24 abril 2008

||| IRONIAS DO TRATADO DE LISBOA...


A TV relatava ontem que o dito Tratado de Lisboa foi aprovado na Assembleia da República. Tratado de Lisboa ou de outro lado qualquer, já que 99,9% dos portugueses, tal como eu, não o leram, nem fazem ideia do que seja. Nem estão nadinha preocupados com ele.
A minha roda de amigos avisou-se que o tal Tratado é uma maldade para os portugueses porque a «perda de soberania» devia ser submetida a referendo. A ironia destas coisas, em vésperas do 25 de Abril, é que quem mais nos avisa sobre a «perda de soberania» são exactamente os herdeiros dos que, em 1968, exigiram (ou aplaudiram) a entrada dos tanques soviéticos nas ruas de Praga, espezinhando a soberania checoslovaca. Não é do meu tempo, mas é das minhas leituras!
Outra irionia da estória do tal Tratado de Lisboa, opu que quer que seja, tem a ver sobre quem nos avisa sobre a necessidade de referendar o «tratado» Pois bem são os mesmos que há pouco mais de um ano não queriam que se realizasse um referendo sobre a despenalização do aborto (depois da rejeição num primeiro referendo). Isto é mesmo irónico, em vésperas de Abril.
Há outros que nos avisam que, mesmo sem ser referendado, o «tratado» devia ter sido mais «discutido». Mas discutido por quêm? Se calhar por aquela habitual meia dúzia de «especialistas», em linguajar hermeticamente fechado, que vão manar postas de pescada ao Prós e Contras ou na SIC Notícias. Ficando se calhar melhor no Liga dos Últimos.
Afinal, em que ficamos. Em Abril, ou em Março? Ou em nenhures?

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