O subsistema de saúde de que usufruía acabou há mais ou menos um ano, em nome de uma moral que aconselha a igualdade de tratamento para todos os utentes do SNS. Vem ao caso perguntar para quando a aplicação dos mesmos princípios aos nossos estimados deputados e outros priviligiados do sistema.
Eu até concordo como isso! Com a igualdade de tratamento!
Exactamente por isso e em nome dessa moral, acatei pacificamente a alteração - sou pelas igualdades... - e fui adiando como pude o dia em que finalmente tivesse o «privilégio» de sentir no pêlo as condições em que a generalidade das pessoas são assistidas nos Centros de Saúde.
Descobri então que não tenho nem terei médico de famíliA nos próximos tempos. Meses ou anos, não me souberam dizer... Se precisar de consulta, tenho que me inscrever com um mês de antecedência. Nessa altura, serei atendida por um médico qualquer. Se precisar terei de saltitar de médico para médico e só por sorte terei duas consultas seguidas do mesmo médico.
Quanto a exames, fiquei também a saber que há muitos que não são comparticipados e outros são realizados em escassos centros de meios auxiliares de diagnóstico, o que implica um longo tempo de espera. Irritei-me e protestei. A funcionária que me atendeu mirou-me dos pés à cabeça com espanto. Percebi quanto eu lhe parecia fora da realidade, por revelar tanta indignação. Vociferar num Centro de Saúde contra a falta de médicos é quase tão absurdo como reclamar no Inverno por estar mau tempo.
Criticar este governo e este ministro é fazer chover no molhado!!
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