É recorrente para a nossa quarta-feirista vir aqui falar das coisas do feminino e, lamentavelmente, é dramático, para nós todos, termos de voltar a falar de desemprego.
Hoje, via email, um amigo de escola deu-me a pior das notícias: está desempregado desde o princípio do mês, com dois filhos na escola e a mulher a pouco mais que o salário mínimo.
E diz-me ele que se uma semana antes lhe perguntassem, diria que tinha emprego seguro.
Mais surpreendente para mim foi ele comentar que até compreende o patrão, em particular, e os empresários, no geral, por não saberem, e estou a citá-lo, se no dia seguinte vão conseguir honrar os seus compromissos, por também não saberem se os seus clientes os honram.
O drama maior, porém, e agora seu eu a dizer, é dos trabalhadores - que acordam todos os dias sem saberem se ainda vão ter emprego, ou ter dinheiro suficiente para a prestação ou a renda da casa, ou para dar de comer à família. Aí é que bate o ponto mais trágico e há milhares de portugueses que poderão estar nessa situação, entre os mais de 600.000 desempregados oficialmente registados.
Mais grave ainda será que a larga maioria é cada vez mais desempregado de longa duração e sem subsídios de desemprego, mas com remédios e livros da escola para pagar. Não caminhamos para melhor, infelizmente. A crise está para durar!
2 comentários:
Na passada semana, o meu filho chegou-me com uma conversa do caraças e que me deixou aflito. Dizia-me ele: "o meu amigo V... disse que o pai e a mãe estão em casa (desemprego) há muito tempo e já têm pouco dinheiro. E ele disse que o pai disse que tinha que roubar. Ó paizinho, se tu ficares em casa também vais ser ladrão?"
Eu, porque não tenho o trabalho lá muito seguro, ainda fiz um malabarismo para sair da conversa, mas o puto não tirava os olhos de mim. Já devia vir com ela fisgada! E que grande volta eu dei ao texto para responder o que devia! Mas agora pergunto eu: e se a coisa cai num abismo e o puto se vira para mim com o bico aberto?!
Será que terei de ser desonesto à força? Espero bem que não!
Não quero ser alarmista, mas o problema está sério; cá em casa quase todos os dias as crianças falam de amigos da escola em dificuldades.
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