Há dias, coube-me a ingrata tarefa de comprar um frigorífico. Vocês nem acreditam, mas eu nunca tinha comprado um frigorífico e quando me dei num dos hipers cá do sítio, senti-me fora de sítio. Comprar um frigorífico? Mas como é que se compra um frigorífico?
Tenho azar nestas coisas. Em primeiro lugar, detesto fazer compras, com a pontual excepção de livros, e abomino centros comerciais e grandes superfícies, onde o ar pouco saudável nos faz sentir tontos. Já estão a ver como também não suporto fuumo!
Todavia, neste caso, não em restaram poucas alternativas e tornou-se inevitável a frequência de tão indesejados locais. E lá fui, na esperança de resolver rapidamente o problema de um frigorífico avariado e sem conserto.
Comecei logo por estranhar o sorriso da vendedora da loja, bem artilhada de modas e a modos que a gozar comigo. O meu comportamento era certamente o do consumidor racional, presente nos modelos económicos, que toma as decisões visando a maximização da sua utilidade. Ou melhor, ao contrário do que é habitualmente assumido, a maximização da minha utilidade, pelo menos naquele dia, passava essencialmente por não ter de me deslocar para efectuar tal compra?! Bom, que sei eu?!
A partir do momento em que tinha de ser eu a realizá-la, a compra, a utilidade estava irremediavelmente perdida. E lá comprei eu o frigorífico, pago com cartão de crédito. Outra novidade!!!
E sabem como o estreei, em casa? Com alhos, sem bugalhos!
Sem comentários:
Enviar um comentário