13 novembro 2010

||| O MÊS É CADA VEZ MAIOR QUE O ORDENADO

Não entendendo eu grande coisa de economia e muito menos de política, quero aqui confessar o meu fastio pela conversa fiada com que uns senhores e umas senhoras nos enchem os ouvidos e os olhos, nas TV´s, com comentários e mais comentários sobre o défice, as dívidas, o orçamento, os juros da dívida pública, o FMI e aquela coisa para mim enigmática que é a chamada dívida soberana.
Soberana? Eu diria, antes, que é dívida republicana.
As TV´s generalistas, meus amigos, são um fartar de opiniões e sugestões milagrosas para solucionar a crise. As TV´s de cabo, nas quais procuro alternativas, olhem... são idem, idem, aspas, aspas. Até chateiam..
Ele é os que a provocaram - a crise...-, ele é os que nada fizeram para a evitar, ele é os que se lá estivessem faziam o mesmo ou pior, ele são até ex-ministros das finanças e de outras pastas que se apresentam como especialistas a apontar o defeito e o milagre para a cura.
Chateia mesmo, pá!
Preferia estar a ver os filmes portugueses de antigamente, com o Vasco Santana e o António Silva, do que ter de me cegar a ver estes palradores - que ainda por cima usam palavreado de «economês» de que eu não entendo patavina.
Todos dizem, a começar pelo governo, que temos de cortar a despesa pública. Ok, cortem. Mas não lixem  mais a receita do pobre trabalhador por contra de outrem e que, pela maré que vê encher a praia da sua vida, outra coisa não pode concluir que esta: o mês é cada vez maior que o ordenado.
Deixem-se lá de lixar a malta, com os convencionais aumentos de impostos e as ridículas pensões cada vez menores. «Vão pá porra, pá...», como diria o meu amigo do fundo da rua do Cabo.
O cartoon é de Henrique Monteiro.

1 comentário:

Maria de Óis disse...

Finalmente temos uma mulher de Óis a falar da vida de Óis. Acho muito bem e torço para que escreve descomprometida e sem amarras que diluam ou diminuam o seu pensamento.
Gostei também do seu entusiasmo e ficou leitora. A terminar e supondo que saberei quem é a autora, não posso deixar de a felicitar., pois era já mesmo tempo de intervir mais e dar à discussão o sabor do pensamento feminino, pois os blogues de Óis são demasiadamente masculinos.