O Contra, sem saber bem porquê, simpatiza com o ministro da Segurança Social, já desde que ele era líder da bancada do CDS. E achou interessante a sua «aparatosa» chegada ao Palácio de Belém, no dia da tomada de posse. De scooter, uma vespa. Espantou-se, por isso, ao vê-lo agora acusado de andar num carro de 86 mil euros. Foi um choque!
Independentemente da manipulação que os jornalistas (esses grandes artistas, lembrem-se só de alguns bem perto de nós!) tenham feito sobre o facto, uma verdade é... verdade: os políticos têm de perceber a revolta das pessoas.
Vamos por partes: se o Governo anterior tinha encomendado um carro deste custo, este Governo tinha naturalmente de o recusar.
Um governo que todos os dias anuncia cortes e hoje aprovou o orçamento que aprovou, não pode ter um ministro a andar em carros de 86 mil euros. Tenham lá paciência!
Não é que tenham de ir de scooter, não exageremos, mas um carro destes, deste preço e deste luxo, é um abuso e um insulto aos portugueses.
Outra parte: a situação em que o país se encontra, implica e torna urgente uma nova cultura de serviço público. Mas não é este serviço que o ministro da Segurança Social exemplifica, mesmo que explique, como explicou, que o carro tinha sido encomendado pelo governo de José Sócrates. Bastava-lhe recusar a viatura e algo se haveria de acertar com o vendedor.
Aqueloutra parte: se o país está pré-falido, não pode pagar salários e se todos os dias se aumentam os impostos, não é curial que vejamos ministros a passearem-se em viaturas de 86 mil euros.
A desculpa de invocar Sócrates, já não pega.
Sócrates já foi julgado, pelas asneiras que fez. E fez muitas!