendo é esta para mim sua equívoca ascensão política, que pode ter todos os méritos mas é indubitavelmente incoerente e incredível. Ser quem se anunciou e mostrar-se agora o que é, não é flor para se cheirar. Esta sua independência matou-lhe a credibilidade.
Lembro-me, ao acaso de outros casos: o de Manuel Alegre, histórico socialista que em 2005 se candidatou contra o PS, se tornou lider de um novimento de cidadania e retornou ao PS; que agora o abençoou em congresso.
Ou de Helena Roseta, que foi do PSD, marchou para o PS e contra este depois se candidatou nas autárquicas de Lisboa em 2009, por um movimento de cidadãos, mas de novo voltou aos braços socialistas, sendo vereadora na Câmara PS de António Costa.
Casos assim, o de virar a casaca aos partido, lembro-me do actual presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, socialista que foi vereador do PSD. Ou do seu «vice», Jorge Almeida, que foi vereador pelo CDS e agora também é do PS. Que socialistas me saíram todos!
NOTA: Vão ver este ataque de urticária de Luís Pedro Nunes, a propósito do camarada Sócrates e Coelho, a quem ele chama bimbos
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