Olá, quarta-feiristas da minha vida, cá estou eu para vos falar das minhas coisas - que são mais ou menos iguais às de quase toda a gente.
Uma delas, e uma das melhores, é de quando em vez ir à escola buscar uma das crias, para almoçar ou merendar com elas. É uma gracinha, acreditem, eu ver-me sentada numa pastelaria, a mexer o galão e a devorar um pastel - que a criança do meio insiste que deve ser comido de faca e garfo. E assim faz.
Hoje é dia de greve geral e eu, mais livrezinha de tempo e com espaço certo para estacionar, não me dispensei desse prazer e foi ver-me (quem viu deve ter gozado à brava...) a comprazer-me e de perna leve, buscar a criança para o lanche. E soube tão bem!
No meu tempo e no de muita outra gente, não havia estes luxos: os de ir lanchar à pastelaria com os filhos. Ou com a mamã.
Havia outras coisas.
Falta-nos, por exemplo, o prazer da sandes de marmelada feita pela avó, ou o pão barrado de manteiga e cola-cao, ou do folar da páscoa comido com uma fatia de queijo muito fininha, quase transparente. Eram estes mimos que nos faziam felizes. E então se fosse uma fatia de pão doce da ti Maria Padeira?? Ai, ai... E se fosse trigamilha ainda quente, com a margarida a derreter-se?! Depois, era a rua, a rua, a rua..., a correr cabo abaixo, ou a ir vestir bonecas para a casa da eira. Não havia creches, nem ATL´s.
A nossa terra, agora, nem sabe o bem que tem, na ARCOR que temos!
1 comentário:
E o pão pulvilhado com açúcar e regado com azeite de lavra caseira era uma maravilha. Havia muitos pastéis de nata mas estavam nas montras a rir para quem passava. Um dia resolvi contar as moeditas e concluí que a coisa até dava. Comprei e dei uma dentada mas guardei o resto para depois, no bolso das calças. Para não mentir tive que justificar o acontecido às calças e como consegui juntar "tanto" dinheiro! E não comi o resto do pastel de nata!
Hoje que os podia comer, fazem-me mal. Ora bolas, ou melhor, ora pastéis!
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