27 maio 2008

||| A CRISE CHEGA A TODOS, COM OU SEM PETRÓLEO...


O Portugal que somos e o governo que temos já reconheceu que estamos em crise ao rever o crescimento em baixa. Corrigiu de 2,2% para 1,5% demonstrando, pela enormidade do erro, que não tem a mínima noção da situação económica do país. Também o facto de ter estimado o valor médio do crude para o orçamento de 2008 em 60$, comprova o desnorte.
Mas a alta do crude foi só o toque de alarme. Todos os restantes indicadores são no sentido descendente.
O investimento estagnou, a inflação mantêm-se alta, as exportações caíram a pique e as importações aumentaram. O desemprego disparou mas o governo aproveita o facto de muitos desempregados terem desistido de procurar os centros de emprego ( como ficou provado em estudo recente ), para mostrar uma recuperação de décimas...
A crise veio para ficar. Ninguém pense que o preço do petróleo, por artes mágicas, vai começar a recuar. O caminho é sempre a subir em direcção aos 200 dólares ! Ou mais!
Esta alta dos preços do petróleo vai ter como consequência uma subida generalizada do custo de vida. Além disso, há também sinais de escassez de bens alimentares de primeira necessidade a nível mundial. Portugal não ficará imune a esses factos.
O governo pode não ter toda a culpa da situação, de que o país vai tomando consciência. Nos bolsos e na consciência! Mas ajudou muito com a subida do IVA para 21%, estagnando o sector produtivo e exportador e, por outro lado, não conseguindo restruturar o Estado para diminuir a sua Despesa. Com esta situação grave, em que a classe média e média baixa vai deslizando para o grupo das pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, o governo não vai ter margem para continuar a sobrecarregar estas classes com impostos. A "bolha" vai rebentar em breve.
Correm emails na net para não abastecer na GALP no início de Junho. É provável que a GALP também tenha responsabilidades na formação do preço da gasolina e gasóleo - o quatro preço mais alto da Europa. Mas que isso não sirva de bode espiatório para a decisão do governo aplicar uma taxa altíssima de ISP ( perto dos 60% ) e para esquecer a componente de lucro adicionada pela Petrogal.

Irresponsávelmente, os sucessivos governos não se têm preocupado em preparar alternativas energéticas, nem tomado medidas de poupança. Em França e Itália (por exemplo) já é visível a alteração no transporte automóvel. Os transportes públicos tem vindo a substituir o automóveis particulares e são em grande parte eléctricos. As cidades são cada vez mais preparadas para a utilização de bicicletas. As medidas de recuperação de energia são comuns a começar pela construção imobiliária. Por cá, ainda estamos debruçados sobre o assunto... Ora pense lá se um dos nossos jovens e gente de meia idade de Óis encosta o carro na garagem e vai de comboio para Águeda ou Aveiro!!! É o vais!!!...

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