04 março 2011

||| DIÁLOGO DO «TEM QUE SER, SERÁ» ENTRE MINISTROS

Gosto cada vez menos do telejornais e muito menos dos programas de informação, que não são mais que de propaganda. Ontem, ou anteontem, o ministro das Obras Públicas veio dizer que «as medidas que terão de ser ser tomadas, serão tomadas», já não sei em relação a quê.
Essa cantilena, temo-la repetidamente ouvido do 1º. Ministro e do Ministro das Finanças, que mais não dizem aos portugueses que se «preparem para o que der e vier», ou, na linguagem deles, para «o que tiver de ser».

O ministro das Obras Públicas não mais faz que imitar o futuramente célebre Teixeira dos Santos, quando, com aquele ar comprometido que tem, nos vem repetidamente dizer que «nada deixará de ser feito», parafraseando José Sócrates. 
O que se conclui disto tudo é que o Governo entrou numa espécie de limbo, numa indefinida posição de quem deixa tudo tudo mais ao menos no ar, para não resolver nada. Imaginemos este diálogo:
- «Então o que é que vamos fazer?», pergunta Teixeira dos Santos.
- «Não sei. Mas sei que será o que for preciso», responde José Sócrates.
- «E o que é que é preciso?», pergunta Santos.
- «Olhe, não sei. É o que se justificar», diz Sócrates.
- «Mas há alguma linha, alguma estratégia?, alguma coisa definida», interrompe o das Obras Públicas.
- «Será a que for preciso!», responde Sócrates, já meio irritado.
- «Mas têm alguma ideia?», insiste Mendonça.
- «Mas é claro, será a ideia que for necessária no momento», responde Sócrates.
- «Sabemos ao menos por onde queremos ir?», pergunta Santos, ansioso.
- «Sabemos que temos de ir para onde tiver de ser», disse Sócrates.
E acabou-se a conversa.

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