30 novembro 2010

||| OS PRIVILÉGIOS DE UMA ALDEIA COMO ÓIS...

Hoje, tive de vestir casaco comprido e calçar botas altas, com meias grossas, para me defender da friagem deste fim de Novembro. E até pôr gorro, luvas e cahecol, mas nem mesmo assim me safei de uma rapadela de frio e quase apanhei uma molha, na corrida do trabalho para o carro. Com este tempo assim de friagem, o que sabe mesmo bem é andar em casa como se estivessemos no verão e a usufruir do aquecimento ligado. A minha mãe, preocupada com as minhas frieiras - e como sofro com elas... - telefonou a perguntar se preciso de lenha, para a ir buscar amanhã. Se calhar, vou comer um caldinho de couves com feijão e aproveito para encher a mala de rachas para o fogão de sala. É o privilégio de ter como base familiar uma aldeia como Óis. Viva Óis!!!

28 novembro 2010

||| ANDAREM A FAZEREM-NOS DE TOLOS...


O Contra recebe correspondência via email com alguma regularidade, mas nem sempre abrimos a conta no dia e por vezes passam-nos de oportunidade algumas sugestões e de outras tantas críticas. Só normalmenmte ao fim de saemana o fazemos.
Hoje, vi uma mensagem já com alguns dias e que tinha a ver com o despropósito (na opinião do nosso correspondente) com que há dias aqui lembrámos as promessas eleitorais dos candidatos locais de 2009.
Nem sempre respondo a estes recados, mas algumas vezes seguimos algumas sugestões.
Concordamos umas vezes, outras nem tanto. Neste caso concreto, não concordamos. Nós devemos, até por dever de cidadania, lembrar o que se prometeu. E lembrar isso a quem prometeu.
O candidato, ganhador ou perdedor, só porque passou a época da promissão, não pode deixar de ser responsabilizado pelo que voluntariamente assumiu como seu dever, prometendo o que quer prometer aos seus concidadãos.
Fizemos isso para tal lembrar.
Os candidatos não podem andar a fazer-nos de tolos, de 4 em 4 anos. Penso eu de que!

27 novembro 2010

||| UM FIM DE SEMANA CHEIO EM ÓIS DA RIBEIRA

Óis da Ribeira, vá lá saber-se porquê, costuma marcar várias actividades para o mesmo dia e ás vezes até mesma hora. Este fim de semana, uma vez mais isso acontece.
1 - A Tuna faz anos e hoje tem arruada.
2 - A Arcor organiza uma gala da canoagem e é hoje.
3 - Amanhã, a Tuna continua os anos amanhã e a Igreja recebe o Bispo de Aveiro para benzer o novo altar e o ambão.
Aqui, até se entende - pois juntou-se a missa da festa musical, com a solenidade bispal. E, no fundo, nem fica mal, pois conjungam-se dois factos em um apenas e não se «ocupa» tanto tempo. Será por isso?
Fica, portanto, uma nota positiva quanto ao dinamismo da instituições ribeirenses, que assim «dão» um fim de semana cheio ao pessoal: a Tuna (por duas vezes), a Paróquia e a ARCOR.

26 novembro 2010

||| POR FALAR EM GREVE...


Já que por aqui se voltou a falar de greve, e concordando com o último parágrafo da prezada blogueira de ontem (que não te falte dedo e ideias...), acho-me no direito de meter a minha colherada na sua «razão» sobre a greve das mulheres ao trabalho doméstico: é que eu não fui ensinado a essas coisas da cozinha e da limpeza da casa.
Dizia-se no meu tempo - até já pareço o meu avô a falar... - que isso de um homem cozinhar era uma mariquice. E maricas é que eu não sou. 
Mas por falar em greve, e sobre a dita geral de anteontem, a verdade é que já nos habituámos às centrais sindicais dizerem ter «paralisado o país», enquanto o governo aligeira a carga e responde que não, que não e que não.
Só que a diferença é entre as duas razões é grande: 80%, dizem os sindicatos; 20%, afirma o ministério da ex-sindicalista Helena André.

Então, no que é que ficamos? Um está a mentir. Ou estão os dois?

25 novembro 2010

||| GREVE PRECISAMOS NÓS, AS MULHERES, DE FAZER...


Volto hoje ao blogue, a propósito do post de anteontem, sobre a greve. Fazer greve, para ser sincera, sempre me meteu confusão e constrangimento, porque quase sempre acontece por a empresa não melhorar ou não pagar os salários. E os salários eu tenho-os como ser justo pagá-los. Quem trabalha tem direito a ser remunerado.
Acontece é que normalmente as greves só pioram as coisas, pois  não só a empresa deixa de produzir, como por isso mesmo deixa de poder vender e, consequentemente, de receber dos clientes e de poder pagar.
Por aqui, eu até seria contra a greve. Outras formas haverá de lutar pelos salários e garantir o emprego.
Mas a greve de ontem foi diferente e aqui está um ponto discordante do postador de anteontem. 

Isto porque a greve, neste caso, foi o povo a sair à rua e a protestar contra o governo/estado/empresa e empresa que também despede e paga fora de horas. O país não produziu o habitual e acrescentou prejuízos aos números do défice e como tal de nada serviu. Mas mostrou indignação! Valeu por isso.
Greve precisamos nós de fazer, as mulheres. Greve à cozinha, ao ferro de engomar, ao pó da casa, à limpeza dos vidros, a tudo o que os nossos homens não fazem e nós fazemos para além do nosso trabalho no emprego. 
Vamos juntar-nos no largo do Cruzeiro, no fim de missa, e marchar até à pateira, para matar as nossas dores, com slogan contra os maridos machistas por quem nos enamorámos.

24 novembro 2010

||| OS MIMOS QUE NOS FAZIAM FELIZES...


Olá, quarta-feiristas da minha vida, cá estou eu para vos falar das minhas coisas - que são mais ou menos iguais às de quase toda a gente.
Uma delas, e uma das melhores, é de quando em vez ir  à escola buscar uma das crias, para almoçar ou merendar com elas. É uma gracinha, acreditem, eu ver-me sentada numa pastelaria, a mexer o galão e a devorar um pastel - que a criança do meio insiste que deve ser comido de faca e garfo. E assim faz.
Hoje é dia de greve geral e eu, mais livrezinha de tempo e com espaço certo para estacionar, não me dispensei desse prazer e foi ver-me (quem viu deve ter gozado à brava...) a comprazer-me e de perna leve, buscar a criança para o lanche. E soube tão bem!
No meu tempo e no de muita outra gente, não havia estes luxos: os de ir lanchar à pastelaria com os filhos. Ou com a mamã.
Havia outras coisas.
Falta-nos, por exemplo, o prazer da sandes de marmelada feita pela avó, ou o pão barrado de manteiga e cola-cao, ou do folar da páscoa comido com uma fatia de queijo muito fininha, quase transparente. Eram estes mimos que nos faziam felizes. E então se fosse uma fatia de  pão doce da ti Maria Padeira?? Ai, ai... E se fosse trigamilha ainda quente, com a margarida a derreter-se?! Depois, era a rua, a rua, a rua..., a correr cabo abaixo, ou a ir vestir bonecas para a casa da eira. Não havia creches, nem ATL´s.
A nossa terra, agora, nem sabe o bem que tem, na ARCOR que temos!

23 novembro 2010

||| O QUE (NADA) VAI ADIANTAR A GREVE GERAL DE 24 DE NOVEMBRO

Não sou entidade patronal, para o mal e para o bem (mais para o mal...), pelo que não terei a opinião mais imparcial sobre a greve geral de amanhã. Por um lado, estou do lado dela - pois este governo anda a tirar-nos a guita do bolso e o pão da boca com uma pinta danada. Por outro, acho que a greve não nos vai adiantar nada.
O exercício do direito à greve, como todos sabemos, tem abrangido principalmente a administração pública e o sector empresarial do Estado. De um lado, a força dos sindicatos, do outro a fraqueza dos políticos. É o que a história nos diz. Por assim dizer, os trabalhadores por conta do sistema privado não são ouvidos nem achados no meio disto tudo, mas estão sempre lixados e devem estar atentos e "alheios" a greves - pois se a fizeram, isso pode significar-lhe uma porta aberta para o desemprego.
Não vou fazer greve, portanto continuo sob suspeição. Mas com opinião.
Portugal está metido numa gravíssima crise económica e financeira e não é possível separar o Estado e os seus colaboradores dessa crise. Mas a verdade é que, em anteriores momentos difíceis, piores ou melhores que este, apenas os privados sofreram. Basta lembrar-nos  do último ano eleitoral - quando, já com toda a economia nacional presa por arames, o Governo aumentou os funcionários públicos em 2,9%. E os privados, nicles.
Agora sobre a greve de amanhã, acho que não vai valer de nada, pois não terá quaisquer consequências a nível das restrições que o Estado tem de necessariamente assumir para pagar os calotes e as sequelas dos seus continuados erros. A greve, pois, vai ser um dia de folclore político e sindical - sem nada beneficiar os trabalhadores. E muito menos os do sector privado.

22 novembro 2010

||| UM ESPAÇO MUSEOLÓGICO EM ÓIS DA RIBEIRA

Eu bem sei que é mais fácil de falar de "cortar na casaca". Cortar à tesourada e o mais possível a desfazer num qualquer, com quem não simpatizemos. Bom, mas eu não quero cortar na casaca, quero coser. Isto é: unir. Porque união é o que nós mais precisamos.
Vem isto da máquina a propósito da máquina que redescobri na velha saleta da costura, onde se fizeram mil cosidelas e se fizeram remendos. Quem não se lembra destas máquina de costura? Dos mais novos, muito pouco, concerteza! E, daqueles que já viram a máquina de costura a funcionar, quantos perceberam como é que ela funcionava e entrelaçava as linhas? Como unia as peças de roupa que se perdiam uma da outra?
Aqui, se calhar já são alguns. 
Mas vem isto a propósito do quê? Da possível criação de um mini-museu em Óis da Ribeira, com peças de artesanato local. Por exemplo, quando se lembram dos arados, das charruas, dos ancinhos, das foicinhas, das cangas e das piaças, dos lavatórios e e das cadeiras de barbeiros? Das pedras de amolar as facas, das trempes e dos tachos de cozinhar ao lume, das máquinas a petróleo substituídas pelos fogões. Até que se calhar era fixe ver isso reunido num espaço museológico.

21 novembro 2010

||| POR FALAR EM PÓLO EDUCATIVO PATEIRA NASCENTE DE ÓIS DA RIBEIRA

Panfletos promocionais das candidaturas do PSD (em cima) e do PS (em baixo), ás
Eleições Autárquicas de 2009. Ambas falam do Pólo Educativo Pateira Nascente, mas ambos o esqueceram


Um dos habituais e mais ácidos comentadores do Contra veio azucrinar-nos a cabeça, alegando, na sua boa fé, acretimo eu!!!..., que a candidatura de Fernando Pires (PSD) nunca prometeu lutar pelo Pólo Educativo Pateira Nascente. E o mesmo diz um outro, menos avinagrado, é verdade, mas claramente incisivo, sobre o PS de Carla Tavares.
Ora bem, ambos falaram. E está escrito nos seus testamentos eleitorais de 2009.
Os jovens socialistas, deslumbrados de entusiasmo e na frescura menos cauta das suas ideias - e como é bom ter entusiasmo e fulgor nos ideais!... - anunciaram «total empenho na luta pela instalação do Centro Educativo Pateira Nascente na nossa freguesia». Nem queremos crer que o não fazem agora apenas por terem perdido as eleições.
O PSD, já batido nisto de eleições locais, mesmo assim cometeu o pecadilho de escrever no seu manifesto eleitoral, e com letras maiúsculas, POLO EDUCATIVO PATEIRA NASCENTE. Esqueceu-se de pôr o acento no «Ó», mas, pronto, prometeu.
Ambos prometeram e ambos esqueceram!

20 novembro 2010

||| A CIMEIRA DE ÓIS DA RIBEIRA

A Cimeira da NATO encheu Lisboa e as televisões. Hoje não se via e ouvia outra coisa. E ficou baptizada de Cimeira de Lisboa, como é normal nestas coisas. Já assim foi com o Tratado de Tordesilhas. Muitos países, mais habituados que nós a ver o país para além da capital, promovem outras cidades do país. Ocorrem-nos os recentes Tratados de Mastricht (Holanda), de Nice (França) ou de Schengen (Luxemburgo).
Os portugueses, moita carrasco... olha aí, fazem jus à máxima que o país é Lisboa e o resto é paisagem, e acoimam tudo para a capital, não lhes passando sequer pela cabeça que de outro modo pudesse ser. Mas e se fosse em Óis da Ribeira?! A Cimeira de Óis da Ribeira!!! Que fixe! Até íamos ter tolerância de ponto, e tudo!!!
Porém, como não somos tolos, vamos mas é avançar mesmo com a nossa Cimeira e pôr uma semana de feriados na nossa agenda! Para discutir o quê? Ora, o Estado da Nação de Óis da Ribeira». No plano político, no plano social, no plano económico, no plano religioso, no plano associativo - e, neste, as próximas eleições na Arcor e na Tuna, já que as da Comissão do Gado são favas contadas e quanto á AJOR, essa já lhe rezam pela alma.

19 novembro 2010

|| ATIRAR PEDRAS A TORTO E A DIREITO E NO ESCURO!


A actividade blogosférica, as redes sociais e a abertura de comentários aos textos, são, digamos, uma democratização da opinião e da participação efectiva dos cidadãos.
Dúvidas houvesse e bastava dar uma volta pela blogosfera de Óis!! E nós, porventura melhor que ninguém, nós o sabemos - tal o caudal de comentários que nos chegam e nós, democraticamente, não publicamos - em nome do que julgamos ser o dever de respeito pela cidadania.
Pode parecer um paradoxo, mas não é.
Quem tiver paciência para ler os comentários despejados nos textos dos jornais on-line constata que a maior parte vem de gente que, no mínimo, deve ter no cabeçalho da ficha clínica a inscrição de atrasado mental. E por se sentir na capa do anonimato, atira pedras a torto e a direito, no escuro. 
Isto vem a propósito de um comentário que há dias nos chegou, insultando o Contra. A minha mãe, Deus a tenha sã e viva por muitos anos, não é nada do que lhe chamou e suspeita figura.

18 novembro 2010

||| O PROBLEMA, SE CALHAR, DIGO EU... ESTÁ EM MUDAR DE TREINADOR


Portugal está no que deu e no que vê e não vê e os rostos que se olham nas ruas são os de gente triste e melancólica, a rapar as unhas no cotão dos bolsos, como que à procura de uns eurositos e com saudades dos escudos.
Quem se vê mais é gente de má cara, quase enfeiada,  como que zangada ou doente e com ar de vir do hospício ou ir  para o cemitério. Bem sei que isso é, digamos, que normal em reformados, em idosos e gente sem saúde, já gasta pela muita usura e abusos dos tempos. Mas olhar para crianças das escolas e ver-lhe rostos tristes, é um dor de alma.
Já nem falo dos adolescentes e jovens, que em vez de sorrirem e namorarem um amanhã de felicidade e euforia, mais parecem estar a sair de uma matiné e de ver um filme negro e dramático. Isto é uma tragédia!
Ao país parece que falta confiança, tem falta de liberdade, anda tudo triste.
Estava eu para aqui nesta lenga-lenga meia enlutada quando, zás, Portugal espeta 4 à  Espanha!!! E até eu que de futebol percebo tanto como de porcas prenhas (o que me lembrou agora...) preguei os olhos na televisão e por ela lá me deixei.
Se calhar, digo eu, o que está a fazer falta ao Governo é o que fez a selecção de futebol: mudar de treinador. Se é por isso, porra... mudem lá o 1º. ministro, para a ver se nos libertamos deste Portugal que se enluta a cada dia que passa! E cada vez mais endividado.

17 novembro 2010

|||| FALTA O DEDO E A PALAVRA FEMININA EM ÓIS DA RIBEIRA


Não sou das que pensam como o Presidente da República, quando diz que há palavras a mais na política portuguesa. Eventualmente, haverá palavras sem qualidade e estas, estas, sim, estas andarão a mais.
Palavras de qualidade, palavras sábias e das que nos iluminam e esclarecem para além da espuma dos dias, essas é que claramente faltam. Admitamos que Cavaco Silva também não tem ajudado muito.
Em Óis, também haverá palavras a menos - em termos de sabedoria e imparcialidade  política. E falta a palavra no feminino, para arrumar as coisas como devem ser, pôr a casa na ordem, ordenar as prioridades, todos os dias escolher o futuro como quem pensa e decide o que se vai cozinhar para o almoço ou para o jantar. Para arrumar a loja!
Quem decide, são sempre elas. Até a gravata que o marido põe, a camisa que veste, o sim ou o não dos momentos mais íntimos.
Óis, que eu me lembre, nunca teve voz feminina em posições de comando - para além das senhoras da catequese, das professoras que nos ensinaram o bê-á-bá e das mães que nos ensinaram a cerzir a roupa, a engomar as camisas, a limpar a casa, a temperar a sopa e a cozinhar o que alimenta a mesa da família. Faltam o dedo e a palavra feminina na vida de Óis.
Até quarta-feira.
- CARTOON: Adaptado de Henrique Moreira

16 novembro 2010

||| ASSIM VAMOS NÓS NO ANO CRISTÃO DE 2010


Amigo de infância, daquela infância vivida sempre a correr de e para a escola, de ir aos ninhos, roubar maçãs no aido e cachos na lavoura e a «aturar» a chata da catequista (Deus me perdõe...), ou de fugir de umas relhadas dos mais velhos, falou hoje, comigo, quando nos encontrámos num espaço público e por lá ficámos a dedilhar conversa.
Tem estado doente, com alguns problemas que aqui não vem ao caso, e contou-me que numa das suas recentes idas ao médico por lá encontrou uma pessoa de Óis que lhe disse das suas dificuldades em aviar a receita que tinha na mão.
Por falta de dinheiro!
«E quem é?», perguntei eu. 
Ele disse o nome!, quase em segredo, mas por todos os santinhos me pediu para não o repetir, em circunstância nenhuma.
«E que fizeste tu?»
Falou com o farmacêutico onde a família do conterrâneo já tinha conta de muitos euros e pagou o calote e a nova receita. «Leve-lha lá a casa e não diga quem pagou...», pediu ao homem da farmácia.
«Acreditas nisto?», perguntou-me.
Eu acredito. Já me aconteceu coisa parecida.
Assim vamos nós no ano cristão de 2010!

15 novembro 2010

||| A RAZÃO DE SABER LER BEM, OU SABER LER MAL...


Um blogue só é verdadeiramente um blogue quando resiste à tentação de ser  inóquo. A bem dizer: quando incomoda, quando questiona e interroga. Sem ofender, sem se macular, sem defender causas de minorias, sem cometer o pecadilho da agressão gratuita, ou a leviandade de apontar o dedo por apontar.
Sempre que se cria um blogue, o mais certo é que a sua caixa de comentários seja lancetada de barbáries opinativas, de ideias que misturam a ficção com o real. Essa é a razão principal, dizem os especialistas, porque a maioria dos blogues dura uns meses, meio ano, pouco mais, por aí. E sabem porque mais? Essencialmente, porque as pessoas só têm quatro meses de coisas para dizer. E sem nada para dizer, calam-se e fecham-se os blogues. Pena é que isto não aconteça também na política - o que nos livraria de uns certos impecilhos falantes que por aí andam a gorgitar paleio fiado.

O comentador que ontem aqui veio enquadra-se neste tipo de gente e não entendeu a ironia do post sobre a política local.
O blogue  quis evidenciar a natureza panfletária e demagógica da promessa eleitoral. Lá está escarrapachado, como se lê, que a conclusão do saneamento, quanto à segunda fase, seria em 2010 (ainda está a tempo!...); e que a terceira e última fase seria até final de 2013.

Não fomos nós que inventámos! 
Não fizemos demagogia!
É o programa do PS que o diz. Como diz outras coisas.
Quanto ao Pólo Educativo, leiam bem a ironia!

14 novembro 2010

||| O QUE ÓIS DA RIBEIRA PERDEU POR TER GANHO O PSD

A política tem destas coisas e o que se pode concluir, um ano e pouco depois das últimas eleições autárquicas, é que Óis  perdeu muito por ter ganho o PSD. Vejamos logo, a conclusão da segunda fase da rede de saneamento - que o programa do PS garantia ser concluída em 2010. Portanto, os ribeirenses, ao votarem no PSD do sr. Pires, perderam o saneamento. Uma perda de bandeja...
Perdeu mais. Por exemplo, o total empenho pela instalação do Centro Educativo Pateira Nascente. Não houve esse «total empenhamento» e vejam no que deu! Já viram o prejuízo? Já viram o que valeu darem mais votos ao PSD? Aprendam...

13 novembro 2010

||| O MÊS É CADA VEZ MAIOR QUE O ORDENADO

Não entendendo eu grande coisa de economia e muito menos de política, quero aqui confessar o meu fastio pela conversa fiada com que uns senhores e umas senhoras nos enchem os ouvidos e os olhos, nas TV´s, com comentários e mais comentários sobre o défice, as dívidas, o orçamento, os juros da dívida pública, o FMI e aquela coisa para mim enigmática que é a chamada dívida soberana.
Soberana? Eu diria, antes, que é dívida republicana.
As TV´s generalistas, meus amigos, são um fartar de opiniões e sugestões milagrosas para solucionar a crise. As TV´s de cabo, nas quais procuro alternativas, olhem... são idem, idem, aspas, aspas. Até chateiam..
Ele é os que a provocaram - a crise...-, ele é os que nada fizeram para a evitar, ele é os que se lá estivessem faziam o mesmo ou pior, ele são até ex-ministros das finanças e de outras pastas que se apresentam como especialistas a apontar o defeito e o milagre para a cura.
Chateia mesmo, pá!
Preferia estar a ver os filmes portugueses de antigamente, com o Vasco Santana e o António Silva, do que ter de me cegar a ver estes palradores - que ainda por cima usam palavreado de «economês» de que eu não entendo patavina.
Todos dizem, a começar pelo governo, que temos de cortar a despesa pública. Ok, cortem. Mas não lixem  mais a receita do pobre trabalhador por contra de outrem e que, pela maré que vê encher a praia da sua vida, outra coisa não pode concluir que esta: o mês é cada vez maior que o ordenado.
Deixem-se lá de lixar a malta, com os convencionais aumentos de impostos e as ridículas pensões cada vez menores. «Vão pá porra, pá...», como diria o meu amigo do fundo da rua do Cabo.
O cartoon é de Henrique Monteiro.

12 novembro 2010

||| ONDE É QUE ISTO VAI PARAR?


A surpresa e o gosto de hoje encontrar uma pessoa amiga, levou-me a quase uma hora de conversa, com a criança mais nova a penar na minha espera e já sem paciênciazinha para aturar a educadora.
Arrependi-me, pois fiquei a saber do que desconfiava: há famílias de Óis em dificuldades e a passar fome. Até em nomes me falou a pessoa amiga. Nomes que eu não repito, naturalmente. Mas assustei-me.
A fome sempre me assustou. A fome e as falências, de que eu sempre ouvi falar mas as das empresas, nunca as das famílias. Mas é verdade, disse-me essa pessoa amiga, é que há famílias a falir, por deverem milhares de contos e não terem capacidade para pagar. Disse-me a amiga e notei-a muito aflita, embora não fosse nada com ela!

Isso levou-me a procurar informação sobre essas coisas e vi que há 600 000 famílias portuguesas já sem capacidade para honrar os seus compromissos. Eh, pá!!!, então onde é que isto vai parar?

11 novembro 2010

||| ONDE VAI PARAR A JUSTIÇA PORTUGUESA?

Ouvi hoje o telejornal e banzei-me: um juiz emitiu um despacho sobre a sua própria actividade profissional e, porque contesta o que o Orçamento de Estado propõe, recusa-se a fazer trabalho extraordinário, porque vai perder 600 euros por mês. 
E, diz ele, tem encargos para liquidar - o que, naturalmente, é uma questão de honra.
O que isto, na prática, quer dizer é que as consequências do Orçamento de Estado para 2011 na aplicação da justiça vão ser extremamente danosas. 
Leia com atenção o despacho do juíz, clicando na imagem, para a aumentar. O magistrado, como muitos outros, assegurava trabalho extraordinário de forma não remunerada e recusa-se a continuar a fazê-lo, expondo os seus motivos num despacho singular.
Aonde vai parar a justiça??!! Este governo não cuidou de tratar os portugueses como pessoas.

10 novembro 2010

||| AS MULHERES RIBEIRENSES NA VIDA POLÍTICA



Aqui estou eu de volta, desempoeirada o mais possível e vaidosa, porque sei que fui muito bem recebida no Contra. Pela administração, e isso eu já sabia, mas também por gente que me emailou, através da conta do blogue. 
Um deles até me envergonhou, por dizer que "finalmente uma senhora vem dar a cara pelas coisas de Óis". Não é propriamente o caso, pois não mostro a cara, mas é este o meu tema de hoje.
Realmente, não conheço intervenção feminina na vida pública ribeirense para além da aventura que no ano passado levou um grupo de jovens a tentar ser bem sucedido no combate à ditadura do PSD em Óis. Eu gostei, particularmente - o que não quer dizer que nela tenha votado, bem entendido... - , e disso fiz voz em comentário da altura. Era uma mulher, a dra. Carla Tavares  (que se mostra na foto...) que não ganhou e entretanto desapareceu do mapa. Confesso que não sendo um desgosto (no sentido literal da expressão), a derrota da candidatura e o desaparecimento da lista da causa política activa, digamos que empobreceu a vida política de Óis.
Não sei as razões que levaram a tal candidatura, e porque foi candidata quem foi, mas foi uma arejadela no monocórdico sistema político-partidário de Óis da Ribeira. Se se vai repetir, eu não sei... Mas teve piada e eu gostei. Afinal, sempre ouvi dizer que as mulheres de Óis são de benta rija.

09 novembro 2010

||| OS QUE SÃO CAPAZES DE FAZER TUDO...


Tive este fim de semana uma longa e inesperada conversa com um ribeirense que me habituei a estimar - até a admirar... - mas com o qual nunca tive proximidade muito especial. Dele ouvi falar muitas vezes, principalmente de minha mãe, que com ele andou na escola e o considera muito inteligente.
Falámos de muitas coisas e confesso que me deixei «levar» pela sua conversa culta e muito plural (o que me surpreendeu...) e demos-nos a falar da liberdade política que, do ponto de vista dele, não chegou para diluir a estratificação social. A mesma estratificação que eu sempre ouvi dizer ter sido herdada do antes do 25A mas que ele diz que, de certo modo, até a acentuou.
O nosso conterrâneo, a quem falei da parafernália de blogueiros que há por Óis, não se surpreendeu nada (ou então disfarçou muito bem, desculpe lá...) com tal existência e disse-me que Óis está cheio de heróis factotos. Factotos?!! Até percebi factos, de repente pensando que ele era gago.
Gostei muito da expressão mas não a entendi e só agora fui ver o que é. Então, para o nosso conterrâneo, que é confesso leitor dos blogues d´Óis, Óis está cheio de gente que, e cito o meu dicionário da Porto Editora, «se inculca como capaz de fazer tudo; o que trata de tudo; o que se mete em tudo».
Interroguei-me sobre tal opinião e até sou capaz de admitir que, se calhar, é mesmo assim.

08 novembro 2010

||| AS PROMESSAS DO PSD, QUE OS PRÓPRIOS PSD´S JÁ ESQUECERAM...


Um habitual e pertinente comentador do Contra enviou esta preciosa farpa, a que damos «resposta», editando parte do folheto de campanha do PSD, de há um ano.
Diz o comentador:
«Gostava que recordassem, mas com exactidão, quais foram as promessas que o Pirex fez o ano passado? É que pelo que vou lendo pela blogosfera ribeirense, parece que ele prometeu mundos e fundos, e se bem me lembro, e eu li os 2 programas eleitorais (psd e ps) e quem prometia tudo e mais alguma coisa era a lista da Carla. No programa do PSD a principal promessa era mais do mesmo, isto é: trabalho, dedicação, disponibilidade, vontade de fazer em prol da freguesia, de acordo com as disponibilidades!
E alguém dúvida que Óis só perde pelo facto da Câmara ser de outro partido?! Todos sabemos que o Gil Nadais apostou forte, muito forte na Carla. Correu mal! E agora é uma espécie de vingança que ele nos faz.
Quanto a algumas obras (saneamento e alcatroamento de estradas) essas são, da exclusividade da Câmara, o que querem que a junta faça!?
Acho que passado mais de um ano, já devia ter passado a azia de todos os anti-pirex, mas afinal parece que ainda não... "bota" água das pedras, dizem que faz bem...
Abraços a todos».
Assim disse.
Se o enxofrado comentador reparar, o PSD andou mesmo a prometer estradas - até alcatrão no caminho do Santo António para Requeixo, vejam lá. E só aqui reproduzimos parte da página 2 do rol de promessas. Quem quiser ver melhor, clique na imagem, que ela aumenta. Como os impostos.

07 novembro 2010

||| OS PASSOS DE COELHO E O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU


O presidente do PSD surpreendeu-me com a peregrina ideia de responsabilizar penal e criminalmente os responsáveis pelo estado a que Portugal chegou. Quer dizer, à falência e às mãos dos chineses.
Não tenho particular apreço por Pedro Passos Coelho, nem deixo de ter..., mas concordo que quem levianamente coloca em causa o futuro do país deve ser, realmente, penalizado muito para além do plano político - que, quanto a este, é o mesmo que não responder por nada.
Nunca votei no líder do PSD, mas assumo que assinaria por baixo a responsabilização daqueles que, não estando a gastar o seu dinheiro (mas o nosso, como se sabe), o esturram à fartazana e ficam a assobiar para o lado - gozando de privilégios sumptuários e distribuindo prebendas pelos seus boys e girls.
Só não sei - e gostava de saber... - se o passo de Coelho também chega aos seus camaradas do partido que também se andaram a passear no governo, ajudando a que isto esteja como está. E se ele já está a pensar na responsabiidasde penal e criminal que tem, ele mesmo, por ter «aprovado» o orçamento.

06 novembro 2010

||| CHINESICES...


Ouço na TV que a China está interessada em reforçar a sua aquisição de dívida soberana portuguesa - o que, e continuo a ouvir, significa para Portugal uma ajuda importante para aliviar a pressão dos mercados internacionais. Blá-blá-blá...
Isto deixa-me desconfiado, pois é sabido que os chineses não dão ponto sem nó e também não são propriamente conhecidos pela sua generosidade. Ouço também que, para a China, a compra de parte das nossas dívidas é uma forma de assegurar boas relações com um país da Europa. Ah, agora já entendo melhor desta generosa chinesice.
Só não percebo é como o Governo Português, nos últimos tempos, se aproximou tanto de países que não propriamente conhecidos pela sua prática da democracia e dos direitos humanos. Ele é o Chavez, ele é o Kadafi, ele é o Hu Jintao. Ainda se este comprasse a dívida e se esquecesse de a cobrar.

05 novembro 2010

||| O MISERÁVEL PISO DA RUA E AS PROMESSAS ELEITORAIS


Vou dar de barato que, ao fim de um ano e picos da nova gestão autárquica local, pouca obra se veja.
O que leio e ouço dizer - e não me agrada mesmo nada... - é que o sr. presidente da Junta se queixa que não tem dinheiro nem sequer  ajuda da Câmara. Nem para mandar cantar um cego. Pois assim será, mas, então, porque é que andou a "abrir a boca" durante da campanha eleitoral do ano passado, anunciando que fazia isto e fazia aquilo, etc., e tal?
Pronto, já sei que o problema é que a Câmara é de outro partido e os malandros dos socialistas não lhe dão a mãozinha, nem o dinheirinho nem os materiais. É uma gaita, os gajos são uns filhos da mãe....
Mas, então, em nome do interesse de Óis não seria curial que a rapaziada do PS do burgo ribeirense desse um jeitinho lá na Câmara para se "sacarem" umas massas e se arranjarem e limparem as valetas, e se asfaltar o miserável piso da rua António Berna?? E já nem falo no resto do saneamento, de que ouço falar há tantos anos, que já esqueci quantos são!
A continuar assim, Deus nos valha, mas o sentido continuará proibido para  o progresso de Óis da Ribeira.
Vá lá, ó psd´s!!!! Vá lá, ó ps´s! Tenham dó!

04 novembro 2010

||| SOMOS UNS LORPAS E ENGOLIMOS TUDO...

Tenho a maior dificuldade em perceber essa brincadeira do Orçamento do Estado. É culpa minha, sem quaisquer dúvidas, mas reconheço que me é muito difícil lê-lo. Porém, e ainda assim, gostava de ter uma ideia sobre se as verbas para o BPN foram objecto de negociação na abstenção do PSD. Cá para mim, nicles...

É que, se eu estou a raciocinar bem, se a única coisa a negociar eram os benefícios fiscais, isso a que chamam deduções no IRS, fico sem entender como é que essas receitas serão compensadas pelos cortes na despesa-gorda, uma vez que maior banha do que a do BPN é difícil de encontrar. O que eu acho é que continuamos a ser todos uns lorpas e engolimos tudo o que nos enfiem. Pagamos e não bufamos! Chiça!...

03 novembro 2010

||| SEREI DO CONTRA D´OIS

Confesso que sinto vaidade, imodéstia, presunção, tudo o que vocês quiserem, mas a verdade é que fui convidada para escrever pontualmente no Contra, e fui incapaz de recusar. Apesar de nada disto ser tão especial assim, a verdade é que tenho o maior gosto em estar aqui. Uma vez por semana. Sinto-me confortável e estou grata pelo convite.
O Contra é um blog onde se escreve bem e se fala a sério. Eu também falarei a sério, mas não sei se chegarei aos calcanhares de quem por aqui tem feito a pedagogia do ribeirismo. Vou tentar... fingir que escrevo.
Assim sendo, ler-nos-emos por aqui de vez em quando e o prazer é todo meu, contando com a vossa simpatia e compreensão para os meus desarranjos e desfios. Realmente, um dos aspectos mais estimulantes da blogosfera é a possibilidade de debatermos ideias - com muito mais facilidade até do que nas páginas dos jornais, rádios e televisões, em regra dominadas pelos eternos "comentadores" que há décadas se perpetuam de edição para edição, sem terem nada de relevante para dizer. É como as notícias de Óis nos jornais locais, que são sempre mais do mesmo e do mesmo autor.
Por hoje, e finalmente, faço uma declaração de interesse: preferia que o blog fosse assinado. Disseram-me que por enquanto assim será. E convenceram-me. Até um dia destes.

02 novembro 2010

||| ALGUMA CRETINICE ENDEUSADA, FILHA DE CÁ OU DE LÁ!


A minha excelentíssima pessoa defende toda e a maior liberdade política, pluralidade de opinião e diferença de ideias. Nem sequer ponho isso em causa e irrito-me quem me diz o contrário, ou coisa parecida. Por isso, me sinto livre como os passrinhos que chlireiam nas árvores da pateira.
A escola e a vida ensinaram-me a não espalmar a estratificação social, antes até e de certo modo, a desfavorecê-la, a combatê-la. Ainda hoje me irrita, por exemplo, ouvir chamar a um nosso conterrâneo o nome que lhe chamam sem ofensa, eu sei, mas que me escama: o fulano da fulana de lá. Soa-me a desconsideração, a rebaixamento. A sociedade, efectivamente, está cada vez mais compartimentada, como se se tivesse instalado um sistema de castas. Ora, sendo ele filho de lá ou de cá, é igual a nós, andou nos mesmos bancos da escola, na mesma catequese, merece tratamento igual.
Acredito piamente que não será por snobismo que assim o tratam, mas duvido se, envergonhada, não andará por lá - lá por Óis... - alguma cretinice endeusada e a invocar santos nomes em vão!

01 novembro 2010

||| SINAL DE VIDA, SINAL DE MORTE... SINAIS DE PERIGO


Toda a nossa vida é feita de sinais - sejam eles sonoros, horizontais, verticais ou humanos, de perigo ou de prudência, amarelos, vermelhos ou verdes, de trânsito ou aviso de médico.
Os sinais, quando os entendemos bem, fluem-nos e chegam-nos de modo a que sintamos tranquilidade e a acalmia se possa instalar no dias atrás de dias que fazem o nosso quotidiano. A vida diz-nos que é assim. 
Esses sinais, desde que sejam criadores de ambientes de bonomia e positivismo, são essenciais para que o jogo a vida evolua tranquilamente e até o nosso lado mais amoroso se possa desenrolar e crescer. O problema de muitos nós é que, normalmente, nos custa muito revelarmo-nos! Há assim como que uma reserva atávica que nos tolhe o desejo e a ambição, que nos esmorece os dias. Nos amarra desejos e encurva projectos de amanhã.
Hoje deu-me para isto, depois de ao fim da tarde entrar no cemitério velho e de lá ver sair uma senhora, ainda jovem, a chorar. Que sinais lhe terão sido dados, na conversa que teve no velho campo sagrado de Óis da Ribeira? Sinal de vida? Sinal de morte?