30 abril 2010

||| A GEMINAÇÃO DE ÓIS DA RIBEIRA COM O BERTUFO...

Não é que a política me interesse grande coisa, mas a curiosidade e o estado geral da nação dá para ouvir os mensageiros do bem e do mal, que por aí enxergamos na televisão ou os que nos enchem os ouvidos de cera e de lixo informativo.
Hoje, porém, todavia, contudo..., dei nota que o Governo - à margem dos reanúncios de obras para as empresas grandes de amigos próximos... - nomeou embaixadores em Moroni e em Ulan Bator.
Embaixadores em Moroni e Ulan Bator? Mas onde raio fica isso?! 
Senti-me pessoa esmagada e envergonhada pela minha ignorância, embora me julgue esclarecida.
Fiz, então, o que é de  moda: googlei.
E então, minhas senhoras e meus senhores, Moroni é a capital das Comores e Ulan Bator é a da Mongólia. Só não descobri é que raio de interesses teremos nós com tão insólitos parceiros diplomáticos. Assim, mal comparando, imaginemos que Óis da Ribeira se ia geminar com o Bertufo, ou com aquela cidadezinha britânica que se escreve com 30 e tal consoantes!!! Não teria interesse nenhum!
Para não terem que googlar, o Bertufo é uma aldeiazinha serrana da freguesia de Agadão.

29 abril 2010

||| IMPRESSÕES...? A PRIMEIRA É QUE CONTA MAIS!!!


Qualquer um de nós já alguma vez teve a impressão de que a impressão que causou nos outros pode deixá-los tão mal impressionados que até lhes faz impressão.
Há até quem diga que a primeira impressão é a que conta, o que me faz alguma impressão - se querem que vos diga.
É impressionante, realmente, a importância da impressão. E não há duas impressões iguais. Há boas impressões, que não nos deixam muito impressionados, assim como há más impressões que nos deixam uma tão forte impressão que mais valia não termos tido qualquer impressão.

Ficar bem impressionado implica que não nos façam impressão certas coisas, o que, se pensarem bem, é perfeitamente paradoxal: como impressionar sem ter impressão, mas apenas fazendo-a? Como podemos fazê-la sem ficar com ela? É assim uma coisa altruísta em que no momento que a fazemos nos descartamos dela?
E uma má impressão? Poderá uma má impressão deixar-nos bem impressionados ou inevitavelmente não nos impressionará nada, até pelo contrário, e ficaremos estupidamente mal impressionados? É curioso ver que para uma má impressão tanto faz que tenhamos uma impressão ou façamos qualquer impressão: é indiferente.
Este raciocínio todo já me está a fazer uma imensa impressão. É impressionante o que uma pessoa se lembra quando não tem impressões nenhumas. Até me faz impressão...

28 abril 2010

||| UM ÂNGULO DESAPERCEBIDO DE ÓIS DA RIBEIRA


Olhar para as coisas em dias diferentes pode trazer-nos perspectivas bem agradáveis, algumas delas nunca imaginadas e surpreendentes.
Assim se poderá falar da pateira, que nos parece ser sempre diferente quando a olhamos. Por isso, raramente me importo de ir de visita aos mesmos sítios e nunca canso os olhos de olhar para a lagoa.
A possibilidade de mostrar a quem gosto aquilo que me fez sorrir em criança tornou-se um vício e gosto de o ter. O que eu nunca vi, e vai acontecer esta noite... - e vou voltar a não ver... - é o funcionamento da assembleia de freguesia de Óis da Ribeira, nem outra qualquer. Não desperdiçaria a oportunidade, se pudesse, mas ter de preparar mudas de roupa e mochilas é uma trabalheira, embora prazeirosa..., que me limita o tempo. E assim vou perder mais uma oportunidade de descobrir um ângulo de Óis da Ribeira, que me passará outra vez desapercebido. Um dia, quem sabe?!

27 abril 2010

||| O PLANO É VIVER ETERNAMENTE E ESTÁ A CUMPRIR-SE...

Parei este fim de semana na pastelaria de Óis, onde nunca tinha estado. Achei a casa simpática e afreguesada e em conversa de café lembraram-me que já abriu em Dezembro do ano passado.
Depois, fui para os saldos em Aveiro e gastei mais do que devia e precisava.Fiquei a pensar na ara de ir aos saldos, a que não venho apelar, longe disso. Interessa-me mais o apelo inscrito nas montras, interpretando-o num outro sentido, naquele que me apetece. Vivemos sempre os nossos últimos dias, por isso é necessário aproveitá-los bem. É apenas um alerta, uma consciencialização daquilo que todos no fundo sabemos.

Meu plano, valha a verdade, é viver eternamente e, até agora, estou a cumprir perfeitamente o objectivo. Depois se verá.

26 abril 2010

||| ROUBAR FRUTA DA ÁRVORE DO VIZINHO...

Alguma vez, uma que seja!!!... qualquer um de nós roubou uma peça de fruta, do vizinho ou do desconhecido, apenas porque nos apeteceu, menos porque tivessemos fome. E quem não gosta de comer fruta directamente colhida na árvore?! E roubada? É a que apetece sempre mais.
Os gestos e atitudes simples e naturais são sempre aqueles que mais conforto nos dão. A sofisticação é estilização forçada. Podemos ser civilizados e educados, permanecendo sempre naturais. Como a fruta! Sem imitações, sem ralações, apenas porque nos apetece! A fruta da árvore do vizinho é sempre mais apetitosa!

25 abril 2010

||| 0 25 DE ABRIL, O 10 DE JUNHO E O 5 DE OUTUBRO...

O 25 de Abril, para mim, começou na escola quando disseram que era feriado. E porquê? Porque tinha havido uma revolução naquele dia, uns anos antes e ia-se comemorar. Que fixe!
Lá me levantei no dia e fui ter à escola, para a festa. Só que não havia festa nenhuma e ainda levei um ralhete lá em casa, onde me me acusaram de maluquice!
Passaram-se estes anos todos e verifico que o 25 de Abril não passa de um dia com o estatuto de efeméride. A mensagem deixa de estar viva nas novas gerações, o que se pode revelar um perigo. Aqueles valores que se quiseram proteger continuam a ter validade e há que fazer perceber isso aos mais novos. Cá para mim, se querem saber, é tal e qual como o 5 de Outubro e o 10 de Junho. São feriados da República e até haviam era de ser mais!!!

24 abril 2010

||| FAZER DE CONTA QUE GANHO MUITO...

Ontem, tive um problema no trabalho. Nada de muita mossa, é verdade, mas que sempre aborrece. Isto, eu sei, são coisas que sempre acontecem, mas não gostei nada, mesmo nadam, da chamada de atenção que me fez e logo à frente de que foi.
E pior ainda foquei quando teve a distinta lata de me lembrar quanto eu ganho, sendo que eu até me queixo de ganhar pouco, comparando com outra gente e com o que eu preciso.
D´hoje em diante, enquanto o meu chefe fizer de conta que eu ganho muito, eu faço de conta que trabalho muito.

23 abril 2010

||| NUM CASAMENTO DELAS QUAL PAI DA NOIVA É QUE PAGA A BODA?

Sopraram-me ao ouvido uma história de amores de saias, parecida com aquela das duas meninas de Oiã que queriam casar-se no civil e que andaram a falar nas televisões todas. Lembram-se disto, há uns três anos?
Pois vieram sussurrar-me um caso de amor destes e como somos gente toda reinadia (gente que gosta de reinar, de andar no pagode...), pus-me hoje a ver todos os telejornais, ma s nada, não ouvi nada. Se anda amor por aí a vestir-se de saias, ainda não saiu do casulo, quiçá por  vergonha, sabe-se lá.
Deu, porém, a notícia de um casamento cigano e dei comigo a pensar nisto dos casamentos...

Por exemplo, se houvesse casamentos lésbicos aprovados pela Igreja Católica quem é que esperava no altar? E qual pai de qual noiva é que paga a boda? E quem leva as alianças para quem? E qual noiva vai ter o padrinho á espanhola?
Tão a ver?! Uma coisa que parece vulgar, às modas de hoje, os problemas que levanta?

22 abril 2010

||| AS PESSOAS E OS JULGAMENTOS DE TERCEIROS

A gente anda por aqui por este mundo, mas não muda nada, por muito que julgue...
A vida, assim ela nos ensina, é sempre assim, dê lá por onde der: a gente pode querer mostrar-se ou esconder-se, aligeirar-se ou descansar na sombra de um banco de jardim, mas sempre nos desnudaremos ao olhar de terceiros.
Ainda que não queiramos e ainda o faremos mais ainda, relativamente a nós próprios.
Por vezes, e quantas vezes?, ouvimos dizer que este e aquele, ou aquela, levam vida dupla! Mas  quem somos nós, ou quem são os outros, para julgar?
As pessoas, no geral, agem coerentemente consigo mesmas e isso mais não é que o assumir de uma necessidade de equilíbrio... absolutamente coerente. Há é coerências e... coerências! Ai há, há!!!

21 abril 2010

||| CARACÓIS, CARACOLETAS E OS QUE QUEREM ESMAGAR AS PESSOAS


No meu tempo de criança, passava algum do meu tempo à procura dos caracóis que insistiam em comer os jarros lá de casa. Isto depois de ter a surpresa de ir aos gramuzinos e ver de mãos a abanar, por ter sido alvo do gozo dos mais velhos.
Para dizer verdade, os caracóis até me metiam algum nojo, mas não havia caracol ou caracoleta, fosse grande, pequeno, listado, ou liso que não fosse arrancado das folhas da plantas de flor branca que pelo inverno se propagavam lá por casa.
«Caracol, caracol, põe os corninhos ao sol», foi como a minha avó materna me ensinou a chamar pelos caracóis e eu aceditava naquilo, vejam lá a nossa santa inocência, quando somos crianças.

Veio-me isto à ideia por estar a ver no canal Odisseia um documentário sobre estas criaturas gastrópedes - que tanto me encantaram como provocaram lágrimas de desalento, principalmente quando a sacana da minha prima os esmagava na eira, pisando-a com as botarras de inverno, só para me chatear. Como agora vemos alguma gente a esmagar quem os estorva, só porque são mais fortes.

20 abril 2010

||| OS NÓS DOS NOVELOS DA VIDA...

Sou pessoa que gosta de passar desapercebida e todos sabemos que observar joga bem com essa característica. Eu, também porque ser pessoa atavicamente tímida, embora digam que não pareço, tenho sempre a preocupação de não me pôr na fila da frente e ficar, antes, a observar os novelos da vida que de desfiam aos meus olhos. 
Pareço não ser pessoa tímida, mas sou! As pessoas que me conhecem podem confirmá-lo. Não estou a pedir para o confirmarem, mas apenas a reforçar aquilo que disse. E por cá vou ficar a ver desfiar os novelos da vida! Que tem às vezes uns nós bem tramados.

19 abril 2010

||| A CRISE SENTE-SE BEM...

A palavra crise continua a bombardearam-nos. Todo os dias. A palavra e o acontecimento. Vê-se a tv e... é crise para aqui e crise para acolá. Vai-se ao café, há crise. Lê-se o jornal e lá está a crise. Não há crise para tanta crise.
Em qualquer lado, continuam a bombardear-nos com a palavra crise, de tal forma que quase nos tornamos imune a ela. A tanta crise. Imunes no sentido de nos desligarmos sempre que a mencionam, mas não no sentido de a não sentirmos. Realmente, a crise sente-se e bem... só que já aborrece ouvir falar dessa senhorita! E eu que o diga que ainda agora tive de pagar o seguro do carro mais caro. Paguei mas vim aqui... bufar!

17 abril 2010

||| CUMPRIR HORÁRIOS E (NUNCA MAIS) RECEBER DEVOLUÇÕES DO IRS

Ouvimos desde sempre que Portugal está 20 anos, ou mais, atrasado em relação à Europa. Embora a informação seja muito relativa (quem me diz a mim que não são os gajos que estão 20 anos adiantados?) a verdade é que o atraso faz parte da nossa portugalidade.
Um tipo que chega a horas a qualquer sítio em Portugal ou é estrangeiro, ou atrasado mental (lá está, atrasado). A regra dos 20 minutos de atraso é escrupulosamente cumprida em qualquer reunião portuguesa – e não vale a pena chegar a horas, porque quem a agendou irá seguramente chegar atrasado 20 minutos.
Chegar atrasado é o mesmo que quem diz pagar atrasado, no que o Estado Português bate todos os recordes. Um jornal destes dias dizia que os organismos do Estado pagam, em média, 183 dias depois de terem recebido qualquer serviço. O que é um mau ezemplo. Eu por exemplo há 1.460 dias que espero que o Estado me devolva o IRS que me cobrou indevidamente. E quando me pagar, não crditaráos juros de... mora.

16 abril 2010

||| AO QUE ISTO CHEGOU...

Ao que isto chegou e hoje vimos na televisão: o 1º. Ministro foi questionado por Franciso Louçã sobre as remunerações e prémios dos gestores públicos.
E disse o homem do Bloco de Esquerda, ás tantas da sua bondosa intervenção: «Sr. 1º. Ministro, vejo que, de intervenção em intervenção, vai ficando um pouco mais manso...».
E vejam o que, de microfone desligado, comentou José Sócrates, quem, lembremo-nos, é o 1º. Ministro de Portugal: «Manso é a tua tia, pá!...».
Ao que isto chegou!!! Como falam e reagem os nosso líderes políticos, nem vale a pena comentar.

15 abril 2010

|| ISTO ESTÁ A PIQUE, COMO HÁ-DE IR... COM SÓCRATES E SANTOS, LDA.


O jornal Público de hoje revela que o Estado Português, agora já em Maio, vai ter de pagar 7 mil milhões de euros aos seus credores e que, durante o dia de ontem, os investidores internacionais voltaram a colocar a um nível mais elevado o risco associado à dívida pública portuguesa portuguesa.
O diferencial da taxa de juro das obrigações portuguesas,  a 10 anos e face à média da zona euro, passou de 122 pontos base para os 130. Os títulos de risco associado aos títulos de dívida passaram de 155 para 183 pontos, o nível mais elevado desde meados de Fevereiro.
Estamos, portanto, no cimo da montanha e podemos resvalar a pique, por aí abaixo. Não parecem existir dúvidas que isro está como há-de ir, a cair. O melhor é apertar os cintos, como se faz na Feira de Março - para andar naquelas coisas meias malucas que voam e põe muita gente a vomitar.
Eu não sei o que Sócrates e Teixeira dos Santos dirão a isto. Mas eu nem dormiria!!!

14 abril 2010

||| O CONTRA D´OIS FAZ HOJE 4 ANOS!!!


Devo confessar que me faz alguma confusão ver tudo muito arrumadinho - quer cá por casa, quer no trabalho, até no carro ou quando vejo as chávenas na mesa do café com os pacotinhos do açúcar todos do lado contrário à asa. 
Podendo parecer um paradoxo, a verdade é que uma certa desarrumação dá-me sempre a ideia de vida, de coisas a mexer, de actividades.
Não concebo, aliás, a minha secretária com os meus papeis assepticamente distribuídos por prateleiras, dossiers, arquivos, gavetas, pastas, tudo arrumadinho - como engomadeira a arrumar roupa no armário. Cá para mim, a minha desordenzinha é tão ordenada que eu encontro tudo, sempre que quero, consigo até ter ordem na minha desordem e até tenho um certo prazer nisso. Ora isto... ora deixa cá ver! Está aqui, pois... está junto àquilo, etc.,etc....! Pronto, lá encontro tudo.
Com essa mania, e dela me ufanando sempre, tive hoje uma surpresa no email pessoal. «Então, o Contra d´Ois faz hoje anos?!!!».
Fui ver, agora mesmo, e lá está: era 6ª.-Feira Santa, 14 de Abril de 2006, e nasceu o Contra!! É pá, como o tempo corre!!! A favor e contra!!! Eu que nem dava por ela!!!

13 abril 2010

||| OS NOSSOS LIMITES SÃO A LEI, O BOM-SENSO E O RESPEITO

Já todos nós, ao menos uma vez na vida, nos sentimos cercados. Por um qualquer problema. Por uma dúvida. Por um adversário pertinaz na luta por qualquer objectivo. Na família, quando não nos deixaram ir ao cinema, à festa de anos da amiga, ou ao cinema. Cerceiam-nos os limites.
Mas quais são os nossos limites?! Boa pergunta!
Os de Óis, conhecemo-los nós muito bem, rodeados que estamos de água por todos os lados menos por um e por aquela ponta de Requeixo junto ao rio. Mas, os nossos? Os nossos limites?!
Não podemos, nem devemos dar uma resposta cretina, ensonsa e de almanaque e afirmar que são os que impusermos a nós próprios, pois isso pressuporia um bom senso e uma sabedoria que não está ao alcance de todos. E de nós, estará? 
Os nossos limites são a lei, o bom-senso, o respeito... Outra questão diferente é saber se a lei é justa, mas isso é uma outra história muito longa! E não é para hoje.

12 abril 2010

||| PENSAR POLITICAMENTE É PENSAR NADA E DECIDIR NADA, ASSUMIR NADA...

O Contra d´Ois foi chamado à atenção por um leitor para o facto, diz ele, de não termos piadinha nenhuma nas opiniões políticas que por aqui vamos lavrando. 
A observação faz pensar nas ditas opiniões e no que elas têm de político, ou seja: nada. Em nada. Pensamos nós de que!
A verdade, verdadinha, porém, é que - aqui no Contra d´Ois - nos recusamos a pensar politicamente sobre o que quer que seja. Ou quem quer que seja! Até porque pensar politicamente sobre o que quer, ou quem quer que seja, é a mesmíssima coisa que não estar a pensar em nada e a decidir nada e a não assumir nada. 
Aliás, a emitir-se opinião, achamos que isso deve ser como as cores: é melhor que as usemos com a pluralidade que merecem.
Preocupante, realmente, é o facto dos portugueses insistirem em compartimentar as opiniões alheias em gavetas inexplicáveis e monocórdicas. As coisas não não devem ser monocromáticas. Nem bicromáticas. São como são e olhem, ponto final!

11 abril 2010

||| E QUE TAL OS SUBMARINOS VIREM PARA A PATEIRA, ATÉ À BARRA E COSTA NOVA?!

A história dos submarinos já fez por aí disparar uma série de há torpedos, sem que se encontre - ou descubra... - o verdadeiro alvo. Que é com quem diz, o pai da criança: Guterres ou Sócrates, Durão Barroso ou Portas? Bom, a gente já sabe que nunca vai saber.
Tiremos lá o cavalinho da chuva!
Eu não faço ideia se os submarinos são assim tão precisos para defender as nossas águas territoriais. E defendê-las de quê e de quem? Ora, ora!!!... Não me parece que seja preciso.
Esta história faz-me lembrar a daquele ministro de Guterres, cujo nome eu nem lembro e que deixou de arranjar o dinheirinho para a gasosa e assim a  nossa gloriosa marinha ficou em terra por uns tempos. E ninguém se incomodou com isso. Que eu me lembre.
Quanto aos submarinos, bem... se calhar o melhor é combinar lá com o governo, com os alemães ou lá com quem é, e levá-los para a pateira, para fazerem as prometidas viagens para as praias da Barra e da Costa Nova. Tão a ver?! Ia ser para aí uma enchente de gente todos os dias. Mais, muito mais que a que vem calcorrear o percurso pedestre. Aposto!

10 abril 2010

||| AS SALAS DE ESPERA SÃO UMA VERDADEIRA FAUNA SOCIAL


Hoje e quando menos esperava, tive de gramar a minha paciência na sala de espera do hospital - que é sítio de muitas faunas. Costumo olhar para a malta que espera comigo e imaginar que tipo de doenças eles terão. ´
A experiência é muito rica, dependendo, naturalmente, da especialidade médica em questão. Assim aconteceu hoje, tomando eu mais nota no senhor que se apontava para o gastroentologista e eu como que a «vê-lo» a desocupar-se tão abundantemente que toda aquela produção de gases daria lucro à Gás de Portugal.
As salas de estar das empresas também são altamente produtivas: a secretária que come o patrão com os olhos; o escriturário que tem fantasias sexuais com um marcador luminoso a sublinhar o nome de alguma namorada; o paquete rebarbado com a executiva que passa na frente do seu nariz; é a executiva a querer dar-lhe mais ciúmes que confiança. Enfim, um verdadeiro ecossistema social.
É todavia nas salas de estar da Função Pública que a coisa atinge o nível maior da nossa curiosidade/certeza: não se passa nada. Nada mesmo. Até, valha a verdade, se tem alguma dificuldade em perceber se toda aquela gente atrás do balcão têm funções respiratórias. É a sala de espera em todo o seu esplendor. Comme ça!!...

09 abril 2010

||| Quantos desempregados há em Óis?

Que há crise, todos sabemos e todos falamos dela todos os dias, como se estivéssemos a falar de uma coisa surgida do nada e que irá desaparecer num estalar de dedos, sem deixar rasto.
O número de desempregados, na verdade, não pára de aumentar, assim como o dos funcionários públicos a pedir reforma antecipada. Mas então que país é este?
Aos desempregados juntam-se todos os dias uns quantos mais, produto dessa crise tal que alguns entendem necessária e purificadora, fundamental para o saneamento do mundo do trabalho e imprescindível para a reengenharia do mundo empresarial. Depuram-se as empresas débeis e a mão-de-obra disponível e barata pela imputação da responsabilidade social e dos prejuízos às empresas - com cada vez mais delas a fechar.

Vamos nisto, por cá e pelo país inteiro. A propósito: alguém os sabe dizer quantos desempregados há em Óis? E quantos beneficiam do rendimento mínimo garantido? Se calhar ninguém sabe. Ou quem sabe não diz!

08 abril 2010

||| VÁ LÁ SABER-SE O PORQUÊ DESSA DOS AMIGOS IMAGINÁRIOS...

 A mim seMpre me fez impressão essa dos amigos imaginários. Alguém que fala com um amigo que não está lá nem em lado nenhum, para mim não sofre de problemas de solidão nem de histeria criativa: é mas é um perfeito anormal com distúrbios mentais preocupantes e que só a permissividade bacoca amigos verdadeiros  faz com que pareçam normais manifestações do processo de crescimento.
Não me lixem.
Um gajo que fala com seres invisíveis não pode ser levado a sério, tenha lá a idade que tiver. Não acho normal que se imagine um amigo de existência questionável, nem normal que se entabulem diálogos esquisitos com o vazio, alegando que se está a falar com um amigo imaginário. Acho tudo isto muito doentio.
Durante a minha infância nunca me deu para inventar um amigo imaginário. Metia-me mais comigo! E sempre considerei esta postura como um sintoma de ausência de maturidade intelectual. Nunca houve um único amigo imaginário na minha infância. Eram todas amigas. Bem reais, por sinal. E uma delas fazia coisas que eu nem me passava pela cabeça imaginar. Era uma ganda maluca! E para falar verdade, ainda é. Diziam-nos na escola em Águeda que era efeito das águas a pateira, vá lá saber-se porquê!

07 abril 2010

||| O MATERIAL TEM SEMPRE RAZÃO...



Há verdades indubitáveis com as quais convivemos desde sempre, nas maiores partes das vezes sem darmos por elas. Ou fazermos de conta...
 Uma delas e uma das minhas preferidas tem a ver com o «material», que como todos sabemos, tem sempre razão.
A afirmação, enfim, esconde uma série de implicações naturalmente relacionadas com a nossa portugalidade. Ou, nós por cá, o nosso ribeirismo. Realmente, só um povo como o português é que atribui capacidades lógicas de raciocínio ao «material».
Para nos entendermos melhor, retenhamo-nos no conceito de «material» que, para o português de Óis da Ribeira, tem um significado muito restrito: entende-se por «material» todo o tipo de zingarelho cujo funcionamento nos escapa por completo. Isto é,  sabemos para que serve o «material» mas não fazemos a mínima ideia como funciona. Nem estamos muito interessados em saber.
É assim, ou não é?

06 abril 2010

||| O DESEMPREGO, AS CUNHAS, OS AMIGOS E OS PLANOS DO GOVERNO...


Não é novidade para ninguém, mas o desemprego continua a subir em Portugal. É, aliás, uma das poucas coisas que por cá sobem.
As outras são os preços da gasolina e do pão, os impostos e os seguros, os prémios de gestão aos senhores administradores de empresas públicas e as “reformas” dos ex-deputados. Mas não só: realmente, também as filas às portas dos Centros de Emprego são de tal forma grandes que só são ultrapassadas em tamanho pelo número de militantes dos partidos, à espera de um tacho qualquer, desde que sejam bem remunerados e não tenham de fazer grande coisa. Como aquele tipo qualquer coisa Soares, da EDP.
O Governo, sempre atento criou então o PAD (Plano de Apoio aos Desempregados) que, basicamente, serve para iludir os números do desemprego e permitir às empresas contratarem pessoal a custo zero, já que o Estado é quem paga. É coisa do tipo, contrate você que nós pagamos! Substitui os POC´s, só que é mais para os amigos.

05 abril 2010

||| SUBSÍDIOS SOCIAIS E OUTROS QUE TAIS, PAGOS PELOS CONTRIBUINTES. POR NÓS!


Um dos meus hábitos é apontar uma frase - ou uma ideia... - quando ela me surge, seja a que hora for - sob pena de não a recordar, depois, com os contornos precisos com que me surgiu de forma espontânea.
A ideia é não a perder, embora pouco ganhe com isso.
Às vezes, aparecem-me ideias peregrinas, outras vezes nem por isso. Afinal, sou apenas o que valho, nem mais nem menos. Mas há ideias que me trazem luz sobre muitas coisas. Por exemplo, que o facto de termos que trabalhar 8 horas por dia (ou mais) e dormirmos 8 horas (ou mais), não é, infelizmente, a mesma coisa. Talvez por isso muita gente por aí ande a dormir  mais que a trabalhar. Alguns deles à conta do erário público, recebendo esses tais subsídios sociais, de desemprego e outros que tais - que alimentam uma cambada de chulos do Estado. E paga o contribuinte. Nós!

04 abril 2010

||| FAZER DE CONTA QUE (NÃO) ESTAMOS A FAZER DE CONTA...



Mais ou menos, todos nós temos a ideia de que que vivemos num país do faz de conta, a fazer de conta que fazemos alguma coisa.
Poupando os nomes e os cargos, podemos falar de desgovernos que fazem de conta que governam quando sabemos perfeitamente que isto é vira o disco e toca o mesmo, embora por momentos façamos de conta que a música é outra, sabendo que não é e muito menos virá a ser.
Os funcionários públicos continuam na sua vidinha santa e a fazer de conta que trabalham, quando não estão a ameaçar fazer de conta que fazem greve.
A malta, no geral, faz de conta que não se passa nada: vai de férias de Páscoa a fazer de conta que o dinheiro chega para tudo, sabendo perfeitaente que fazer de conta só os vai obrigar a fazer contas mais tarde.

Fazer de conta faz parte, portanto, do faz de conta que é profilático. Eu por mim continuo a fazer de conta que escrevo um blog. Vocês façam de conta que o lêem e, assim, com mais ou menos comentários e bocarras ensonsas, cá iremos fazendo de conta que tudo corre às mil maravilhas... E agora vou comer um bom tracanaz de folar da Páscoa de 4 ovos, feito pela minha mãe. E não vai ser a fazer de conta! 

03 abril 2010

||| AS REUNIÕES PARA DECIDIR O QUE AFINAL NÃO SE FAZ...


A forma mais prática para não se tomar qualquer decisão é promover uma... reunião. Por isso é que Portugal se arrasta de crise em crise, afogado em reuniões que justificam o salário de quem as faz, mas não resolvem absolutamente nada.

Os portugueses sofrem de reunite aguda, um mal que leva a concluir que não há urgência que não possa esperar 15 dias, ou um ano..., deixando de ser urgente, porque acabou por se por resolver por si. A razão de uma reunião, na verdade, é apenas para... empatar a  tomada de qualquer decisão, para depois já não fazer qualquer sentido tomá-la.
As reuniões, como toda a gente sabe, dão a ideia ilusória de que estamos a trabalhar,  independentemente de se no final do dia se chegou a alguma conclusão. Aliás, a conclusão mais obtida em Portugal é que se tem de fazer outra reunião para esclarecer o que ficou por concluir e assim é, até ao... infinito.
É essa a razão que nos leva a cada vez mais acreditar menos em quem tanto reúne e afinal nada ou pouco faz.

02 abril 2010

||| O 1º. DE ABRIL E A TERRA DO PODIA SER MAS NÃO... É!!


Todos sabemos que vivemos em Portugal quando lemos as notícias do 1º. Abril, que são tão estupidamente inverosímeis como as notícias dos restantes 364 dias.
Isto é, falando de outra maneira: envergonhamos os nossos desejos com a mentirazinha do costume, como que querendo dar um chá aos poderes que não cumprem o que prometem. Mas nem as orelhas lhe puxamos.
A mentira do 1º. de Abril em Óis podia ser anunciar a conclusão da rede de saneamento. E todos os dias disso são vésperas há uma carga de anos.
Podia ser também a da definitiva asfaltagem da rua António Bernrdino, pelo menos nos troços ao pé da escola e do prédio dos apartamentos do Fernando. Podia, mas não é!
Podia ser a de que o polidesportivo estava a ser utilizado e não a ser vandalizado. Podia, mas não é!
Podia ser a notícia de que o Fernando Pires finalmente tinha uma oposição à sua altura e nem precisaria de ser muito alta. Ou sequer de muito peso! Podia, mas não é.
Somos pois um terra do podia ser. Mas não é.

01 abril 2010

||| DAMOS NÓS LÁ À ROCA E SOMOS NÓS CÁ A SER TOSQUIADOS...

As minhas tias, quando era pelo inverno, costumavam juntar-se com a minha mãe, sentadas ao lume e a fazer tricot, enquanto a minha avó fazia uma coisa sempre muito estranha para mim, as meias de lã. 
Estranha porque, na minha imaginação de criança, não concebia como era possível que a pele das ovelhas (a lã) pudesse dar em meias.
Até me assustava de as calçar, embora fossem muito quentinhas.
A minha avó, quando começava o inverno, levava sempre um saco com lã e punha-se a desfiá-la, enrolando-a numa roca e num deles fez-me uma camisola. Começou a fazer uma  camisola, mas não acabou porque as minhas tias lhe atazanaram o juízo. Lã boa para as camisolas era a que elas compravam no sr. Alexandre.
 Venho aqui falar hoje disso porque entrava na história por ser constantemente envolvido nas preliminares tarefas de transformar os feixes de lã numas bolas, que serviriam para alimentar as agulhas do crochet ou do tricot. Aquilo, nos primeiros minutos, até dava um certo gozo,  mas depois eram minutos que me pareciam eternidades, comigo ali de braços estendidos, a fazer de roca. E quando terminava um dos feixes, lá vinha, apesar do meu cansaço: "Oh amor, vamos fazer mais um que aquela nem dá para uma manga...".
É como a vida pública d´agora: a gente passa a vida a dar lã ao fuso ou à roca, mas somos nós que ficamos tosquiados pela cobrança dos impostos.