18 julho 2008

||| UMA HISTÓRIA DE HOJE...


A história é uma história de hoje, a de uma mulher que detestava tomar banho de água gelada. Mas o gás estava cortado e a casa já era do banco. A burocracia tinha-a mantido entre quatro paredes. A ordem de despejo teimava em chegar.
Provavelmente, os bancos estavam fartos de ficar com casas que ninguém tinha dinheiro para adquirir. Há uns anos, convencera-se de que comprar casa era melhor do que alugar. Os juros estavam baixos e um salário ainda parecia um salário.
Tudo ruiu. O Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro 33 vezes. A economia foi decompondo-se, as empresas fechando, o desemprego aumentando, mas o raio da inflação teimava em não se comportar como o senhor presidente queria.
Hoje, não há emprego, a actividade económica está anémica, mas a inflação parece quase controlada. Os bens estão caros, mas ninguém lhes toca.
Estava farta disto. Vestiu-se. Preparou a arma de plástico. Saiu de casa. Apanhou o metro e dirigiu-se ao Espírito Santo mais próximo.
Antes de entrar, acrescentou o último requinte. Tinha-lhe custado os olhos da cara, mas valia todos os euros: uma máscara. Entrou.
Berrou: "Mãos ao alto, passem-me o dinheiro". Embolsou uns milhares de euros e fugiu.
Mal passou a porta levou um tiro na testa.
Enquanto agonizava, um polícia disse: "Filho da mãe!".
É uma hostória de hoje, véspera de outras histórias iguais ou parecidas!

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