Ontem, jurei a mim mesmo que não voltaria a falar aqui de política nacional, já enjoado de tanta barbaridade. Mas hoje, na hora da janta de família, tive de gramar a TV ligada, com os aviões da NATO a sobrevoar Kadhafi, a verborreia de Sócrates, a piedosa portuguesice do PSD e o congresso do CDS - já não falando da CGTP e do PC a passear e protestar nas avenidas de Lisboa. E nem dei tempo para ouvir o Louçã...
Acabei a janta e afinfei-me no PC - o portátil... - a ver a actualidade e o que leio eu? Leio que num momento em que o Estado tem, só no que se refere a medicamentos de uso hospitalar, uma dívida superior a mil milhões de euros - MIL MILHÕES DE EUROS!!!... - , o folhetim da execução ornamental confessa, com inusitado descaramento, que, e cito, a execução financeira consolidada do Serviço Nacional de Saúde em Fevereiro de 2011 […] apresenta um saldo global positivo de 53,6 milhões de euros”.
Cá para nós que ninguém nos ouve, ou este saldo é verdadeiro e o governo é caloteiro, ou, então, é fantasioso e o governo é mentiroso. Não sei, francamente, qual será a melhor resposta, a maia adequada.
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